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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dois retornos para um exercício de coletividade

Tenho muita coisa pra postar, mas resolvi falar rapidamente de dois assuntos que já falei aqui, mas se tornaram importantes nesses últimos dias:

GUARDA-CHUVA: No Rio só chove. Santa Catarina e Belo Horizonte estão sob as águas de São Pedro. É horrível... mas o pior é andar na rua e ter que desviar de um monte de gente que não sabe usar um guarda-chuva e o utiliza debaixo da marquise ou dentro de estabelcimentos. É sério. Eu não aguento mais. Prefiro me molhar a ter que usar um. O que cai do céu é água e não ácido! Eu realmente odeio guarda-chuvas.

iGENERATION: Reflito muito sobre essa questão. Hoje usei o metrô sem revistas ou livros para ler ou qualquer gadget de músicas ou jogos. E me dei conta que perdi tempo pensando na minha vida. Com isso, me perguntei: será que a iGeneration não é também uma fuga da realidade? Com certeza é mais fácil mergulhar em um texto ou uma música do que ter que lidar com várias questões que norteiam as nossas vidas.

Juntando os dois, percebo que estamos cada vez mais egoístas, individualistas e por aí vai. Tudo tem sua medida. Eu sou assim, mas, nesses últimos dias, tive a oportunidade de ajudar: um pedestre a chegar no lugar certo, uma senhora a comprar o presente pra o seu filho, uma funcionária a colher as informações corretas e uma aluna a rever suas atitudes na vida e nos trabalhos. Acho que faço o meu exercício de coletividade com uma certa regularidade e posso ter o luxo de ter uma trilha sonora na minha vida. Até porque... eu nunca paro de pensar na minha vida e esses momentos se tornam um descanso pra mente!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

16 anos se passaram e nada mudou... o que podemos fazer?


Vejam esse vídeo do depoimento de uma menina canadense durante a ECO-92 e lembrem-se que isso foi falado há 16 anos atrás. Se você se der conta de que nada mudou desde 92, os tímidos aplausos daquelas pessoas só pode ser o efeito "e daí?".

Eu lamento. Lamento porque as pessoas no poder realmente possuem as ferramentas para reduzir todos os problemas e nada fazem. Percebam que eu não falei "acabar com os problemas". Todos nós sabemos que sem os "problemas", não existiriam as indústrias da guerra e da pobreza e o dinheiro não iria fluir. Mas será que tem que ser do jeito que é feito? Com tanta ganância e egoísmo, tanta falta de solidariedade? Será que não é possível enxergar benefícios ao fazer o bem aos outros e ao mundo?

Será que eu faço a minha parte? Não sei... mas sei que tento. Sei que meus sentimentos se assemelham a dessa menina e me fazem pensar no que pensei pra mim e para o mundo quando era criança. Como acreditar nos valores que nos são passados quando crianças, se ao chegarmos na adolescência já percebemos que a maioria é um jogo de negócios carregado de mentiras?

O que podemos fazer, então? Cobrar das pessoas no poder? Não jogar lixo na rua? Fazer caridade? Eu não sei a resposta, mas devemos pensar no que estamos fazendo e, ao menos, fazer o mínimo. Enfim... reflitam.

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16 YEARS LATER AND NOTHING HAPPEND... WHAT CAN WE DO?
Watch this video of a Canadian girl at ECO-92... 16 years ago. What did really change? It seems that people at the conference react as "so what?". And I'm sorry about that. I'm sorry that people with power to change do not act as they should. Why do they have to be greedy and selfish? I do not know if I am doing my part. But I know that I'm trying. My feelings and thoughts go with that child: how can we believe in our society values if in adolescence we learn that they are all lies in a business game? So... what can we do? We should do at least the minimum... reflect about that.

sábado, 5 de abril de 2008

iGeneration

Neologismo dos últimos tempos: iGeneration. Em português, a "Geração Eu". Numa época onde se fala o tempo todo em "inclusão digital", esquecemos que para isso estamos entrando num processo complexo de exclusão social.

Confesso que não sabia que existiam "Festas do iPod", ou, mais precisamente, festas sem DJ onde os convidados levam seus iPods e dançam em ritmos diferentes, trocam músicas e pouco conversam. Porém, nem precisamos pensar em tecnologia avançada para ver que a sociedade ruma para a individualização. Eu diria que essas "festas" garantem algum contato social mínimo.

Os deliverys por telefone já faziam com que as pessoas não saíssem de casa. A internet só veio ampliar esse serviço para quase todos os segmentos. Pai do iPod, o walkman já excluía seu ouvinte do mundo que passava a sua frente. O MSN e outros chats virtuais substitui a necessidade de eventos para encontrar e fazer amigos (proteção?). A realidade virtual (protagonizada hoje pelo Second life) permite que um indivíduo seja outra pessoa, tenha poderes, ganhe dinheiro e ache isso mais interessante do que a "realidade real". O videogame Wii retira a necessidade de praticar esportes coletivos ao transmitir os movimentos do jogador para o personagem virtual. E, em breve, novos equipamento farão com que pensamentos e sensações sejam também transferidos a personagens. Me parece que os filmes de ficção científica estão mais perto de acontecer do que se imagina.

Esse isolamento físico ainda traz problemas de ansiedade, descontrole do tempo real X tempo virtual, introspecção, sedentarismo, problemas de visão e audição e ainda abre a possibilidade para novos golpes de pedófilos, seqüestradores e ladrões.

Apesar do tom demasiado crítico – e até, de certa forma, pejorativo –, faço parte da iGeneration. Uso meu MP3 pra criar um fundo musical que me desliga dos meus problemas e dos transeuntes. Uso MSN, Orkut e e-mails para contatos sociais e profissionais (aliás, substituí o telefone pelo e-mail já faz tempo). Tenho minha vida controlada por um computador, porque me apego a seus benefícios. Me empolgo com a informação globalizada que muda a noção de tempo e me permite conhecer culturas, pessoas e curiosidades jamais imaginadas. Sou estimulado pelas inúmeras possibilidades de representação e criação abertas pela tecnologia.

Mas sei dos seus riscos. Sei fazer uma conta sem usar a calculadora. Tenho agenda de telefones e de compromissos com folhas pautadas e bem riscadas. Jogo bola e adoro praia. Tenho poucos, mas bons amigos. Os benefícios da iGeneration são muitos e devem ser aproveitados. Na medida certa.

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iGENERATION
Neologism of recent times: iGeneration. In an era of "digital inclusion", we forget that we are entering on a complex process of social exclusion. I confess that I didn'n know the "iPod parties", or, more precisely, parties without DJ where the guests take their iPods and dance in different rhythms, exchange music and talk a little. But we don't need to think only of advanced technology to see that society goes to individualization. I would say that these "parties" guarantee some minimum social contact. Phone deliverys had already made people stay at home. Internet had only extended this service to almost all segments. Father of the iPod, the walkman had already excluded its listener from the world. MSN and other online chats replace the need for make friends (a kind of protection?). The virtual reality (the "Second Life") allows an individual to be someone else, be empowered, make money and find it more interesting than the "real reality". The Wii videogame cut the need to practice sports collectives: it transmits the movements of the player for a virtual character. And, soon, new equipments will make that thoughts and feelings are also transferred to the characters. It seems to me that science fiction are closer to happening than we imagine. The physical isolation also brings problems of anxiety, no-control of real-time X virtual time, introspection, sedentary lifestyle, problems with vision and hearing, and also opens the possibility for new attacks from paedophiles, kidnappers and thieves. Despite the critical tone – and even negative –, I'm part of the iGeneration too. I use my MP3 to create a musical background that takes me off of my problems and passersby. I use MSN, Orkut and email for social and professional contacts (now i replace the phone by e-mail). I have my life controlled by a computer, because I'm attached to their benefits. I'm excited with the global information that changes the concept of time and allows me to know cultures, people and curiosities never imagined. I am encouraged by the numerous possibilities of representation and creation opened by technology. But I know their risks. I know how to make an account without a calculator. I have phone and commitments agendas. I play soccer and love beach. I have few, but good friends. The benefits of the iGeneration are many and should be exploited. As far right.