segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sonhos perdidos reanimados

Por volta do início dos anos 40 o grande pintor catalão, Salvador Dalí, foi morar nos EUA, fugindo da guerra. Em 1945 recebeu um convite de Walt Disney para um projeto de animação composto por diversos curtas, nos moldes de Fantasia, lançado cinco anos antes. A encomenda feita à Dalí o incumbia de preparar a sequência do filme Destino, com duração aproximada de 6 minutos. Na direção do projeto estava John Hench, artista dos estúdios da Disney e grande conhecedor das técnicas de animação usadas na época.

O enredo do filme fala do amor entre Chronos, a personificação do tempo, e uma mortal. Ambos lutam angustiadamente mas suas naturezas distintas os impedem de consumar esse amor. Dalí o descreveu como "uma exibição mágica do problema da vida no labirinto do tempo, enquanto Disney o considerava "uma simples história sobre uma jovem garota em busca do amor verdadeiro", mostrando diferenças conceituais na parceria.

Oito meses após seu inicio, o projeto foi abandonado, uma vez que os estúdios estavam em dificuldades financeiras em virtude do fracasso do filme Fantasia (só laureado posteriormente) e do agravamento da grande guerra. Em 1999 Roy Edward Disney, sobrinho do produtor, encontrou o projeto escondido e deu continuação. E, em 2003, finalizou a beleza que vocês podem ver a seguir, mais de meio século após seu início e com os dois grandes artistas já falecidos.



O interessante deste belo encontro é que Dalí teria dito que "o entretenimento destaca a arte, suas possibilidades são infinitas". Se pensarmos que entre 1950 e 1960, Walt Disney inaugurou sua primeira Disneylândia e tivemos a explosão da Pop Art, percebemos o quão de vanguarda já eram os sonhos desses grandes artistas.

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