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sábado, 8 de abril de 2017

O Wolverine que eu sempre quis no cinema (?)

Eu sou colecionador de quadrinhos desde 1990 e possuo uma coleção de 8 mil edições. O número 36 do antigo gibizinho dos X-Men (Ed. Abril) me apresentou Wolverine e foi o cliché do amor à primeira (re)vista. Explicar o porquê disso acho que nem fazendo terapia, mas é fácil entender porque os mutantes se tornaram o que são hoje. Eles representam todas as minorias que possuem o potencial de fazer o mundo melhor, mas são impedidas por medos e preconceitos. Wolverine é aquele que enfrenta isso com uma coragem ímpar, mesmo tendo toneladas de questões próprias a resolver. E ainda faz de forma cínica, com um humor ácido só dele.

Quando disseram que iam levar o universo mutante para os cinemas, eu fiquei num estado de êxtase incomparável. Cheguei a ter queimação no estômago e suor frio ao ver o filme que iniciou a franquia em 2000. Toda essa exaltação se transformou numa expectativa louca que parecia se frustrar por conta de um purismo amadurecido em 10 anos de leitura. Como Wolverine poderia ser interpretado por um ator de 1,90m quando ele é o “nanico” dos quadrinhos? Isso foi se suavizando com o entendimento de que mídias diferentes precisam de adaptação e que Hugh Jackman incorporou o herói de uma forma inexplicável.

E aí... 9 filmes e 17 anos depois... chegamos ao alardeado último filme de Hugh Jackman como o Wolverine. As críticas foram tão positivas que não tinha como a expectativa não se elevar. A frase mais comum de se ouvir era “esse é o filme que você sempre pediu do Wolverine”. Será?

Bom... o filme que eu pedi não é esse. Não funcionou pra mim. Para entender isso, resolvi fazer uma maratona dos filmes X e uma releitura do que já havia escrito sobre eles. Mas, entenda, eu farei uma análise muito mais quadrinística, do personagem em si, do que propriamente sobre cinema, pois sou cinéfilo, mas não expert na telona.

Então, vem comigo:

X-MEN – O FILME
X-Men, 2000 = sigla X1

Esse filme deve ser reverenciado por todo mundo que ama quadrinhos porque ele é O precursor, aquele que abriu caminho para a nova onda cinematográfica dos super-heróis. Eu sei que tivemos inúmeros Supermen e Batmen antes, mas é nesse que o grande público fica conhecendo os mutantes e mostrou o potencial do retorno desse gênero na telona. O filme foi tão grandioso que influenciou os próprios quadrinhos de onde saíram.

Com 10 minutos de filme, somos apresentados a Wolverine numa arena de luta, onde ele é ligado à jovem Vampira e começa a ser o fio condutor da história. Essa ligação se assemelha ao que a Marvel fez com sucesso nos quadrinhos entre o carcaju e a jovem Jubileu (que chega a aparecer de passagem em uma cena desse filme, mas com a fala cortada), mostrando o coração enorme do baixinho e seu potencial como mentor.


Nos minutos seguintes, vemos que Hugh Jackman (mesmo não sendo o nanico que o personagem pedia) veste a jaqueta do herói com maestria até quando enfrenta um Dentes-de-Sabre ridículo e selvagem em uma história que permite um rumo diferente das HQs.


Em flashbacks de sonhos ou telepatia, temos o primeiro vislumbre do passado sombrio de Wolverine com a aplicação de adamantium em seus ossos. Seus colegas de equipe ficam impressionados com as experiências que fizeram nele e com sua falta de memória, além – é claro – de seu incrível fator regenerativo. A relação com Jean se torna o segundo fio condutor, mas não só desse filme, como de toda a primeira trilogia.


Ainda nem sabia o que era blog quando esse filme foi lançado, então, jamais fiz uma resenha. Não é o objetivo aqui, mas aconselho: vejam. É aqui que Hugh Jackman alça o personagem (e o ator) ao estrelato fazendo com que o segundo filme da franquia tenha o seu passado como base.


X-MEN 2
X2, 2003 = sigla X2

O início de X2 nos apresenta o mutante Noturno em uma cena incrível, abrindo passagem para o passado de Wolverine no Lago Alkali e para a ascendência da Fênix. Novamente, Wolverine é colocado com os mais jovens e acaba como um “professor” (o que depois gerou uma série televisiva animada e o herói ganhando esse cargo nos quadrinhos). Sua cena principal inclusive se dá na escola de Xavier, quando precisa proteger os alunos de um confronto militar. Hugh Jackman protagoniza uma cena realmente digna do herói com violência e drama na medida exata.



No primeiro filme, Wolverine tem duas cenas de combate: uma contra Mística e outra contra o Dentes-de-Sabre de araque. Apesar da violência não sanguinolenta, em ambas ele termina cravando suas garras nos vilões (que supostamente não podem morrer). Já nesse segundo filme, Yuriko (a Lady Letal dos quadrinhos) trava uma luta bem agressiva com o herói e o deixa bem mal. O fim da vilã pode ter servido de inspiração para a “morte definitiva” de Wolverine nos quadrinhos.


Com a presença do General William Stryker (em sua primeira aparição cinematográfica) e a locação do Programa Arma X, a memória de Wolverine retorna mais um pouco: vemos o tanque de adamantium e cenas de sua fuga dolorosa e violenta que deixou marcas nas paredes. Numa conversa com o general, Logan fica sabendo que ele se voluntariou para o programa e ainda trabalhou com ele.


Ficou parecendo que os responsáveis pelo filme quiseram entrar no esquema da Marvel de oferecer pouco sobre Wolverine e ainda iniciaram o processo de vulnerabilização do personagem (que até chora com a “morte” de Jean).


X-MEN 3: CONFRONTO FINAL
X-Men: The Last Stand, 2006 = sigla X3

Complicado falar de um filme que deteriorou a franquia mutante no cinema ao fazer as piores escolhas para levar a Saga de Fênix para a telona. Wolverine, por exemplo, continua em seu processo de domesticação (termo que chega a ser usado). Dessa vez não é a posição de professor que o transforma, e sim o amor por Jean. Ele altera de líder pra chorão o tempo inteiro e isso vai descaracterizando-o e desestabilizando-o. Mas esse amor é o que vence no final.


Wolverine tem novamente duas cenas de combate: a da floresta em busca de Jean, onde ele solta seu lado furioso quase como a cena da mansão no filme anterior; e a cena final onde enfrenta tantos mutantes aleatórios que quase não conseguimos ver. Mas são duas outras cenas que chamam atenção porque enxergamos a essência do personagem: logo no início, na Sala de Perigo, onde acontece o arremesso especial com Colossus e, no meio da batalha dos mutantes, quando enfrenta o mutante que regenera os braços mas não um chute certeiro.


Curiosidade: em uma cena deletada, Wolverine abandona os X-Men depois de ter matado Jean e retorna ao bar onde lutava por dinheiro e encontrou Vampira em sua primeira aparição.


X-MEN ORIGENS: WOLVERINE
X-Men Origins: Wolverine, 2009 = sigla W1 = resenha original

Mesmo com a queda dos X-Men no cinema, Hugh Jackman transformou Wolverine num personagem maior. Nos quadrinhos, por exemplo, ele se tornou onipresente participando de mais de uma equipe dos X-Men, tendo uma equipe própria, virando um Vingador, além de sua série solo. Nessa época também foi revelada não só uma parte do passado obscuro de Logan (na saga Origem, utilizada como referência para esse filme) como devolveram suas memórias há tanto perdidas.

O passado secreto de Wolverine é, então, construído: sua infância no século XIX, suas garras de osso, sua ligação fraternal com Victor Creed (Liev Shcreiber como o Dentes-de-Sabre certo, à altura do sádico personagem) ao longo do tempo, os colegas mercenários – com direito a Deadpool (ruim), a segunda aparição do Coronel Stryker no cinema e como perdeu sua memória. A caracterização de Hugh Jackman está beirando a perfeição em um filme recheado de referências que vão desde frases icônicas à jaqueta que remete ao uniforme clássico, mostrando que o objetivo era fazer um filme para fãs.

Temos também a primeira versão completa de como colocaram o adamantium em Logan sem ser em sonhos ou flashbacks cortados. Temos poucas diferenças visuais e conceituais com relação ao mostrado anteriormente, mas a desculpa recai sobre a memória fragmentada de Logan. Sabemos que ele foi voluntário para o Programa Arma X em busca de vingança contra Dentes-de-Sabre e tem uma fuga com menos violência do que esperado. A saída do tanque de adamantium vai ficar marcada – e não só por causa da nudez de Hugh, mas pela ferocidade que se aproxima do ocorrido nas HQs.


As duas disputas entre Wolverine e Dente-de-Sabre são ótimas, mas é a cena da Moto vs. Helicóptero – a primeira que Wolverine utiliza suas garras recém-cobertas de adamantium – que será lembrada nesse filme que tinha tudo pra ser o tal que eu pedi.


Acontece que, mais um vez, escolhas erradas descaracterizaram personagens coadjuvantes que deveriam dar profundidade a Wolverine mas tiraram seu foco, como:
  • Raposa Prateada (Kayla): um personagem obscuro e importante nos quadrinhos que virou uma mutante com poderes de persuasão e irmã de...
  • Emma Frost? Oi? Pra quê?
  • Gambit (Remy LeBeau): mero ladrão irritadinho sem charme algum que é totalmente desnecessário no filme;
  • Ciclope (Scott Summers): ué... ele conhecia o Wolverine? Porque em X1 eles nunca se viram e, mesmo cego, é impossível não saber que havia sido salvo por Wolverine;
  • Deadpool... Ryan Reynolds perfeito no papel, mas que vira uma mistura genética que literalmente estraga o filme (não só o final dele).
Não é por uma questão de purismo. É uma questão de motivo inexistente. Veja: tire Emma, Gambit, Ciclope e Deadpool do filme e coloque Dentes-de-Sabre como o vilão principal com Kayla normal como nos quadrinhos. Pronto.

Curiosidade: na cena de pós-créditos, Logan está no Japão indicando o que vinha a seguir em seus filmes solo... mas... que você vai perceber que não tem lugar na cronologia.


X-MEN: PRIMEIRA CLASSE
X-Men: First Class, 2011 = sigla PC = resenha original

Uma única e divertida cena para Wolverine em um filme que foi feito para acertar (e acertou) a franquia mutante depois do fraco X3:
Xavier e Erik procuram mutantes por todo mundo e chegam até Hugh em um bar. Os dois se apresentam e levam um go fuck yourself na lata.

Essa cena é perfeita para o personagem e marca seu primeiro encontro com Xavier e Magneto, mas também começam as confusões cronológicas:
  • Por que em X1 tanto Xavier quanto Magneto parecem não conhecer Logan se eles tiveram essa cena?
  • Xavier aparece em uma brevíssima cena final do filme de origem de Wolverine: ele salva os mutantes presos ao guiar telepaticamente Ciclope para seu helicóptero. Mas vem cá... Um telepata poderoso como Xavier não teria ajudado Wolverine como ajudou Ciclope? Ou pelo menos pressentido ele? E como assim Xavier já estava careca?
  • Também convém falar aqui da terceira aparição de Stryker. Mais um ator faz o coronel num papel desligado de Wolverine, mas ligado à questão mutante. A idade dos atores não bate: velho na primeira, novo na segunda e ainda mais velho agora?

WOLVERINE IMORTAL
The Wolverine, 2013 = sigla W2 = resenha original

Um Wolverine atormentado pelo passado e pela morte de Jean começa o segundo filme já fazendo a gente se perguntar: mas na cena pós-crédito anterior ele já não estava no Japão? O que ele está fazendo agora no Canadá? Calma que ele chega lá, mas veremos que aquela cena do bar não se encaixa.

É importante saber que o Logan das HQs é realmente/finalmente “domesticado”, por assim dizer, no Japão, pois é onde ele encontra o amor de sua vida, Mariko Yashida, e se entrega a uma vida caseira e de paz. Logan ganha camadas nesse arco histórico e deixa de ser um baixinho furioso para ser alguém com sentimentos. E esse é também o objetivo do filme e – pensando bem – de tudo que foi feito até esse ponto, mas acaba girando em torno da morte ao invés do amor.

Bom, ele nem chega direito no arquipélago e tem seu fator de cura enfraquecido pela vilã Víbora (por que mutante?). Ao enfrentar a Yakuza numa batalha bem sangrenta, começa-se a tirar o “super” do herói. Perceba que essa é a primeira vez que falo em Wolverine como um super-herói, porque ele não é tratado como tal. Ele carrega o heroísmo trágico da mitologia e seu fator de cura lhe confere o “super”, mas suas atitudes estão mais para a de um anti-herói. Portanto, todo o processo de “suavização” parece tornar seus feitos maiores: cada tiro que não cura, o eleva.

Contra Shingen Yashida, Wolverine já recuperou seu fator de cura depois de uma “autocirurgia” e o combate é um dos melhores (se não, o melhor). Também tem um monte de ninja e a luta no trem-bala, que é mais efeito do que outra coisa, mas o Samurai de Prata é decepcionante, assim como o resultado final. A vontade de mostrar Wolverine como um ronin, um samurai sem mestre, perdido num ambiente exótico e hostil acabou foi deixando todo mundo perdido.


A cena pós-crédito vem pra avisar que tentarão consertar tudo: Magneto e Xavier buscam a ajuda de Wolverine porque algo maior está por vir. Claro que fica a pergunta: como o Xavier careca está vivo se a Fênix o explodiu em X3? Sim, nós sabemos que no final Xavier enviou sua mente para um corpo moribundo, mas daí a ter a mesma cara de Patrick Stewart é demais.

Curiosidade: em um final alternativo, Yukio entrega para o Logan o clássico uniforme amarelo e marrom! Deixando um gostinho de esperança...




X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO
X-Men: Days of a Future Past, 2014 = sigla DFE

Já fiz uma boa resenha desse filme, mesmo na flor da pele. Nela eu falo sobre o arco de quadrinhos de onde o filme foi inspirado e deixo claro que Wolverine não seria necessário como protagonista na trama. Mas como deixar Hugh Jackman de fora dessa nova trilogia? Impossível... assim como a oscarizada Jennifer Lawrence – a Mística – também precisava de destaque mesmo que ela seja um enorme paradoxo (afinal, Mística aparece na primeira trilogia sem ter qualquer relação com Xavier, mas nesse filme o velho Xavier se lembra dela).

Como Wolverine é o foco desse texto, então... Ele volta no tempo – num corpo mais novo e mega bombado (desde W2) que não condiz com o corpo de X1 (vide foto abaixo) – pra ser a bússola moral de um Xavier perdido. Magneto parece não conhece-lo, mas Xavier lembra da curta e divertida cena do filme anterior. Porém, o maior problema é: se ele perdeu as garras de adamantium no Japão, como elas reapareceram no futuro? Pois é... sem explicação, assim como o retorno do Xavier careca.


Eu odeio viagem no tempo. Muito! Entendam que a partir do momento que Wolverine volta no tempo, ele abre uma nova linha temporal e isso faz com tenhamos duas realidades: uma da primeira trilogia, com os primeiros solos do Wolverine e o Primeira Classe; e outra que começa aqui e acaba no último filme do Wolverine. Então, quando o novo Xavier entra na mente de Wolverine, ele vê um vislumbre da primeira trilogia, uma outra linha do tempo, onde se encontra com seu possível futuro careca.

Bom... aos poucos, Wolverine deixa de ser personagem principal, pois o trio Xavier/Magneto/Mística é o cerne da nova trilogia. Por exemplo, não há um combate significativo sequer para Logan nesse filme. Em certo momento, Logan tem um refluxo de memória ao olhar para o jovem Stryker e se lembra do Stryker (e do adamantium) de X2... Então... espera... se esse é o Júnior, o do Primeira Classe é o pai; Júnior cresce e vira o do primeiro filme solo do Wolverine; cresce mais um pouco e vira o do X2 que tem um filho mutante. Parece que isso se resolveu. Ou não?

Na cena final de Logan no passado, Magneto cruelmente crava vergalhões em seu corpo e o lança no fundo do mar onde ele se afoga. Quem o retira da água, é Stryker que, na verdade, é a Mística. E isso quer dizer o quê? Não fica claro e não foi resolvido no filme seguinte, deixando um buraco. Em um final alternativo, é somente o Stryker que o tira da água, e faz mais sentido... mas lembre-se: esse seria um final alternativo de uma linha temporal.


Confuso? Veja a cronologia mais abaixo e tenha certeza que será ainda mais confuso.

Curiosidade: em uma cena deletada, o Wolverine do futuro beija Tempestade, acompanhando os quadrinhos da época, onde os dois estavam formando um casal.


X-MEN: APOCALIPSE
X-Men: Apocalypse, 2016 = sigla APO

Lembre-se: agora estamos em uma nova linha temporal, ou seja, os responsáveis pelo filme, podiam fazer o que queriam com o passado do Wolverine. Então, Wolverine tem uma única cena: a fuga sangrenta do Programa Arma X no Lago Alkali (bem mais parecida com o que se sabe nos quadrinhos). Ele recebe a ajuda de uma Jean Grey jovem e sai correndo pelas florestas do Canadá desmemoriado e com mullets.



O que fica claro pela cena final dele em “Dias de um Futuro Esquecido” e por essa cena é que agora Logan não foi voluntário do Programa Arma X, mas uma vítima de Stryker. Não sabemos como ele perdeu a memória, mas não foi uma bala de adamantium como no primeiro filme solo do herói. Isso significa que DFE deve ter apagado os dois filmes dele. É...

A cena pós-crédito desse filme se liga diretamente ao último de Logan: enquanto militares limpam a bagunça feita por Wolverine em sua fuga, uma empresa de genética pega uma amostra de seu sangue. O nome dessa empresa (Essex Corp) remete a um dos grandes vilões da franquia X, o Sr. Sinistro, e nos leva a crer que teremos clone... e não é que é (quase) isso mesmo?

OBS.: Sobre o filme em si, tem altos e baixos – principalmente em termos cronológicos –, mas, no geral, essa segunda trilogia é muito boa!


LOGAN (2017)

E aí chegamos ao alardeado último filme de Hugh Jackman como Wolverine, considerado “o filme que você sempre pediu do Wolverine”.

Longe disso pra mim! As críticas e fãs se apoiaram na violência explícita para dizer que era um filme do Wolverine. Não! E vou além: o filme é comum.

Sim. Estou sendo um herege. Mas venha comigo... Quantos filmes já foram feitos sobre um brutamontes que tem que lidar com uma garotinha? Quantos filmes já foram feitos que os protagonistas precisam viajar de carro pelos EUA e encontram desafios no caminho? Tem até um nome pra isso: Road movie. E isso é só o começo das críticas.

Tudo nesse filme é excessivamente misterioso, deixado de forma superficial:
  • Temos um preview de Xavier como arma mortal tanto em X2 quanto em APO, mas, afinal, o que houve com os X-Men? Só sabemos que Xavier detonou 600 pessoas em Westchester, entre eles, sua equipe. Nem um flashback?
  • O quê levou Wolverine a ficar doente? Tá... tem a história do envenenamento pelo adamantium (que até já foi trabalhado nas HQs), mas o que levou ao enfraquecimento de seu fator de cura? Porque ele só poderia ser envenenado pelo adamantium se seu fator de cura estivesse fraco. Uma frase no filme resolveria isso...
  • E a tal Essex Corp. da cena pós-crédito do APO? Pra onde foi? Por que mudou de nome para Transigen quando Essex é bem mais significativo?

Isso foi feito com a desculpa de focar na humanização de Logan (e por isso o filme não tem Wolverine no título), mas tudo dá destaque pra Laura (Daphne Keen), a X-23, a garotinha que tem sua história bem mais desenvolvida e suas cenas de combate bem mais interessantes, como se fosse uma passagem de bastão. Logan só é interessante quando está com ela. Até Xavier tem mais textura como personagem.

Um corporação sem rosto é o vilão perfeito para um filme que só quer mostrar violência sem razão. Os ciborgues Carrascos são insignificantes, nem precisam ser eles no filme (nas HQs, eles são responsáveis por uma das maiores surras que Logan já levou e marcam o início da relação do herói com a jovem Jubileu). Mas qual seria realmente o melhor vilão para Wolverine se não ele mesmo? Até existe um ciborgue (Albert) nas HQs que talvez se encaixasse melhor na história, considerando os Carrascos, mas era preciso ser um clone com uma raiva desenfreada "construída" (hã?) para duplicar a presença de Wolverine na tela e mostrar o Wolverine humano vs. o Wolverine animal.

Reduzir Wolverine à violência desenfreada é um desconhecimento claro do que foi feito no cinema até agora: a sua domesticação, sua ida da imortalidade para a mortalidade. Isso é poético, interessante, mas não é o Wolverine. Dito isso, vale ressaltar as atuações soberbas.


CRONOLOGIA
Vou tentar, destrinchar a cronologia do herói, onde já será possível encontrar as incongruências:
  • 1845: James Howlet descobre suas garras. (W1)
  • 1945: Logan é prisioneiro em Hiroshima e sobrevive à bomba atômica. (W2)
  • 1962: Logan é procurado por Xavier e Erik. (PC)
  • 1973: Mística mata Trask e é capturada. (informação dada em DFE)
  • 1975: Logan e Victor são recrutados por Stryker para a Equipe X. (W1)
  • 1979: Logan deserta do programa Arma X na África. (W1)
  • 1985: Wolverine ganha seu adamantium, mas termina sem memória. A cena final de salvamento dos mutantes por Xavier ainda é uma inconsistência cronológica. (W1)
  • 2000: Wolverine conhece Vampira e, na sequência, os X-Men.
    Fica a tal pergunta: ué... mas se eles só se conheceram aqui, o que aconteceu em 1962 e 1985 foi esquecido? E Mística? Como se soltou? Como ficou muda? Como não conhece Xavier? (X1)
  • 2001: Wolverine enfrenta Stryker no Lago Alkali. (X2)
  • 2003: O confronto final contra Fênix. (X3)
  • 2013: Logan vai ao Japão pela primeira vez, depois de Hiroshima, provando que a cena no bar não se encaixa. (W2)
  • 2015: No aeroporto, Logan é alertado por Xavier e Magneto sobre os Sentinelas de Trask, mas ninguém sabe como Xavier está vivo em seu corpo original depois do fim em X3. (W2)
  • 2025: Na China, os X-Men enfrentam os novos Sentinelas, enquanto Kitty manda a mente de Logan para 1973. (DFE)

No momento que temos a viagem no tempo, começa uma nova linha temporal, uma segunda cronologia...
  • 1973: Wolverine do futuro entra no Logan do passado para impedir Mística de matar Trask. (DFE)
  • 1974: Wolverine ganha seu adamantium no Programa Arma X (especulação)
  • 1983: Wolverine é libertado do programa por uma jovem Jean e o sangue de Logan é coletado pela Essex Corp. (APO)
  • 2004: Nasce o último mutante. (informação dada em Logan)
  • 2025: Quando retorna, Wolverine, encontra uma mansão futurista com todos os seus amigos vivos, inclusive Jean e Ciclope. (DFE)
  • 2029: Os últimos dias de Logan. (Logan)

É muita confusão! Veja se esse vídeo ajuda:



CONCLUSÃO
Depois dessa maratona cinematográfica e desse textão, posso dizer o seguinte: o verdadeiro Wolverine, o das HQs, está no primeiro filme dos X-Men, construído da maneira correta pelo ator e pelo diretor. Ali temos a essência dele. Porém, em uma entrevista, Hugh Jackman deixou claro que não conhecia direito o personagem ao fazer a audição para ser Wolverine e, por isso, fez o filme se divertindo. Seu amor pelo personagem cresceu com os filmes, mas ele afirma que nunca havia conseguido fazer o que queria nos filmes dos X-Men.

No primeiro filme solo, Hugh começou a tomar conta do personagem. Cresceu fisicamente e pediu um filme onde pudesse trabalhar não só a origem geral de Wolverine, mas também sua personalidade atormentada e furiosa. E olha... quase conseguiu. Se não fossem os péssimos coadjuvantes...

Interessante é que quando resenhei o primeiro filme solo do Wolverine eu disse “não é um filme de super-herói”... e, mesmo que ele esteja mais para um anti-herói, foi o mais super-herói dos três! E mais louco ainda é que depois da resenha do segundo filme, eu pedi SANGUE!

Então, Filipe, você está sendo contraditório! É... em parte. Por isso, a importância dessa maratona e de ter parado de fazer resenhas logo depois de ver os filmes, ainda embalado pela emoção. Revendo Wolverine Imortal, por exemplo, achei melhor do que escrevi na resenha. Gostei um pouco mais de Logan ao revê-lo (vi na versão preto e branca, noir), mas ainda passou longe de ser o filme que pedi.

Com isso, digo que o filme do Logan que todo mundo sempre pediu é o que teria:
  • A atitude do Wolverine em X1.
  • O tanque de adamantium de W1 com a fuga de APO (sem a Jean).
  • O uniforme clássico (que só apareceu numa mala, em uma cena alternativa de W2)
  • Vilões icônicos como o Samurai de Prata (não uma armadura com um velho dentro) ou o Sr. Sinistro (não um doutorzinho qualquer) ou talvez um Ômega Vermelho também caísse bem e se tornasse uma explicação bem mais plausível para o enfraquecimento do fator de cura de Logan.
  • O retorno do Liev Schrieber como o Dentes-de-Sabre.
  • Combates como os contra Shingen Yashida, Dentes-de-Sabre (Liev) e Lady Letal, ou até mesmo os contra os ninjas e a Yakuza (veja quanto vídeo de luta boa que postei aqui).


Queremos um herói cínico. Sim com amor pra dar, mas não chorão. Sim atormentado e complexo, mas que leva tudo nas costas sem reclamar. Com violência sim, mas sem a necessidade de ser explícita, até porque Wolverine foi muito violento desde sua primeira aparição. Essa necessidade de não fazer um filme de super-herói e sim um filme mais “real” (vide Batman de Nolan) nem sempre é bom. Achei alguém que pensa como eu no Papo de Homem.

Agora nos resta aguardar o próximo filme dos X-Men que não deverá ter Hugh Jackman (veja a entrevista dele para o Danilo Gentilli... ele é foda). No entanto, é quase certo que a franquia X precisará trazer um novo ator pra fazer o Wolverine. Quem? Como? Em que linha temporal? Veremos.

sábado, 18 de março de 2017

Logan e o Apocalipse

Eu me considero um entusiasta dos X-Men, tendo o Wolverine como meu herói preferido. São inúmeras as postagens que fiz dele por aqui, sejam sobre quadrinhos ou sobre seus filmes. O primeiro e o segundo filmes do "baixinho", por exemplo, tiveram postagens sobre trailers, entrevistas, imagens etc etc etc. Por essa razão algumas pessoas me perguntam constantemente porque não falei nem do X-Men: Apocalipse nem do Logan, o último filme de Hugh Jackman personificando Bom... aguardem... porque vem aí um textão sobre ambos, mas com foco no Wolverine.

domingo, 5 de outubro de 2014

Como se tornar o Wolverine (dentro de uma garagem!)

Já que estamos no mês do Wolverine, que tal saber como fazer garras hidráulicas do herói na sua garagem? Não acredita? Saquem só o que um encanador/engenheiro (e também diretor e dublê) inglês chamado Colin Furze fez dentro da garagem dele:



Olha aqui o passo-a-passo:



Eu quero. E o cara ainda fez o lança-chamas do Pyro e um sapato magnetizado a la Magneto!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O melhor do melhor no que faz

Mais um ano para o imortal herói, que anda passando por mais bocados. No último filme solo dele, sua imortalidade foi colocada em cheque. E parece que gostaram disso porque, não só descobriram como matá-lo (afogando, ora!), como resolveram tirar seu fator de cura para provar que ele é realmente o melhor no que faz independente de seus poderes.

E isso me fez pensar no quanto Wolverine já FOI realmente o melhor anti-herói que já foi escrito. Uma época em que o mistério rondava seu passado cheio de lavagens cerebrais e memórias implantadas. Qualquer nesga de informação dada era preciosa! Os segredos de Logan eram guardados a sete chaves na Marvel até que dois eventos mudaram tudo:

  1. Quando Magneto retirou o adamantium dos ossos de Wolverine e surgiram misteriosamente as garras de ossos (que só foram explicadas na série Origens, mas abriu um monte de buraco de continuidade e, inclusive, meio que eliminou a história Arma X).
  2. Quando a Feiticeira Escarlate surtou e criou um mundo governado por mutantes (na saga Dinastia M), mas Logan não foi afetado por isso e, ao fazer tudo voltar ao normal, acabou recuperando todas as suas memórias.

Ed. Panini, 2013 (156 páginas, capa dura, R$48)
OK... a história do herói precisa evoluir com o tempo, mas ao ler suas antigas histórias da década de 1990 sabemos quem realmente é o personagem. Por isso, Arma X é absolutamente FODA. É uma obra de teor psicológico que poucas vezes é visto nas histórias de super-heróis.

Escrita e desenhada por Barry Windsor-Smith (lançada originalmente em 1991, nas páginas de Marvel Comics Presents #72 a #84), é uma das mais clássicas envolvendo o personagem e definiu os conceitos nos quais diversos autores se basearam para desenvolver a vida de Wolverine. Nela se estabelece como Logan recebe o adamantium em seus ossos. Ele é sequestrado, desumanizado e despido até o seu âmago, reduzido a uma arma de destruição em massa. Os traumas se estabeleceram por anos (foram levemente mostrados - alterados - nos primeiros filmes dos X-Men e no primeiro dele).

Pra você ver a importância da história: a HQ já foi publicada três vezes no Brasil! (em formatinho pela Editora Abril, em 1992, na edição #35 da série Grandes Heróis Marvel; novamente pela Abril numa edição especial em formatinho, Wolverine Extra, em 1995; e em especial formato americano pela Panini Comics em 2003, com um confronto extra do herói com Lady Letal). E reza a lenda que haverá ainda uma nova publicação pela Editora Salvat!

PS.: Alguém duvida que tenho todas as publicações?

sábado, 24 de maio de 2014

Dias de um futuro melhor


Eu tenho tanto pra falar do filme X-Men: Dias de um futuro esquecido (X-Men: Days of a future past, 2014) que vou dividir em tópicos pra poder me organizar. Mesmo assim vai ficar meio desorganizado e CHEIO DE SPOILERS. Portanto, só leia se já tiver visto o(s) filme(s).

PRIMEIRA TRILOGIA
Em 2000, os X-Men ganharam sua primeira versão cinematográfica e abriram as portas da Marvel na telona. Foi sucesso imediato que conseguiu até mesmo influenciar os quadrinhos. Alçou Hugh Jackman ao estrelato e Wolverine tornou-se o novo anti-herói queridinho das multidões. Os embates entre o Magneto de Ian McKellen e o Xavier de Patrick Stewart ficaram mundialmente conhecidos. O segundo (2003) foi ainda melhor, pois não era mais necessário apresentar os heróis para o público. A ação foi direta e com foco em Wolverine. Aí a Fox tentou adaptar a Saga da Fênix Negra de forma mais "urbana" no terceiro filme (2006) e perdeu a mão com inúmeros personagens e mau aproveitamento de grandes atores. Ainda fizeram loucuras no primeiro filme do solo do Wolverine, deixando o segundo quase à margem.

REBOOT?
Já falei aqui sobre o reinício dos mutantes na telona e continuo com a ideia de que é o melhor filme desses personagens que já foi feito em relação a essência deles. Tá tudo lá. Porém, dava a impressão que era realmente um reinício, pois eram inúmeras as incongruências entre o passado mostrado e os filmes anteriores. A presença do Wolverine de Hugh Jackman e de uma Mística com a mesma pele azul, deixava tudo mais confuso. E aí... tiveram a ideia de juntar tudo pra consertar todos os problemas...

HISTÓRIA ORIGINAL E ADAPTAÇÃO
O filme se baseia no arco Dias de um futuro esquecido, escrito por Chris Claremont e desenhado por John Byrne em 1981, e segue bem próximo da HQ. Nela os mutantes foram dizimados pelos robôs Sentinelas de Bolivar Trask e os sobreviventes decidiram mandar a mente de Kitty Pryde para seu corpo no passado para evitar o futuro tenebroso. Quem realiza a transferência mental é a mutante telepata Rachel Summers, filha de Scott (Ciclope) e Jean. Já o filme precisa da força cinematográfica do Wolverine e de seus poderes regenerativos pra voltar no tempo... ok... mesmo sabendo que é uma adaptação (e que o Wolverine dá dinheiro), não entendi porque não colocaram Xavier pra fazer a transferência. Acabou que para dar tempo de tela pra Ellen Page forçaram um poder fásico de transferência metal na Kitty.

VIAGEM NO TEMPO
Pra começo de conversa: EU ODEIO VIAGEM NO TEMPO! Detesto as filosofias, as implicações, as regras e as confusões que acabam sendo feitas por causa disso. Mas entendo que esse virou um artifício excelente para o atual cinema cheio de reboots. Vejam o caso dos novos filmes do Star Trek (2009). Por causa do primeiro novo filme com viagem temporal, criou-se uma realidade alternativa que não extingue tudo que já se sabia da série e dos filmes e ainda cria novas possibilidades. Essa também é a ideia desse filme: unir a primeira trilogia com a nova, consertando erros (ou pelo menos tentando) e abrindo alternativas daqui pra frente.

AMBIENTAÇÃO CRONOLÓGICA
O primeiro era na década de 60 e colocou os X-Men envolvidos com a crise dos mísseis de Cuba. Agora a década de 70 traz a morte de JFK (forçaram essa dele ser mutante, hein?) e a Guerra do Vietnã. Cabelinhos, roupinhas e trilha sonora nota 10, mas a ambientação não é mais tão importante quanto foi antes. É possível atemporalizar esse filme, mesmo com um ator parecendo o presidente Nixon. By the way: confesso que retornar aos corredores estéreis do Cérbero foi emocionante.

Do futuro pouco se vê. Mesmo assim, confesso que me interessei bem mais pela tensão do futuro do que todo o desenrolar da trama no passado. Aliás... acho que a edição pecou um pouco nisso. Será que não dava pro filme ter uns 10 minutinhos a mais, todo ambientado no futuro, sem dar barriga e desenvolvendo melhor aquela história?

ELENCO MONUMENTAL COM PEQUENOS GRANDES DESTAQUES
Praticamente todos... eu disse TODOS os atores dos filmes anteriores voltam! Claro que a maioria subaproveitada como sempre e fiquei com a impressão que às vezes é bem mais interessante aparecer de relance do que ter mais tempo de tela porém ser inútil.

Hugh Jackman volta com seu Wolverine que é melhor em grupo do que nos filmes solo. É o elo de ligação entre o futuro e o passado. Agora serei sincero: apesar de fã do personagem, ele era desnecessário à trama. Como escrevi antes, Ellen Page poderia ter ganho presença no filme. Como ela tem cara de menininha faria fácil o futuro e o passado.
Michael Fassbender e Ian McKellen são os Magnetos. Fassbender é finalmente o vilão que todos esperavam (aquele que perde a razão por utilizar força desproporcional). Cá pra nós: ninguém consegue fazer do Gandalf um vilão...
James McAvoy e Patrick Stewart são os Professores Xavier. Acho que ficou bem clara a superioridade que a experiência traz com tempo, porque transformaram o Xavier de McAvoy num pentelho, cheio de mi-mi-mi existencial. Adorei o esporro que ele levou do Magneto de Fassbender no avião. Gostava mais dele no primeiro filme.
Da primeira trilogia, trouxeram Halle Berry (Tempestade), Ellen Page (Lince Negra/Kitty), Daniel Cudmore (Colossus) e Shawn Ashmore (Homem de Gelo). Enquanto a Tempestade continuou péssima e subutilizada, Kitty ganhou mais presença (como já falei, mas deveria ter tido mais como já falei também). Colossus tem duas mortes horrorosas no filme, mas tem uma cena ótima ao lado de Blink. E Bobby finalmente aparece deslizando no gelo em sua forma congelada.
Do "reboot" temos o ótimo Fera de Nicholas Hoult (que agora controla sua transformação e não é tão leonino como antes) e o Destrutor de Lucas Til em pequenina aparição.
Para o futuro, entraram os seguinte mutantes: Bishop (do irreconhecível Omar Sy de Intocáveis), Blink (de Bingbing Fan) com os poderes de teleporte mas legais de se trabalhar em equipe (a tal melhor cena do Colossus), o "brasileiro" Mancha Solar (de Adam Canto) e o bobo Apache (de Booboo Stewart).
No passado, além do Groxo de Evan Jonigkeit, tivemos a surpresa do Mercúrio de Evan Peters. Quem viu os filmes da primeira trilogia sabe que a cena do Noturno invadindo a Casa Branca se tornou famosa e icônica. Mercúrio protagoniza uma "Cena na Cozinha" (já está sendo chamada assim) que tenta rivalizar com a do Noturno (mas não consegue porque ficou cômica demais) e garantiu o retorno do personagem no próximo filme da franquia. Outros dois mutantes aparecem com Groxo e Destrutor, mas não os identifiquei (um deles me parece ser o Tatuado).

Alguns que morreram aparecem em fotos, como o Azazel, Maré Selvagem, Banshee e a Angel, mas não sabemos o que aconteceu com Emma Frost. Já no futuro "consertado", temos o retorno de Kelsey Grammer como o Fera mais velho, Anna Paquin como Vampira (parece que andaram cortando várias cenas dela) e surpreenda-se: James Marsden como Ciclope e Famke Janssen como a Fênix! Aliás, esse futuro consertado teria caído melhor como uma cena pós-crédito.

Deixei pra falar separadamente de dois personagens:


Acho que o grande destaque vai novamente para Jennifer Lawrence (algo que já fiz quando escrevi sobre O lado bom da vida e Trapaça). Claro que os produtores não perderiam a chance de aumentar o papel da atriz no filme – uma vez que ela é a queridinha da academia hollywoodiana – e a transformaram no princípio/meio/fim da trama. Se você prestar bem atenção, mesmo que Wolverine seja o elo de ligação cronológico, Mística é o personagem principal (ao lado do Xavier pentelho). Fora o fato de aparecer "seminua" (era uma roupa) em lutas acrobáticas excelentes, Jennifer possui uma força expressiva no olhar que domina a tela.


Outro pequeno (porém enorme) destaque pra mim é de Peter Dinklage, o Bolivar Trask. Quem vê a série Game of Thrones sabe que esse ator rouba todas as cenas. Mas, nesse filme, ele é tão bom que cheguei a esquecer o básico e politicamente incorreto: Dinklage é anão!!! E o mais interessante é o fato de um anão ser, no fundo, um mutante! Pensando assim, seu interesse pela espécie fica ainda mais profundo.


VILÕES NAS ATITUDES
Considerando as novelas brasileiras e a minissérie americana de sucesso Revenge, fica difícil saber quem são os vilões do filme. Magneto e Mística que querem proteger os mutantes ou Trask e seus Sentinelas que querem proteger os humanos? De que lado você fica? Como sou contra uma maioria dominar uma minoria, tendo a ficar do lado dos mutantes, mas jamais aceitaria a violência perpetrada por Magneto e Mística.


Então vamos jogar a vilania para os Sentinelas. Achei os do passado meio bundões, até porque estavam controlados por Magneto (de um forma impossível porque uma coisa é colocar metal dos trilhos pra controlar os movimentos, outra coisa é conseguir controlar a programação). Pelo menos a cor roxa lembra os quadrinhos. Se você ignorar a mimetização robótica inviável, os Sentinelas do futuro são realmente brabos. Matam geral sem dó. Não há personagem queridinho ou ator famoso que se salve.

CONSERTOS ERRADOS OU ERROS CONSERTADOS?
Uma das coisas que todo mundo está perguntando e ficou realmente sem resposta: como Patrick Stewart voltou à vida se a Fênix o desintegrou no terceiro filme? Ok... na cena pós-crédito desse filme, ficamos sabendo que Xavier transferiu a mente dele para o corpo de um paciente em coma, mas daí a gerar um corpo novinho e igualzinho a ele ficou complicado, né? Pois fiquem "tranquilos", porque a produtora de todos os filmes dos X-Men disse que é pra desconsiderar da cronologia o terceiro filme da primeira trilogia e o primeiro filme do Wolverine (que realmente mais atrapalharam do que favoreceram), ou seja Xavier não morreu, Fênix não morreu, Ciclope não morreu, Gambit não exisitiu, Deadpool não existiu... e por aí vai!!! Mas peraí... Como assim??? Quer dizer que o Wolverine não matou a Jean? Então é melhor esquecer o Wolverine Imortal (The Wolverine, 2013) também, porque todo o sofrimento dele vem a partir disso!

Outra questão é: mesmo que Peter Dinklage seja um puta ator, por que ele foi escolhido se nos quadrinhos ele não é anão e antes ele havia sido interpretado por ator negro (que também estaria errado porque Trask não é negro nos quadrinhos)? Aproveitamento do sucesso?

E o afogamento final de Wolverine? A Marvel acabou de dizer que a única forma de matar em definitivo o herói é afogando-o. Ele inclusive matou seu filho assim. Então, como ele sobrevive com barras de ferro atravessadas debaixo d'água? Há quem diga que essa história serviu para apagar o primeiro filme solo dele e suas memórias da Arma X (estar dentro de uma esquife com metal) viriam daí. Mas e como fica o adamantium, então? Também há quem diga que teremos isso no próximo filme com Apocalipse: ou você não sabia que nas HQs o herói já foi um dos Cavaleiros do Apocalipse? Aguardemos.

CONCLUSÃO
É um ótimo excelente com bastante ação, suspense e até mesmo discussões éticas. Repito que a ideia de utilizar essa saga para juntar tudo e tirar o melhor foi muito acertada. Só que agora temos um precedente: claro que queremos ver a próxima década dos X-Men de James McAvoy enfrentando o todo-poderoso En Sabah Nur (veja cena pós-crédito), mas duvido que as pessoas não tenham saído da sala loucos pra ver mais um filme com o elenco original!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Wolverine vs. Ciência

Outubro é também o mês de aniversário do Wolverine (dia 1º de outubro é o aniversário quadrinístico dele). Por isso, coloco aqui esse vídeo sobre algumas maneiras físicas, químicas e biológicas de se matar o personagem caso, ele realmente existisse.



Ainda bem que ele é fictício e praticamente imortal (como o vídeo bem explica no fim)!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Marvel vs. DC

Há um mês atrás coloquei aqui um vídeo editado com cenas de vários blockbusters. Agora trago um dos sonhos de qualquer fã de quadrinhos... Heróis da Marvel vs. Heróis da DC!



A premissa dessa montagem de Mr88668866 mostra que Xavier pressente que Dr. Destino e Caveira Vermelha irão abrir um portal com o Tesseract (o Cubo Cósmico) que acabará unindo as duas Terras das editoras. Com isso temos...
Os Vingadores – com Homem de Ferro (e suas armaduras), Capitão América, Thor, Hulk, Gavião Arqueiro e Viúva Negra –, Homem-Aranha e Wolverine
contra
A Liga da Justiça formada por Superman, Batman, Mulher-Maravilha°, Lanterna Verde, Arqueiro Verde¹, Flash² e Gavião Negro³!
SENSACIONAL! E quem vence? Pela lista, fica parecendo que a Marvel precisa de muito mais gente pra enfrentar a DC, mas devemos levar em consideração que a Casa das Idéias tem muito mais filmes interessantes do que a Distinta Concorrência. Pelo sofrimento dos humanos (Nick Fury, Jane Foster, Beth Ross, Tia May, Pepper Potts e Alfred), a DC parece ganhar, mas quem ganha mesmo somos NÓS!

0- Essa Mulher-maravilha veio de um piloto para uma série da amazona que não vingou.
1- Esse Arqueiro Verde é da série Arrow.
2- Esse Flash é de um videogame, mas uma série do herói está prevista para o ano que vem.
3- Esse Gavião Negro é, na verdade, um anjo do filme Legião.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Avenida W!

Se você não viu ou não sabe o que é Avenida Q, você não sabe o que você perdeu. Se descobrir que ainda está passando em algum teatro, corra!

E todo mundo sabe que eu sou fã do Wolverine. Agora imagina juntar os dois? By Gloves and Boots:




Ri muito!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Imortalidade em cheque


Então... sou fã do Wolverine e isso eu já deixei bem claro. Joguei minhas expectativas lá em cima para o segundo filme, Wolverine Imortal (The Wolverine, 2013), ainda mais depois do superalienígena medroso e assassino. E aí... saí bem frustrado do cinema.

Já me acostumei com as adaptações cinematográficas que distorcem os quadrinhos (Harada não é o Samurai de Prata? Víbora mutante?), mas não teve tanto esse problema. Tudo ficou bem amarrado e os personagens bem feitos. Só que achei essa viagem intimista muito chata... lerda. Essa necessidade de construir um Wolverine vulnerável, mostrar seu lado interior sensível e todas as camadas psicológicas me fez perceber que eu quero mesmo é ver SANGUE!



O Wolverine que eu gosto não tem camadas: ELE É O MELHOR NO QUE FAZ! Claro que sua personalidade complexa com passado complicado cria histórias incríveis, mas seu jeitão canastra-não-tô-nem-aí-porque-vou-te-rasgar é impagável. Com isso, a cena pós-créditos (onde ele volta ao universo dos X-Men) é a melhor do filme todo.

Coincidentemente, revi o primeiro filme dos X-Men (2000) no dia seguinte e percebi que, no cinema, o selvagem herói funciona (bem) melhor em grupo. Por isso, já estou novamente elevando minhas expectativas para o próximo filme dos X-Men que juntará a excelente nova franquia com a anterior que foi desandando, mesmo sabendo que viagens temporais e realidades alternativas não fazem a minha cabeça.

Magneto: Ian McKellen e Michael Fassbender
Professor Xavier: Patrick Stewart e James McAvoy

Pelo menos fiquei sabendo que o DVD do novo Wolverine terá uma versão sanguinolenta!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

E na semana que vem...

Logan
Harada
Jean Grey
Mariko
Samurai de Prata
Shingen
Víbora
Yukio

Belos cartazes em estilo japonês lançados pela Fox, não?