sexta-feira, 31 de julho de 2009

A conspiração dos porcos

Estimulado pelos comentários e notícias dos últimos dias, resolvi falar sobre a gripe suína... ou, na minha opinião, a nova histeria coletiva!

Quando houve a epidemia da dengue no Rio, todo mundo que tinha dor de dente dizia que estava com dengue. Até que a maior emissora de televisão do Brasil resolveu atrapalhar tudo colocando um médico "conceituado pelas massas" a falar besteiras médicas para reduzir a histeria. O que aconteceu? As emergências médicas ficaram com jeitão de negligentes porque os "doentes histéricos" só aceitavam o que o supermédico havia falado. Só podiam prescrever repouso absoluto. E qualquer coisa continuava virando dengue.

E agora temos os porquinhos matando por todos os lados...
E assim começou uma epidemia...

Pois é... há alguns meses atrás, o México entrou em quarentena mundial. Ninguém entrava ou saía do país. Quem tivesse estado recentemente no local, se tornava imediatamente "radioativo".

Mês passado foi a Argentina. Fechamento de teatros, shoppings, adiamento de aulas, cancelamento de congressos internacionais (eu me ferrei nessa!) e pessoas entocadas com estoques de máscaras no final.

Agora é o Brasil... de repente, as férias escolares foram prolongadas. Não vou dizer "adiamento das aulas" porque é absolutamente ridículo. As crianças continuam nas ruas, frequentando salas de cinema fechadas e shoppings no meio de uma multidão de pessoas. Boates e restaurantes continuam cheios, sem ventilação adequada, todo mundo respirando junto, sem gelzinho no banheiro. E o metrô... bom... de metrô eu nem preciso falar, né? Ou alguém aqui vai dizer para o chefe que vai "adiar" o trabalho porque o metrô é virótico demais? Não precisa, né? Mas pode dizer que está com dor no corpo que rapidamente te mandam pra casa e outras pessoas começam a sentir o mesmo. É segregação na certa!

Fala sério...

Minha mãe – que é professora – fez uma comentário ótimo: "Para os que precisam andar de avião não esqueçam: abram as janelas para o ar circular (se isso causar problemas e o avião cair já não é mais culpa da gripe suína)". Aliás... queda de aviões também é uma nova histeria coletiva...

Por isso, começo a achar que os porcos resolveram se vingar dos humanos. Após séculos sendo mortos de maneiras deploráveis para virar embutidos e carnes nobres, os porcos tentaram se associar a vermes como a Taenia solium para criar danos cerebrais nos humanos (cisticercose). Como os resultados eram menores do que o esperado, compactuaram com o vírus da gripe para gerar o Influenza A (H1N1).
Enquanto isso, eu me pergunto: por que ninguém fala nada da malária que mata milhões? AIDS? Cólera? Sarampo e pneumonia ainda matam! E a fome e a desidratação que são aparentemente simples, porém mortais? Cadê a histeria coletiva pra isso? E quem se lembra da gripe aviária? Me lembro que o McDonald's fez uma campanha fortíssima pra continuar vendendo McChicken na Austrália! Pois é... mas já passou, né? Matou 250 pessoas em 10 anos! 25 por ano! Oh, meu Deus! ... 500 mil morrem por ano de GRIPE COMUM! MEIO MILHÃO!

Se eu entrar no mérito de falar da indústria farmacêutica, ferrou. Quem gosta de filmes, deve ver Missão Impossível II... isso mesmo... aquele filmeco de ação com o Tom Cruise, onde vemos que a indústria FAZ o vírus, mas também FAZ o antídoto pra poder lucrar. Vejam também o filmeco Epidemia sobre o vírus Ebola. Lembram?

O tal Tamiflu, remédio mais recomendado ultimamente, é de uma grande indústiria (Roche) que está lucrando desbragadamente desde a gripe aviária e tem ligações com indústria bélica americana (Bush!). Vejam os documentários de Michael Moore... Pelo jeito, creio que a Viúva Porcina casou com um americano veterano de guerra, comprou ações desta gigante farmacêutica e mandou mudar o nome da gripe pra poder lucrar ainda mais... TÔ CERTO OU TÔ ERRADO??? (rsrs)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Saudade do bom humor

Há 15 anos atrás, um transplante de coração mal-sucedido levou o melhor trapalhão: Antônio Carlos Bernardes, o Mussum.

Mas de onde veio o "Mussum"? Veio do Bairro Feliz, o programa humorístico da TV Globo em 1965, que lançou Antônio Carlos na TV. As cenas se passavam em um bairro imaginário situado no subúrbio do Rio de Janeiro, por onde desfilavam personagens de Agildo Ribeiro, Berta Loran, Grande Otelo e Milton Gonçalves. Certa vez, em um quadro da escola de samba, Grande Otelo foi acompanhado pelo conjunto Os Originais do Samba, que tinha entre seus integrantes o cabo Antônio Carlos, que participava do programa sem o conhecimento dos seus superiores e, por isso, tentava se manter o mais escondido possível em cena, até que teve um ataque de riso durante um dos programas, quando Grande Otelo deixou cair no chão um livro onde havia guardado o script, porque não havia decorado o texto. Desconcertado, o comediante olhou para o sambista, que era negro, calvo e sem pelos no rosto, e fuzilou: “Tá rindo de quê, ô mussum?”, levando a platéia às gargalhadas. “Mussum” é o nome de uma enguia preta e sem escamas. Milton Gonçalves diz que Antônio Carlos passou algumas semanas irritado com o apelido, mas acabou adotando-o como nome artístico, com o qual entraria para o grupo Os Trapalhões e para a história do humor brasileiro ao lado de Didi (Renata Aragão), Dedé (Manfried – hã? – Santanna) e Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves, infelizmente também falecido) na televisão e no cinema.

Mas pra quem não sabe, Antônio Carlos recusou o primeiro convite de ser humorista por machismo! Ele não queria pintar a cara como os palhaços faziam porque considerava que não era "coisa de homem"! Sorte a dele (e nossa) que ele não precisava se pintar para fazer rir! Nascido em 7 de abril de 1941 no Morro da Cachoeirinha, no Lins de Vasconcellos, Rio de Janeiro, Mussum estudou num colégio interno e tirou diploma de ajustador mecânico. Mas a música falou mais forte. Dividido entre a Força Aérea e a Caravana Cultural de Música Brasileira de Carlos Machado, Mussum acabou fundando com amigos o grupo Os Sete Modernos, que viria a se tornar sucesso nacional como Os Originais do Samba.

Em 1969, Mussum entrou para Os Trapalhões na extinta TV Excelsior, convencido por Dedé. Quando o programa foi para a TV Globo, Mussum teve que abandonar o grupo de samba, mas sem nunca deixar sua paixão mangueirense: todo ano desfilava na Ala das Baianas da Estação Primeira de Mangueira! E é daí que vem o outro apelido: Mumu da Mangueira!

A trupe circense foi sucesso imediato. "Joaquim Mé Silva da Mangueira" era o "nome real" de Mussum, dono de frases inesquecíveis e linguajar único (aprenda com o Mussumgrapher), protagonista de cenas antológicas e até mesmo uma premonição do que viria acontecer.







Zacarias se foi primeiro e o falecimento de Mussum acabou com Os Trapalhões, revelando diversos problemas internos por muitos anos de convivência, como, por exemplo, a formação do grupo DeMuZa em 1983 que excluía Renato Aragão e foi deteminante para a briga Didi/Dedé.

Todos falavam que Antônio Carlos e Mussum eram a mesma pessoa e não um personagem. O sorriso largo, a alegria contagiante e o jeitão do povo eram constantes. Salve o YouTube que nos permite rever e gargalhar.

Backspace

Nada mais a acrescentar. Veio do blog i can read, que tirou do flickr da Stardust.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Superamigos!

Ainda no ritmo do dia de ontem, encontrei no blog Vida Ordinária esse vídeo muito engraçado que – utilizando as palavras do blog – algum desocupado fez: editou cenas do desenho clássico dos Superamigos (a Liga da Justiça da DC Comics, com Super-Homem, Batman, Robin, Mulher-Maravilha, Aquaman, Flash e outros) com o áudio do seriado Friends! A abertura ficou ÓTIMA!

O episódio de Friends é aquele em que Chandler e Joey apostam uma troca de apartamentos com Monica e Rachel ou o "despejo" do pato e do galo que os rapazes criavam no apartamento deles. Ross é o mediador da disputa de perguntas (estilo "quiz game" americano) para saber qual dupla sabe mais sobre a outra dupla. Os homens vencem as mulheres porque ninguém sabe o emprego do Chandler!

Ross é o Super-Homem; Chandler e Joey são Flash e Batman, respectivamente; e Monica e Rachel são Mulher-Maravilha e Robin... claro né! rsrsrs O engraçado é que a voz da Monica fica perfeita na Mulher-Maravilha! Talvez pela semelhança visual dos longos cabelos negros...


E aqui tem o episódio original (quarta temporada, episódio 12), mas o áudio referente só começa a partir de 3'40:

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aos meus poucos amigos

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos. A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir pela vida. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não o declare e não os procure sempre.
Essa frase é atribuída a Fernando Pessoa e é absolutamente perfeita pra mim. O dia de hoje merece essa frase.

Aos meus poucos amigos, felicidade!

sábado, 18 de julho de 2009

Avenida Q!

Caraca... não vou cansar de repetir que vale a pena gastar um pouco mais com cultura.

Fui ver o musical Avenida Q cheio de receios por causa dos bonecos, mas (pela primeira vez) acreditei na crítica e no sucesso de público e não me arrependi. É MUITO BOM! O politicamente incorreto que toda mídia fala pega desprevenido até aqueles que já sabem os títulos de algumas canções após ler sobre a peça. E os bonecos são INCRÍVEIS! Na verdade... os atores são incríveis!
No fundo: Ursinha do Mal, Renata Ricci, Ursinho do Mal, Maurício Xavier e Gustavo Klein.
No meio: Rod, André Dias, Dona Coisa Ruim (Marisa Letícia!), Princeton, Kate Monstra, Sabrina Korgut, Nicholas, Lucy de Vassa, Fred Silveira e Trekkie Monstro.
Na frente: Claudia Netto e Renato Rabelo.

André dá um show como Princeton e Rod. Sabrina canta MUITO como Kate e Lucy. O Trekkie de Fred é IMPAGÁVEL! Disparado o melhor (pra mim)! A Japaneusa de Claudia é demais também. E não tem aqueles momentos mais ou menos, meio parados... Toda a peça é boa! Os ursinhos, o "neeem" da Lucy, a cena de sexo, a música pornô (a melhor!), o Gary da embalagem de chocolate, as piadas atualizadas, o vestido de casamento, o "botoqui" da Dona Coisa Ruim, a bebedeira da Kate, a música do preconceito, o dilema de Rod, a vaquinha pra escola e tudo mais! Mais uma obra-prima de Charles Möeller e Cláudio Botelho.

O musical começou na Brodway em 2003 e ganhou o Tony Awards (Oscar do teatro) em 2004. O texto de Jeff Witty gira em torno de Princeton que chega na Avenida Q, em Nova York, para procurar um rumo em sua vida. Lá humanos e mosntros, todos com um quê de fracassados, sobrevivem às mazelas da vida. Já foi chamado de Vila Sésamo ou Muppet para adultos.

Eu só sei que são 2 horas com um pequeno intervalo e, infelizmente, só vai até o dia 26. Tem gosto de quero mais. Taí... o Q deve ser de Avenida Quero mais!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Design de serviços... isso é sério?

Ninguém sabe direito o que é o design, como funciona o design ou quem faz o design. À vezes, nem quem faz... No entanto, cada dia que passa surge uma nova "subdivisão" do design: design de informação, design de interiores, design experiencial, design de iluminação, design emocional e até design de bolos (pois é...). Historicamente, isso aconteceu da mesma forma com o marketing. Recentemente me deparei com design de serviços (aliás, já não existe o marketing de serviços? pois é...). E eu pergunto... isso é sério?

No próximo dia 4 de agosto, acontecerá a décima segunda edição do evento Design to Business em Curitiba (precisava ter o nome em inglês?). O principal palestrante é Oliver King diretor da consultoria britânica Engine que tem como objetivo "ajudar os setores público e privado a desenvolver e orquestrar serviços que deixem os consumidores felizes" (tradução livre do site).

Apesar da ironia, fica a pergunta genuína: isso é sério?

Investigando mais, descubri através do blog da Lígia Fascioni que será aberta a primeira empresa especializada em design de serviços no Brasil: a El Born, de Luis Alt. Ok... então... lendo o post sobre o assunto fica parecendo que é uma mistura de design experiencial com relações públicas e RH, ou seja, faz-se um mapeamento da empresa para saber a quantas anda o contato entre e empresa e seu cliente (melhor "cliente" do que "consumidores felizes"). Isso tudo parece vir como resultado de trabalhos de "voz da marca", "personalidade da marca", "alma da marca" e outras "coisas da marca" que foram inventadas para traduzir uma coisa só: a IDENTIDADE DA MARCA. Sem querer denegrir o marketing que possui importante função no mercado, é nessas horas que eu lamento muito o design não ter tido uma representação forte que o impedisse de se fundir dessa forma ao marketing na década de 80...

Bom... e aí trago outras questões: quem se responsabiliza pela educação, pelo respeito e pelo compromisso da empresa? Não é ela própria? De que adianta montarmos um belíssimo projeto do tal design de serviços, se na hora que o cliente agenda uma visita técnica, o horário não é cumprido? Ou quando ligamos para fazer uma reclamação, os atendentes são sarcásticos?

Sei que a vida dos operadores de telemarketing, das ouvidorias, dos SAC's etc, não deve ser fácil. Mas será que esses profissionais se lembram em algum momento que eles também são usuários? Que quando eles precisarem do serviço, eles também vão se deparar com pessoas sem educação, sem respeito e sem compromisso com o cliente? Coloquem-se no lugar do outro!!!

Design é importante? Claro que é! E independente de qual subdivisão, pois (dizem que) a pulverização da área fortalece seu embasamento! Sei... bom... mesmo assim, antes dele vem a ética, a educação, o respeito, o compromisso. Sejamos humanos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Virada Russa 2!

Não falei que era imperdível? Até resolvi ir de novo para relembrar algumas coisas! De cara, decidi entender melhor a história do fascinante Quadrado Negro:
No final de 1913, em São Petesburgo, estreou a ópera bufa "Vitória sobre o sol" (que já teve versão brasileira, sabia?), com música de Mikhail Matiúchin, libreto de Aleksei Krutchonikh e figurinos e cenários de Maliévitch. Resumindo, era a batalha dos budetliáni (homens do futuro) contra o sol. No fim, usando roupas estranhas parecendo alienígenas, os budetliáni vencem o sol ao rasgar a cortina que o representa em forma de um quadrado negro. Essa foi a primeira vez que Maliévitch empregou o quadrado negro como uma imagem artística e um símbolo. No fim de 1914, o artista organizou a exposição "0,10 – Última Exposição Futurista", com cinquenta obras suas e dezenas de obras de outros artistas. Foi o início do Suprematismo (do latim "supremus", "o mais elevado", foi um movimento artístico russo baseado em formas geométricas simples). O Quadrado Negro ficou pendurado em um canto separado com iluminação própria, colocando-se em posição de ícone, com um sentido sagrado.
Muito bom, não? E não podia deixar de citar algumas obras que me deixaram surpreso: logo na primeira sala já nos deparamos com Acácias na Primavera de Larionov e, na sua frente, Inverno de Natalia Gontcharova. Ambos contextualizam a arte russa e não são obras primas, mas são belas. Destaque para o quadro da artista russa.Filonov – aquele que é impressionante – ainda tem um quadro chamado A guerra alemã (1914/1915) que une sua técnica incrível ao cubismo. Os dedos dos soldados fazem a gente se perguntar como alguém é capaz de pensar e fazer aquilo.E na última sala, tem A condutora de Aleksander Samokhvalov. O impressionante dessa obra é sua força. Todo mundo que passava por ele, parava e dizia: "Nossa... essa mulher é forte!". Se era esse o objetivo do artista, ele acertou em cheio no tom.Infelizmente, a obra que considerei a – talvez – mais bela de todas da exposição não possui imagem boa na internet, apenas esse "arremedo pixelado" que coloco aqui com pesar, pois tira totalmente sua beleza. A capacidade Aleksander Labás teve de pintar O trem vai (1929) com movimento é lindíssima. Também não consegui imagens do belo cartaz Primeiro de Maio de Iakov Guminer, que mostra um resultado com design.

Preciso dizer que vocês precisam ir? E que é de graça?

PS.: Todos os nomes russos e histórias foram escritos de acordo com as legendas e textos da exposição. Na internet, é possível encontrar outras versões.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Virada Russa!

Aproveitei o domingo para ver a exposição Virada Russa no CCBB. Imperdível! São mais de 100 obras inéditas no Brasil, entre telas, cartazes, esculturas e figurinos, vindas diretamente do Museu Estatal Russo, que ajudam a constituir os fundamentos da arte moderna e apresentam o Construtivismo, o Suprematismo, o Futurismo e o Cubismo que romperam com a arte tradicional.

A primeira das seis salas da exposição mostra o surgimento de um modernismo artístico e contextual antes da Revolução Russa de 1917. Apesar de ainda figurativa – e nem sempre de qualidade –, encontra-se casos de rara beleza e os primeiros sinais da geometria vanguardista, como o Barbeiro, de Mikhail Lariónov.As salas seguintes apresentam a explosão criativa Chagall, Kandinsky, Rodtchenko e Tátlin. Mas foi aí que me lembrei de uma passagem interessante... Ainda no primeiro ano da faculdade, estive no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e me deparei com algumas obras intrigantes, geométricas e monocromáticas que me fizeram pensar que qualquer um poderia fazer "aquilo". Apesar de uma certa razão, minha ignorância me afastou um pouco desse mundo por achar que qualquer lata de tinta jogada na tela ou amontoado de sucata seria chamado de arte.

E então me deparo com o Quadrado Negro (1923), de Kazimir Maliévitch. Tenho certeza que muitos que passaram pela exposição tiveram a mesma reação que tive no MNBA. Mas agora entendo melhor: pra mim arte era técnica e não significado. As pessoas ainda esperam as artes perfeitas de Da Vinci, Michelangelo, Rafael, Caravaggio. O importante no Quadrado Negro não era a chapada perfeita, a tela pefeita ou o enquadramento geométrico da forma e sim o seu significado. Na peça de teatro "Vitória sobre o sol", onde a humanidade no futuro enfrenta o sol como vilão, Maliévitch havia feito a cenografia e colocado um quadrado negro como símbolo do sol que era rasgado ao fim do ato. Essa representação foi continuada pelo artista em seu famoso quadro, que, posteriormente, foi colocado em um exposição de vanguarda como um símbolo de adoração e ganou o status de ícone revolucionário. Ou seja, muito mais que a técnica. Dessa experimentação ainda vieram Cruz Negra e Círculo Negro, no mesmo ano. E Maliévitch ainda nos deu expoentes geométricos como sua xícara em meio-círculo (1923), suas esculturas experimentais e outras pinturas bárbaras, como Cabeça de camponês (1928-1929).Assim, St. George (1911) de Kandinsky, Círculo Branco (1918) de Rodtchenko, e Movimento no espaço (1922) de Matiúchin ganharam uma nova dimensão e abriram um novo mundo pra mim.
A exposição ainda me apresentou a Pavel Filonov. Depois desse discurso "conceito sobre técnica" que fiz, volto a exercer meu fascínio pela técnica. Pouco conhecido e valorizado por causa do isolamento socialista stalinista, este pintor foi capaz de produzir obras de incríveis complexidades técnica e simbólica. Cada milímetro do quadro, cada pincelada de cor, cada vez que se vislumbra sua arte, somos apresentados a uma nova realidade. Fiquei impressionado com seu Fórmula de Primavera (1920).O fim da exposição apresenta a arte voltada para o povo e para a política. Aparecem os primeiros cartazes, tecidos e objetos com artes aplicadas: os primórdios da influência russa no design mundial. Quero conhecer muito mais sobre o assunto.

Parabéns a todos que trouxeram este evento pra cá. Repito: I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L! Até 23 de agosto no CCBB! E de graça! Ah... como está rolando o Anima Mundi, a exposição tem ficado LOTADA de crianças e isso tem seus prós e contras.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Inferno astral prematuro

Olha... não é por anda não... mas acho que meu inferno astral é preamaturo que nem eu... o mês de julho sempre é uma bomba com alguns dias especiais (como hoje!). Que venham os outros círculos deste inferno!

terça-feira, 7 de julho de 2009

70 anos de Batman

Não é meu personagem preferido (confesso!). Nem preciso ficar aqui contando uma historinha explicando quem é o personagem. Mas vale o registro que em maio deste ano, o Batman completou 70 anos de existência!

Sua editora – a DC Comics – não reservou um futuro brilhante para Bruce Wayne. Na verdade, ela mudou completamente o status do herói: agora Dick Grayson, seu primeiro Robin (isso mesmo... Batman teve quatro Robins!), assumiu o manto do morcego, e Damien Wayne, seu filho (isso mesmo, o Batman tem um filho!), é o novo Robin. História longa e complicada que – ainda acredito – terá reviravoltas mercadológicas... e muitas!

Como designer, homenageio o herói com um vídeo que fizeram da evolução da marca do herói pelas mídias do cinema, da TV e, é claro, dos quadrinhos.


E lembro com saudosismo a estética do seriado das décadas de 60 e 70! Na minha opinião, esse programa televisivo é o responsável por transformar o Batman em um ícone pop! Salve Adam West! SOCK! ZOW! SPLAFT!


E salve Heath Ledger, o melhor Coringa de todos (foi mal, Jack Nicholson e Cesar Romero...)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Frase pra mim

Da Revista de Domingo do jornal O Globo:
Eu sou um doce de pessoa, mas com recheio de limão.
Essa vai para o meu hall pessoal de frases feitas pra mim, como, por exemplo:
Nós gatos, já nascemos pobres, porém, já nascemos livres. (Os Saltimbancos)

sábado, 4 de julho de 2009

Além dos limites

Hoje vi no blog Vida Ordinária dois clipes musicais bem legais. Em ambos, os limites da tela (seja da TV ou, nesse caso, do YouTube e da webcam) são importantes.

Este primeiro clipe é da banda escocesa Franz Ferdinand com a música "Can't stop feeling". Eles gostam de fazer coisas diferentes. Alguns podem não gostar da música. Outros vão criticar as atuações canastronas e os efeitos "de segunda". Mas é divertida a utilização do efeito "foto-segurando-o-sol" ou "foto-empurrando-a-torre-de-pisa" como partido.


E este clipe é da banda japonesa Sour com a música "Hibi no neiro". Eles utilizam os limites da webcam em uma rede social para ultrapassar as barreiras espaço-visuais. Novamente, peço para vocês não se aterem ao gosto musical apenas. Isto é uma experiência visual dos novos tempos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

De onde vêm os bebês?

Quando eu era menor, li o livro "De onde vem os bebês", de Steven Schepp e Andrew Andry. O livro explica bem direitinho como se dão os "procedimentos" entre homens, cachorros, galinhas e por aí vai. O livro já está em sua 31ª edição! Eu recomendo. E muito!

Mas o mundo muda, né? A gente sabe disso. Uma das "culpadas" é a tecnologia. Tô falando isso porque a Pixar Animation Studio extrapolou! Essa empresa de animações é responsável por (segura essa): Toy Story 1 e 2, Vida de Inseto, Monstros S. A., Procurando Nemo, Os Incríveis, Carros, Ratatouille e Wall-E... quer mais? Este ano eles estão lançando Up, a história de um velhinho que viaja com balões. Nada referente ao tal padre que sumiu...

E o que isso tem a ver com bebês? Pois então... a Pixar costuma fazer curtas animados que acompanham suas produções cinematográficas e acabam sendo responsáveis por outras inúmeras pérolas. Dessa vez eles mandaram muito bem. Junto com Up, virá Partly Cloudy (algo como "Parcialmente Nublado"), uma animação que foge do convencional para dar uma aula de amizade. A idéia é a seguinte: todo mundo sabe que cegonhas entregam bebês (ahã...). Mas de onde vê os bebês afinal? A resposta está nas nuvens... e no vídeo abaixo. Espera carregar porque vale muito a pena.
Continuo recomendando o livro, mas vai dizer que essa não é a melhor maneira de explicar para o seus filhos pequenos de onde vêm os bebês? Inclusive aqueles meio perigosos... Sensacional! E eu agora já sei como pombos se multiplicam!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Impressoras no ritmo

Se você pensa que sua impressora só serve para imprimir documentos ou outras coisinhas bonitinhas que você acha que sabe fazer no computador, reveja seus conceitos:

Os estudantes Matt Robinson e Tom Wrigglesworth da Universidade de Kingston na Inglaterra resolveram inovar em um concurso para promover os novos Workstations da HP com esse filme em stop motion. Muito legal.