quarta-feira, 28 de julho de 2010

¡Hola! ¿Que tal?

É isso galera: sumi porque estou novamente em Buenos Aires para o Encuentro Latinoamericano de Diseño, apresentando uma conferência! Ainda não tenho fotos para postar porque não trouxe o cabo (e não confio em computadores argentinos, né!). Mas eu volto logo logo e coloco algumas coisas por aqui. Vale dizer que o frio não está tão frio, que os dias de inverno estão muito bonitos e que nunca mais fico num albergue na minha vida (mesmo que todos sejam simpáticos...).

Em breve, mais histórias.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cartaz de máscaras

Clique para aumentar e se divertir com o cartaz do designer alemão Adrian Pavic.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O plano B é melhor!

Já temos uma marca horrível, sabemos que a Copa do Mundo aqui no Brasil está atrasada e temos grande chance de ser um fiasco internacional com muito (MUITO!) roubo. Mas poucos sabem que existe a Fifa tem sempre um plano B...

A Alemanha estava avisada que se não desse alguma merda na África do Sul, a Copa voltaria pra lá. No caso do Brasil, é os EUA! Isso mesmo... parece que é um paliativo pela perda das Olimpíadas! Não acreditam?

Pois então... vejam a ÓTIMA identidade visual que os EUA preparam para concorrer a 2018 ou 2022, mas pode ser tirada da cartola a qualquer momento porque já está pronta:


A brincadeira do US (United States) com US (nós) é muito legal. Não houve necessidade nenhuma de criar uma imagem que representasse todo o país relacionado ao futebol. Só a bela tipografia Game bastou. E já tem até aplicações e variações e não só uma marca colada no meio de uma camisa...

Ah... e gostaria de deixar bem claro que FOI FEITA PELOS DESIGNERS MICHAEL GERICKE E LUKE HAYMAN DO ESCRITÓRIO PENTAGRAM.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Para os amigos

A gente não faz amigos, reconhece-os.
Vínicius de Moraes.

Google Earth brincando de Deus

Digamos que o Google Earth voltasse no tempo e registrasse alguns momentos bíblicos:

O Jardim do Éden, o Paraíso de Adão e Eva.

A crucificação de Cristo.

Moisés abrindo o Mar Vermelho.

A arca de Noé.

Incrível, não?

O projeto do Glue Society se chama God's Eyes View e - obviamente - foi bastante contestado pela Igreja em 2007, ano de sua publicação. A idéia era apresentar essas quatro passagens bíblicas do ponto de vista de um satélite, como se fosse Deus olhando para a Terra no exato instante que eles ocorriam.

Não achei ofensivo. Pelo contrário. Achei uma forma bem interessante de atingir um novo público multitarefas/tecnológico.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Essa ilusão de ótica é fogo!



Eta!
(Do Vida Ordinária)

A pior invenção da humanidade!

HA! Vocês sabem que eu odeio guarda-chuvas... mas nunca tinha me dado conta que eles ainda vem com a coisa mais inútil do mundo: UMA CAPINHA!!!

Compartilho todos os meus sentimentos sobre essa coisinha com Fabrício Carpinejar que descreve AQUI da melhor maneira possível.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Se volta a chuva, voltam o quê?

Os malditos GUARDA-CHUVAS! Infelizmente a criatividade para solucionar todos os seus erros de design são somente decorativos... Em ritmo de Copa, por exemplo, tem essa estampa "linda". O Football Umbrella custa 6 libras na Amazon. Só me dá vontade de chutar pra bem longe...

E que tal você ter um esquilo-voador ou um mico costurado em seu guarda-chuva? Não é legal? (NOT!) O Tail Umbrella transforma as tiras que os mantém fechados no rabo de um animal. Gente... isso é sério? Tinha que ser japonês (do estúdio Microworks de Shunsuke Umiyama)...


Mas, na boa... rodinhas com carimbo é sacanagem. Os coreanos Lin Cheng-Han, Chung Yu-Hsun, Cheng Yu-Ting e Chen Shaw-Chen provavelmente se cansaram de carregar um guarda-chuva e resolveram arrastá-los por aí e espalhar felicidade! Hã? Pois é. Vejam as fotos e mantenham o silêncio estarrecedor.


Medo. Muito medo! Sorte que é só uma idéia.

PS.: Claro que é legal ver que estão tendo idéias lúdicas para esse objeto desagradável. Só gostaria de coisas que fossem bonitinhas e fofinhas, porém bem mais úteis.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Copa, então...


Eu gosto de futebol, então, adoro Copa do Mundo. Mas acho que essa ficou aquém das minhas expectativas. Acho que de todo mundo. Alguém já viu a classificação geral? Aí vai:
  1. Espanha
  2. Holanda
  3. Alemanha
  4. Uruguai
  5. Argentina
  6. Brasil
  7. Gana
  8. Paraguai
  9. Chile
  10. Japão
  11. Portugal
  12. EUA
  13. Inglaterra
  14. México
  15. Coréia do Sul
  16. Eslováquia
  17. Costa do Marfim
  18. Eslovênia
  19. Suíça
  20. África do Sul
  21. Austrália
  22. Nova Zelândia
  23. Sérvia
  24. Dinamarca
  25. Grécia
  26. Itália
  27. Nigéria
  28. Argélia
  29. França
  30. Honduras
  31. Camarões
  32. Coréia do Norte

Não me lembro de uma primeira rodada tão insossa. Essa Copa teve times com mais medo de ganhar do que vontade de vencer. Sorte a nossa que o futebol bem jogado e ofensivo da Espanha venceu, ao invés do futebol fechado e brucutu da Holanda. Se a Alemanha tivesse ganho talvez tivéssemos mais times pensando em ser uma Suíça melhorada, ou seja, trancada atrás e veloz de contra-ataque. Brasil e Argentina trouxeram a temosia e a arrogância e pararam no momento exato. O Uruguai orgulhou o mundo com seu futebol limitado porém determinado. E o que dizer das todas poderosas França e Itália? Vejam a classificação acima e fiquem perplexos. A Inglaterra ainda foi mais longe, mas decepcionou demais.

Também foi uma Copa das decepções individuais, onde os grandes craques tão celebrados e milionários foram praticamente inúteis. Ganhou a força da união, da equipe. Os quatro times que fizeram as finais tinhas talentos individuais sim, mas que jogavam em uníssono com o resto do time. Japão e EUA também mostraram que a perseverança e o treinamento podem conquistar espaços. Sérvia, Eslováquia e Nova Zelândia mostraram que as zebras vem pra Copa com a intenção de fazer bonito e não apenas participar.

Os times africanos decepcionaram. A anfitriã África do Sul foi a primeira dona de casa a não passar da primeira fase. Mesmo com a torcida do mundo, não pode fazer nada com suas limitações técnicas. Assim como Camarões... penúltimo? Gana é o único país que vem mostrando alguma evolução, aparecendo desde 2006 entre as 10 primeiras. Costa do Marfim parece ser uma eterna promessa.

Sobre o excesso de faltas e as falhas na arbitragem, eu vou ter que citar o intragável Galvão Bueno (assisti tudo na ESPN). Toda a Copa do Mundo tem falhas e faltas grosseiras, mas em 2010 a tecnologia visual amplificou isso. O grande número de câmeras, replays, closes e computadores que trazem pra gente os mínimos detalhes de todos os lances, faz com que a gente tenha a exata noção do que aconteceu. Alguém se lembra que antes os cartões amarelos e vermelhos só apareceram na Copa de 70? Vocês imaginam como era a porradaria? Pois é... Talvez a gente possa reclamar que muitos erros de arbitragem decidiram jogos... mas não foi assim com a mão de Maradona em 86 e o não-gol da Inglaterra em 66?

E a Jabulani? Bom... só sei que depois dessa bola, eu vou parar de dizer que craque joga com qualquer bola.

Agora virão mais quatro anos de esperas e vuvuzelices da imprensa sobre a Copa no Brasil. Ainda bem que tem Copa América, Olimpíadas e Copa das Confederações antes!

domingo, 11 de julho de 2010

Olé!

Brigam Espanha e Holanda / Pelos direitos do mar / O mar é das gaivotas / Que nele sabem voar / O mar é das gaivotas / E de quem sabe navegar.

Brigam Espanha e Holanda / Pelos direitos do mar / Brigam Espanha e Holanda / Porque não sabem que o mar / É de quem o sabe amar.

(Leila Diniz)

Caiu a invencibilidade da Holanda na pior hora possível... pra eles! Porque era pra ter caído antes. Não gostei do futebol deles, nem contra o Brasil, nem contra o Uruguai. A Espanha também não veio jogando o futebol que todos esperavam durante a Copa, mas era ofensivo e determinado. Confesso que me lembrei do Brasil de anos anteriores recentes. Aliás... por uns instantes, achei que tivesse voltado a 1994, final Brasil e Itália...

Primeiro tempo ruim, amarrado... como eu esperava. A Holanda veio para praticar o anti-jogo, com faltas grotescas capitaneadas por Van Bommel, o "Felipe Melo de laranja"... só não sei como conseguiu ficar numa partida inteira durtante a Copa. Deve ter algum esquema com os juízes. Aliás... a Holanda foi a seleção mais violenta de toda a Copa! Mas também veio com um excelente esquema adiantado de marcação que impedia as jogadas espanholas. A Espanha fez o que sabe fazer e manteve o jogo no controle, mas com uma defesa fraca, capaz de dar nos nervos com lances bisonhos. E a tática espanhola de afunilar e tentar entrar pelo meio da defesa holandesa (como Robinho fez) não funcionava.

Segunto tempo igual, com os goleiros fazendo defesas incríveis e segurando o placar nulo para a prorrogação. Robben perdendo chances absurdas... Iniesta dando um último toque errado. Na prorrogação, os cartões amarelos do primeiro tempo regulamentar fizeram efeito: uma expulsão e a Espanha teve seu caminho aberto para a vitória. Mas não foi fácil, não. Foi só no segundo tempo com um gol de Iniesta, que arrancou um grito furioso entalado na garganta. Casillas merecidamente levou a Luva de Ouro de melhor goleiro da Copa.



HA!!! Forlán levou a Bola de Ouro de o melhor da Copa!!! Não podia ser outro! Robben é jogador de um drible só e perdeu jogadas incríveis na final. Sneijder não fez nada de interessante hoje. Xavi também não... aliás, parecia o Zinho de 94: gira, gira, encera, encera e nada. Iniesta seria o único capaz de tirar o título, ainda mais com um gol de título mundial... mas no conjunto geral, Forlán carregou uma seleção inteira nas costas, enquanto Iniesta dividiu essa função. Orgulho celeste!

Thomas Mueller levou a revelação e acabou levando a Chuteira de Ouro de artilharia! Haviam quatro jogadores com 5 gols: Villa (Espanha), Sneijder (Holanda), Forlán (Uruguai) e Mueller (Alemanha). Mas Mueller tinha mais assitência ao gol, que é o critério de desempate! Parabéns ao jovem jogador que mostra ao mundo a força da juventude em um campeonato desse porte.

sábado, 10 de julho de 2010

Bela disputa!

Belo jogo! Bela disputa pelo terceiro lugar! Alemanha saiu na frente, o Uruguai buscou a virada e a Alemanha virou de novo. Uruguai ainda teve nos pés do craque Forlán a chance da partida no último SEGUNDO de jogo com uma falta na entrada da área... mas ele mandou a bola no travessão! E foi um jogo sem faltas grosseiras, com disputas leais, tomadas de bola consicientes, golaço de Forlán... muito bom.

Achei que a Alemanha ia vir sem vontade, até porque colocou um time praticamente reserva. Mas não. Os reservas, inclusive, apresentaram um futebol bem mais ofensivo do que os titulares, nada de ficar esperando contra-ataque rápido. Schweinsteiger tem um futebol diferenciado! Era só ele pegar na bola que você percebia a qualidade. Não é a toa que está concorrendo ao melhor da Copa (mas não deve levar). Özil não foi tão brilhante, mas também é um excelente jogador (e também não leva como o melhor). Até o discreto lateral Boateng resolveu fazer sua melhor partida.

E disse anteriormente que o Uruguai era um time fraco que dependia apenas do Forlán. E ainda acho isso, mas acho que eles fizeram uma grande partida. E tem mais: se Fucile, Lugano e Suarez estivessem presentes no jogo contra Holanda, acredito que teríamos outra história pra contar. Cavani, Pérez, Maxi Pereira e Arévalo Rios juntaram forças aos já citados pra mostrar que queriam o resultado. Só o goleiro não estava muito ligado nisso, porque falhou bisonhamente no segundo gol alemão. Bom... a Celeste não levou, mas acho que eles fizeram muito mais pelo futebol sulamericano e pelo país deles, do que eles mesmo imaginam.

Ah... e Forlán é sério candidato a ganhar o melhor da Copa, afinal, ele carregou a seleção uruguaia nas costas! Messi nem deveria estar na disputa, e Gyan de Gana entregou às quartas para os uruguaios. Só acho que ele pode perder pra Villa da Espanha (por causa da artilharia) ou pra alguém que faça chover no jogo final. Iniesta e Robben podem fazer isso, Xavi também... Sneijder pode tirar um gol da cartola, mas não uma jogada miraculosa. Essa é a minha humilde opinião.

A revelação da Copa ficará entre Giovanni dos Santos (o mexicano que corre com os cabelos do Ronaldinho Gaúcho da Copa de 2002), André Aweya (de Gana) e o alemão Thomas Mueller, que deve ser o dono desse título. Essa também é a minha humilde opinião.

Ps.: E não é que o polvo (e eu!) acertou de novo!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Vergonha oficial

Recentemente falei sobre esta horrível e polêmica marca da Copa 2014. E acho que tenho muito pouco a acrescentar do que já falei, principalmente depois dela ter sido oficiaizada. Mas acho necessário corrigir que não foi uma agência francesa que criou a marca e sim a agência África, que teria concorrido com outras 25 agências brasileiras.

Isso mesmo... uma agência de publicidade criou uma marca que foi aprovada por Ivete Sangalo e Gisele Bündchen! Parece que a marca se chamaria "Inspiração". Eu já acho que faltou muita...



Bom... e já que ninguém me lê ou me ouve mesmo, será que alguém lê e ouve Alexandre Wollner? Um dos maiores designers ainda na ativa desse país, responsável pelo fortalecimento do design brasileiro? Afinal... ele disse que marca é uma porcaria e ainda falou o mesmo que eu, quando disse que o problema não é parecer o Chico Xavier, mas sim um rosto envergonhado! Leiam AQUI a entrevista. E de sobra ainda fiquei sabendo que a falta de ética não está somente na escolha dos jurados, mas também na exclusão da ADG (Associação de Designers Gráficos) da coordenação de escolha da marca. Quem fez isso? A Fifa...

Sinceramente... preciso dizer alguma coisa mais sobre a minha profissão?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

JCVD

JCVD significa Jean-Claude Van Damme e é também o nome de um filme dele (2008).

Agora venham com todos os preconceitos sobre ele! Mas, se você tiver a minha idade, homem ou mulher, já deve ter assisitido (ou pelo menos ouvido falar) mais de um filme dele: Grande Dragão Branco (Bloodsport, 1988)? Soldado Universal (Universal soldier, 1992)? Retroceder nunca, render-se jamais (No retreat, no surrender, 1985)? Cyborg - O dragão do Futuro, Timecop, O alvo, Street Fighter, Leão branco, Morte súbita, Legionário, Duplo impacto, Vencer ou morrer, A colônia... O cara faz praticamente de dois a três filmes por ano! Desde 1988! São mais de 20 anos sem parar!

Canastraço, mestre em espacate (abrir as pernas em 180°), Van Damme já veio ao Rio e foi entrevistado pelo Jô duas vezes, onde mostrou ser aqueles caras meio babaquinhas, metido a engraçados, comedores, mas uns bobalhões...



Depois disso tudo, acabei vendo o tal JCVD e me surpreendi. Claro que não é um filme maravilhoso, mas exatamente por causa de todos esses preconceito citados anteriormente, eu jamais esperava ver o Van Damme atuando desse jeito. Dito como autobiográfico (com adaptações) e até sarcástico (vide cartaz ao lado), Van Damme volta para a Bélgica para enfrentar sua maré de azar: decadência hollywoodiana, perda da guarda da filha e sem dinheiro. No entanto, na sua terra natal, ele é um ídolo. A trama se desenvolve a partir de um assalto ao correio e, de início, não se sabe se Van Damme é o não é o mandante do crime. Até a cidade fica na dúvida se vai contra ou se fica do lado de seu ídolo.


Em um certo momento metalingüístico do filme, Van Damme é alçado e começa a conversar com a câmera sobre sua vida. Esse é o tal momento autobiográfico e que realmente impressiona. Todo mundo espera um chute que vai acabar com o vilão, mas isso só acontece na mente dele. Na vida real, é bem diferente. Ao resumir em poucos minutos sua carreira, os preconceitos caem. Claro que isso não significa que você irá ver os quase 40 filmes dele numa maratona cinematográfica suicida. Mas fica aquela impressão de que ele é mal aproveitado e, além disso, canastrão ou não, ele ainda é humano.

Se você quiser escolher um filme dele que não seja de ação para ver, você só tem essa opção. E é bem interessante.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Surpresa - pra mim - na outra semi!

Afinal... o polvo acertou né?

O resultado é surpreendente pela trajetória dos dois times: a Alemanha massacrou Inglaterra e Argentina, enquanto Espanha teve dificuldades pra passar de Portugal e Paraguai. Mas o que mais me surpreendeu foi o jogo como um todo. Talvez porque pela primeira vez eu tenha entendido como funcionavam as duas equipes.

A toda poderosa Alemanha mostrou pra mim que é igual a todas as equipes que jogam contra o Brasil: fica fechadinha atrás, esperando a oportunidade para o contra-ataque rápido. E isso me decepcionou bastante! Fiquei rapidamente repensando os outros jogos e vi que a potência alemã se dava muito mais na fragilidade defensiva dos adversários e - é claro - na velocidade de seus craques. Mas nesse jogo de semi-final todos craques estavam presos na função de marcação e não conseguiam espaços para criar e contra-atacar.

A Espanha vinha me frustrando pela espectativa de um futebol bonito que parecia sem objetividade, que ficava pra lá e pra cá até achar uma brecha. E as brechas apareciam (menos contra a Suíça). Uma delas apareceu nesse jogo, na cabeça do mediano zagueiro Puyol, que soube fazer sua função perfeitamente (ao invés de ficar subindo na hora errada, como certos zagueiros). Os espanhóis funcionam como aqueles predadores que ficam brincando com a comida até a hora de devorá-la.

Com isso, acho que o Uruguai vai pegar uma Alemanha deprimida, que acreditava no título e sairá de mãos vazias. A Celeste não tinha nada a perder e já fez muito. Tudo é lucro e já avisaram que vão pra cima porque querem ganhar esse terceiro lugar. E é exatamente isso que a Alemanha gosta: um time fraco que se abre para o ataque. Gostaria de uma vitória uruguaia, mas acho que os alemães vão levar.

E a final se define com duas seleções européias que disputam um título inédito.. ou seja... será SENSACIONAL! As laranjas invictas contra a fúria campeã da Europa! Em algum momento do jogo, a vontade das seleções deve ultrapassar táticas e habilidades e, isso, não se mensura (só o polvo!). Tentando prever algo, me dei conta que a Holanda joga bem parecido com a Alemanha, confiando nas habilidades de Robben e Sneijder mas sem a mesma velocidade. Por isso, antevejo um jogo parecido com o de hoje: Espanha no ataque e Holanda na defesa, aguardando a oportunidade de um contra-ataque mortal. Os espanhóis só precisam rever o jogo contra o Brasil pra ver o que NÃO fazer contra os holandeses. No entanto, continuo achando imprevisível o resultado. Mas aposto numa diferença de gols pequena, um placar baixo... tipo 1 a 0 ou 2 a 1. Só não sei pra quem (o polvo sabe!).

terça-feira, 6 de julho de 2010

Excelente equilíbrio na primeira semi-final!

Eu juro que eu estava torcendo para o Uruguai. Preferia me vingar da recente desclassificação ao invés do Maracanazo. Sou sulamericano, pô! Mas, desde o início, eu estava com o mesmo sentimento que tinha no jogo do Brasil: nao vai dar pra passar da Holanda, a não ser que seja o dia iluminado da celeste. Não havia sido o do Brasil e também não foi o do Uruguai.

O primeiro tempo veio com uma Holanda mostrando que ia levar, mas jogando um futebol mediano, contra um Uruguai que tinha todas as estatísticas negativas e muita vontade. Só que um petardo do meio campo de Van Bronckhorst pegou todo mundo de surpresa. Um golaço pra abrir o placar! Mas, quem tem Forlán, também sabe chutar de fora da área. E o cara parece conhecer todos os efeitos da Jabulani. Mais um petardo, mais um golaço e o empate.

No segundo tempo, o jogo ficou ainda melhor. Lá e cá! Um Uruguai mais perigoso por causa de uma modificação errada do técnico holandês e os goleiros trabalhando bastante para manter o empate. Mas aí vem o Sneijder... isso... aquele mesmo que detonou o Brasil... e desta vez acabou com o sonho celeste. Acabou mesmo, porque desestruturou todo o time uruguaio e deu espaço para o terceiro gol laranja. A Holanda veio pra cima querendo o quarto e o quinto gol, mas o time uruguai se recuperou do baque e mostrou que garra não ia faltar. No abafa dos acréscimos finais, um gol celeste pra botar fogo no jogo. Não foi o suficiente, só para mostrar que o jogo foi equilibrado e muito bom.

Uruguai chegará para a disputa do terceiro lugar com muitas chances, creio eu. Forlán merece. Muito.

Se a Holanda jogar o futebol de hoje e do primeiro tempo contra o Brasil, vai ter que esperar mais quatro anos pra tentar de novo. Sei que os laranjas estão invictos desde 2008, mas, se pegarem a Alemanha, acho que teremos um novo tetracampeão mundial e a quebra dessa invencibilidade. Se pegar a Espanha, fica imprevisível... os dois andam jogando um futebol muito irregular. Serão os invictos contra os campeões da Eurocopa. Ou seja... só jogão!

Ah... e, pela primeira vez, uma seleção européia irá ganhar a Copa do Mundo fora de seu continente. Só o Brasil fez isso! HA!

Espontâneo

Já disse algumas vezes aqui que tenho muito o que aprender sobre arte... principalmente sobre o abstracionismo geométrico que tanta me intriga quanto fascina. E tem outras duas linguagens artísticas que também me intrigam: a performance e a videoinstalação (ou seria vídeo-arte?). Da primeira, já consigo vislumbrar algum entendimento na minha cabeça, sendo capaz até de realizar uma cópia de um ato performático para explicar essa linguagem para alunos do Ensino Médio.

Mas da vídeoinstalação, ainda me encontro perdido, dividido entre curtas experimentais e videoclipes, como se estivesse assistindo a comerciais da MTV. O próprio termo "videoinstalação" - que é utilizado nos press releases do evento - já me deixa confuso, pois da palavra "instalação" eu espero ambientação. Espero que o ambiente/obra me afete e leve para a intenção do artista. Projetar vídeos em salas escuras é "instalação"? Então, o AnimaMundi é uma grande instalação?

Dessa forma, me dei a oportunidade de ir à vernissage da exposição Vide-Espontâneo, com curadoria da doce Isabel Portella. Dez artistas apresentam trabalhos bem curtos, divididos em duas projeções na sala (por isso acho "vídeo-arte" um termo mais apropriado aqui), onde refletem sobre a espontaneidade e transitoriedade do cotidiano. Em momentos, você pode ficar parado se perguntando o porquê de estar assistindo um ônibus lotar ou espiando pelo olho mágico. Em outros você, é surprendido pelos grafismos de um ensaio fotográfico em movimento ou por um balão prateado.

No meu parco conhecimento, destaco Ensaio: 2 torres (a gravação da edição aúdio-visual em computador de Simone Michelin) e Teaser drum (o registro de uma performance de Franklin Cassaro com seu "abrigo bioconcreto"). Essa exposição fica até 25 deste mês no OiFuturo Flamengo, junto com a videoinstalação iCandomblé, de João Velho (nem aqui a palavra "instalação" me convence muito, mas entendo melhor).

Acho válido conhecer, pelo menos para tentar se inteirar dessa nova linguagem artística. Eu repito: tenho muito o que aprender.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Coisinhas de design

Nem me lembro qual foi a última vez que eu postei coisinhas de design por aqui. Então vão algumas aí:

1- DESCANSO GIRASSOL
Não são legais esses descansos de mesa em silicone? O projeto Girassol foi criado por Sunny Chung para a Toast Living.

2- ESCOVA BOBA
Pra quem não gosta de apoiar a escova de dentes na pia molhada ou daqueles copinhos, vai gostar da Dews. Pena que ainda é só uma idéia que veio do clássico joão-bobo, mas os criadores, Hyun Jin Yoon e Eun Hak Lee, já ganharam prêmio!

3- AGULHA AUMENTADA
Seus problemas em colocar a linha na agulha acabaram! Os russos Chugunnikov Alexey e Alexander Trofimenko criaram o Little Helper, um carretel que vem com uma lupa pra facilitar a vida de todo mundo. Simples e premiado.

sábado, 3 de julho de 2010

E fica a pergunta: quem disse que o futebol europeu está em crise?

Uma semi-final européia (Alemanha X Espanha) que já garante uma seleção da Europa na final. E é válido lembrar que a final da última copa foi Itália X França.

Jogo polêmico fora de campo, mas previsível dentro. Apesar do poderio de ataque, não há defesa na seleção argentina, enquanto a Alemanha é um time estruturado em todas as posições.

São várias as semelhanças entre Brasil e Argentina: Dunga e Maradona, Michel Bastos e Otamendi, Felipe Melo e Mascherano, Kaká e Messi, fora ter sido envolvido por uma seleção européia. O único guerreiro argentino foi Tevez que correu até o fim e disputou todas as bolas. O resto foi fraco. Inoperante. Individualista. Sem direção.

Queria que a Holanda levasse essa Copa pra poder dizer que o Brasil perdeu para os campeões. Mas a Alemanha merece muito esse título. Tirando a derrota acidental para a Sérvia, a Alemanha mostrou contra a Austrália na primeira rodada o que viria fazer contra a Inglaterra e contra a Argentina nas fases de mata-mata: MASSACRE DE QUATRO! Lam, Podolski, Özil e o craque Schweinsteiger. Duvidei do poderio alemão no início, mas me rendo a eles.

E a prova de que o futebol sulamericano é meio fogo de palha aconteceu no Paraguai e Espanha. Paraguai até teve um jogo audaz, mas o jogo inteiro foi feio e chato. Pouquíssimas chances, muito amarrado. Até que veio o segundo tempo e o juiz resolveu aparecer: pênalti pra cada lado, nenhum convertido! Quer dizer... um foi feito, mas voltou atrás por invasão. Polêmicas a parte, o os paraguaios nem lateral sabem bater direito! Só fizeram três gol em toda a Copa do Mundo! Dava pra ir pra semi? Não, né! Em compensação a Espanha que tem o tão falado futebol bonito, não consegue produzir. Objetividade fraca, pouco resultado. Vai pegar uma Alemanha inspirada... será que vem outro massacre?

Fico com a impressão que todas as seleções que depositaram suas esperanças em 1 ou 2 jogadores perderam: Costa do Marfim (Drogba), Portugal (Cristiano Ronaldo), Itália (Cannavaro), Brasil (Kaká, Robinho e Luiz Fabiano), França (Ribery), Argentina (Messi), Camarões (Eto'o) e Inglaterra (Rooney e Gerrard). Holanda, Espanha e Alemanha estão nas semi-finais porque possuem um time inteiro excelente, focado e com reservas à altura. Uruguai é - agora sim - a zebra que possui um jogador (Forlán) e muita vontade pra ficar entre os 4 grandes desta Copa.

PS.: A Fifa deu o gol contra de Felipe Melo para Sneijder. Faz diferença pra gente?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Clima de Libertadores!

Já que temos seleções sulamericanas em todas as quartas, estava sentindo um clima de Libertadores da América!

E foi exatamente isso no primeiro tempo do jogo do Brasil contra a Holanda! Amarrado, cheio de faltinhas mimimi, timinhos nervosinhos... mas o gol foi do Brasil que veio melhor. Por mais incrível que pareça, o Felipe "Botinudo" Melo tirou um passe milimétrico de trocentos metros para Robinho. Michel Bastos segurou (até certo ponto) o craque Robben, com ajuda da melhor defesa do mundo: Júlio César, Lúcio e o CRAQUE JUAN (tinha que ter um troféu só pra ele).

Aí veio o segundo tempo... e o Brasil ficou no vestiário. Felipe Melo mostrou tudo que todo mundo falava: gol contra, falha de marcação, expulsão e a derrocada do Brasil. Júlio César falhou junto com Felipe Melo, mostrando que ele ainda não havia sido exigido em toda Copa. Depois, o anão Sneijder consegue fazer gol em cima do Felipe Melo e do Gilberto Silva. Aí... já que o Dunga não tirou, o Felipe Melo pediu pra sair pizsando no jogador. Cartão vermelho e a instauração da Era Felipe Melo (+Dunga). Mas fica a pergunta: Luiz Fabiano e Kaká jogaram? Aliás... acho que aquele era um clone nervosinho e ruim de bola do Kaká. Esse não vai pro céu.

A Holanda veio pro segundo tempo com aquele futebol eficiente, beirando a perfeição, atacando, buscando buracos, instigando a seleção. Está invicta a não sei quantos jogos e carrega credencial pra final, pois terá um semi-final (baba). E ainda mostrou que a Europa não está tão em crise como se especula.

No primeiro e único teste da seleção, falhamos. Azar do Dunga... que vai ter que dar todas as explicações por tudo até agora. Azar o nosso que não teremos mais feriados.

Jogo histórico entre Uruguai e Gana. As estrelas negras vieram pra cima e fizeram as jogadas mais perigosas do primeiro tempo, com direito a um golaço de Muntari. Mas quem tem Forlán acredita até o fim. Aos 48 do primeiro tempo, veio o empate numa falta perfeita. O segundo tempo, veio igual e terminou no empate pra prorrogação. E que prorrogação aberta! Com um pênalti no último minuto perdido pelo artilheiro ganês! PERDEU UM PÊNALTI QUE IA CLASSIFICAR GANA! Caraca! E pior: os africanos bateram os pênaltis com tanta displicência que só podiam perder! Uruguai na semi-final - após uma cavadinha do Loco Abreu -, carregando 190 milhões de brasileiros contra a Holanda.

E tchau África!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Amor líquido

Nesse intervalo de Copa do Mundo, consegui acabar um dos livros que mais demorei a chegar ao fim: Amor Líquido, de Zygmunt Bauman (Jorge Zahar, 2004).

Conta minha tia que foi a uma feira de livros para procurar este livro que estava sendo lançado. Chegando no stand, procurou a prateleira de Sociologia, Filosofia e Antropologia, mas não foi capaz de encontrar. Chamou um dos monitores e indagou sobre o livro de Bauman. O rapaz perguntou o nome do livro e ao ouvir respondeu: "Ah... a senhora errou. Esse livro está em Auto-Ajuda"... Na boa... Auto-ajuda? Esse livro deve ser de "auto-bagunça"! É o famoso "não julgue o livro pela capa", porque de amor mesmo só se fala no início e comparado à morte!
Quando se trata de amor, Posse, Poder, Fusão e Desencanto são os Quatro Cavaleiros do Apocalipse!

É impossível sair impune às palavras cruéis que constatam a realidade das relações humanas contemporâneas. Família, amizade, trabalho, paternidade/maternidade, nacionalidade, solidariedade... a Humanidade é colocada em cheque. Bauman escreve que as relações tornaram-se excessivamente flexíveis, gerando enormes e crescentes níveis de insegurança. A prioridade dada a relacionamentos virtuais que podem ser tecidos e/ou desmanchados com igual facilidade - às vezes sem qualquer contato real -, faz com que não saibamos mais manter laços presenciais a longo prazo.

Cada vez que eu lia uma ou duas páginas, levava dias para digerir aquelas informações. De início, eu ia contra. Não queria acreditar no mundo em que vivemos e tinha certeza que eu era diferente. Cheguei até a ir contra todo o ideal de "líquido" do sociólogo, pensando que até mesmo ser somente líquido é um sinal de estar estático. Viajei. Mas o tempo vai passando e aquelas páginas ficam te remoendo. Você fica querendo saber mais, querendo que ele dê uma resposta, que ele melhore. Mas não... são 180 páginas de alertas pessimistas. Porém, verdadeiras... o que deixa tudo ainda pior.

Em alguns raríssimos momentos, encontramos apontamentos de soluções. Soluções essas que ele sempre coloca como quase impossível por conta das tramas relacionais globais:
Amar o próximo como amamos a nós mesmos significaria então respeitar a singularidade de cada um - o valor de nossas diferenças, que enriquecem o mundo que habitamos em conjunto e assim o tornam um lugar mais fascinante e agradável

Acho que é preciso estar bem preparado emocionalmente para a leitura desse livro. É um livro duro, com muitas metáforas para facilitar seu triste entendimento. Ao sobreviver a sua leitura, é fundamental refletir sobre nós mesmos e todas as nossas relações.

Mestres do cinema!

Não comparem. Divirtam-se!

Kubrick e Scorcese:


Tarantino e Irmãos Cohen:

Ambos por Leandro Copperfield no Vimeo.