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sábado, 14 de outubro de 2017

Arte ao Lado: Erick Grigorovski

Com formação em design pela ESDI, é claro que Erick Grigorovski iria sistematizar sua produção artística… quer dizer… seus "filminhos" de animação. Independente do projeto, seja profissional ou pessoal, Erick mantém um processo de criação e produção bem semelhante: do briefing à pesquisa, do esboço no papel à finalização digital. Porém, como ele mesmo diz:
“Nos meus projetos pessoais, a diferença é que o cliente sou eu. E como nem sempre sei exatamente o que quero, de modo geral, o briefing vem a partir de conversas com amigos”.
Seus "filminhos" de animação são sem orçamento ou ambições, mas com muita vontade de contar histórias ao lado de amigos queridos. Então, somente após enxergar o projeto na sua frente com roteiro, artes conceituais, storyboard e cronograma, é que decide se tem motivação suficiente para colocar todo seu esforço nos meses seguintes e evitar cair na armadilha frustrante do engavetamento de um projeto pessoal. Por exemplo, Terra Incognita e Uruca levaram 10 meses, enquanto Entre Nós levou 18 meses e mais 10 meses ilustrando e escrevendo o blog da protagonista.


Em nenhum momento, Erick fala sobre fazer arte. Parece enxergar o que faz quase como um trabalho. Mas, quando fala que “faço porque quero contar aquela história, daquele jeito”, mostra sua motivação interior. Mesmo que um trabalho profissional de design, ilustração ou videografismo também o divirtam, é nesses "filminhos" de animação que realiza seu ato de arte. Não só no contar uma história, mas na dedicação à ilustração e no envolvimento pessoal.


Erick é de casa. Tem até marcador aqui no blog. Estudamos juntos na ESDI e passamos poucas e boas nessa vida. E é por isso que não entendo o diminutivo que ele usa para suas animações. Porra, cabeça, tu ganhou prêmio com teus “filminhos”! Vai estrear HOJE o novo Uruca no Rio Mountain Festival E no Inkafest, em Lima, no Peru! O que você faz é incrível! É arte! Você dá movimento ao desenho, vida à sua imaginação! Força na motoca!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Ao meu lado

A quarta edição da revista Arte ao Lado é especial... porque é minha!



Tinha que lançar ainda em agosto, mês dos Leoninos que adoram aparecer... como eu (?).

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Ao Lado da Escultura

Demorou bem mais do que o previsto, mas saiu a terceira edição da revista Arte ao Lado! O assunto é escultura com Katia Politzer, Mari Leal e Alcemar Maia, ou seja, a escultura de uma forma não tão convencional assim! Leia e surpreenda-se!

domingo, 12 de março de 2017

Novo volume da revista Arte ao Lado

Tem tudo sido tão corrido que nem escrevi aqui que o segundo volume da revista do projeto Arte ao Lado saiu!

Com um cheirinho de nostalgia, a edição traz o Desenho mais do que bem representado por Letícia Vicentini, Sidney Chagas e o mestre Amador Perez.



Ah... e o "quem sabe" pela continuação do projeto pode estar virando um "com certeza"...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Arte ao Lado: A revista!

O Arte ao Lado saiu do blog e se tornou uma publicação! Isso mesmo! Nesse primeiro volume, os três fotógrafos – Fernando Gonçalves, Reinaldo Smoleanschi e Victor Haim – tem suas postagens transformadas em matéria. Clique AQUI e leia!

Aos poucos os outros também aparecerão! E quem sabe alguns inéditos? :)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Arte ao Lado: Eu

Isso mesmo... resolvi me colocar no lugar dos meus entrevistados. Já que tem sido tão difícil conseguir depoimentos, nada melhor do que experimentar do "próprio veneno" pra ver se é tão complicado mesmo. E olha... fácil não é, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças. E eu nem sou artista; sou designer e professor, e me aventuro pelo mundo da nossa língua.

Bom, seguindo as perguntas que fiz a todos... o que eu faço é brincar com as palavras, desde o som às letras que as compõem. Sempre fui fascinado pela nossa língua e me lembro de ter passado mais de uma semana com a palavra "papoula" ressoando na minha mente. Quando aprendi as figuras de linguagem na aula de português da minha inesquecível professora Auxiliadora, senti que as possibilidades eram enormes. Aliás, foi na aula dela que escrevi meu primeiro poema iludidamente construtivista e totalmente cliché:

DÚBIO PREDICATIVO
Por que Sertão?
Ser tão pobre.
Ser tão miserável.
Ser tão infértil.
Ser tão seco.
Ser tão desesperançoso.
Ser tão morto.
É.
Por isso somos tão.

Daí vieram os sinônimos, antônimos e a noção que nosso idioma é realmente rico. As palavras foram amadurecendo dentro de mim e em 2000 participei de uma exposição coletiva chamada DaGema, com a obra DicionáRIO.


A vida foi tomando outro rumo até que entrei no universo acadêmico que me fazia complicar o fácil, ser prolixo porém conciso e claro. Em 2010, a porteira se abriu e a produção começou. A maioria já apareceu aqui no blog:

  1. enGARRAFAmento
  2. Banco de DADOS
  3. emPILHAmento
  4. indigNAÇÃO
  5. É, nem... nem é!
  6. Rio de Janeiro a Novembro de 2010
  7. Direitos Humanos para Humanos Direitos
  8. Direito Civil: onde já se viu? (em gênero, número e grau)
  9. Luto - Luta
  10. Arranquem o SiSU
  11. Irã. Irá? Ira!
  12. COMUNIDADE
  13. FRIO
  14. Cética Ética ETC... e a variação CosmÉTICA
  15. Afeto Afeta
  16. Deus Juiz
  17. Muda.
  18. Sabia, sábia sabiá?
  19. B! (Anagrama)
  20. entre outros...

Mas dando sequência nas perguntas... como eu faço isso? Olha... não tem muito uma fórmula. Normalmente, quando alguma palavra me pega, eu a anoto e deixa ela amadurecer. Assim que ela precisa sair (e eu tenho tempo), eu vou pro computador testar espaços e tipografias. Tenho as tipografias prediletas e os formatos e cores mais ou menos queridos, mas tudo está aberto para o que a palavra quiser.

Agora vem a pergunta mais difícil, provavelmente aquela que empacou com todo mundo: POR QUÊ? E eu não sei responder mesmo. Eu faço porque eu quero, porque eu preciso. Não é só uma forma de expressão, é a criação de algo e ao criar me sinto dando vida. Algo nesse mundo passa a existir porque eu fiz. Esse tipo de poder é único, comparado talvez à geração paterna/materna.

É isso. Esse é meu lado artista, meu lado criador (e ontem esse blog fez 9 anos!).

sábado, 24 de outubro de 2015

Arte ao Lado: Sidney Chagas

Todas as crianças no mundo desenham e rabiscam desde muito pequenas. Mas pra onde será que vai essa habilidade? O que é feito no meio da criação/educação que as crianças perdem a vontade de se expressar graficamente? Essa é apenas uma das reflexões que passaram pela minha cabeça quando li as respostas do designer Sidney Chagas.

Pra ele, quando crianças, ninguém julga seus próprios desenhos como ruins. As pessoas crescem e começam a se comparar umas às outras, e tudo que não se adequa ao conceito de correto ou bonito é classificado como ruim. Às vezes as próprias pessoas decidem que seus desenhos não são bons o suficiente e desistem de continuar à desenhar.


Quando ingressou na faculdade de design, Sidney aprendeu que o conceito de ilustração sugere que a mesma acompanhe um texto, um conceito ou um produto com o propósito de complementar, o que acontece frequentemente em seu trabalho como designer. A profissão “ilustrador“ lhe pareceu agregar propósito demais ao desenho e isso tirava um pouco da magia que essa atividade representava pra ele:
Tive a impressão de que o desenho desenhado era um pedaço de mim que se mostrava bem pequeno em relação ao mundo de tipos, regras e planejamento que me eram apresentados.
Isso o incomoda muito, ao ponto de ter tido grande dificuldade de responder as perguntas deste projeto (“Foi um parto de mim mesmo!”). Sidney questionou-se sobre como iria escrever sobre algo tão livre como arte se sua criatividade tem ficado cada vez mais condicionada ao trabalho:
Tem aquela criatividade já forjada pro trabalho, sabe? Te pedem uma coisa e você produz. Produto puro, TEM que vender, TEM que ser bom, o cliente TEM que gostar. Isso afeta demais quando se quer simplesmente desenhar. Chego em casa e não tenho mais aquele desejo...
Agora ele busca se sentir criança novamente, retomando o desenho sem expectativas no final, sem razões concretas, sem responsabilidades de parecer correto. Não quer mais desenhar somente para complementar algo ou ter uma explicação necessária. Sabe que tem nas mãos uma ferramenta de moldar o mundo ao seu redor (“Desenho quando não quero estar preso à regras, ou quando quero quebrá-las”) e, seja de forma analógica ou digital, entende que as técnicas se tornam inúteis sem uma inspiração. E ao falar disso, Sidney relembra a magia do desenho:
É comum eu querer criar algo e passar horas com uma folha de papel em branco na minha frente pois nem sempre a criatura obedece ao seu criador. Geralmente extraio inspiração de pessoas peculiares que vejo na rua, de personagens e personalidades que admiro. Se algo que vejo gera uma reação forte o bastante pra que eu fique pensando naquilo por um certo período, isso geralmente me motiva a desenhar e, ao fazê-lo, tento recaptar aquela sensação. O desenho pode vir também pela simples vontade de desenhar, como um chamado, se eu quiser colocar “poeticamente”. Eu desenho porque é uma das poucas coisas em que se tem total liberdade pra se fazer.

Esse chamado poético é o Chamado da Arte. Fez Sidney sofrer ao se dar conta que sua forma de expressão, sua liberdade, está sendo tomada pelo cotidiano voraz capaz de eliminar o ato de desenhar da vida das pessoas. Mas foi essa angústia (que emergiu ao ter se deparado ironicamente com uma folha branca na sua frente) que o motivou a retomar o caminho de sua vocação.


Apesar do sobrenome em comum, não somos da mesma família, mas carinhosamente nos chamamos de “primos”. Ele foi estagiário de design no Museu da República quando eu trabalhava lá. Ambos estudamos na ESDI (em momentos distintos) e me lembro de termos rapidamente conseguido uma conexão profissional (suas ilustrações já me impressionavam e salvaram vários momentos de falta de criatividade!). Aos poucos a ligação se tornou pessoal e vivíamos ouvindo músicas no rádio (odiando a “Hora do Blush”). Mesmo com nossa separação profissional e o intercâmbio para a Alemanha que o fez morar lá, mantivemos contato pelas redes sociais e hoje estabelecemos novos vínculos. Espero que esse projeto reanime sua Arte.

sábado, 26 de setembro de 2015

Arte ao Lado: Fabio Lopez

Hoje a proposta é um pouco diferente. Quem acompanha este projeto, sabe que tenho feito três perguntas para pessoas próximas a mim que estão ligadas a alguma forma de arte. Só que com o Fabio Lopez tive que mudar por duas razões: (1) já escrevi tanto sobre ele aqui que já tem até um marcador só pra ele; (2) ele estava imerso há mais de um ano num puta projeto que saiu essa semana, o miniRio.

O Rio em pictogramas. (clique para aumentar)
Tudo organizado! Nada aleatório! (clique para aumentar)
Amante de tipografias, Fabio criou duas famílias para o projeto. (clique para aumentar)

O projeto começou como uma catalogação de linguagem, ícones, locais, coisas e experiências tipicamente cariocas e se tornou uma extensa coleção de pictogramas que homenageiam e representam visualmente os patrimônios culturais materiais, imateriais e afetivos percebidos pelos próprios cariocas em sua cidade do Rio de Janeiro. Não preciso explicar muito porque o site do projeto está minucioso.



Perceba que o vídeo acima já dá algumas respostas do que eu teria pedido a ele. Sua inquietação e olhar crítico aguçado se unem a uma incrível qualidade técnica para mais um resultado maravilhoso. Mais um porque ele é "pai" do Bando Imobiliário, do War in Rio, do Batalha na Vala, do Homem de Neandertype e da marca do Centro Carioca de Design. Também participou da criação da marca dos Jogos Olímpicos no Rio, fez selo natalino e brincou de melhorar o brasão da República brasileira, além de muito mais que vocês podem encontrar no marcador dele aqui no blog ou no site do projeto.

Percebeu o poço de criatividade? No vídeo ele fala: "não gostaria de passar o resto da vida fazendo isso". Claro que não! Um inquieto como ele não pode parar mesmo! Nós não queremos também! Inspirador! Quero que meus alunos tenham essa inquietude.

PS.: Normalmente eu faço um último parágrafo explicando meu vínculo com o artista em questão, mas - como esse caso é diferente - eu já tinha uma postagem de 2009 sobre ele aqui. ;) Repetindo da época: obrigado por existir, Fabio.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Jabá (leia rabah)

Já falei aqui que tenho um site com meus trabalhos, que está sempre em construção (forma eufemista de dizer que está meio desatualizado). Eu sempre fui meio metido e desde o início mantive uma versão em inglês do meu site. Mas agora eu fui além... criei a versão em espanhol!


Cheio de erros idiomáticos provavelmente, mas resolvi fazê-lo. Arrogante? Sim, mas por que não? Tudinho com a mesma cara só mudando a cor. Escolhi o amarelo da bandeira espanhola, uma vez que o vermelhão é do site em português (o do inglês é azul).

Dê uma passada por lá e divirta-se! :)

PS.: Espero que isso dê pelo menos uma razão para minha ausência...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Jabá

Já falei dos meus blogs e agora é hora de falar do meu trabalho mesmo.

www.filipechagas.com
"Casa de ferreiro, espeto de pau" é o que sempre se ouve de designers que nunca tem tempo de fazer seus portfolios ou sites da maneira correta. E eu não fujo à regra... porém, dessa vez, vou tentar manter mais atualizado tanto com as novidades que aparecerem, quanto com trabalhos antigos que já tem seu espaço mas pouca explicação. Esse layout de quadradinhos é a base (e quase minha assinatura) e está em constante mudança de tamanhos de acordo com o enfoque que quero dar ou o trabalho que está sendo realizado no momento.

No site também estão as minhas "artes" (na imagem é onde está o Mude! Muda? Mudo.) e os meus textos, que incluem alguns artigos e até mesmo minha dissertação de mestrado (na imagem é o caderno azul no canto superior direito).

Bom... e pra quem ainda não sabe... sou designer de formação. Como fiz ESDI, sou tanto designer gráfico quanto designer de produto, mas segui a linha gráfica. Tenho experiência com projetos editoriais e identidade visual de eventos, mas adoro uma construção de identidade (não à toa esse foi o tema do meu Mestrado). Minhas atividades como designer se baseiam em freelancers, pois segui a carreira acadêmica e hoje sou Coordenador do curso técnico em Comunicação Social do Instituto de Tecnologia ORT. Além de coordenar o curso, orientar os projetos finais e ensinar alguns softwares gráficos, dou aula de Artes para o Ensino Fundamental II.

É isso. :)

domingo, 28 de julho de 2013

Um vovô designer nada obsoleto


Hal Lasko trabalhava como tipógrafo em Cleveland, Ohio (EUA) depois de ter servido na Segunda Guerra Mundial e aposentou-se na década de 1970. Vinte anos depois, sua família lhe apresentou o computador (na década de 1990), com Microsoft Paint (isso mesmo, aquele programinha que todo mundo tem no computador, mas ninguém abre porque só quer saber de Photoshop).

Hoje com 98 anos – o aniversário é hoje mesmo! –, o descendente de austríacos completamente apaixonado por design gráfico cria impressionantes trabalhos misturando pontilhismo e pixel art, driblando problemas sérios de visão com o arcaico software.

Looking up
The thriller

Vejam o curta-documentário que conta mais do que isso. Fala sobre paixão, sobre manter nossa identidade mesmo em idade avançada, sem ficar reclamando pelos cantos.



E quero ser assim quando crescer.

sábado, 18 de maio de 2013

I am Grigo!

Já faz muito tempo que não coloco nada sobre o Erick por aqui. Dois anos e meio é tempo demais! E pelo jeito andei perdendo muita coisa (ele até assumiu o apelido Grigo)!

O portfolio dele está cheio de trabalhos incríveis realizados na Multirio (onde trabalha) e - pelo jeito - continua correndo e escalando por aí.

Veja uma compilação que ele fez no fim do ano passado:



O bom é saber que em 2013 teremos mais um trabalho autoral saindo. Depois de Uruca e Entre Nós, vem aí: A temporada! No que parecia ser apenas mais um dia de escalada, Waldo se depara com um desafio que logo se transforma em sua grande obsessão. Durante toda a temporada, ele trabalha em busca do que acredita ser sua maior conquista. Pelo menos até encontrar um novo projeto de vida...

Boa, cabeça!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Cartazes oscarizáveis

Mais tarde teremos a entrega do Oscar para o cinema americano. O maravilhoso designer Olly Moss fez um incrível cartaz com os 84 Oscar anteriores interpretando os vencedores daquele ano.

Clique para aumentar e divirta-se tentando lembrar os vencedores!


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood também encomendou cartazes comemorativos celebrando os indicados a Melhor Filme aos artistas da Gallery 1988. Vejam:

Amor, por Matt Owen
A hora mais escura, por Godmachine
Django Livre, por Mark Englert
Argo, por Anthony Petrie
As aventuras de Pi, por Tom Whalen
Lincoln, por Jeff Boyes
Indomável sonhadora, por Rich Kelly
Os miseráveis, por Phantom City Creative
O lado bom da vida, por Joshua Budich

Excelente iniciativa. Tomara que ela seja repensada todos os anos! Meu palpite para o Oscar? Lincoln... americano adora se presentear. Mas podemos ter uma grande surpresa com o excelente Argo.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Bando Imobiliário!

Em 2007, Fabio Lopez lançou o polêmico War in Rio (pra quem ainda não sabe, é a versão do clássico jogo War acontecendo no Rio de Janeiro, com direito a tabuleiro dividido em favelas e pecinhas do Bope), intrigado pelos questionamentos levantados pelo filme Tropa de Elite. Em 2009, o Batalha Naval se transformou em Batalha Na Vala. E, em outubro de 2010, um cartaz para um terceiro filme da série.

Mas, no fim de 2012, sem muito estardalhaço, Fabio lançou um novo jogo: o Bando Imobiliário!


Também refletindo o filme (agora o número 2) e sua leituras sobre as milícias cariocas, o projeto tem bem mais complexidade que o War in Rio. Dinheiro, cartinhas de Sorte ou Revés, novas localizações... tudo - como sempre - impecável!


Na época do War in Rio, Fabio teve seus 15 minutos de fama e tomou um puxão de orelha do Beltrame. E agora? Será que ao invés de ficarem incomodados com a crítica, vão ficar incomodados com a situação do Rio? Por sorte, sei que, mesmo que a cidade consiga se recuperar desses problemas, o design instigante de Fabio não vai parar.

PS.: Tirando o Batalha Na Vala, que Fabio colocou para download, os outros dois jogos (War in Rio e Bando Imobiliário) são apenas críticas. Não há qualquer movimento de comercialização.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sobre tatus e cartazes

E Fuleco (futebol + ecologia) será o nome do tatu-bola mascote da Copa do Mundo no Brasil. É ruim? É. As desculpas que a Fifa deu para a escolha dos três nomes que foram para votação popular não caíram bem (os outros era Amijubi e Zuzeco). Dizer que precisavam de nomes capazes de serem falados em qualquer língua... bom... TA-TU BO-LA são quatro sílabas simples.

No entanto, acho que as manifestações agressivas estão um pouco além da conta na minha opinião. As redes sociais estão cheias de comentários desnecessários para algo que foi decidido por 1,7 milhões de pessoas em votação on line. Não queria nenhum dos três nomes? Não votasse em nenhum. Ficou claro que todos iam reclamar de qualquer nome que vencesse e isso pra mim é birra. Já deu. Entubem.

E ontem foram apresentados os cartazes das 12 sedes definidas para a Copa do Mundo. Desde 2006, a Fifa permite que cada cidade-sede crie seu próprio desenho. Vamos ver cada um... mas antes... um destaque... para prestigiar os profissionais brasileiros, a Prefeitura do Rio optou pela realização de um concurso nacional, coordenado pela Empresa Olímpica Municipal e pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, e aberto para profissionais e empresas da área de design. O concurso foi lançado no dia 4 de julho, e contou com 59 participantes. Os vencedores foram minha amiga Julia Gostkorzewicz e Eduardo Leichner da Modo Design!


Belo Horizonte (MG)
A Igreja de São Francisco de Assis, que integra o conjunto da Pampulha, aparece em destaque no desenho da capital mineira. As imagens que decoram o exterior da Igreja (pombas e flores) se unem em sobreposições formando os pentágonos da bola.

Acompanho as críticas sobre a simplicidade de formas e cores, além da forçada na barra dos pentágonos. Sinceramente... achei fraco.

Brasília (DF)
A imagem faz uma estilização da Catedral, que simboliza a cidade e é um ícone arquitetônico mundial. As cores do jogador chutando a bola reforçam as múltiplas etnias que compõem a sociedade brasileira e remontam à presença dos cinco continentes na Copa. O amarelo no lado direito da imagem simboliza o sol nascente sempre a leste.

Bem interessante na geometria e nas curvas. A explicação das cores e etnias era desnecessária. Eu até acho que quanto mais argumentação melhor, mas precisa ser uma boa argumentação, como o amarelo à direita.

Cuiabá (MT)
Na capital de Mato Grosso, o tuiuiú - ave símbolo do Pantanal - é um dos destaques. O futebol é representado pela bola nos pés do jogador. A vibração das pessoas com o evento, em especial da torcida pantaneira, é traduzida no movimento da bola e as formas que a cercam. O mapa do estado no centro da bola mostra que Cuiabá está preparada para receber o maior evento de sua história.

Toda essa explicação dá de bandeja o problema: parece que cada elemento foi tratado separadamente sem união: a ave parece clipart; as imagens de fundo não parecem vibração nenhum, mas tem um grafismo interessante que não foi bem aproveitado; e o jogador com a bola são óbvios.

Curitiba (PR)
A Araucária, símbolo de Curitiba e do Paraná, é onipresente na imagem de Curitiba. O pinheiro adulto se ergue para o infinito, feito taça de luz. É como se Curitiba fizesse um brinde ao futebol.

Minha opinião vai ficar no gosto: achei lindo. Pouca argumentação com uma solução visual e técnica muito boa deram um resultado que me agradou muito.

Fortaleza (CE)
Uma bola que carrega os principais símbolos da cidade sai como se fosse lançada a partir do Castelão. As texturas utilizadas e os traços do desenho remetem a uma cidade moderna que não esquece suas tradições.

Gente... mas o que esse cartaz fez foi exatamente esquecer das tradições! Que cores são essas? E texturas? Pra quê todos os pontos turísticos? Modernidade ruim.

Manaus (AM)
Duas araras vermelhas pousadas sobre uma trave de futebol resumem a relação buscada: mostrar que, no coração da maior floresta tropical do mundo, somos todos torcedores por natureza.

Se houvesse uma votação popular de melhor cartaz, acho que esse ganharia. Realmente um belíssimo cartaz. Clichê. Simples. Porém, belo. Se pensarmos na ideia que as araras estão se amando no lugar onde a coruja dorme, ganhamos um tom a mais.

Natal (RN)
O verde das matas. O amarelo das areias escaldantes. O azul do mar. Localizada na esquina da América do Sul, Natal se mostra de braços abertos para o evento. No corpo do torcedor é possível ver o Morro do Careca, na Praia de Ponta Negra, uma das marcas da capital potiguar.

Acho que esse cartaz tinha uma boa direção, mas se perdeu no uso de imagens estilizadas dos pontos turísticos. A Praia do Careca não é tão bonita assim, e ainda ficou parecendo uma faixa de campeão (ou do Vasco? Ponte Preta?).

Porto Alegre (RS)
Um atleta chutando a bola e a imagem da Usina do Gasômetro representam a grandeza do evento e o legado deixado por ele, como a riqueza cultural, desenvolvimento tecnológico, estrutural e riqueza econômica, representados também pelas faixas coloridas. As pessoas que aparecem no cartaz vibrando representam a paixão do porto-alegrense pelo futebol.

Muito bla-blá-blá... Assim como Natal, me parece que o cartaz tinha uma boa direção e ficou no meio do caminho. A bola é uma miniatura ou veio voando no rastro branco? Usina do Gasômetro como ponto turístico? Acho que já ficou bem claro até aqui o quanto usar pontos turísticos pode ser uma armadilha.

Recife (PE)
Repleto de movimento e cores, remete ao frevo, manifestação cultural típica do estado. Com uma sombrinha na mão, o passista realiza movimentos ágeis e leves, como as acrobacias dos jogadores, que fazem com a bola o mundo "ferver".

Ideia excelente, argumentação perfeita, resultado primoroso. E ainda forma um 6 que pode representar o vindouro hexacampeonato. UAU!

Rio de Janeiro (RJ)
Representa a essência do carioca, que se move no ritmo do mar e com a energia da natureza que o cerca e do calor do sol. A silhueta e a bola em um gesto descontraído formam um coração que está no centro de várias camadas expressando o amor do carioca pelo futebol. Cada camada representa um aspecto do Rio: a praia, a montanha, o Pão de Açúcar, o mar e o céu.

Essa é a situação típica onde a explicação melhora o cartaz. À primeira vista, todos dizem que o conceito da silhueta é simples e acaba no onipresente Pão de Açúcar. Mas ao ler a ideia do mar e ligar com os "altinhos" realizadas na beira da praia acrescentam força ao cartaz. Parabéns Modo! Parabéns Julinha!

Salvador (BA)
O Elevador Lacerda transformado em trave de futebol e uma bola estufando a rede que o envolve aparecem em destaque no pôster de Salvador. Do alto das torres do primeiro elevador público do mundo é possível avistar outros diversos pontos turísticos da cidade, oferecendo, como pano de fundo, a vista espetacular da Baía de Todos-os-Santos. Esse imponente cartão postal é também um atalho que liga a cidade baixa, litorânea e histórica, à moderna e crescente cidade alta.

Finalmente um bom uso para um ponto turístico! Pode não ser um cartaz maravilhoso, mas a ideia é muito boa.

São Paulo (SP)
O caráter cosmopolita e múltiplo de São Paulo é o destaque. A imagem reflete uma metrópole onde milhares de pessoas vivem, se emocionam, comemoram e respiram futebol. O futebol está no sangue da cidade, nas ruas, no mar de edifícios, no ar.

Taí: gostei. Poderia ter um melhor acabamento nos prédios para não haver repetição de prédios e na escolha de cor da tipografia (talvez branco ao invés de azul para melhorar a legibilidade), mas ficou simples e bacana.





No geral, é isso. Nem vou comentar do selo "Guaraná Antártica" da horrorosa marca da Copa ou o eterno problema em diagramar trocentas marcas na parte inferior de um cartaz. Mas fico super feliz com toda essa produção genuinamente brasileira.

Mas fica aqui uma pergunta: sei que tivemos bancas selecionando os cartazes, mas porque não colocaram os três melhores de cada estado para ser selecionado em votação popular como foi com o mascote? Teríamos a oportunidade de ver outros trabalhos, conhecer melhor a produção em design de outros estados e ainda obter o que o povo quer! Fica a dica para descentralizar o poder de escolha da Fifa...