Verão estourando as praias cariocas, choque de ordem em pauta e o
côco verde em cheque. Vai ou não vai poder ser vendido nas areias? Bom... sinceramente... essa não é a questão. A questão é: pra onde vai o côco depois que bebe sua água e come sua polpa?
Mas não me perguntei isso na praia e sim nas ruas mesmo, quando precisei tomar uma água de côco refrescante e me dei conta que aquele monte de casca de côco sobrando ficava perto do lixo. Perguntei para a vendedora da barraquinha para onde ia o côco... resposta: "pro lixo, ué?" Então, vocês, por favor, parem por um segundo e imaginem... PRA ONDE VAI O CÔCO VERDE? Gente, deve ter algum lugar do mundo que tem uma quantidade infinita de côcos verdes (canetas bics e cabelos também...)!
Todos aqueles produtos bonitinhos que conhecemos feitos de côco vêm do côco marrom seco.
A casca do côco verde já se tornou um subproduto do consumo e da industrialização da água de côco. É um material de difícil decomposição, levando mais de 8 anos para se decompor, tornando-se um problema ambiental nos grandes centros urbanos. Cerca de 80% a 85% do peso bruto do côco verde é considerado lixo. No entanto, se processada, a casca pode ter alguma importância econômica, ambiental e social.
A fibra da casca do côco verde é quase inerte e possui alta porosidade e, portanto, tem baixo aproveitamento. No entanto, é de fácil produção e baixo custo, podendo se tornar matéria-prima importante na produção de vasos, xaxins, placas acústicas e térmicas, palitos para paisagismo, forragem, material de decoração, substratos (para a produção de mudas ou em cultivos sem o uso do solo) e outros produtos, como cordas, tapetes, chapéus e encosto de veículos.
Fiquei feliz em saber que o aproveitamento da casca de côco verde vem sendo estudado há anos pela
Embrapa Agroindústria Tropical através de vários projetos, laboratórios e empresas incubadoras que possuem apoio do Banco Mundial. Também existe
o Projeto Côco Verde, no Rio de Janeiro, que oferece carrinhos para a venda da água e faz a coleta da casca para reutilização. Esse projeto também trabalha com projetos sociais de inclusão de ex-presidiários. Infelizmente, o site é ruim. E ainda tem esse artigo que pode ser um bom início.
Bom, confesso que, apesar de mais tranquilo ao saber que alguém está pensando sobre isso, me preocupo com a distribuição dessa informação. Se os donos de carrinhos e quiosques não sabem o que fazer com as cascas, acaba sobrando para Comlurb e para o dinheiro público. Será que não era hora de alguém fazer algo mais proeminente sobre isso? Será que nós podemos fazer algo?