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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Arte ao Lado: Jorge Lucio

A poesia foi utilizada na história (até mesmo em períodos pré-escrita) como forma de transmitir informação e garantir sua memorização. No entanto, ela é mais: é também considerada a arte do texto, aquela que utiliza a linguagem escrita para exprimir aquilo que está dentro de nós.

Ao entender que a tarefa crucial da arte é resistir e contrapor-se ao estabelecido pelas normas do poder, em nome da convivência, Jorge Lucio de Campos usa sua sensibilidade para escrever a partir das dicções de autores considerados renovadores da linguagem poética em relação ao que considera serem legítimas contribuições. Cria, então, ligações entre seus poemas e os de outros poetas em busca de uma poesia ao mesmo tempo contemporânea e extemporânea, a mais estranha ao gosto de sua época.
“Me esforço para criar ligações entre o que digo, ou melhor, o que dizem os meus poemas e o que é dito (ou penso que é dito) pelas imagens de variada natureza que são assinadas por outros autores (pintores, fotógrafos, cineastas, etc). [...] Gosto de reescrever, desconstruir, reinventar a escrita alheia, com o intuito de fazê-la acontecer de outra maneira.”
Em termos artísticos gerais, Jorge valoriza, sobretudo, a síntese formal, a riqueza expressiva e a amplitude semiótica e, assim, tenta fazer o máximo possível de sentido com o mínimo possível de palavras. Acredita que, se não se dispusesse a escrever poesia, ela própria o faria de uma maneira caótica e amorfa e, então, se perderia no vácuo da insignificância cotidiana: “sinto-a colocada dentro de mim, pulsante e mais forte do que a minha própria vontade.”

Filósofo de formação, Jorge se aproxima de Nietzsche quando diz que “faz poesia para não enlouquecer com a instrumentalidade racional e a boçalidade administrada que minam tenebrosamente os alicerces simbólicos da atualidade”. Crê na importância de registrar e preservar sua arte, independente de seu valor para a maioria das pessoas.

Jorge foi meu professor na graduação em design, na ESDI. Logo no primeiro ano ele veio ministrar a disciplina “Introdução à Análise da Informação” e ninguém tinha muita maturidade para entendê-lo (talvez por isso a turma adorava puxar temas como futebol e cinema trash para desvirtuar a aula). Mesmo assim, seu jeito paternal fazia com que a sala nunca estivesse vazia. Onze anos depois nos reencontramos quando fazia mestrado: eu ainda aluno e ele sempre professor. Num desespero acadêmico, precisei que ele se tornasse meu orientador, mesmo que isso significasse mudar totalmente a direção da minha dissertação (de economia para filosofia). Ele encarou o desafio comigo de uma maneira tão carinhosa e acolhedora que fui capaz de entrar no árido mundo da filosofia com a “calma dos ignorantes”, aquela que te torna humilde porém confiante. As consequências positivas são tantas que me faltam palavras para agradecer. E, mesmo que as tivesse, não seriam a poesia que só ele é capaz de fazer.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Tá na hora de rever os meus conceitos...

Há seis anos atrás, fiz um curso com um figurão que mudou minha vida (por razões negativas, achava eu). O curso era caro, o professor falava um monte de asneiras e a turma concordava com tudo, porque - afinal - ele era uma figurão. Isso sem contar o fato que ele terminou o curso faltando duas semanas para o fim porque ele não estava dando conta dos trabalhos dele... (hã?) Para vocês terem uma idéia, eu fiquei conhecido como "o rapaz que discordou do professor". E vou contar isso.

Em determinado momento do curso, o figurão disse que selecionava os profissionais de design para uma bolsa na Inglaterra a partir de seus trabalhos autorais e não com uma análise de portfolios engessados por clientes. Quase que instantaneamente eu retruquei: "e quem não tem tempo?". A turma toda ficou me olhando como se eu fosse um herege, mas ao longo do meu discurso alguns concordaram comigo. Perguntei sobre aqueles que trabalhavam por mais de 8h por dia e ainda tinham filhos pra criar, roupas pra lavar ou quaisquer outras funções particulares. Será que essas pessoas que não tem tempo e, portanto, não podem fazer trabalhos autorais, devem ser excluídas dos processos de seleção? Essas pessoas não tem valor? Não tem chance?

Resposta do figurão: " Eu sei o que eu estou falando. Eu tenho olhos de falcão."

A raiva que eu fiquei foi tão grande que pensei: "se esse cara pode falar esse monte de besteira e ainda ganhar dinheiro, eu também posso... e ele usa óculos! Olhos de falcão é o C@/@7#*". Por incrível que pareça, esse foi o pontapé inicial para o meu mestrado. Os quatro anos seguintes foram de reflexão, estudo, pesquisa e avaliação. Não de um tema para o mestrado... mas de mim mesmo. Eu precisava ter certeza que esse era o caminho a seguir. No início de 2009, eu me tornei mestre em design e me vi - pelo menos - melhor do que o figurão, pois eu poderia garantir que besteira eu não ia falar.

Mas todo esse processo de anos foi além. Quatro meses depois de obter o título do mestrado, decidi que o design precisava chegar às pessoas pela educação, desde pequenas, e não somente pelas prateleiras ou universidades. Então, estou fazendo um curso para me tornar professor de ensino fundamental e médio. Voltando ao figurão: ao invés de raiva, eu deveria agradecê-lo.

Só que me vi hoje numa situação ainda mais complicada... eu tenho a impressão que ele estava certo! Não pelos malditos "olhos de falcão", mas pela idéia dos trabalhos autorais. Estou participando de palestras sobre design cultural com um outro figurão e tenho percebido uma fala romântica, utópica, quase surreal sobre a atuação dos designers brasileiros. Confesso que inicialmente achei péssimo, achei distante, achei fora da realidade. Até que comecei a me dar conta que o discurso dos figurões era convergente. Refletindo sobre o que venho acompanhando sobre projetos-conceito, iniciativas de estudantes e investimentos de grandes instituições... trabalhos autorais fazem a diferença mesmo! (Fabio Lopez, por exemplo...)

E agora? As bases do meu "divisor de águas" mudaram da esquerda para a direita! Acho que agora só me resta ter a humildade de refletir mais sobre isso, rever meus "pré-conceitos" com os figurões e - tomara - me tornar um designer melhor.



segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um ano depois...

Na manhã de 25 de março de 2009, eu estava defendendo minha dissertação de mestrado. Um ano depois, eu comecei a questionar o título, o que fiz com ele até então, para quê serviu... etc. Não cheguei a nenhuma resposta, mas esses questionamentos me fizeram rever o material da época. E resolvi disponibilizá-lo. Por mais incrível que pareça, não sou muito afeito a demonstrações públicas, mas acho que o conhecimento deve ser passado para que seja visto, revisto, discutido, transformado.

Deu trabalho, mas aí vai! Aqui só está a introdução da minha defesa. As outras partes (identidade, marca, Natura e conclusão) estão no YouTube com alguns pedacinhos faltando. Por favor ignorem o ângulo de filmagem que me pega praticamente de costas e de lado o tempo todo, pois só pude colocar a câmera na janela que ficava atrás de mim. Ignorem também os pleonasmos e o gaguejo que são reflexos de um nervosismo óbvio.



Infelizmente não tinha memória para filmar a verdadeira "defesa", ou seja, quando os professores da banca fazem suas inquisições sobre o lido e falado. Mas aproveito para agradecer mais uma vez meu orientador, Prof. Jorge Lúcio de Campos, e os outros dois membros da banca, Prof. Lauro Cavalcanti e Profª. Vera Damazio.

A apresentação em PowerPoint que eu uso é essa que posto a seguir, mas alguns efeitos de visualização ficaram comprometidos. Se alguém quiser tê-la, deixe o e-mail nos comentários:



E agora? Sei lá... mas tá aí pra quem quiser ver.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Quero ser Rodin quando crescer: fazer E/OU pensar design?

As formações de design hoje são exclusivamente práticas, ou seja, te preparam para o mercado de trabalho. Possuem uma grade curricular voltada para esse fim com inúmeras disciplinas que buscam transformar os estudantes em máquinas de fazer trocentos trabalhos ao mesmo tempo dignos de notas altas. Falo por experiência própria, mas não garanto o resultado. Mesmo assim, o estudante recém-formado cai no córrego de oportunidades na área sedento. Sede essa que é aplacada em instantes... não pela água da satisfação, mas pelo chá amargo e desestimulante que nos é oferecido pelo mercado ignorante e escravizante. Palavras duras, porém conscientes.

Como sair disso? Não dá. Precisamos disso pra sobrevivermos. Tem saída? Deve ter. Uma delas é o lado acadêmco da questão. Mas quando se pesquisa sobre assunto percebe-se que o caminho oferecido é considerado o oposto total do aprendido na graduação. É como uma grande bifurcação que anda em paralelo, ou seja, os caminhos estão lado a lado mas nunca mais se encontrarão. E tudo indica que é assim mesmo. Os horários de aulas, as demandas, o tempo previsto, o pensar.

Pois é... o pensar. É explicitamente proibido fazer um projeto de mestrado que gere um produto / projeto gráfico. É estritamente necessário que seja um projeto com fundamentação teóricoa que gere conhecimento. Aí eu me questiono: ninguém preparou pra isso! A gradução não faz isso. Mas ao mesmo tempo eu questiono: isso significa que não se pensa na graduação? Olha... até se pensa, mas em argumentos para se defender um projeto. Argumentos esses que deveriam estar embasados na conceituação filosófica do projeto e não em fracos desenvolvimentos práticos quebráveis por uma simples autoridade/ego.

Estou sendo generalista a partir da minha vivência. Tenho visto mudanças, mas meus olhos só foram abertos depois que optei por conhecer o "outro caminho". Dei me conta que agora penso muito mais no design que faço. E penso muito mais no design que penso. Gerar conhecimento e passá-lo adiante é algo incrível. Valorizo cada vez mais os professores e pesquisadores que sabem fazê-lo (não é qualquer um).

Quero fazer parte deste universo. Quero fazer parte de uma força capaz de mudar o mercado ignorante e escravizante. Para isso devo atuar em duas frontes: no pensar e no fazer. Sempre com atitude, com postura de designer pensante E atuante. Sou contra o OU. Será difícil, mas quando não é? Quero ser um Rodin e transformar pedra em escultura, matéria bruta em matéria eterna.

quarta-feira, 25 de março de 2009

QUEM É O MESTRE?

Sho'Nuff: – "Quem é o mestre? Eu não consigo te ouvir, Leroy!"
Bruce Leroy: – "blurgblurblur..."
Sho'Nuff: – "Quem é o mestre? Eu disse: quem é o mestre?"
Bruce Leroy: – "blurgblurblur..."
Sho'Nuff: – "Quem é o mestre?"
Bruce Leroy: – "blurgblurblur..." (psssshiuuuuuuuuuuuuu)
Sho'Nuff: – Então tá, Leroy, quem é o único mestre?"
Bruce Leroy: – EU!

Esse é o diálogo principal (traduzido) do primeiro minuto do vídeo abaixo, que é a batalha final do filme O último dragão (The last dragon, 1985). O filme é muito divertido e essa cena marcou minha adolescência.

Ah... e eu coloquei esse vídeo porque agora EU SOU O MESTRE! hahahaha Passei com grau máximo no mestrado em design! Muito bom! Uhuuuu!

terça-feira, 24 de março de 2009

Defesa de mestrado

É amanhã!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Vontade louca de fazer "xixi"

Sabe quando você está na rua e tem uma vontade doida de fazer xixi? Aí você segura porque vai chegar em casa logo logo. No caminho, vários obstáculos... você encontra pessoas ou vê uma vitrine interessante ou o sinal de trânsito demora ou alguém te esbarra ou o elevador não chega nunca e por aí vai. Quando você coloca a chave na porta de casa, todo o controle que você tinha sobre a sua bexiga começa a se perder... parece que o cérebro manda uma mensagem do tipo: "libera que chegou". A bexiga, cansada e cheia, obedece na hora. Você corre para o banheiro e (na maioria das vezes) consegue fazer seu xixi sem sujar nada. Imagine isso tudo quando a pressão é no reto e não na bexiga...

Tirando o papo escatológico, é essa sensação que tenho tido. Algo que estou com uma vontade doida de fazer está bem perto de acontecer, mas vários "obstáculos" estão no meu caminho. Mas vai acontecer. Não importa o obstáculo ou o tempo que leve. E com direito a sucesso! Com direito a "alívio de bexiga".

quinta-feira, 5 de março de 2009

Meus amigos são um sucesso

Tem gente que usa os blogs como diários pessoais onde falam sobre suas vidas, dão opiniões e por aí vai. Eu? Bom... mas também quero falar dos meus amigos que são sensacionais. Aliás... já estou ficando até meio redundante porque já falei dos dois aqui: Erick Grigorovski e Fabio Lopez são um sucesso!

Já falei sobre o Erick duas vezes aqui por causa da animação Uruca (7º VIIIc E4) que ele fez e foi premiado em uma mostra. Não satisfeito... o rapaz acaba de ganhar outro prêmio! Internacional! No Vancouver International Mountain Film Festival! O cara é sinistro! O júri disse que a animação possui um toque de humor na medida e foi completamente diferente do usual, capaz de mostrar o entusiasmo que os escaladores tem. No site tem trailer e fotinho!E hoje fui na defesa da dissertação de mestrado do Fabio Lopez, na ESDI. Nem preciso dizer que foi incrível, seguro, consistente e uma pesquisa muito bem feita. Claro que houveram alguns comentários da banca e, como sempre, alguns pertinentes e outros extremamente descabidos. Normal, mas não tirou o peso do trabalho considerado por todos importantíssimo para a área. Aliás, surgiram boatos de "publicação" e "doutorado já".Prometo que serei narcisista e colocarei algum sucesso meu por aqui... um dia... bom... por enquanto, eu fico feliz pelos meus amigos! Parabéns, Erick! Parabéns, Fabio! Que venha muito mais!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Publicado

Primeiro fruto do mestrado: um artigo publicado na Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, na temática Design. Em conjunto com meu orientador, Prof. Jorge Lúcio de Campos, escrevo sobre o filósofo Gilbert Simondon e seus conceitos de individuação e concretização dos objetos técnicos que nos mostram um importante panorama evolutivo do design.

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PUBLISHED
First son from my masters course: an article published at Communication Sciences On-line Library. With Prof. Jorge Lúcio de Campos, I worte about the French philosopher Gilbert Simondon and his concepts of individuation and concretization of technical objects that show us an important evolutive scenario of design.