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sábado, 10 de setembro de 2016

Verdadeiros valores olímpicos

Só em 2008 comecei a acompanhar as Paralimpíadas e a palavra IMPRESSIONANTE me tomou. Ver alguém com paralisia cerebral ganhar medalha foi INSPIRADOR. Até concordei com o chato do Alberto Bial que chamou o evento de SUPEROLIMPÍADAS. Já havia virado fã com todas as conquistas dos atletas e percebi que tinha muita a refletir. Em 2012, continuei acompanhando e até mesmo preferindo acompanhar as superações.

Se você reler minhas postagens, verão inúmeros questionamentos que fiz e todos eles continuam na minha cabeça. Parece que só de 4 em 4 anos as pessoas prestam atenção nisso e, mesmo assim, muita gente só está vendo agora porque é na nossa casa. A hipocrisia parece ter se tornado uma condição intrínseca ao brasileiro. Mas saindo disso, acredito que os verdadeiros valores olímpicos só aparecem agora nas Paraolimpíadas (sim, vou manter o O). Vamos entender um pouco isso...

Os Jogos Olímpicos tem sua origem associada às competições atléticas na Antiguidade realizadas para celebrar os deuses. Eram considerados uma obrigação moral, uma vez que beleza e força eram exercitadas pela ginástica e pelas artes, desenvolvendo o corpo e a alma juntos. Em 1894, o barão francês Pierre de Coubertin propôs o retorno dos Jogos para que os povos desenvolvessem uma série de princípios universais que poderiam ser aplicados não somente ao esporte, mas à educação e à sociedade. São três os valores associados aos Jogos Olímpicos:
AMIZADE = O amigo procura entender o próximo apesar das diferenças e estende a mão; tem em relação ao outro atitudes e sentimentos positivos como empatia, compreensão, honestidade, compaixão, confiança, solidariedade e reciprocidade positiva. A chama olímpica representa à amizade e, por isso, a tocha viaja pelo mundo, passando de mão em mão, levando o espírito dos Jogos.

EXCELÊNCIA = É dar o melhor de si, tanto no esporte quanto na vida. Não é vencer, mas sobretudo participar, fazendo progressos face a objetivos pessoais, esforçando-nos por sermos cada vez melhores nas nossas vidas. O lema olímpico – Citius, Altius, Fortius (mais rápido, mais alto, mais forte) – representa a excelência.

RESPEITO = É o sentimento de consideração por outra pessoa, de outro país, cor, gênero ou crença. Inclui o fair play (jogo limpo), a honestidade, respeito a si mesmo (não ao dopping) e ao meio ambiente. Os anéis entrelaçados são a marca dos Jogos e também o símbolo do respeito, pois representa a união dos cinco continentes de forma universal, sem discriminações.

Em 1948, Sir Ludwig Guttman, neurocirurgião alemão, desenvolveu um novo tratamento para reabilitação de soldados ingleses feridos na Segunda Guerra Mundial: uma competição esportiva anual que começou no mesmo dia dos Jogos de Londres daquele ano. Em 1960, o evento foi para Roma junto com os Jogos Olímpicos e se tornou a primeira versão oficial dos Jogos Paraolímpicos, acompanhando seu calendário. Tendo como lema a frase “Espírito em Movimento” e acreditando que a superação dos atletas portadores de alguma deficiência são o exemplo claro da excelência olímpica, foram determinados quatro valores Paralímpicos:
DETERMINAÇÃO = Dá foco, direção e confiança. Faz com que acreditemos em nós mesmos e continuemos a fazer o que é melhor até o nosso limite, mesmo em situações adversas. Como disse Albert Eistein: “Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a vontade”.

CORAGEM = É a firmeza de espírito para enfrentar difíceis situações físicas, emocionais e morais. Ela nos ajuda a enfrentar a dor, o sofrimento, o medo, o perigo, a incerteza e a intimidação. Também nos dá força para agir corretamente contra a vergonha, a desonra e o desânimo, permitindo que sejamos nós mesmos independente das diferenças.

IGUALDADE = É ser o mesmo em quantidade, medida, valor ou status, assegurando imparcialidade, oportunidades e tratamentos iguais para todos sem olhar para religião, etnia, raça, sexo e idade. Como valor paralímpico, também quebra as barreiras de discriminação com as pessoas portadoras de necessidades especiais.

INSPIRAÇÃO = É ser o exemplo, inspirar os outros de forma positiva, tornar-se uma fonte de ideias para completar uma tarefa ou fazer algo especial. Como valor paralímpico, a superação de cada atleta é uma constante inspiração para todos nós.
Então, vejam... os quatro valores paraolímpicos são bem óbvios e claros ao se assistir as competições. Agora releia os três valores olímpicos e perceba que eles acontecem muito mais nas Paraolimpíadas onde não há adversários, mas seres humanos desafiando a si mesmos que conhecem a dor do outro.

É realmente preciso rever muita coisa. Não só dentro de nós mesmos - quando tornamos enorme um problema pequeno -, mas também no universo coletivo - quando temos dificuldade de enxergar o outro e o julgamos sem sabermos suas particularidades. Talvez o maior sentimento que brota nesses jogos é o da ESPERANÇA, pois vemos que o impossível é só uma palavra com um prefixo chato.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Superando limites

Na onda das Paraolimpíadas, vi no SporTV uma reportagem sobre o Cervim - Centro de Equoterapia e Reabilitação da Vila Militar.

É referência nacional em habilitação e reabilitação para pessoas portadores de necessidades especiais, sendo pioneiro na utilização de novas técnicas de tratamento voltados para a introdução de Esportes Adaptados e Paraolímpicos no âmbito terapêutico. Sua estrutura contém fonoaudiólogos, professores de educação física, fisioterapeutas, psicólogos e psicopedagogos que buscam não só devolver a funcionalidade aos seus pacientes, mas também reintegrá-los na esfera social, fortalecendo o seu senso de identidade e sua auto-estima. Bocha, Petra (tricicleta), Natação, Dança adaptada, Futebol de 7 e Hipismo adaptado são as modalidades esportivas que proporcionam a oportunidade para os alunos testarem seus limites e potencialidades, prevenindo as enfermidades secundárias à sua deficiência.


Às vezes, eu acho que a humanidade (e o Brasil) tem jeito.

domingo, 9 de setembro de 2012

Portadores de vitórias especiais

Sério... torcer para Neymar, Cielo, Fabiana Murer ou até mesmo os novos heróis olímpicos do boxe perdeu o sentido. O que o Brasil está fazendo nos Jogos Paraolímpicos* é de dar um orgulho na alma. Temos um monte de medalhas! Nós somos tricampeões no futebol de 5 (e não temos medalhas olímpicas na seleção principal...)! Nós somos mestres em bocha adaptada e o mundo inteiro nos copia!

Agora se pergunte: aonde esse povo treina? Tem campeonatos mundiais? A gente só vê na TV os considerados "normais" em competições o ano todo e eles chegam nas Olimpíadas dizendo que sofreram muito pra chegar ali ou que o vento atrapalhou... tipo... hã? E o biamputado Daniel Dias que tem 6 medalhas de ouro e é o maior atleta paraolímpico brasileiro? E a cega Terezinha Guilhermina que no dia seguinte que perdeu a medalha por solidariedade ao seu guia ganhou ouro? Será que ainda vai ter gente alegando problemas psicológicos?

E o mais incrível: nada de reclamações! Veja o caso de Alessandro Zanardi, piloto italiano de Fórmula 1 que em um horroroso acidente perdeu as duas pernas e agora é campeão olímpico nas provas H4 de handbike contra-relógio e estrada. Perguntado se ele serviria de exemplo, ele respondeu com um sorriso que jamais poderia querer que um acidente fosse um exemplo para alguém, mas que sua felicidade deveria ser dividida.

Estou escrevendo esta postagem porque todo mundo só fala na Copa do Mundo em 2014 e nas Olimpíados do Rio em 2016, mas se esquecem que depois vem as Paraolimpíadas. Onde está a acessibilidade no Rio de Janeiro? Por enquanto, em lugar nenhum... mas realmente espero que esteja em nossas mentes, nossos corações e em nossas formas de torcer!

* Sei que a escrita correta é "paralímpica", mas não tô nem aí, pq achei feio e sem explicações plausíveis. Vou manter o termo antigo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

As superolimpíadas



Descubra o que ser humano de hoje até o dia 9 de setembro em Londres.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A maldição da expectativa olímpica

Eu ia fazer um balanço do Brasil nas Olimpíadas de Londres... mas aí eu fui ler o que escrevi para Pequim 2008 e vi que ia escrever praticamente a mesma coisa! Expectativas exageradas, pressão absurda, psicológico fraco, Bolt e Phelps virando lendas... tudo igual.

É fato que quem sedia os Jogos Olímpicos tem um aumento significativo de medalhas. Em Pequim, a Grã-Bretanha ficou em 4º com 47 medalhas, sendo 19 de ouro. Dessa vez, ficou em 3º com 65 medalhas, sendo 29 de ouro! Claro que poder colocar atletas em todas as modalidades independente do índice classificatório, interfere nesse resultado, mas os tão falados investimentos são o verdadeiro fator determinante. Como nós brasileiros (sim não só o Governo, mas todos aqueles que ficam criticando pelo Facebook) podemos exigir medalhas? O fato de chegar a uma Olimpíada sem qualquer tipo de ajuda já deveria ser comemorado como um ouro!

A natação ainda tem alguns clubes que investem... mas o que falar do boxe, gente? E os sempre vitoriosos do judô e da vela? E o pentatlo??? A Confederação Brasileira de Atletismo quer saber o que aconteceu... tipo... hã??? É por isso que achamos um absurdo o todo poderoso futebol não ter ainda um ourinho sequer.

Eu não consigo entender como um país como o nosso não utiliza o esporte universitário como os EUA fazem. A chance de botar gente no ensino superior sem inventar questionáveis cotas, dando educação e investindo em diversas modalidades não pode ser tão difícil.

Bom... vamos as medalhas:

OUROS INCRÍVEIS: Os inesperados ouros do ginasta Arthur Zanetti (nas Argolas) e da judoca Sarah Menezes dão orgulho. Assim como o das meninas dos vôlei de quadra... depois de um campeonato irregular cheio de críticas de sofá, uma semi-final e uma final que já entraram para a história dos Jogos.

PRATAS DÚBIAS: Como sempre a prata não é comemorada por ser na derrota, mas o nadador Thiago Pereira e o boxeador Esquiva Falcão não tem nem aí pra isso e mostram com orgulho suas medalhas prateadas. O problema é a decepção do vôlei masculino de quadra e de praia (com Alison e Emanuel) que todos esperavam mais. Do futebol masculino, nada a declarar quando a soberba adolescente sobressai ao futebol.

BRONZES GUERREIROS: As três medalhas de bronze do judô (com Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafale Silva) possivelmente faziam parte do ideário esportivo do brasileiro, mas talvez nas mãos de outros atlestas. Já as duas medalhas do boxe (com Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão) e a do Pentatlo Moderno feminino (Yane!!!) são absolutamente sensacionais! Já o da vela (com Scheidt e Prada) e do vôlei de praia feminino (com Juliana e Larissa) esperava-se, no mínimo, num tom acima.

Com isso tudo, minhas malditas expectativas para o Rio 2016 são as piores. Teremos atletas em tudo quanto em canto, mas a pressão de fazer resultado em casa será insuportável. Se numa vez a vara sumiu e na outra o vento atrapalhou, Fabiana Murer não vai nem sair da cama!

Agora é com "nóis". Demos uma temperada no pop rock inglês do encerramento, mas temo pelo carvalesco em demasia. As Olimpíadas são no Rio, mas o espírito deve ser coletivo e mundial. Seguindo os novos termos cariocas, agora imagina na Olimpíada!!!

sábado, 11 de agosto de 2012

Aros olímpicos e informativos

Os aros olímpicos simbolizam a união dos povos. Nas mãos de um competente designer como Gustavo Sousa, os aros podem virar belos infográficos.

Emissões de CO2 per capita | Sacerdotes católicos | Lojas do McDonald's
Prisioneiros | Mortalidade infantil | Porcentagem mundial de venda de Coca-Cola
População | Lixo perigoso | Gente vivendo com HIV
Obesidade | Porcentagem de casas com TV | Porte de arma



Algo me diz que as cores estão erradas (lembre-se que: Azul = Europa, Amarelo = Ásia, Preto = África, Verde = Oceania, e Vermelho = Américas), parecendo que a África está em amarelo, a Ásia em verde e a Europa em preto, mas não invalida a iniciativa.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Muito mais que descortês

Faço questão de reproduzir aqui na íntegra a coluna de Miriam Leitão que saiu na última terça-feira no blog que a jornalista mantém n'O Globo, inclusive com o mesmo título para essa postagem:
As declarações do ministro Aldo Rebelo sobre o fato de a ex-ministra Marina Silva ter carregado a bandeira olímpica poderiam ser apenas mais uma exibição dos maus modos do ministro, ou de suas esquisitices. Mas foi pior do que isso. Sua fala pública e a de outros nos bastidores mostram que eles confundem país com governo, o que é comum apenas em regimes autoritários.

O mal estar gerado por algo que deveria ser visto como um motivo de orgulho foi mais significativo do que pode parecer. É autoritarismo o que está implícito na ideia de que só governistas podem representar o país, suas causas, suas lutas. Era comum no regime militar essa mistura entre o permanente e o transitório, essa apropriação do simbolismo da pátria pelos governantes. É também falta de compreensão do que é o espírito olímpico: a boa vontade que prevalece sobre as diferenças. Foi por isso que os escolhidos representavam o combate à pobreza, a luta por justiça, os pacificadores, o esforço de convivência entre povos, a preservação da Terra.

Quem o ministro gostaria que fosse o símbolo da proteção da floresta? Ele e seu projeto de Código Florestal que permitia mais desmatamento? Marina dedicou a vida a essa causa, desde o início de sua militância com Chico Mendes. Esse é um fato da vida.

“A Marina sempre teve boas relações com a aristocracia europeia. Não podemos determinar quem a Casa Real vai convidar, fazer o quê?”, disse o ministro dos Esportes. Nisso revelou que desconhecia os fatos, as regras de etiqueta, a lógica da festa, o simbolismo da bandeira olímpica, o que o governo inglês pretendia com a abertura e até quem é responsável por organizar a festa. Obviamente, não é a Casa Real.

Isso é mais espantoso, porque o Brasil é o próximo país a receber uma Olimpíada e a preparação já está em andamento. Se essa pequenez exibida na declaração do ministro tiver seguidores, o Brasil fará uma festa governamental. Outro integrante do governo comparou a escolha de Marina ao desfile de um trabalhista na frente de um governo conservador. A espantosa confusão não é exclusividade do ministro, é feita por outros graduados funcionários. Outros concordaram com essa canhestra interpretação. A demonstração de desagrado do governo brasileiro foi tão evidente que o representante inglês se sentiu obrigado a lembrar aos jornalistas o óbvio: a escolha não foi política, porque este não é o momento.

O governo poderia interpretar os fatos como os fatos são. O Brasil é detentor da maior fatia da floresta com maior biodiversidade do planeta. É o segundo país em cobertura florestal do mundo. O primeiro é a Rússia, que não tem a mesma riqueza de espécies. Nem de longe. A escolha de uma brasileira demonstra esse reconhecimento de que, numa causa estratégica para o século XXI, o Brasil tem destaque.

Marina mostrou que tinha entendido exatamente o que tudo aquilo representou. Fez declarações delicadas e com noção da grandeza do momento. O incidente não é apenas uma descortesia à Marina, mas uma demonstração de falta de capacidade de compreensão do espírito olímpico por parte dos governantes do país que organizará a próxima Olimpíada.

Autoridades que falaram aos jornalistas, com o compromisso de não divulgação de seus nomes, explicaram por que estavam amuadas: não foram avisadas. Como a ex-ministra disse, os organizadores pediram que não divulgasse a informação. Ela fez isso. Até a presidente Dilma deu uma nota fora do tom ao dizer que “o Brasil fará melhor" na festa de abertura. “Vai levar uma escola de samba e abafar”. A hora era de elogiar a festa de Londres e entender a complexidade da preparação da abertura de uma Olimpíada. Não basta chamar uma escola de samba.

Pra quem não sabe, Marina Silva é reconhecida mundialmente por seu trabalho de defesa do meio-ambiente. Ela entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim, o ex-boxeador Muhammad Ali, o fundista etíope Haile Gebreselassie e alguns prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo a pedidos. Acabou dando mais ibope que a presidenta...

E tem muito mais... o presidente da Câmara, Marco Maia, disse que ficou surpreso e que o COI deveria ter feito um melhor trabalho de comunicação com o governo brasileiro "para a escolha das pessoas". Outro membro da delegação (que pediu para não ser identificado) acredita que o COI fez o equivalente a convidar um membro da oposição britânica para um evento no Brasil que tenha o governo de Londres como convidado especial.

E a educada e delicada Marina explicou que recebeu o convite poucos dias antes e, para não criar polêmica com a presidenta, insistiu em dizer que "sentia orgulho" em ver a primeira presidente mulher do país na arquibancada do estádio olímpico. Para ela, a emoção olímpica se equiparou à sua alfabetização tardia.

Gente... esse ano é de eleição. Vamos começar a mudar essa governância. Não reconhecer os ideais olímpicos é digno de repulsa. Começo a temer o que vem por aí em 2014 e 2016.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

De volta ao espírito olímpico!


De hoje ao dia 12 de agosto o mundo esportivo estará às voltas com os Jogos Olímpicos de Verão em Londres! Já falei muito sobre Olimpíadas e identidade visual neste blog, ainda mais, considerando os próximos jogos no Rio de Janeiro. Relembrem...


No fim, farei um balanço de nossa participação, mesmo com minha eterna baixa credibilidade. Não por causa de nossos atletas, mas por causa da política para os esportes que não são o futebol aqui no Brasil. E isso porque nunca ganhamos medalha de ouro no futebol olímpico...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Marca do coração que pulsa infinito

A história dos Jogos Paraolímpicos teve início em 1948, quando veteranos da Segunda Guerra com lesões na medula espinhal, reuniram-se em uma competição esportiva em Stoke Mandeville, na Inglaterra. No entanto, a primeira edição com estilo olímpico, foi organizada em Roma (1960). Apenas a partir de Seul (1988), a mesma cidade passou a sediar os dois eventos. Já falei AQUI, AQUI e AQUI o quanto as Paraolimpíadas são pra lá de maiores e mais importantes do que a gente pensa.

E, neste final de semana foi lançada, a marca das Paraolimpíadas no Rio, também criada pelas Tátil. Assim como a marca principal, a agência diz que essa marca também é 3D... e agora multissensorial... Hã?


Como não era uma concorrência, a Tátil teve várias reuniões durante 10 meses com o Comitê Paraolímpico Internacional e alguns atletas. Eles dizem que usaram símbolos universais para materializar uma marca 3D multissensorial com a mensagem de que todos somos iguais: o infinito - a energia traduzida na garra - e o coração - o centro vital de todo ser humano.

Bom... já falei sobre o papo de ser 3D no post da marca principal. Agora vem o papo de multissensorial... tem alguém ouvindo a marca? Saboreando a marca? Cheirando a marca? Sério... ver e tocar a marca não é nenhuma novidade. Marcas evocando lembranças, sons, cheiros e sabores também são clichés. Acho que forçaram novamente a barra. Bom... fizeram uma estátua 3D em poliuretano que foi equipada com sensores de movimento que ativam luz e som ao toque. A atleta deficiente visual Ádria Santos foi às lágrimas e deu força ao argumento. Mas vão fazer isso numa camisa? Bandeira? Folheto? Broche?

Contudo, a idéia do coração é excelente! Todos nós o temos, independente das faculdades mentais, das cores, das crenças! E esse evento faz realmente os corações pulsarem infinitamente quase em unísono. Se comparado às marcas anteriores... aí... o trabalho é impecável!



O pictograma de Toronto é interessante, mas o resto é fraco. Até já comentei da de Pequim, mas não tinha percebido o quão próximo da de Barcelona tinha sido. Tudo relacionado a 2012 é de chorar. Estou aguardando argumentos irrefutáveis que me convençam de que "isso" é válido, mesmo com um projeto de identidade visual bem definido.

Ah... descobri o significado dos três "Nikes"! Em Seul, foram utlizados cinco Taegeuk (lembram do Ying e Yang?) nas cores dos aros olímpicos que foram incorporados ao Comitê no ano seguinte. Em 1994, a marca foi reformulada para somente três Taegeuk nas cores que são mais amplamente representadas em bandeiras nacionais e são referência visual (RGB). O lema passou a ser Mente, Corpo, Espírito. Em 2003, a agência Scholz & Friends começou um novo redesenho da marca. Com um novo lema - Espírito em movimento -, os Taegeuk se transformaram em Agitos (palavra latina que significa "eu me movo", mas eu não sabia que tinha uma representação gráfica), circundando um ponto central para enfatizar o papel de trazer atletas de todos os cantos do mundo juntos para competir.

Disso fica a impressão que - independente de qualquer crítica que eu possa vir a fazer - o trabalho da Tátil é muito bom e dá credibilidade e visibilidade internacional ao design brasileiro. Viva!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Problemas olímpicos internacionais

Vejam como uma identidade visual pode causar incidentes internacionais...

O Irã protestou ante o Comitê Olímpico Internacional (COI) contra a marca oficial dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, alegando que é racista, porque nele pode ser lida a palavra "Zion" (Sion, em inglês), que remete à nação judaica. A desde-sempre-controversa marca tem o objetivo de estilizar o número 2012, mas indicou a pior avaliação possível para 80% do público inglês quando souberam que custou mais de R$1 milhão (queria ver essa pesquisa com a marca da Copa 2014...)! O Irã diz que pode boicotar o evento se as devidas providências não forem tomadas.
Cá entre nós: a marca de 2012 é tão esquisita que ia acabar dando problema mesmo. Tudo bem que o presidente iraniano parece gostar de fazer uma polêmica internacional, mas não esperava algo desse tamanho. Na verdade, essa marca não deveria ter saído. Era preciso uma revisão severa de design. Ou, então, um argumentação teórica que defendesse essa marca de qualquer crítica. Dizer que é "moderno, audaz e ágil" não quer dizer absolutamente nada.

E hoje foram anunciados os três mascotes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia em 2014, que foram escolhidos por voto popular. Mas parece que naquela nação-que-já-foi-socialista o povo não tem mais tanta razão. Pra começar, o presidente russo Dmitry Medvedev está questionando a legitimidade da eleição depois que um personagem (o Papai Noel russo Ded Moroz) "sumiu" da disputa. Já o político ultranacionalista Vladimir Zhirinovsky, candidato à presidência nas últimas eleições, diz que todos os três são um insulto para a Rússia. E, pra finalizar, o ilustrador Victor Tchijikov, criador do urso Misha das Olimpíadas de 1980, diz que o urso é uma exploração do seu design.
Cá entre nós: Pra mim, o Leopardo das Neves seria o suficiente. Mas parece que o premiê Putin andou enaltecendo a mascote e aí "de repente" ele ganhou. E outro cá entre nós... esse urso é A CARA DO MISHA! Nós acabamos de sair de uma discusão sobre Plágio vs. inspiração com a marca dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 da Tátil e - creio eu - que fica fácil de entender essa diferença. Mas esse ursinho tá meio brabo... por isso que repito: só o Leopardo era suficiente. Se o felino deu problema político, ficassem com a Lebre e ponto final.
Aos que estudam e fazem design, fica a lição que toda identidade visual tem que ser muito bem feita e argumentada para evitar constrangimentos internacionais ou acusações indevidas. Para os que precisam/contratam design, fica a lição que sua marca é um patrimônio importante e que precisa estar nas mãos de profissionais sérios e corretos, independente do valor.

PS.: Recolhi ambas as informações no site da Folha de São Paulo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A marca Rio

Demorei um pouquinho para falar da marca das Olimpíadas do Rio em 2016, porque queria acompanhar as repercussões e descansar do reveillon. Mas vamos lá...



Nascida em uma concorrência entre 139 agências e escritórios, a marca escolhida foi criada pela Tátil Design e lançada em Copacabana, pouco antes da virada do ano, com direito a um sigilo digno de tramas conspiratórias e espionagens. O designer Fabio Lopez - que tanto falo por aqui - fez parte da equipe de criação junto com Raphael Abreu (que também estudou na nossa turma da ESDI).

Acho que vale a pena ver o vídeo da Tátil antes de qualquer coisa:


Tenho que confessar que não foi amor à primeira vista pra mim, não. Achei a história de ler RIO na marca uma forçada braba, a tipografia meio desconexa (perdão...) e a "cabeça" do personagem azul ainda não finalizada. Também li as palavras do enebriado Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), e fiquei ainda mais cabreiro:
A marca tem um desenho leve, que parece flutuar na água. Lembra-me estar velejando. É muito estética, inovadora e criativa. É possível ver várias coisas nela: Rio, montanha, sol, Copacabana.

O fato de ser uma "marca-escultura" mostra uma urgência em ser tridimensional que precisa de cuidados, já que uma marca precisa ser bidimensional antes de ser 3D por causa de suas inúmeras aplicações. E, na minha opinião, ela também precisar funcionar em monocromia, mesmo que as cores tenham um peso grande. Por isso, estou louco para ver cartazes, uniformes, medalhas, mascote...


Mas - como digo hoje para os meus alunos - uma argumentação bem estruturada é TUDO em um projeto. Por mais que você force uma barra aqui ou ali, se você souber vender seu peixe, nada te segura. E é isso que a Tátil fez: um projeto de marca excelente que realmente concentra os ideais do evento, tem um potencial identitário incrível e uma tipografia exclusiva (melhorou?). Já estou até lendo o RIO na marca! E digo mais: coloquei o título do post sem o 2016 porque acho que esse símbolo tem grande chance de se tornar a marca não-oficial do estado do Rio de Janeiro! Serão 6 anos (ou mais!) vivendo essa marca que foi amplamente abraçada pela população em seu lançamento e está tendo um repercussão mundial excelente.



O melhor mesmo é ver a auto-suficiência do design nessa marca. Isso engrandece a minha profissão. Não podemos esquecer que, em comparação ao fiasco da marca para a Copa do Mundo de 2014, essa marca é absolutamente incrível! Aliás... se compararmos com as outras marcas de Olimpíadas, só adicionamos vantagens. E agora os ingleses resolveram soltar os cachorros por causa da marca "estranha" das Olimpíadas de 2012 criada pela grande Wolff Olins. Obrigado por isso, Tátil! Ponto pra gente!

Agora... anda aparecendo um questionamento de plágio na internet por causa da marca da Telluride Foundation e do quadro "A dança" de Henri Matisse. Eu não vou usar a frase batida (e errônea) de que "no design nada se cria, tudo se copia". Isso é um exagero. Mas é preciso entender que estamos inseridos em uma cultura visual global e que, portanto, é possível encontrarmos traços semelhantes em inúmeras criações. Inclusive, podemos ver no vídeo da Tátil um enorme mural de referências durante o processo de criação. Como Fred Gelli, sócio fundador da agência disse:
Pessoas se abraçando e dançando é algo universal, vem desde as pinturas rupestres. De alguma forma, o movimento das pessoas dançando está no inconsciente coletivo.
Dizer que plágio é demais... beira o ridículo. Criancice por não ter feito (ou por ter perdido as Olimpíadas pra gente, né, americanos invejosos?).


É válido dizer inclusive que todo o processo de concorrência, promovido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) com assessoria da Associação de Designers Gráficos (ADG Brasil), foi elaborado com base nas recomendações do Icograda (conselho internacional de associações de design gráfico) e supervisionado com regras claras e justas. Ou seja, chamar de plágio é boçalidade. Além disso, percebe-se que era possível fazer algo bem melhor para a Copa, não?

É a hora do design brasileiro!

PS.: Espero que a marca das Paraolimpíadas tenha essa mesma força!

terça-feira, 16 de março de 2010

A história dos pictogramas olímpicos

O super designer editorial Steven Heller do New York Times apresentou um panorama sobre os pictogramas olímpicos usados nos últimos 74 anos:


Divertido e esclarecedor! Falei brevemente sobre os pictogramas quando mostrei as invenções do meu amigo Fabio Lopez para a Rio 2016.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Medalhas diferentes

As medalhas dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010, em Vancouver, Canadá, terão algo mais. Os metais ouro, prata e bronze virão de um trabalho de coleta e reciclagem em antigos circuitos de computador! Os detalhes serão gravados a laser, com inscrição em braille, em um corte único, ou seja, cada peça será diferente da outra! Ao todo, serão produzidas 615 medalhas para os Jogos Olímpicos e 399 para os Jogos Paraolímpicos com o material.

Sua ondulação remete às montanhas, aos oceanos e à neve. A estampa vem de desenhos que representavam as primeiras nações da Costa Oeste canadense, a orca (Jogos Olímpicos) e o corvo (Jogos Paraolímpicos).

Iniciativa interessante e – até mesmo – ecológica numa parceria colaborativa entre Corinne Hunt (designer/artista aborígene), o designer industrial Omer Abel, a Royal Canadian Mint e a Teck. Do G1. Mais informações no site do evento.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Yes, we créu!

Perfeito! Parabéns a Rodrigo Hashimoto pela brincadeira!

É nois!

Levamos essa! Nossos argumentos eram realmente bons, mas confesso que eu estava meio receoso... até quando Chicago saiu de primeira e comecei a comemorar. A última edição dos Jogos Olímpicos foi em Pequim e a seguinte será em Londres, ou seja, Tóquio e Madri eram certos de perder! O Globo.com descreve tudo que aconteceu na Dinamarca com fotos ótimas.

Sempre achei que o povo brasileiro só era patriótico quando o esporte dava suas caras. Parece que hoje comprovamos isso. Até ponto facultativo tivemos no Rio de Janeiro por causa do evento! Só espero que agora o povo aproveite esse momento único para cobrar de seus governantes tudo que eles prometeram para voltar os olhos do mundo para nós. Vamos virar um canteiro de obra para a Copa do Mundo em 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Então, vamos fiscalizar! Vamos cobrar! Não dá pra ficar só reclamando ou ficar dizendo que agora vai tudo pro bolso de quem governa. Queremos melhorias urbanas, de transporte e de meio ambiente. Como diz a campanha: é a vez do Rio!

Rio 2016?

Daqui há poucas horas será definida a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Em agosto do ano passado, ao analisar as marcas das cidades, eu já havia dito que o Rio de Janeiro tinha grandes chances de sair vencedora porque seria a primeira edição dos jogos na América do Sul.

Nos últimos dias, muito se falou. O ego do carioca (e de alguns brasileiros também) inflou. Lula e Pelé foram pra Dinamarca (local do evento de escolha da cidade-sede) dar aquela moral. Mas aí... Chicago (EUA) ganhou a força do queridinho do mundo: Obama. Pelé, no "auge" de sua "sabedoria", saiu com a seguinte frase: "Estamos ganhando de 2 a 1". Só que aí... não mais que de repente... me surge Oprah! A outra queridinha do mundo! Ou seja... 10 a 2 pra Chicago! Mas o Brasil ainda tinha uma carta na manga: João Havelange. Para o mundo desportivo, o quase-centenário e carioca João Havelange fez um discurso emocional. Acho que ganhou uns votos sozinho.

A Globo está com uma cobertura excelente em seu site e nos canais SporTV. Depois eu dou a notícia por aqui também. Mas queria aproveitar pra fazer mais uma propagandinha básica do meu amigo designer Fabio Lopez. Outra excelente dele:
viva essa paixão, mas passa pra cá a carteira.
esperando o trem bala perdida.
boa sorte Rio, e seja o que deus quiser...
com a colaboração do sr. Otl Aicher. ;-)
A idéia foi brincar com os pictogramas esportivos criados pelo designer Otl Aicher para as Olimpíadas de 1972 em Munique (Alemanha). Cliquem na imagem para aumentá-la. Aproveitem e passeiem pelo Flickr do Fabio!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Blade Runner

Não vou falar do filme. Ainda no clima das SUPERolimpíadas do post anterior, trago para vocês o homem de seis milhões de dólares... oops... o Blade Runner! E o nome dele é Oscar Pistorius.

Oscar Leonard Carl Pistorius nasceu na cidade de Pretoria, África do Sul, em 22 de novembro de 1986. Devido a uma condição congênita, nasceu sem as duas fíbulas. Com 11 meses de idade os médicos amputaram suas pernas na altura dos joelhos, o que não o impediu de levar uma infância ativa, participando de competições de rúgbi, pólo aquático e tênis na adolescência, usando próteses nas pernas. Descobriu no atletismo sua vocação. Com próteses de fibra de carbono chamadas de "Cheetah" desenvolvidas especialmente para ele pela empresa Ossur, da Islândia, Pistorius ficou conhecido como Blade Runner pelo aspecto de lâminas das suas próteses.

Pistorius teve nos jogos olímpicos de 2004 sua primeira grande participação no esporte, na modalidade paraolímpica. Bateu o recorde mundial nos 400m e também nos 200m. Em janeiro de 2008, no entanto, Pistorius foi proibido de competir em jogos oficiais, incluindo as Olimpíadas, pelos laudos técnicos atestando que suas próteses lhe dão vantagem competitiva em relação a outros corredores portadores de deficiência, aumentando sua passada e fazendo-o correr mais rápido com menor gasto energético. Pistorius prometeu recorrer da decisão e chegou a tentar uma liminar para correr no atletismo "normal". Mesmo assim, suas lâminas foram consideradas vantajosas.

Homem-biônico? Um deficiente melhor do que o homem perfeito? É um vislumbre do futuro.

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BLADE RUNNER
I'm not talking about the movie. I'm talking about the South african athlete Oscar Pistorius, the Blade Runner. He won this nickname because he uses two blades to run. He is not allowed to run in official competitions because the specialists said that his blades give him advantages over the others parathletes AND the normal ones! The bionic man is between us. A vision of the near future.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Superolimpíadas

Hoje foi o último dia dos Jogos Paraolímpicos de Pequim com mais uma cerimônia de encerramento incrível. O comentarista Alberto Bial da SporTV (isso mesmo... irmão do Pedro Bial, mas ele se acha igual ao irmão e passa longe...) acertou pelo menos uma nesses jogos: chamou as Paraolimpíadas de Superolimpíadas. Acertou em cheio.

E o Brasil? Um show a parte. A delegação brasileira bateu seu recorde e trouxe 47 medalhas no total, sendo 16 de ouro e ficando em 9º no ranking geral. O nadador Daniel Dias é o maior recordista brasileiro em medalhas com 4 de ouro, 3 prata e 1 de bronze em apenas uma edição dos jogos, superando as seis de Clodoaldo Silva, em Atenas. O velocista Lucas Prado ganhou 3 ouros: nos 100m, nos 200m e nos 400m! A velocista Teresinha Guilhermina levou uma de cada em suas modalidades.

E nosso TETRAcampeão olímpico no judô? Antonio Tenório, medalha de ouro em Atlanta, Sydney, Atenas e Pequim! Precisa falar mais? Ok... eu falo... o Brasil nunca teve representantes na bocha olímpica. Sabe o que aconteceu então? OURO! Medalhas de ouro no individual e nas duplas e mais um bronze no individual! E o futebol? OURO no futebol de cinco!

Foram muitas outras medalhas. Muitos outros super-homens e super-mulheres. Notem que não falei das deficiências ou das categorias de cada atleta aqui citado. Para mim, isso não importa. Para mim, eles são atletas que superaram seus limites e deram uma lição ENORME ao mundo.

Parabéns é pouco para todos os atletas SUPERolímpicos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Paralisia cerebral? Não... Inspiração cerebral!

Hoje pela manhã – antes da minha corridinha –, vi o atleta paraolímpico da Tunísia, Mourad Idoudi, ganhar medalha de ouro no lançamento de disco com a marca de 19,72 metros na categoria F32/51. Não sei como funcionam as categorias. Só sei que qualquer pessoa teria pena ao olhar o grau de paralisia cerebral do atleta. No entanto, ele está em Pequim ganhando medalha.

Vocês não acham que está na hora de parar de reclamar da vida? Eu acho.

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BRAIN PARALYSIS? NO... BRAIN INSPIRATION!
This morning I saw Mourad Idoudi, a Tunisian paralympic athlete, win the gol medal of Men's Discus F32/51 with 19.72 meters. I do not know how this categories works, but the athlete has a high level of brain paralysis... a sad level. A problem for him? No. He's in Beijing winning medals! Don't you think that is time to stop complaining about life? I think so.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Emblemas das Paraolimpíadas de Pequim

De nome "Céu, Terra e Seres humanos", a marca das Paraolimpíadas de Pequim é uma figura estilizada de um atleta em movimento, o que implica um esforço tremendo da pessoa com deficiência, seja no esporte ou na vida real, e personifica o lema "espírito em movimento". As cores representam o sol (vermelho), o céu (azul) e da terra (verde). Pra mim, manteve a falta de originalidade. Não descobri o significado dos três arcos coloridos embaixo, mas eles equivalem aos círculos olímpicos.

Eu sei que o Misha é o melhor. Mas a vaquinha Fu Niu Lele dos Jogos paraolímpicos é bonitinha! O site oficial do evento dá uma explicação mirabolante. Mas realmente vacas são aceitas no mundo inteiro e tem uma ligação estreita com os homens.

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BEIJING PARALYMPICS' EMBLEMS
Dubbed "Sky, Earth and Human Beings", the Beijing Paralympics' logo is a stylized figure of an athlete in motion, implying the tremendous efforts a disabled person has to make in sports as well as in real life, and embodies the motto "spirit in motion". The colours represent the sun (red), the sky (blue) and the earth (green). No originality for me. I do not know the meaning of the three arches down under, but they represent the olympic circles... And I liked Fu Niu Lele, the mascot cow. I know Misha is the best, but the cow is so cute!