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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A nova da Zelândia

Há mais ou menos um ano falei aqui sobre a possibilidade de mudança da bandeira do Reino Unido a partir da saída da Escócia. Fiquei intrigado com essa questão da mudança de um símbolo nacional e agora surgiu uma outra situação parecida.


O primeiro ministro da Nova Zelândia decidiu criar um concurso para mudança da bandeira do país, uma vez que a atual ainda possui referência ao Reino Unido e é muito semelhante a da Austrália. Lançou até um vídeo sobre design de bandeiras para orientar os concorrentes:


Um comitê independente analisou as 10.292 sugestões enviadas, revelando no mês passado uma seleção de 40 bandeiras. Vejam:

Repetição de alguns motivos como o koru (a espiral com vários significados), a constelação do Cruzeiro do Sul com outras estrelas, formas geométricas que representam símbolos maori e a folha de samambaia prateada. (Clique para ampliar)

Dessas quarenta, o comitê vai fechar em quatro opções que irão para um referendo popular ainda este ano para decidir a melhor de todas. E, em março do ano que vem, um novo referendo irá decidir se a população quer ou não trocar o símbolo nacional. Pesquisas preliminares ainda estão indefinidas, pois, enquanto alguns querem se livrar do passado de colônia, outros acham que o gasto elevado (mais de 17 milhões de dolares) é desnecessário e desrespeita o legado.

E você acha o quê? Não tenho opinião totalmente formada, mas já escolhi minha bandeira dentre as 40 opções.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Um símbolo nacional pode mudar?


A Union Jack, bandeira que representa o Reino Unido, poderá mudar caso a Escócia assegure a sua independência no referendo de hoje! A bandeira existe desde 1801 e é composta por três bandeiras de santos que representam três países: Santo André (Escócia), com fundo azul e um "X" branco; São Patrício (Irlanda), que é branca e tem um "X" em vermelho; e São Jorge (Inglaterra), que tem fundo branco e cruz em vermelho.


Caso a Escócia deixe de pertencer ao Reino Unido, a bandeira poderia perder a cor azul! Os assuntos relativos à bandeira são analisados pelo Instituto UK Flag, que constatou que a maioria de seus membros são favoráveis à mudança na bandeira caso a Escócia saia do Reino Unido. A proposta seria incluir ou o dragão do País de Gales (que também pertence ao Reino Unido, mas não está representado na bandeira), ou as cores preta e amarela, que representam São David, o santo galês, ou ainda substituir o azul escocês pelo verde galês.

Algumas opções de mudança na bandeira do Reino Unido (Foto: Reprodução/GloboNews)

No entanto, a bandeira não foi modificada depois que parte da Irlanda deixou o Reino Unido. Além disso, como a Escócia permaneceria vinculada à Família Real Britânica mesmo após a separação, defende-se que a cor azul seja mantida.

O Partido Nacional Escocês anunciou a intenção de que a nova Escócia seja uma monarquia constitucional, com a rainha Elizabeth II como sua soberana – como acontece com a Austrália, a Nova Zelândia (e ambos possuem referência a Union Jack em suas bandeiras) ou o Canadá – e de se unir à Commonwealth, organização intergovernamental composta por 53 países membros independentes, a grande maioria formada por países que foram colônias britânicas.

Confuso, não? Mas e aí... muda ou não muda?

sábado, 6 de setembro de 2014

Super-Heróis Futebol Clube

A designer espanhola Nerea Palacios trabalha com customização e possui um blog chamado "I Want to Work for Nike", onde exibe seu sonho de criar modelos de camisas esportivas. Ela fez uma série de camisetas da Nike inspiradas em super heróis e algumas equipes. Confere aí, porque ficou bem legal!

A Escola Xavier para Jovens Superdotados já tem o uniforme do time.
O Capitão América agora pode ser capitão do seu time.
As agentes femininas da S.H.I.E.L.D. podem entrar no esporte e se inspirar nas amazonas do time da Mulher-Maravilha.
Batman pode juntar todos os seus Robins em um time para enfrentar os bandidos do Gotham Rogues.

Para os amantes da série Game of Thrones, também tem camisas.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Seleções seladas

O estúdio português Maan criou selos com reinterpretação gráficas das bandeiras dos países que estão na Copa do Mundo. O World Cup Stamps é um projeto conceitual interessante. Chega a confundir um pouco por serem utilizados somente as cores das bandeiras, com alguns poucos elementos (como estrelas), às vezes tendo que tuilizar outras questões cromáticas (como, por exemplo, o azul da seleção italiana). Nas imagens abaixo, organizei pelos grupos da Copa (o que facilita a identificação e reduz um pouco a confusão).

Grupo A: Brasil, Croácia, México e Camarões
Grupo B: Espanha, Holanda, Chile e Austrália
Grupo C: Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão
Grupo D: Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália
Grupo E: Suíça, Equador, França e Honduras
Grupo F: Argentina, Bósnia, Irã e e Nigéria
Grupo G: Alemanha, Portugal, Gana e EUA
Grupo H: Bélgica, Argélia, Rússia e Coréia

Também criaram a papelaria da série com conceito gráfico complementar aos selos.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Seleções minimalistas

O designer curitibano Leandro Urban redesenhou os escudos das seleções que estarão na Copa do Mundo no Brasil de forma minimalista. Veja:


Bacana, não?

domingo, 11 de maio de 2014

Zuzu, anjo e designer

Se você não sabe quem é Zuzu Angel, vá para o Google (caso você não tenha visto o filme). Se você é designer, provavelmente sabe que ela foi uma estilista brasileira que perdeu seu filho para a ditadura e se tornou um símbolo político. Mas o que você não sabe é que Zuzu criou uma marca incrível de roupas, empregando não só um estilo brasileiro como uma identidade visual forte de teor crítico.

O Itaú Cultural de São Paulo fez uma homenagem excelente com a exposição Ocupação Zuzu, que traz 400 itens, dentre vestidos, bordados, acessórios e documentos que apresentam a trajetória da estilista em uma bela ambientação e curadoria da filha, Hildegard.

Lounge / Linha do tempo
Abertura da exposição com Zuzu em neon como era seu ateliê (minha foto não ajudou).
Seus vestidos.
Seus layouts.
Suas estampas.
A sala do luto com documentos da época.
A ótima identidade visual a partir do nome.
O anjo que se tornou seu mascote, sua marca e seu símbolo de protesto (ele é a representação
de Stuart Angel, seu filho que foi preso, torturado e morto durante a ditadura).
Camisas variadas com a estampa do anjo aplicada.
Painel para os visitantes deixarem notinhas em pedaços de tecido.
E eu deixei o meu!

Sabia da parte da moda e da parte política, mas confesso que fiquei bem impressionado com seu lado designer. Não conhecia a bela marca com os Zs angelicais ou aquele anjinho (que em uma primeira olhada é tão mal feitinho...) ganhou uma força política e o meu respeito em construções variadas de estampas e aplicações de acessórios. Que essa exposição seja uma oportunidade para aumentar o escopo sobre essa incrível mulher.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A evolução de um S

Tá, é mais que um simples S.

Clique para ampliar o infográfico criado pela Halloween Costumes.
Mudanças sutis ou relevantes em uma marca que transcende (e continuará assim) o tempo e a memória.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Cores rotuladas

Toda cor tem um significado: vermelho é fogo; verde é natureza; o céu é azul; e assim vai. Enquanto algumas das associações são feitas diretamente pela visualização de objetos e fenômenos naturais, outras são criadas pela sociedade, como a psicologia das cores que nos diz que vermelho é paixão, branco é paz e laranja abre o apetite. É claro que isso vai gerando padrões visuais tão enraizados na cultura que fica até difícil de se perguntar porque essa cor representa isso e não aquilo? Por exemplo, se o planeta é 2/3 de água e ainda temos tudo envolto por céu azul, por que pensamos no verde para ecologia?

Como designer, as características das cores são de suma importância, pois alteram a percepção do que se cria. Veja um caso: conheço um profissional que fez uma embalagem de filme para microondas com as cores vermelha e amarela porque são cores quentes (esquentar comida) e juntas formam laranja (que abre o apetite). No entanto, o cliente queria usar o verde porque a embalagem era de papel reciclado. O profissional lutou contra isso porque não há nada ecológico em plástico de microondas e muito menos em papel reciclado*. Esse é apenas um caso entre vários que poderiam ser contados.

E uma coisa que sempre me intrigou são as cores formadores de gênero, ou seja, as masculinas e femininas. Por que meninos tem que usar azul e meninas tem que usar rosa - principalmente quando bebês? Pra mim isso sempre foi uma orientação (determinação) sexual velada da sociedade, mas nunca soube da origem disso, mesmo que tivesse alguns palpites. Agora finalmente consegui algum embasamento teórico! E antes de entrar nisso, vejam esse vídeo POR FAVOR! É rapidinho e dá pra ativar legendas em português.



É ou não é orientação velada?

Encarte de moda de 1928
Bom... a colunista Laila Razzo do Jornal Pequeno de São Luís parece ter feito uma extensa pesquisa sobre o assunto, inclusive descobrindo que antes era o contrário! Isso mesmo... meninos tinham que usar rosa e mulheres azul! Ela traz informações que eu não sabia, como a influência do Cristianismo na mudança das cores de gênero, tanto de antes (quando vermelho era uma cor masculina denominada aos cardeais e o azul destacava a pureza da Virgem Maria) quanto no atual (azul é a cor do céu que protegia os meninos por causa da sucessão familiar, enquanto o vermelho era a cor dos demônios e das mulheres tentadoras).

Laila também aborda o já conhecido papel do marketing (É recorrente a utilização de símbolos específicos pela mídia a fim de valorizar minorias, mesmo que em campo abstrato de ideias, dando-lhes identidade em força consumidora.) e das guerras mundiais (Nos primeiros estágios após a II Guerra Mundial, a população passou a ser bombardeada pela publicidade de um mercado que enxergou o potencial de direcionamento de seus anúncios por cores representativas de gênero).


Infelizmente o texto dela saiu do ar depois da reformulação do jornal, mas destaco aqui partes interessantes:
"(...) Revestido de um interesse único pela diferenciação dos nenéns e guris fêmea e macho, já que não dá pra dizer quem é o quê nessa época da vida (e como se importasse tanto), pintaram elas de rosa e eles de azul. O costume causa um desconforto danado quando se vê um bebê de macacãozinho amarelo, que gafe horrorosa chamar ele de ela ou ela de ele, tirando que a mãe ou o pai vão se sentir mortalmente ofendidos. Pior que nem dá pra disfarçar com um 'Qual é o nome?', porque ficar sem falar 'dele' ou 'dela' já aparenta uma coisificação do serzinho. Piora quando respondem um nome unissex. Quanto desconforto por um costumezinho 'inofensivo'!"

"O problema não é a cor, e sim os valores sociais que as embalagens, bonecas, panelinhas e pôneis transmitem nessa roupagem. O conceito vendido do que é ser mulher e também do que é ser homem, enraizados desde muito cedo no inconsciente."

"É certo que o ser humano desde muito jovem já procura se encaixar como parte de grupos, um dos primeiros é a orientação e divisão de gênero, principalmente por haver uma diferença explícita no que meninos e meninas são levados a entrar em contato. Com uma sociedade pautada na identidade pelo que se consome e a necessidade de pertencer e se conectar, pouquíssimos meninos e meninas passarão impunes de olhares reprovativos e provocação de seus iguais (após terem a noção dessa divisa de gêneros em objetos e brincadeiras – já foi observado que crianças são livres de pré-conceitos de gênero no início da infância), educadores e outros adultos por terem preferências de vestuário, brinquedos e cores não tradicionais e incomuns ao seu sexo, ou por seus pais assim escolherem educá-los."
O texto era muito bom. Pena que saiu do ar. Tem um outro no Portal da Família, que também oferece informações contextualizadoras interessantes.

Precisamos nos lembrar que um arco-íris é um belíssimo fenômeno ótico antes de nos preocuparmos com qualquer simbologia de gênero. Precisamos nos lembrar que é a sociedade que dá rótulos e não as cores.

* Papel reciclado simplesmente é mais danoso ao ambiente do que o papel comum porque precisa de um número enorme de produtos químicos para retirar as impurezas antes de virar um papel utilizável. O correto seria utilizar papel de madeira de reflorestamento.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O cartaz da nossa Copa

Outro dia postei aqui os cartazes de todas as sedes da Copa do Mundo no Brasil em 2014, e hoje foi lançado o cartaz oficial, que é esse aí do lado. Foi criado pela Crama, conhecido escritório brasileiro de design estratégico. Vejam algumas palavras sobre o cartaz:
O cartaz é um ótimo exemplo da grande capacidade criativa do Brasil. A proposta ganhadora sem dúvida servirá como um esplêndido cartão de visita para a Copa do Mundo da Fifa 2014, que começará em 498 dias. Com muita emotividade, o cartaz destaca a importância e o brilho do torneio, assim como o fascínio gerado pelo futebol. - Jérôme Valcke, secretário geral da Fifa

É diferente, brasileiro, criativo e ousado. Tem a nossa imensidão, capta nosso ritmo e nossas cores. À vitória! - Marta Suplicy, ministra da Cultura

O cartaz oficial é um passo importante para apresentar o Brasil e a Copa do Mundo da Fifa tanto no próprio país-sede quanto no exterior. É importante passar a imagem de uma nação que é moderna, inovadora, sustentável, feliz, unida e, é claro, apaixonada pelo futebol. - Ronaldo, craque e embaixador da Copa

Tenho certeza de que o povo brasileiro se sentirá bem representado assim que conhecer o cartaz. Estamos orgulhosos deste símbolo tão importante da Copa do Mundo da Fifa, que também mostra a paixão pelo futebol que existe em nosso país. - Bebeto, craque e embaixador da Copa

Essa peça venceu outros três cartazes finalistas. Sabemos que alguns dos jurados foram: Valcke, Suplicy, José Marin (presidente do COL), Romero Britto (artista plástico), Bebeto, Ronaldo, Carlos Aberto Torres, Amarildo e Marta. Essa é a comissão julgadora dita de alto nível?

Bom... independente disso, gosto bastante do resultado que trabalha a gestalt das pernas dos jogadores com o formato do Brasil. Ele parece seguir as linhas de identidade visual criadas para marca, tanto nas cores quanto nas formas. A única coisa que pega, pra mim, é a sua ligeira semelhança criativa com a marca da Unilever...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

E o mundo não acabou!


O Google costuma comemorar datas importantes para a humanidade com customizações de sua marca na página inicial do site. O primeiro doodle surgiu em 1998, quando os fundadores do Google criaram um logotipo especial para informar aos usuários do site que eles estavam participando do Burning Man, um festival de contracultura realizado anualmente nos EUA. O sucesso foi tão grande que hoje a companhia tem uma equipe de designers voltada especialmente para a criação dos logotipos especiais. Já foram criados mais de 300 doodles nos EUA e mais de 700 para o resto do mundo!

E como não podia deixar passar o fim do mundo, o Google criou um doodle para hoje e, a partir dele, uma grande pesquisa sobre o assunto. Você verá inclusive sites que mostram as comemorações para a Nova Era Maia em vários países da América do Sul e Central.

A Nasa criou uma página sobre isso também, já que muitos acham que asteróides ou alienígenas serão responsáveis pela destruição da Terra. Tem até um vídeo:



Se você quiser entender direitinho como funcionam os calendários maias, é só visitar o meu outro blog, o Mito+Graphos. Lá tem várias postagens sobre o tema, como a mudança de ciclo e o longínquo fim.

Agora relaxe... mas continue vivendo intensamente!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sobre tatus e cartazes

E Fuleco (futebol + ecologia) será o nome do tatu-bola mascote da Copa do Mundo no Brasil. É ruim? É. As desculpas que a Fifa deu para a escolha dos três nomes que foram para votação popular não caíram bem (os outros era Amijubi e Zuzeco). Dizer que precisavam de nomes capazes de serem falados em qualquer língua... bom... TA-TU BO-LA são quatro sílabas simples.

No entanto, acho que as manifestações agressivas estão um pouco além da conta na minha opinião. As redes sociais estão cheias de comentários desnecessários para algo que foi decidido por 1,7 milhões de pessoas em votação on line. Não queria nenhum dos três nomes? Não votasse em nenhum. Ficou claro que todos iam reclamar de qualquer nome que vencesse e isso pra mim é birra. Já deu. Entubem.

E ontem foram apresentados os cartazes das 12 sedes definidas para a Copa do Mundo. Desde 2006, a Fifa permite que cada cidade-sede crie seu próprio desenho. Vamos ver cada um... mas antes... um destaque... para prestigiar os profissionais brasileiros, a Prefeitura do Rio optou pela realização de um concurso nacional, coordenado pela Empresa Olímpica Municipal e pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, e aberto para profissionais e empresas da área de design. O concurso foi lançado no dia 4 de julho, e contou com 59 participantes. Os vencedores foram minha amiga Julia Gostkorzewicz e Eduardo Leichner da Modo Design!


Belo Horizonte (MG)
A Igreja de São Francisco de Assis, que integra o conjunto da Pampulha, aparece em destaque no desenho da capital mineira. As imagens que decoram o exterior da Igreja (pombas e flores) se unem em sobreposições formando os pentágonos da bola.

Acompanho as críticas sobre a simplicidade de formas e cores, além da forçada na barra dos pentágonos. Sinceramente... achei fraco.

Brasília (DF)
A imagem faz uma estilização da Catedral, que simboliza a cidade e é um ícone arquitetônico mundial. As cores do jogador chutando a bola reforçam as múltiplas etnias que compõem a sociedade brasileira e remontam à presença dos cinco continentes na Copa. O amarelo no lado direito da imagem simboliza o sol nascente sempre a leste.

Bem interessante na geometria e nas curvas. A explicação das cores e etnias era desnecessária. Eu até acho que quanto mais argumentação melhor, mas precisa ser uma boa argumentação, como o amarelo à direita.

Cuiabá (MT)
Na capital de Mato Grosso, o tuiuiú - ave símbolo do Pantanal - é um dos destaques. O futebol é representado pela bola nos pés do jogador. A vibração das pessoas com o evento, em especial da torcida pantaneira, é traduzida no movimento da bola e as formas que a cercam. O mapa do estado no centro da bola mostra que Cuiabá está preparada para receber o maior evento de sua história.

Toda essa explicação dá de bandeja o problema: parece que cada elemento foi tratado separadamente sem união: a ave parece clipart; as imagens de fundo não parecem vibração nenhum, mas tem um grafismo interessante que não foi bem aproveitado; e o jogador com a bola são óbvios.

Curitiba (PR)
A Araucária, símbolo de Curitiba e do Paraná, é onipresente na imagem de Curitiba. O pinheiro adulto se ergue para o infinito, feito taça de luz. É como se Curitiba fizesse um brinde ao futebol.

Minha opinião vai ficar no gosto: achei lindo. Pouca argumentação com uma solução visual e técnica muito boa deram um resultado que me agradou muito.

Fortaleza (CE)
Uma bola que carrega os principais símbolos da cidade sai como se fosse lançada a partir do Castelão. As texturas utilizadas e os traços do desenho remetem a uma cidade moderna que não esquece suas tradições.

Gente... mas o que esse cartaz fez foi exatamente esquecer das tradições! Que cores são essas? E texturas? Pra quê todos os pontos turísticos? Modernidade ruim.

Manaus (AM)
Duas araras vermelhas pousadas sobre uma trave de futebol resumem a relação buscada: mostrar que, no coração da maior floresta tropical do mundo, somos todos torcedores por natureza.

Se houvesse uma votação popular de melhor cartaz, acho que esse ganharia. Realmente um belíssimo cartaz. Clichê. Simples. Porém, belo. Se pensarmos na ideia que as araras estão se amando no lugar onde a coruja dorme, ganhamos um tom a mais.

Natal (RN)
O verde das matas. O amarelo das areias escaldantes. O azul do mar. Localizada na esquina da América do Sul, Natal se mostra de braços abertos para o evento. No corpo do torcedor é possível ver o Morro do Careca, na Praia de Ponta Negra, uma das marcas da capital potiguar.

Acho que esse cartaz tinha uma boa direção, mas se perdeu no uso de imagens estilizadas dos pontos turísticos. A Praia do Careca não é tão bonita assim, e ainda ficou parecendo uma faixa de campeão (ou do Vasco? Ponte Preta?).

Porto Alegre (RS)
Um atleta chutando a bola e a imagem da Usina do Gasômetro representam a grandeza do evento e o legado deixado por ele, como a riqueza cultural, desenvolvimento tecnológico, estrutural e riqueza econômica, representados também pelas faixas coloridas. As pessoas que aparecem no cartaz vibrando representam a paixão do porto-alegrense pelo futebol.

Muito bla-blá-blá... Assim como Natal, me parece que o cartaz tinha uma boa direção e ficou no meio do caminho. A bola é uma miniatura ou veio voando no rastro branco? Usina do Gasômetro como ponto turístico? Acho que já ficou bem claro até aqui o quanto usar pontos turísticos pode ser uma armadilha.

Recife (PE)
Repleto de movimento e cores, remete ao frevo, manifestação cultural típica do estado. Com uma sombrinha na mão, o passista realiza movimentos ágeis e leves, como as acrobacias dos jogadores, que fazem com a bola o mundo "ferver".

Ideia excelente, argumentação perfeita, resultado primoroso. E ainda forma um 6 que pode representar o vindouro hexacampeonato. UAU!

Rio de Janeiro (RJ)
Representa a essência do carioca, que se move no ritmo do mar e com a energia da natureza que o cerca e do calor do sol. A silhueta e a bola em um gesto descontraído formam um coração que está no centro de várias camadas expressando o amor do carioca pelo futebol. Cada camada representa um aspecto do Rio: a praia, a montanha, o Pão de Açúcar, o mar e o céu.

Essa é a situação típica onde a explicação melhora o cartaz. À primeira vista, todos dizem que o conceito da silhueta é simples e acaba no onipresente Pão de Açúcar. Mas ao ler a ideia do mar e ligar com os "altinhos" realizadas na beira da praia acrescentam força ao cartaz. Parabéns Modo! Parabéns Julinha!

Salvador (BA)
O Elevador Lacerda transformado em trave de futebol e uma bola estufando a rede que o envolve aparecem em destaque no pôster de Salvador. Do alto das torres do primeiro elevador público do mundo é possível avistar outros diversos pontos turísticos da cidade, oferecendo, como pano de fundo, a vista espetacular da Baía de Todos-os-Santos. Esse imponente cartão postal é também um atalho que liga a cidade baixa, litorânea e histórica, à moderna e crescente cidade alta.

Finalmente um bom uso para um ponto turístico! Pode não ser um cartaz maravilhoso, mas a ideia é muito boa.

São Paulo (SP)
O caráter cosmopolita e múltiplo de São Paulo é o destaque. A imagem reflete uma metrópole onde milhares de pessoas vivem, se emocionam, comemoram e respiram futebol. O futebol está no sangue da cidade, nas ruas, no mar de edifícios, no ar.

Taí: gostei. Poderia ter um melhor acabamento nos prédios para não haver repetição de prédios e na escolha de cor da tipografia (talvez branco ao invés de azul para melhorar a legibilidade), mas ficou simples e bacana.





No geral, é isso. Nem vou comentar do selo "Guaraná Antártica" da horrorosa marca da Copa ou o eterno problema em diagramar trocentas marcas na parte inferior de um cartaz. Mas fico super feliz com toda essa produção genuinamente brasileira.

Mas fica aqui uma pergunta: sei que tivemos bancas selecionando os cartazes, mas porque não colocaram os três melhores de cada estado para ser selecionado em votação popular como foi com o mascote? Teríamos a oportunidade de ver outros trabalhos, conhecer melhor a produção em design de outros estados e ainda obter o que o povo quer! Fica a dica para descentralizar o poder de escolha da Fifa...