segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Marca do coração que pulsa infinito

A história dos Jogos Paraolímpicos teve início em 1948, quando veteranos da Segunda Guerra com lesões na medula espinhal, reuniram-se em uma competição esportiva em Stoke Mandeville, na Inglaterra. No entanto, a primeira edição com estilo olímpico, foi organizada em Roma (1960). Apenas a partir de Seul (1988), a mesma cidade passou a sediar os dois eventos. Já falei AQUI, AQUI e AQUI o quanto as Paraolimpíadas são pra lá de maiores e mais importantes do que a gente pensa.

E, neste final de semana foi lançada, a marca das Paraolimpíadas no Rio, também criada pelas Tátil. Assim como a marca principal, a agência diz que essa marca também é 3D... e agora multissensorial... Hã?


Como não era uma concorrência, a Tátil teve várias reuniões durante 10 meses com o Comitê Paraolímpico Internacional e alguns atletas. Eles dizem que usaram símbolos universais para materializar uma marca 3D multissensorial com a mensagem de que todos somos iguais: o infinito - a energia traduzida na garra - e o coração - o centro vital de todo ser humano.

Bom... já falei sobre o papo de ser 3D no post da marca principal. Agora vem o papo de multissensorial... tem alguém ouvindo a marca? Saboreando a marca? Cheirando a marca? Sério... ver e tocar a marca não é nenhuma novidade. Marcas evocando lembranças, sons, cheiros e sabores também são clichés. Acho que forçaram novamente a barra. Bom... fizeram uma estátua 3D em poliuretano que foi equipada com sensores de movimento que ativam luz e som ao toque. A atleta deficiente visual Ádria Santos foi às lágrimas e deu força ao argumento. Mas vão fazer isso numa camisa? Bandeira? Folheto? Broche?

Contudo, a idéia do coração é excelente! Todos nós o temos, independente das faculdades mentais, das cores, das crenças! E esse evento faz realmente os corações pulsarem infinitamente quase em unísono. Se comparado às marcas anteriores... aí... o trabalho é impecável!



O pictograma de Toronto é interessante, mas o resto é fraco. Até já comentei da de Pequim, mas não tinha percebido o quão próximo da de Barcelona tinha sido. Tudo relacionado a 2012 é de chorar. Estou aguardando argumentos irrefutáveis que me convençam de que "isso" é válido, mesmo com um projeto de identidade visual bem definido.

Ah... descobri o significado dos três "Nikes"! Em Seul, foram utlizados cinco Taegeuk (lembram do Ying e Yang?) nas cores dos aros olímpicos que foram incorporados ao Comitê no ano seguinte. Em 1994, a marca foi reformulada para somente três Taegeuk nas cores que são mais amplamente representadas em bandeiras nacionais e são referência visual (RGB). O lema passou a ser Mente, Corpo, Espírito. Em 2003, a agência Scholz & Friends começou um novo redesenho da marca. Com um novo lema - Espírito em movimento -, os Taegeuk se transformaram em Agitos (palavra latina que significa "eu me movo", mas eu não sabia que tinha uma representação gráfica), circundando um ponto central para enfatizar o papel de trazer atletas de todos os cantos do mundo juntos para competir.

Disso fica a impressão que - independente de qualquer crítica que eu possa vir a fazer - o trabalho da Tátil é muito bom e dá credibilidade e visibilidade internacional ao design brasileiro. Viva!

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