terça-feira, 6 de julho de 2010

Espontâneo

Já disse algumas vezes aqui que tenho muito o que aprender sobre arte... principalmente sobre o abstracionismo geométrico que tanta me intriga quanto fascina. E tem outras duas linguagens artísticas que também me intrigam: a performance e a videoinstalação (ou seria vídeo-arte?). Da primeira, já consigo vislumbrar algum entendimento na minha cabeça, sendo capaz até de realizar uma cópia de um ato performático para explicar essa linguagem para alunos do Ensino Médio.

Mas da vídeoinstalação, ainda me encontro perdido, dividido entre curtas experimentais e videoclipes, como se estivesse assistindo a comerciais da MTV. O próprio termo "videoinstalação" - que é utilizado nos press releases do evento - já me deixa confuso, pois da palavra "instalação" eu espero ambientação. Espero que o ambiente/obra me afete e leve para a intenção do artista. Projetar vídeos em salas escuras é "instalação"? Então, o AnimaMundi é uma grande instalação?

Dessa forma, me dei a oportunidade de ir à vernissage da exposição Vide-Espontâneo, com curadoria da doce Isabel Portella. Dez artistas apresentam trabalhos bem curtos, divididos em duas projeções na sala (por isso acho "vídeo-arte" um termo mais apropriado aqui), onde refletem sobre a espontaneidade e transitoriedade do cotidiano. Em momentos, você pode ficar parado se perguntando o porquê de estar assistindo um ônibus lotar ou espiando pelo olho mágico. Em outros você, é surprendido pelos grafismos de um ensaio fotográfico em movimento ou por um balão prateado.

No meu parco conhecimento, destaco Ensaio: 2 torres (a gravação da edição aúdio-visual em computador de Simone Michelin) e Teaser drum (o registro de uma performance de Franklin Cassaro com seu "abrigo bioconcreto"). Essa exposição fica até 25 deste mês no OiFuturo Flamengo, junto com a videoinstalação iCandomblé, de João Velho (nem aqui a palavra "instalação" me convence muito, mas entendo melhor).

Acho válido conhecer, pelo menos para tentar se inteirar dessa nova linguagem artística. Eu repito: tenho muito o que aprender.

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