sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte final

E o último dia - infelizmente - chegou...

Mas as aventuras não haviam terminado! A pranchinha submarina FINALMENTE foi confirmada! Explicando: basicamente, é uma prancha de acrílico que você segura enquanto é puxado pelo barco durante 50/60 minutos. Você pode mergulhar, fazer piruetas e curtir o fundo do mar de uma maneira bem diferente. Pelo o que eu entendi, esse passeio originalmente se chamava Plana Sub. Até que começaram a copiar - é claro - e veio o Aqua Sub e - o nome mais simples - pranchinha submarina. No Museu dos Tubarões, você encontra indicações para o Plana Sub original.

Saímos do Porto de Santo Antônio e o barco fica por ali mesmo, da Praia da Biboca até o Morro do Forte de Santo Antônio, próximo ao Rugido do Leão (que tive o prazer de ver novamente). Em determinado momento, somos avisados que vamos passar sobre o navio grego Eleani Stathatos, que naufragou em 1929, impedindo até hoje a chegada de navios maiores a Praia da Biboca.



Mas não pensem que é fácil fotografar ou filmar durante esse passeio. Vejam o que aconteceu comigo:



Eu tava todo me sentindo, quando a câmera escapou da minha mão! Ainda bem que deixei ela presa no meu pulso. Qualquer problema que se tenha durante essa aventura, é só levantar a mão que você é puxado de volta, mesmo que seja só para ajeitar a máscara.
DICA 9: Esteja bem preparado para a pranchinha! De todos os jeitos: amarre bem a sunga ou o biquini, arrume uma boa máscara e malhe os braços, porque você vai precisar MUITO deles! Principalmente, se você for querer filmar/fotografar como eu, já que você precisará se sustentar com apenas um dos braços! Outra coisa: nas fotos acima, você deve ter visto que eu estava usando respirador. Então... se você ficar só na superfície, o respirador é excelente. Mas se você ficar mergulhando, esqueça o respirador e fique só na apnéia. Eu perdi o meu com a força de empuxo do barco e temo que algum golfinho vá comê-lo... E tem mais: a pressão submarina é forte! Seus ouvidos irão doer um pouco quando você mergulhar. Inclusive isso poderá destruir sua câmera mesmo que ela seja à prova d'água... como aconteceu comigo... Também não sei se aconselho fazer esse passeio no mesmo dia que você irá pegar um avião. São duas mudanças de pressão num mesmo dia e sua cabeça vai doer no fim.
Fim de passeio e consegui concluir os principais eventos da ilha. Faltou o forró do Bar do Cachorro (lembram que falei que ia ser uma viagem diurna?) e o Mirante dos Golfinhos. Sobre esse mirante, é preciso acordar BEM cedo, tipo 4h30 da manhã, porque os golfinhos entram na Baía dos Golfinhos a partir das 5h da manhã. Você fica mais de 50 mestros de altura com um binóculo avistando golfinhos... uma média de 500 a 800! Deve ser bem legal... mas acordar tão cedo para ver golfinhos de binóculo? Preferi ver os do barco que estavam BEM perto, mesmo sabendo que os golfinhos que se aproximam do barco são machos adultos que estão desviando a atenção dos turistas para o resto do grupo que está indo para outro lado (isso foi dito pelo especialista na palestra).

Voltei para o hotel, almocei e me preparei pra voltar para a dura realidade. E só uma música vinha a cabeça:


Valeu a pena, ê ê! Valeu a pena, ê ê!

Finalizo dizendo que é um passeio único na vida de uma pessoa. É caro? Sim, mas nem tanto quanto é dito pelo o que você recebe em troca. AN e DN. Viva 2011!


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte VI

Foi tanta natureza, tanta tranquilidade até aqui, que acabei tendo uma noite de catarse. Foram sonhos reveladores, abrindo a mente pra muita coisa na minha vida. Surreal. Papo de despertar! AN e DN!

E o dia foi surreal também... mas não por boas razões. Um cruzeiro aportou na ilha e aí... azar dos turistas que não fazem parte do navio! A ilha toda se volta para aqueles que só irão ficar um dia e querem fazer tudo ao mesmo tempo, cheios de grana no bolso. Não há taxi. Passeios ficam com reservas. Restaurantes lotados. Péssimo... mas lembre-se sempre que você está em Noronha.

Bom... eu resolvi passar a manhã na Cacimba do Padre, onde poderia aproveitar a Baía dos Porcos novamente e ainda andar pelas Praias da Quixabinha e do Bode. Pedi para o transfer do hotel me deixar lá e - como não havia taxis - me buscar às 13h. A maré estava baixa e consegui ficar bem perto de um dos Morros Dois Irmãos (talvez o barco tenha passado mais perto, mas a sensação de proximidade é ótima!).

Lembra que eu disse que a Baía dos Porcos, ainda tinha reservado um mistério pra mim? Pois é... o mar estava batido (o tal do swell...), mas a maré baixa me fez ver que tinha um ponto diferente: uma piscina natural protegida por leis ambientais... um grande aquário! ÍMPAR!

Fiquei tonto com isso aí em cima e perdi o maior tempão na Baía dos Porcos. Nem deu pra andar até a Praia do Bode por causa da maré. Acabei ficando nas barraquinhas da Cacimba, aguardando meu retorno... e aguardando... e aguardando... ainda bem que estava aguardando em Fernando de Noronha!

O transfer só me buscou às 15h30! Isso mesmo... 2h30 depois do combinado! E ainda me trouxe uma "excelente" notícia: o passeio de barco vespertino havia sido cancelado novamente! Eu ia ficar sem a pranchinha!!! Não... não... pedi pra marcarem a pranchinha na minha última manhã porque eu não ia sair da ilha sem fazer o passeio que todo mundo recomendou!

Faminto e frustrado, voltei ao hotel e resolvi almoçar no restaurante do porto, o Mergulhão. E foi a melhor coisa que eu poderia fazer! Um pôr-do-sol esplêndido, pra você lembrar onde você está e esquecer completamente qualquer problema que possa ter acontecido. E ainda estava cheio de gente bonita (como eu, é claro!)! Nota 10!

O fim da minha última noite foi mais social, com um drink no Flamboyant e um japonesinho no Arte & Sabor. Mas uma chuvinha apareceu pra lembrar que aquele dia tinha tido seus percalços. Tá... sem problemas... eu estava em Noronha!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte V

Cheguei no quinto dia de viagem sem uma mordida de mosquito e sem ardência solar... perfeito! E foi um dia ótimo, de descanso mesmo. Fui para a Praia do Boldró e lá curti a manhã toda com as minhas viagens, as minhas leituras e Djavan tocando sempre! Aliás... leia esse post ouvindo Passou:



Vi um coitado de um pescador penando pra ajeitar a rede, enquanto era molestado por aves de vários tipos. Sempre que ele ia ao mar jogar a rede, as aves atacavam suas iscas.
DICA 6: Cuidado, aves adoram um brilho! Se você for tirar fotos de aves, tome algum cuidado com sua máquina (e com seus dedos). O sol reflete nas câmeras prateadas e as aves acham que é o brilho das escamas de uma sardinha ou de alguma isca. Passei por um perrengue quando fui tirar foto delas e olhei pra cima... tinha uma MEGA-GIGA-POWER fragata em cima de mim, prontinha pra levar minha câmera e meus dedos!
Nada mais tranquilizante e belo do que encontrar uma nascente de água doce bem próxima ao mar...



O Boldró ficava relativamente perto do hotel, então, fui e voltei caminhando tranquilamente. O Projeto Golfinho Rotador e o Projeto Tamar são no caminho. Aproveitei para conhecer o local e saber qual seriam as palestras dos próximos dias. Eu não sabia se iria ver palestra nessa noite, porque tinha agendado um passeio de barco vespertino para ver o pôr-do-sol no mar e fazer pranchinha submarina (explico essa aventura depois). Esse passeio era pra ter ocorrido no dia anterior, mas foi cancelado porque estava rolando um swell, ou seja, uma ondulação oceânica que estava agitando o mar. Bom para os surfistas, péssimo para os turistas.
DICA 7: Programe os passeios com antecedência! Se você chegou até aqui e também leu o post anterior, já sabe porque estou falando isso. Mas estou repetindo por outra razão. As pessoas precisam se lembrar que 90% dos passeios em Noronha dependem das condições climáticas e - principalmente - marítimas. Qualquer coisinha no mar, e seu passeio é cancelado num estalo.
Adivinhem, então, o que aconteceu? Cheguei no hotel e meu passeio foi cancelado novamente! Pedi para continuarem tentando e fui descansar um pouco, para poder a proveitar a palestra no Tamar - que era sobre os golfinhos rotadores que vivem na ilha.
DICA 8: Palestra é point! Sério! Parece até que a vida noturna da ilha só começa após as palestras! Você encontra todo mundo que você se acostumou a esbarrar nas praias! A partir das 20h, rola um vídeo sobre o tema da palestra. Às 21h, começa a palestra que dura entre 1h e 1h30.
E foi incrível! Tanto o vídeo quanto a palestra foram com o chefão do Projeto, José Martins. Aprendi muito sobre os golfinhos rotadores e sobre o projeto que existe em Noronha para preservar e estudar esse animal. Você sabia que:
  1. Golfinhos teriam esse nome porque sua respiração parece uma golfada?
  2. Golfinhos já foram chamados de "suínos do mar"?
  3. Fernando de Noronha já foi chamada de Isle de Dauphine?
  4. Golfinhos possuem o melhor sistema de sonar do mundo (ecolocalização)?
  5. Golfinhos são os animais mais velozes do reino marinho?
  6. Golfinhos não dormem, entretanto, entram num estado de letargia braquicárdica, onde dependem somente da visão e ficam subindo e descendo em bando a cada 3 minutos para respirar?
  7. Golfinhos machos possuem um calombo genital e as fêmeas possuem fendas mamárias?
  8. Golfinhos fazem sexo por 10 ou 15 segundos, mas a fêmea copula com vários machos numa mesma vez?
  9. Por essa razão, a sociedade dos golfinhos é matriarcal - sem figura paterna - e todos os machos adultos protegem os filhotes do grupo como se fossem seus próprios filhos?
  10. Golfinhos rotadores são a espécie mais comprida e de focinho mais alongado?
  11. Golfinhos rotadores saltam até 3 metros fora d'água, dando 7 voltas em torno de seu eixo?

Descobri também que a tartaruga verde chega ao meu tamanho quando adulta!

A natureza é foda! Noronha é foda!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte IV

No meu quarto dia de viagem, eu já estava me considerando realmente um "Filipe de Noronha", um nativo, um residente! Mas a ilha ainda tinha belezas incríveis para me surpreender...

O planejamento do dia era conhecer a Praia da Atalaia no Mar de Fora (fora = lado da África... aliás, por essa razão, a música Mama África não me saiu da cabeça... se quiser ouvir, clique AQUI). Na noite anterior, fiquei sabendo que existe a trilha curta (que vai até a piscina natural e volta) e a trilha longa (que depois segue até o Buraco da Raquel). Apesar de cansativa, todos diziam que a trilha longa era imperdível. Eu tinha agendado a trilha curta, mas pude mudar na hora... e não me arrependi!
DICA 4: A Trilha do Atalaia é um passeio OBRIGATÓRIO, porém complicado. Por ser uma área protegida, é preciso agendar o passeio com alguma antecedência. Portanto, assim que você chegar na ilha, já o marque. O guia precisa avisar ao IBAMA, que irá marcar a hora com ele dependendo da Tábua das Marés. Esse passeio só pode ser feito pela manhã e cada guia só entra com um grupo de seis pessoas no máximo. É proibido ficar em pé na piscina por causa dos corais, então, é imprescindível o uso de colete. Repito: programe-se! Não deixe para fazer de um dia para o outro, porque você pode ficar sem passeio (e isso aconteceu com alguns hóspedes do hotel). E eu estou falando da trilha curta, hein?
O que falar da Atalaia? Nada... vejam as imagens a seguir. A cidade maravilhosa do Rio de Janeiro tem um Dedo de Deus na área serrana. Tenho certeza que a Ilha do Frade na Atalaia é a outra mão de Deus (ou seria da deusa?).


Infelizmente só podemos ficar 30 minutos mergulhando. Mas tudo bem... ainda tínhamos bons quilômetros para andar. Dei a sorte de ir sozinho com o guia do hotel (grande Tubarão!) e fiz a caminhada no meu tempo... digo isso porque é uma caminhada tensa. O início é tranquilo com paisagens de cair o queixo no Mirante da Pedra Alta e no Mirante da Pontinha. Cada parada é um flash! Mas depois chegamos na Enseada das Caieras... e aí... a coisa encrencou!

DICA 5: Vai fazer a Trilha Longa? Então vá de tênis! E tem mais: faça aulas de equilíbrio ou de Pilates antes da viagem. É sério! Ficar andando por quilômetros de pedras vulcânicas soltas é angustiante. A chance de uma torção ou queda sérias é de uns 80%. Em grupos grandes, fica ainda mais complicado. Sugiro paradas no caminho para apreciar a beleza do local e desanuviar a tensão. Ah... e protetor... MUITO protetor!!! Sugiro novamente um boné virado pra trás.
Sorte que o lugar é absolutamente lindo e ainda temos a oportunidade de ver outras piscinas naturais sem regulamentação ambiental, ou seja, podemos mergulhar a vontade. Aliás, numa delas nadei com uma tartaruguinha (!!!):




Paramos para ver a Caverna do Capitão Kid. Pra quem não sabe, a ilha de Fernando de Noronha já foi uma penitenciária! Dizem que nessa caverna existe uma grande jaula com um grande cadeado que só pode ser acessada em marés muito baixas e que os prisioneiros que ali ficavam sempre morriam na maré alta. Eu fiquei mais intrigado com os platôs vulcânicos que esguichavam água pelo mesmo sistema do Rugido do Leão (água entra por baixo e expele o ar por cima):



O árduo e cansativo caminho termina no Buraco da Raquel / Museu dos Tubarões, que já conhecia. Ainda bem que o guia era do hotel e o transfer de lá vinha nos buscar! Cheguei no quarto do hotel e apaguei! Foi a primeira tarde que dormi! Feliz demais, diga-se de passagem...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte III


Depois de mais uma bela noite de sono, embalada por sonhos de pura beleza noronhense, me dei conta que havia conseguido me desconectar do mundo real/virtual. Já não ficava procurando meu celular, muito menos me preocupando se minha caixa de e-mails iria estar cheia ou meu Facebook explodindo. Melhor impossível!

E aí, peguei meu material de mergulho (só colete e máscara) e fui para o Porto de Santo Antônio fazer o passeio de barco (que também recomendo fazer logo no início). Esse passeio consiste em conhecer as praias do Mar de Dentro (lembram? Dentro = mar voltado pro Brasil.) e as Ilhas Secundárias, garantindo 98% de chances de ver golfinhos rotadores pelo caminho. Leia esse post ao som de Bob Marley, que tocou ininterruptamente no passeio, mas eu juro que não rolou maconha e - dessa vez - eu não viajei (tanto):



O barco começa indo ao norte da ilha, para as sete Ilhas Secundárias: Viuvinha (cheia de fezes de aves, ou guano), Cuscuz (por causa da vegetação), São José (que tem o maior número de aves), Rasa, Sela Gineta (que tem um formato de sela de cavalo), do Meio e Rata (que tem um farol e um monte de rato mesmo). As ilhas Rasa e do Meio são calcárias e é possível ver que o mar está erodindo-as, ou seja, essas duas ilhas irão sumir um dia. As outras são vulcânicas.

Ilhas Viuvinha, São José, Sela Gineta, Rasa e Cuscuz.

Viramos e começamos a nos encaminhar para a parte sul, quando fui surpreendido por um ponto turístico natural que nunca ninguém falou (e nem fala), mas que achei interessantíssimo. No Morro do Forte dos Remédios, existe o chamado Rugido do Leão. Veja o vídeo com direito ao guia pedindo para o "leão" rugir:



O ar entra nas fendas do morro e fica preso por lá. Quando a água bate, ela pressiona o ar, que sai por cima fazendo esse barulhão! Por que ninguém fala sobre isso??? Achei incrível!!!

Bom... as praias vistas são: do Porto, Biboca, Cachorro, do Meio, Conceição, Boldró, do Americano, Bode, Quixabinha, Cacimba do Padre, Baía dos Porcos, Sancho e Baía dos Golfinhos. Falando em golfinhos... quando estávamos na Praia do Meio, fomos alcançados por um grupo de rotadores que acompanhou o movimento do barco! Vi três deles pularem na parte trás e também vi uma mãe com um filhote indo numa direção oposta. Só fui entender esses comportamentos depois, em uma palestra do Projeto Tamar...


O ponto de retorno do passeio é a Ponta da Sapata, a ponta sul da ilha. De longe, diz-se que parece um múmia... meio forçada, é claro. O grande barato desse local - proibido para banho por causa dos golfinhos - é a fenda na falésia chamada de Portão que, em determinados ângulos, parece o mapa da África ou o do Brasil. Eu acho que captei o "ângulo" da África, o mais interessante, afinal, o mar que se vê através é o Mar de Fora, ou seja, o mar da África!


No retorno, uma paradinha para mergulho no Sancho. E mais golfinhos! Tudo isso em uma manhã apenas!

Então... terminado o passeio, pedi para o transfer me deixar na Vila dos Remédios, de onde eu iria para a Praia do Cachorro. Engraçado foi ter visto um cachorro mesmo na escada para a praia, mas não pude ficar porque a praia tem pouca areia e a maré estava subindo. Decidi, então, pegar a trilha para a Praia do Meio e a Praia da Conceição, pois tem um bar que fica exatamente no meio das duas e se chama - óbvio - Bar do Meio.


Passei a tarde sentado no bar, comendo quitutes e curtindo tranquilamente a praia. Na ponta contrária, desta praia fica uma pedra com a imagem de uma santa. Do barco, eu vi e achei que era uma Nossa Senhora da Conceição, já que o nome da praia é esse... mas é, na verdade, uma Iemanjá! Não sei se o sincretismo está correto, mas o que eu sei é que a Rainha do Mar deve estar muito feliz de ficar por ali. Eu sei que eu estava...


PS.: Aqui cabe um detalhe de designer... na volta da Conceição, fui por uma trilha onde passei por trás da tal Pousada Zé Maria que tem um festival gastronômico caríssimo às quartas e sábados. A marca da pousada me lembrou o ator pornô Ron Jeremy... ruim, não?

sábado, 25 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte II

Depois de uma noite tranquila de sono (muito necessária), comecei o dia mais cansativo e lindo da viagem: o Ilha Tour. Esse é o programa fundamental da ilha e deve ser a primeira coisa a ser feita em Noronha, porque você conhece as principais praias e pontos turísticos do Mar de Dentro e fica sabendo onde voltar depois. Leva o dia inteiro (8h às 18h) e o almoço é incluso. Mas sugiro um café da manhã reforçado, mas não pesado. Evite leites e gorduras, porque você vai chacoalhar bastante no carro.
DICA 2: Vá de tênis! No máximo, uma daquelas sandálias de trekking. E utilize meia também, mas saiba que esse meia que você usar será jogada no lixo após o passeio. Escolha uma meia que não seja branca e você terá alguma chance de salvá-la no fim.
Meu guia era o engraçadíssimo Bodinho (Eliélson), cheio de frases de efeito! Aliás... todos os guias na ilha se apresentam com o nome e logo depois o apelido. O primeiro passo do grupo foi alugar equipamentos de mergulho no Lula. Achei bem baratinho, viu? E ainda tinha um lugar do lado que vendia água por $1,50, enquanto, toda ilha vende a $3,50 ou mais! (Pra quem for: é na rua da Xica da Silva)

PRIMEIRA PARADA: PRAIA DO SANCHO
O grupo chega de carro num mirante que separa as trilhas para a Baía do Sancho e para o Mirante dos Golfinhos. O caminho para o Sancho é através de uma fenda em uma pedra! Loucura! Mas, antes dessa aventura, Bodinho nos leva ao que ele chama de "Mirante Aiquelindu", porque todo mundo chega lá é diz "Ai que lindo"! E é realmente um espetáculo! Talvez por ser a primeira visão que temos das águas azuis e cristalinas de Noronha com os Morros Dois Irmãos em destaque!

A praia é realmente linda com suas escarpas, mas a vegetação fica muita seca nesta época do ano, dando ares de caatinga. É considerada uma das 10 praias mais lindas do mundo, mas talvez seja no inverno quando três cachoeiras se formam e chegam ao mar. Aí sim deve ser de matar! Me lembre muito de Santorini... ai ai...

Na saída, parecia que a terra estava parindo gente! Bodinho ficava brincando, dizendo que a fenda fechava de 5 em 5 minutos pra ver se a galera acelerava o passo

Preciso dizer que foi aqui que conheci a Mabuya, que são os pequeninos lagartos que infestam Noronha. Infestam MESMO! Pra onde você olha, tem mabuya! Aparentemente são dóceis e espantáveis, mas não deixe doces e comidas à vista, porque eles são capazes até de entrar em bolsas para comer e sair sorrateiramente. Também somos apresentados a inúmeras espécies de aves, como o Atobá, a Viuvinha, o Rabo-de-Junco e a Fragata.

DICA 3: Besunte-se de protetor solar. Ao sair de um delicioso mergulho salgado, besunte-se novamente. E leve chapéu! De preferência, um boné, porque ele pode ser virado para trás e sua nuca fica protegida. Vi gente utilizando um toalhinha presa no chapéu para proteger a nuca.

SEGUNDA PARADA: CACIMBA DO PADRE E BAÍA DOS PORCOS
Ainda em êxtase pelo Sancho, somos levados de carro a Praia da Cacimba do Padre - que tem esse por causa de um fosso de água no caminho para a praia. É lá onde ocorrem os campeonatos mundiais de surfe e a Globo anda fazendo um reality show esportivo. Acho que é a maior extensão de praia pois ela se conecta as Praias da Quixabinha e do Bode sem muita dificuldade. É também a única praia onde se vê cadeiras e guarda-sóis na areia... e mesmo assim, só três, colocados pelos dois restaurantes que ficam lá. Se a maré estiver baixa você pode se aproximar bastante de um dos Morros Dois Irmãos.

Sinceramente a Cacimba é só uma praia... porque, ao lado, fica a incrível Baía dos Porcos. Esse nome é por causa de alguma coisa relacionada a EUA e Cuba que não me lembro, até porque não tem nenhum porco e a limpeza da água é protegida por leis ambientais. Não se pode mergulhar nas piscinas naturais, só aproveitar o mar que traz a fauna marinha pra bem perto da gente.

Aqui, eu já comecei a ficar enebriado por Noronha. A Baía dos Porcos é de uma beleza ímpar e ela ainda reservou um mistério pra mim alguns dias depois... Almoçamos um charéu (peixe) na folha de bananeira, que deve ser um prato típico da ilha. Dá pra dividir pra duas pessoas e o preço fica razoável.

TERCEIRA PARADA: BOLDRÓ
Essa foi uma parada rápida, pois só eu não conhecia ainda a bela Praia do Boldró. Boa extensão de areia e um pouco de vegetação ainda viva faziam essa praia ter um ar tão aconchegante que eu voltei depois. Adorei os coqueiros sombreando e um riozinho de água potável que desembocava do mar salgado.


QUARTA PARADA: BURACO DA RAQUEL
Em seguida fomos ao Buraco da Raquel, que é um buraco numa pedra vulcânica que possui inúmeras lendas sobre uma tal Raquel - poderia ser tanto uma residente autista que só se acalmava por lá, ou a filha safadinha de um militar que ia pra lá "namorar". O lugar é bem bonito e do mirante é possível ver a Pedra do Porta-Aviões, a Enseada das Caieras e o Alagado dos Tubarões.

Nesse mirante também fica o Museu dos Tubarões, onde somos informados sobre essas criaturinhas violentas e comemos o famoso tubalhau (bolinho de tubarão ao invés de bacalhau que tem gosto de bacalhau mesmo, ou seja, se botaram bacalhau no meu, eu comi achando que era tubarão).


QUINTA PARADA: PONTA DA AIR FRANCE
O nome Air France não tem nada a ver com o recente acidente aéreo na região. O local serviu de base aérea para esta companhia estrangeira nos anos 1920. Numa das três construções da época que restaram, fica instalada atualmente a Associação de Artesãos de Fernando de Noronha, onde também funciona um curso de educação artística para crianças da Ilha.

Essa é a ponta superior da Ilha, onde podemos ver pela primeira vez o encontro do Mar de Dentro com o Mar de Fora - que, na verdade, é o mesmo Oceano Atlântico, mas tem o lado da Ilha voltado para o Brasil (dentro) e o lado voltado para a África (fora). É também onde somos apresentados a algumas ilhas secundárias: Viuvinha, Rasa e Sela Gineta.

Antes do Air France, ainda conhecemos a pequenina Capela de São Pedro dos Pescadores.

SEXTA PARADA: BAÍA DO SUESTE
Fomos, então, para nossa primeira praia do Mar de Fora: a incrível Praia do Sueste, onde podíamos fazer snorkeling! Eu nunca tinha feito, mas peguei minha máscara, meu respirador, meu colete e minhas nadadeiras para não perder nada! E minha primeira vez foi incrível (ui!)! Nadei com tartarugas, fugi de tubarão, passei no meio de cardumes... nada mais a declarar!

SÉTIMA PARADA: PRAIA DO LEÃO
Essa também foi bem rápida, porque ficamos apenas no mirante. A Praia do Leão tem esse nome por causa de uma pedra em sua enseada que deveria parecer um leão marinho, mas Bodinho achava mais parecido com um hipopótamo e eu fiquei achando que parecia um cachorro. Mas não importa, o sol já estava descendo e a vista ficando incrível!


OITAVA PARADA: MIRANTE DO FORTINHO DO BOLDRÓ
Pra finalizar, que tal um pôr-do-sol no Mirante do Fortinho do Boldró? Bodinho disse que seria um "eclipse nuvial" porque estava meio nublado. Mas eu não podia pedir mais nada! Me lembrei novamente de Santorini, da curtição de ver o sol se pondo no Mediterrâneo... ai ai... E foi aqui que todo o êxtase pelas belezas que eu tinha visto resultou na maior viagem ácida sem ácido que eu já tive:
Não é o sol que está se pondo, é a terra que está girando.

Não viajei? Foi pior do que as nuvens do post anterior, não? Pois é... isso tudo deu uma mexida nas minhas perspectivas a partir dessa viagem. Agora eu digo que minha vida é AN e DN - antes e depois de Noronha. E olha que esse ainda foi o segundo dia de viagem...

Natal do século XXI

Nem o nascimento de Jesus escapa...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte I


Voltei... infelizmente, mas voltei! Na verdade, corpo e mente voltaram, mas o espírito ficou. Pode parecer literal demais, mas viajei nessa viagem! Vou fazer um dossiê diário por aqui com dicas e acontecimentos dessa minha experiência única.

Comece ouvindo O Sol, do Jota Quest, porque pra onde tenha sol, é pra lá que você vai sem dor ou medo! Deixe tocando enquanto você lê:


Minha "viagem" começou no vôo mesmo. Comecei a curtir os céus pela janelinha do avião e me deparei com a loucura que são as nuvens. Você já parou para prestar atenção nas nuvens? Num conjuntinho de fumacinha que anda pra todos os lados na direção do vento, mudando constantemente de forma? Passei toda a viagem reparando nisso...
DICA 1: Se puder escolher os assentos de seu vôo para Noronha, escolha do lado esquerdo do avião, pois a rota aérea mostra toda a ilha desse lado! No caso da Gol, a poltrona A é da janela esquerda!
O pequeno aeroporto estava em obras, mas - ainda bem - foi tudo bem rápido mesmo com a quantidade gigante de papel que tem que apresentar (taxas ambientais, comprovante de hospedagem etc etc etc...). O transfer me levou para o hotel e já se via o Morro do Pico, que é avistado de praticamente todo ponto da ilha. E aí eu pergunto: "Morro do Pico"... todo morro não tem um pico? Qual o sentido desse nome? Esqueci de perguntar, mas acho que não teria explicação, não... a não ser... que seja uma explicação erótica...

No Hotel Dolphin, fui SUPER-ULTRA-HIPER-VULCAN-MEGA-POWER bem recebido! Recomendo a todos que forem para lá! Obrigado Selma, Bárbara, Aline, Rildo (Tubarão), Eneida, Gardênia, César, Fabio e todos os outros que trabalham no hotel. Fiquei num quarto ótimo bem reservado e com vista para o Morro do Pico, é claro.


Me instalei rapidamente e já fui pra rua reconhecer o terreno. Para um lado, tinha Praia da Conceição, Projeto Tamar e Praia do Boldró. Para o outro, o Centro Histórico da ilha que foi minha opção. No caminho, dou de cara com a frase "Pernambuco com Design" em uma parede, o que me fez procurá-lo por todos os lados...


E que tal o bar Ousadia que botou uma "perigosa" ponte para você chegar até ele?


Bom... o Centro Histórico fica na Vila dos Remédios. Lá conheci o Palácio São Miguel, a Igreja Nossa Senhora dos Remédios e o Reduto de Sant'anna. Passei também pelo famoso Bar do Cachorro (onde tem o forró - que não fui porque optei por uma viagem diurna e não noturna), que possui um mirante para a Praia do Cachorro e a Praia do Meio. Voltando já no fim da tarde, lanchei uma tapioca numa lanchonete simpática chamada Empório São Miguel. Achei a marca tão bem feitinha que fotografei e achei que Noronha iria reforçar a idéia do "Pernambuco com Design".


Voltei ao hotel para terminar de me instalar e organizar meus próximos dias com passeios e afins. Jantei no bom restaurante Acqua Marine do hotel, onde comecei minha "dieta mediterrânea": só comi peixe (e camarão!) no paraíso.

No primeiro dia, ainda não é possível se desconcetar do mundo real/virtual. Mesmo sem computador e com o celular desligado, fiquei pensando na hora, nos e-mails, nos malditos spams, no Facebook e por aí vai. Mas é claro que isso mudou ao longo dos dias que contarei por aqui.

PS.: Nunca consumi psicotrópicos na minha vida. Viajei MESMO!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Já volto...

Um ano pra se entender o que é design

Em 2011, tenha um calendário que te explique o que é design. Iria facilitar muito a minha vida se todos entendessem...


Esse foi criado pelo designer francês Fabien Barral, que mantém o site Graphic-Exchange, um espaço de inspiração.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Literal

Ser literal às vezes é necessário para ser claro. Essa foi a idéia do estúdio londrino Mash Creative para sua coleção de itens State of the Obvious (estado de óbvio).


Divertido!