Beatriz Milhazes, uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras, está com uma exposição no Caixa Cultural do Rio de Janeiro até o dia 30 de setembro após 10 anos sem uma individual por aqui. Ela tem um vocabulário próprio de formas coloridas e vibrantes a partir de pinturas serigráficas que a colocou entre as mais conhecidas no panorama internacional da visualidade contemporânea.
Mas se você analisar bem as 17 gravuras apresentadas verá semelhanças
incríveis: ela com certeza utilizou as mesmas matrizes serigráficas em
várias delas. Em alguns casos, nem mesmo a posição das matrizes foi
alterada.
Depois dessa constatação é comum se pensar (ou ouvir comentários) o que sempre aparece quando se trata de arte contemporânea: "qualquer um pode fazer isso tudo igual". Segundos depois desse pensamento menor, vem logo o "então por que você não fez".
Mas um olhar mais apurado fará você entender que a arte de Beatriz não está exatamente na técnica, mas na composição. De cores. De formas. E isso acaba retornando sobre a técnica, pois é possível enxergar uma investigação em torno das possibilidades que a serigrafia tem para oferecer, como cores sólidas, opacidades, recortes precisos, modulação, variação de registro etc. E eu te garanto: isso você não faz.
Vale a visita e a reflexão sobre toda a arte contemporânea.
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