quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Fora do ar

Problemas técnicos me tiraram da internet, do computador, do tempo... mas volto na semana que vem. Aguardem!

sábado, 15 de setembro de 2012

Milhazes

Beatriz Milhazes, uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras, está com uma exposição no Caixa Cultural do Rio de Janeiro até o dia 30 de setembro após 10 anos sem uma individual por aqui. Ela tem um vocabulário próprio de formas coloridas e vibrantes a partir de pinturas serigráficas que a colocou entre as mais conhecidas no panorama internacional da visualidade contemporânea.

Mas se você analisar bem as 17 gravuras apresentadas verá semelhanças incríveis: ela com certeza utilizou as mesmas matrizes serigráficas em várias delas. Em alguns casos, nem mesmo a posição das matrizes foi alterada.

Depois dessa constatação é comum se pensar (ou ouvir comentários) o que sempre aparece quando se trata de arte contemporânea: "qualquer um pode fazer isso tudo igual". Segundos depois desse pensamento menor, vem logo o "então por que você não fez".

Mas um olhar mais apurado fará você entender que a arte de Beatriz não está exatamente na técnica, mas na composição. De cores. De formas. E isso acaba retornando sobre a técnica, pois é possível enxergar uma investigação em torno das possibilidades que a serigrafia tem para oferecer, como cores sólidas, opacidades, recortes precisos, modulação, variação de registro etc. E eu te garanto: isso você não faz.

Vale a visita e a reflexão sobre toda a arte contemporânea.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Vão chutar o mascote...

Aí está o mascote da nossa Copa do Mundo: um tatu-bola! De início, eu achava que iam ressuscitar o Pelezinho ou o Zé Carioca, mas confesso que achei a escolha bem mais coerente do que alguma ave ou símio brasileiro, afinal... é um tatu-BOLA!!!

Pra quem não sabe esse nome vem de sua habilidade de curvar-se sobre si mesmo para se proteger quando ameaçado, ficando no formato de... uma bola! A ONG Associação Caatinga - que fez campanha pelo pelo Tolypeutes tricinctus - diz que a caça a este tipo de tatu o fez desaparecer de muitos estados do Brasil. Só que agora estou achando que vai ter gente procurando um tatu-bola real para chutar a gol...

Bom... o que importa é que ficou MUITO melhor do que a marca "criada". Aliás, ficou bem melhor do que muito mascote criado para versões anteriores do campeonato:

Willie (Inglaterra 66), Juanito (México 70), Tip e Tap (Alemanha 74), Gauchito (Argentina 78), Naranjito (Espanha 82), Pique (México 86), Ciao (Itália 90), Striker (EUA 94), Footix (França 98), Ato, Kaz e Nik (Coreia do Sul e Japão 2002), Goleo e Pille (Alemanha 2006) e Zakumi (África do Sul 2010). Mais sobre o visual das Copas aqui.

O nome do tatu-bola será escolhido via internet, assim como foi com a bola do campeonato. A bola Brazuca irá substituir a esquisita Jabulani da copa africana. Em campanha realizada pela Adidas, esse foi o nome que derrotou "Carnavalesca" e "Bossa Nova". Ainda bem.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Superando limites

Na onda das Paraolimpíadas, vi no SporTV uma reportagem sobre o Cervim - Centro de Equoterapia e Reabilitação da Vila Militar.

É referência nacional em habilitação e reabilitação para pessoas portadores de necessidades especiais, sendo pioneiro na utilização de novas técnicas de tratamento voltados para a introdução de Esportes Adaptados e Paraolímpicos no âmbito terapêutico. Sua estrutura contém fonoaudiólogos, professores de educação física, fisioterapeutas, psicólogos e psicopedagogos que buscam não só devolver a funcionalidade aos seus pacientes, mas também reintegrá-los na esfera social, fortalecendo o seu senso de identidade e sua auto-estima. Bocha, Petra (tricicleta), Natação, Dança adaptada, Futebol de 7 e Hipismo adaptado são as modalidades esportivas que proporcionam a oportunidade para os alunos testarem seus limites e potencialidades, prevenindo as enfermidades secundárias à sua deficiência.


Às vezes, eu acho que a humanidade (e o Brasil) tem jeito.

domingo, 9 de setembro de 2012

Portadores de vitórias especiais

Sério... torcer para Neymar, Cielo, Fabiana Murer ou até mesmo os novos heróis olímpicos do boxe perdeu o sentido. O que o Brasil está fazendo nos Jogos Paraolímpicos* é de dar um orgulho na alma. Temos um monte de medalhas! Nós somos tricampeões no futebol de 5 (e não temos medalhas olímpicas na seleção principal...)! Nós somos mestres em bocha adaptada e o mundo inteiro nos copia!

Agora se pergunte: aonde esse povo treina? Tem campeonatos mundiais? A gente só vê na TV os considerados "normais" em competições o ano todo e eles chegam nas Olimpíadas dizendo que sofreram muito pra chegar ali ou que o vento atrapalhou... tipo... hã? E o biamputado Daniel Dias que tem 6 medalhas de ouro e é o maior atleta paraolímpico brasileiro? E a cega Terezinha Guilhermina que no dia seguinte que perdeu a medalha por solidariedade ao seu guia ganhou ouro? Será que ainda vai ter gente alegando problemas psicológicos?

E o mais incrível: nada de reclamações! Veja o caso de Alessandro Zanardi, piloto italiano de Fórmula 1 que em um horroroso acidente perdeu as duas pernas e agora é campeão olímpico nas provas H4 de handbike contra-relógio e estrada. Perguntado se ele serviria de exemplo, ele respondeu com um sorriso que jamais poderia querer que um acidente fosse um exemplo para alguém, mas que sua felicidade deveria ser dividida.

Estou escrevendo esta postagem porque todo mundo só fala na Copa do Mundo em 2014 e nas Olimpíados do Rio em 2016, mas se esquecem que depois vem as Paraolimpíadas. Onde está a acessibilidade no Rio de Janeiro? Por enquanto, em lugar nenhum... mas realmente espero que esteja em nossas mentes, nossos corações e em nossas formas de torcer!

* Sei que a escrita correta é "paralímpica", mas não tô nem aí, pq achei feio e sem explicações plausíveis. Vou manter o termo antigo.

sábado, 8 de setembro de 2012

6 aulas de dança em 6 semanas


Nada como ir a um lugar não esperando nada e ser surpreendido. Foi o que aconteceu comigo na peça 6 aulas de dança em seis semanas, com Suely Franco e Tuca Andrada.

Sucesso no mundo inteiro, essa comédia da Broadway - de autoria do escritor, roteirista e produtor americano Richard Alfieri - já foi traduzida para mais de 12 idiomas e é uma das mais montadas dos últimos 50 anos. Nesse divertido e emocionante espetáculo, Dona Lily (Suely) é uma senhora vaidosa e elegante e Michel (Tuca) é um professor de dança atrevido e irreverente. A paixão pela dança parece ser tudo o que eles têm em comum, mas juntos descobrem que a vida é mais complexa do que jamais imaginaram. Carlinhos de Jesus assina as coreografias e Claudio Tovar os figurinos, em deliciosa 1h30 de espetáculo.

Suely Franco é o show. Quase deixa Tuca Andrada de escada. As histórias de tolerância, solidão, amizade, família, casamento e busca do amor e da felicidade são narradas com um humor intenso, dramático e muitas vezes negro. É de fácil identificação com o público (bem) mais velho que costuma lotar os teatro cariocas, mas a teatro da melhor qualidade para todas as idades.