Muito bom, não? E não podia deixar de citar algumas obras que me deixaram surpreso: logo na primeira sala já nos deparamos com Acácias na Primavera de Larionov e, na sua frente, Inverno de Natalia Gontcharova. Ambos contextualizam a arte russa e não são obras primas, mas são belas. Destaque para o quadro da artista russa.No final de 1913, em São Petesburgo, estreou a ópera bufa "Vitória sobre o sol" (que já teve versão brasileira, sabia?), com música de Mikhail Matiúchin, libreto de Aleksei Krutchonikh e figurinos e cenários de Maliévitch. Resumindo, era a batalha dos budetliáni (homens do futuro) contra o sol. No fim, usando roupas estranhas parecendo alienígenas, os budetliáni vencem o sol ao rasgar a cortina que o representa em forma de um quadrado negro. Essa foi a primeira vez que Maliévitch empregou o quadrado negro como uma imagem artística e um símbolo. No fim de 1914, o artista organizou a exposição "0,10 – Última Exposição Futurista", com cinquenta obras suas e dezenas de obras de outros artistas. Foi o início do Suprematismo (do latim "supremus", "o mais elevado", foi um movimento artístico russo baseado em formas geométricas simples). O Quadrado Negro ficou pendurado em um canto separado com iluminação própria, colocando-se em posição de ícone, com um sentido sagrado.




Preciso dizer que vocês precisam ir? E que é de graça?
PS.: Todos os nomes russos e histórias foram escritos de acordo com as legendas e textos da exposição. Na internet, é possível encontrar outras versões.
2 comentários:
Seu entusiasmo é absolutamente contagiante e isso só faz confirmar a minha velha máxima de que "a roda da História não para de girar". Há 10 anos jamais poderia imaginar que estaria lendo o que você escreveu sobre essa exposição, não porque você não fosse capaz, mas porque você ainda não sabia do que era capaz.
O senso estético, a sensibilidade para o belo, a percepção para nuances sempre estiveram em você e disso nunca tive dúvidas.
Parabéns.
Obs. Na próxima semana vou marcar presença e conferir de perto.
Fui e adorei.
O quadro "O trem vai" me deixou com uma sensação estranha: vazio? solidão? nostalgia? Não sei.
É interessante também observar as mudanças nas pinturas do início dos anos 30, já na Era Stalinista: a famosa exaltação da força do povo.
Os posters de propaganda também me chamaram a atenção. Não conhecia nenhum da época.
Grande recomendação.
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