quinta-feira, 27 de junho de 2013

Copa das Confederações - Segunda semifinal

Eu avisei que a Espanha ia levar, mas que o jogo ia ser difícil. O primeiro empate e sem gols!


A Itália veio sem medo, sem nada a perder, já que todos davam como certa a sua derrota. O lateral Maggio estava inspirado e o toque de Pirlo é diferenciado. Com uma marcação forte, a Azzurra segurou os espanhóis no primeiro tempo ao ponto de dar 4 chutes ao gol contra nenhum da Fúria! Iniesta e Xavi estavam sem espaço para jogar e o toque de bola não estava tão certo como sempre. Ou seja, uma posse de bola alta (68%) pra nada. Torres voltou a ser quem ele sempre foi (perdedor de gols). Salve Casillas que provou ainda ser o melhor goleiro da Espanha.

O segundo tempo veio diferente, pois as duas seleções sabiam que o menor erro seria fatal. As chances ficaram raras e a prorrogação iminente. Uma prorrogação ainda mais cheia de cuidados e perigos com jogadores estafados que se direcionavam aos pênaltis. Aí... seja sorte ou talento, vira loteria. Num momento de Baggio (Copa de 94, né?), o zagueiro Bonucci chutou pra torcida e Navas (que vem mostrando um bom futebol) fechou o caixão para os espanhóis.

Acabou sendo um ótimo jogo com a torcida (e o jogo) do lado dos italianos. Aliás, a Espanha jogou sempre com a torcida brasileira contra eles (o mais forte) e agora irá dar de cara com a maior torcida contra que já tiveram. No entanto, eles estão querendo essa final... estão querendo reverter as vaias e isso pode virar combustível.

Bom... o que importa é que EU VOU VER A SELEÇÃO BRASILEIRA NA FINAL DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES NO MARACANÃ CONTRA A ESPANHA!

Não vou dar palpite, mas, se tivesse que chutar, iria de Espanha. Ainda mais agora que soube que o Brasil vai treinar em São Januário, campo do Vasco da Gama, o eterno vice! (como bom flamenguista, não podia perder a piada) Além disso, a torcida carioca costuma ser MUITO impaciente com a seleção e - mesmo que venha sendo o 12° jogador do Brasil - é capaz de começar a jogar contra. Principalmente se o povo colocar a seleção como bode expiatório dos problemas do país.

E quer saber mais? Acho que a gente tinha que perder mesmo. Pense comigo: se ganharmos, a confiança vai no teto! Vão achar que a seleção está perfeita, pronta pra ganhar a Copa do Mundo! E não está!!! Falta muito!!! Se perder, conseguiremos enxergar melhor nossos erros (e acertos). Chegaremos em 2014 com desconfiança e podemos crescer na competição. Claro que não vou torcer contra e ficarei extasiado em ver o Brasil campeão no Maraca, mas assim como não podemos parar de exigir de nossos governantes, não podemos parar de exigir da nossa seleção para a próxima Copa.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Copa das Confederações - Primeira Semifinal

Eu avisei que ia ser jogo de Libertadores, não avisei?


O Uruguai fez o típico jogo de time sulamericano que joga fora de casa: se compacta atrás para aguentar a pressão adversária e parte para o contra-ataque na catimba. Se toma um gol, o time sai; se faz um gol, o time se fecha ainda mais. Esse ano, por exemplo, somente um time brasileiro (Atlético-MG) conseguiu sobreviver e somente porque conseguiu um milagre. Todos os outros foram surpreendidos em casa por times medianos que souberam jogar dessa forma.

Cabe aqui uma ressalva: a seleção foi muito criticada pela falta de criatividade coisa e tal (já havia dito que Oscar não estava jogando...). No entanto, não podemos esquecer das qualidades do adversário que veio com uma marcação fortíssima e um toque de bola que mostra o entrosamento de alguns anos. A Celeste tem um bom time e não merece estar penando nas eliminatórias para a Copa no Brasil.

Esse jogo foi interessante para observarmos a inexperiência da equipe e, por causa dela, entendermos a razão de Júlio César ser o goleiro. Como havia dito na postagem anterior, mesmo que os goleiros reservas estejam em um momento melhor, é preciso alguém com bagagem para agarrar um pênalti no início de uma partida de semifinal. Pênalti esse que foi feito por uma bobagem típica de zagueiros brasileiros que se acham craque e malandros (ou alguém aí se esqueceu da cagada do Júnior Baiano na Copa de 98?).

Ainda falando da defesa, Thiago Silva esteve irreconhecível, nervoso, perdido. Algo deve ter acontecido ao Daniel Alves taticamente, porque sua presença no jogo agora é muito mais defensiva, deixando as jogadas de ataque para o Marcelo. No meio, Luiz Gustavo foi o centro do time no primeiro tempo e isso mostra o quanto Oscar esteve ausente. Paulinho vem mostrando que é o cara do time e não teme a responsabilidade: mesmo escondido no primeiro tempo, foi o responsável pelo início da jogada do primeiro gol brasileiro, e fez o gol da classificação no segundo tempo. Hulk foi o jogador de sempre e Neymar mais uma vez mostrou que ainda não é um jogador completo. E o Fred... é o Fred.

Um pequeno adendo sobre Felipão: ele não mudou seu estilo, mas me parece estar evoluindo bem ao ouvir sua comissão técnica. Seus discursos tem sido inteligentes, traz a torcida para si e para a seleção.

E agora... EU VOU VER A SELEÇÃO BRASILEIRA NA FINAL DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES NO MARACANÃ! E provavelmente contra a Espanha! Independente do resultado, eu já ganhei!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Copa das Confederações - Terceira Fase

Fecha assim a fase de grupos com uma terceira rodada sem muita surpresa novamente. Vou falar da rodada é de um panorama geral das equipes.


Um bom teste para as duas equipes. Logo de início, muitas faltas, lesões e substituições que mudaram  a cara do jogo, pois dos pés dos reservas saíram alguns gols. E a arbitragem também resolveu aparecer com erros para os dois lados.

O Brasil melhorou bastante. Já começa a ter cara de time (e time do Felipão) com jogadas aéreas combinadas e pressão nos 10 minutos iniciais. Sei que sou muito crítico, mas acho que ainda falta alguma coisa. Vou falar de cada setor:

  • No gol, Júlio César ainda não foi devidamente exigido. Não acho que ele esteja em sua melhor forma e acredito que temos reservas melhores do que ele, mas o goleiro é uma posição de confiança e experiência. Nisso, Júlio César ganha de Jefferson e Cavalieri.
  • Nossa zaga deveria ser muito elogiada, uma vez que só levamos gol no terceiro jogo. Mas precisamos ser críticos. Thiago Silva é realmente o melhor zagueiro que temos e ele está muito a frente dos outros em técnica. David Luiz é o novo Lúcio: até tem habilidade, mas bate muito e sai demais da área achando que é armador. Aparentemente Dante é o terceiro zagueiro do Felipão, deixando Réver como última opção. Acho que a escolha é por experiência internacional apenas, porque não vejo diferença entre eles. Acho até que Dante, apesar do gol, não foi tão bem assim. Creio que ainda falta algum entrosamento por aqui.
  • Ah... as laterais... estamos tão acostumados com craques indiscutíveis nas laterais da seleção que tenho até pena dos convocados. Daniel Alves e Marcelo são realmente os melhores que temos para as posições, mas possuem muitas falhas. Principalmente na defesa. Fora isso, estão afobados, nervosinhos e piores tecnicamente, comparando aos seus clubes. Felipe Luís e Jean não fazem sombra aos dois e só foram convocados porque é preciso ter alguma opção não improvisada.
  • Como volantes temos Paulinho, Luiz Gustavo, Hernanes e Fernando. Pra mim, Paulinho é incontestável. Não jogou e fez falta. Entre Luiz Gustavo e Hernanes, eu prefiro o segundo que é marcador, porém mais habilidoso. Mas, em um time de Felipão, a marcação é sempre a prioridade. Fernando será sempre a última opção de marcação.
  • O nosso meio de campo é muito bom, mas está devendo. E muito. Principalmente Oscar e Lucas. O primeiro tem muita habilidade e é capaz de desequilibrar, não pode ser responsável por um ou outro lance em três jogos. Dizem que o futebol dele está comprometido pelo posicionamento tático (mais marcador) que o Felipão está exigindo, mas craque e jovem como ele deveria ser mais autônomo, ousado e veloz. Lucas está "encantado". Todo mundo pede e quando entra não diz a que veio. Bernard e Jadson estão na reserva e ficarão por lá agora. Por mais elogios que receba do técnico, Bernard ainda não tem estofo pra seleção. Jadson só entra se precisar de aina mais marcação, mas o Fernando entra primeiro.
  • No ataque está nossa esperança de dias melhores, de dias que, mesmo tomando gol, faremos ainda mais. Neymar é craque, mas já está começando a mostrar sinais que seu futebol precisa evoluir coletivamente e taticamente. Hulk está sendo criticado erroneamente. Não é o melhor jogador do mundo, mas está cumprindo sua função tática perfeitamente. Fred é matador e ponto final. Mesmo não fazendo gols nos primeiros jogos, ele participou de alguns. Jô é um ótimo reserva/sombra, mas não tira o lugar do Fred.

E a Itália mostrou uma ótima evolução da última Copa do Mundo para cá (quando saiu como último lugar de seu grupo ainda na primeira fase!). Disputou a final da última Eurocopa com a Espanha e tomou um sonoro 4 a 0, mas me parece que não será da mesma forma na semifinal. Infelizmente Balotelli não irá jogar por lesão, mas Pirlo e De Rossi voltarão. O problema italiano reside na defesa e até a imprensa do país anda reclamando.


Não deu pra ver esse jogo, uma vez que acontecia ao mesmo tempo da seleção brasileira. Mas pelo que vi, não perdi nada. Japão e México se despediram da Copa das Confederações com a sensação de que estão no caminho certo, mas ainda falta muita coisa a se acertar.

Os mexicanos ainda nem garantiram presença no Brasi ano que vem e seu técnico está sofrendo muita pressão. A base da seleção joga no exterior, mas o time ainda não tem disposição ou união tática. Te lembra algum outro país? Pois é... parece que o México anda seguindo demais os passos do Brasil e precisa olhar pra si mesmo até encontrar o bom futebol que derrotava (com uma certa frequência) a nossa seleção.

Já os japoneses, apesar de terem perdido seus três jogos, deixaram uma imagem bem mais simpática e interessante. É um time aguerrido com muitas falhas técnicas. A qualidade dos jogadores está muito mais na raça.


Apesar do resultado óbvio, achei esse um bom jogo para entender melhor o grande bicho-papão futebolístico da atualidade.

Não acho que seja o melhor time africano da atualidade, porém a Nigéria é um bom time e uma equipe jovem. Não se amedrontou e aproveitou as oportunidades pra chegar com perigo ao gol espanhol, mas as conclusões não foram boas. Falta um bom atacante que deve vir com essa renovação.

A Espanha é um timaço. Dito isto, vamos ser críticos? O que a seleção espanhola faz que assombra o mundo é a perfeição técnica. As estatísticas impressionantes sobre a posse de bola vem de um simples fato: eles quase não erram passes. Todo time que joga contra parece estar no meio de um bobinho. Com um ou dois toques apenas, a Fúria vai chegando, chegando e chegando. Como já havia dito: é um predador se aproximando da vítima. Além disso, a marcação é muito boa. Todos... eu disse TODOS os jogadores marcam, até os craques armadores e atacantes. E eles treinam isso com afinco. Então, o segredo é passes e marcação? Sim, é esse somado ao posicionamento tático concentrado. Percebam que são poucos os lances de dribles e jogadas individuais impressionantes. Iniesta se sobressai por causa disso. Messi faz chover no Barcelona por causa disso. Acho que uma boa marcação pode parar a Espanha... ou alguém já se esqueceu do ferrolho suíço da última copa?


Novamente: o quê dizer? Nada sobre o jogo e tudo sobre o Taiti.

Sobre o Uruguai... é o bom e velho futebol sulamericano: catimbado, pegado, técnico e disperso. Foi um time reserva que até mostrou algumas vantagens sobre os titulares, mas contra uma seleção frágil fica até difícil de realmente avaliar. Vai ser um jogo brabo de semifinal...


Agora o querido Taiti. A torcida brasileira abraçou os taitianos de uma forma inesperada. Temos um sentimento de "patinho feio" que nos faz ficar ao lado dos menores, mas dessa vez ampliamos a potência. O discurso dos jogadores após a nova goleada foi emocionante. Entender que fizemos os jogadores sonharem deveria ser o discurso da Fifa para a importância desse evento no nosso país. Além de levaram bandeiras e faixas de agradecimento ao campo, o técnico fez questão de cumprimentar cada jornalista de sua última coletiva. Em cada jogo eles levavam colares aos jogadores e à comissão técnica, mostrando o clima amistoso e respeitoso como um abraço. Mesmo levando 24 gols (e fazendo só unzinho, porém histórico!), acredito que o saldo foi mais do que positivo.


Percebam que não houve um empate sequer! Como eu disse, a artilharia sairá de alguém do Gurpo B. Teremos, então, uma semifinal sulamericana (não palpito... vai ser foda) e outra européia (leva a Espanha em jogo difícil) só com campeões do mundo. E agora já temos a certeza confirmada que o melhor futebol é latino (com um leve desvio alemão...).

PS.: Acho que eu me daria bem em um bolão...

domingo, 23 de junho de 2013

Lua mais que cheia

Em 28 de janeiro deste ano, o fotógrafo australiano Mark Gee (que também faz efeitos especiais em filmes blockbuster) capturou em vídeo a imagem da lua nascendo sobre o Monte Victoria, em Wellington (Nova Zelândia). Ele estava a 2,1 km do mirante. Não há manipulação de imagens, apenas de tempo.



F-O-D-A!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Copa das Confederações - Segunda Fase


A seleção brasileira abriu a segunda fase com vontade. Fez um gol aos 9 minutos, combateu e pressionou tirando os espaços dos mexicanos, fazendo a gente acreditar em melhora. Mas isso durou até a metade do primeiro tempo... O México foi entendendo o jogo e igualou até o fim de forma truncada, pouco criativa. Ganhamos (graças ao trio do primeiro jogo: Neymar e Jô com gols e Paulinho no controle do meio do campo), mas ainda não foi. OBS.: Oscar está com a mania de se esconder no jogo... e precisamos de laterais que saibam o que é a posição na seleção e não em seus clubes. Ah, tô ficando com pena do Lucas.


Infelizmente não assisti ao vivo o dito melhor jogo da competição até agora. A diferença de um gol se resume à diferença de experiência e dos nomes dos jogadores: Honda e Kagawa vs. Pirlo e Balotelli. Um time com várias Copas do Mundo nas costas contra um time que está tentando sair da sombra asiática. Mas sejamos sinceros: o Japão se criou (com várias bolas na trave e cara-a-cara) nas falhas infantis da frágil defesa italiana e a Itália se deu bem com o abalo emocional de um gol contra seguido de um pênalti mal marcado. Ou seja... foi um jogo emocionante nivelado por baixo. Peladão bom de assistir com 7 gols!


Como eu fui ao "jogo" Espanha X Taiti, escrevi uma postagem exclusiva que está logo depois dessa.


Esse era o jogo chave do Grupo B. E o Uruguai (com um futebol sulamericano igualzinho ao que se vê na Libertadores) venceu no sufoco uma Nigéria que veio com tudo pra cima. Forlán (que se tornou o primeiro jogador uruguaio a jogar 100 partidas pela Celeste) mostrou que ainda tem um futebol diferenciado. Não participou do primeiro jogo inteiro e veio pra esse com vontade de mostrar porque foi o melhor jogador da última Copa do Mundo. Não sei se ele mudaria o resultado da primeira rodada contra a Espanha, mas o jogo poderia ter ficado mais interessante.

A Nigéria acabou se enrolando com o resultado, mas mostrou um futebol melhor do que anterior. Ainda se baseia na força e na velocidade, mas já desponta com alguma tática e jogadores com alguma técnica. Sou fã do goleiro Enyeama.


Agora Brasil e Itália vão para a última fase disputar o primeiro lugar do Grupo A e, portanto, quem jogará com a Espanha na semifinal. Desse jogo, aposto em um empate com mais chances para o Brasil. Itália deve vir com reservas (sem Pirlo!) e tem mostrado inúmeras falhas na defesa, enquanto o Brasil ainda está se montando e não tem feito grandes partidas contra times europeus. México jogará pela honra e os japoneses já fizeram o que tinham que fazer contra os italianos (mas sou mais Japão!).

Espanha já está lá. Só uma tragédia monumental a tira da semifinal e do 1º lugar no grupo. Vai pegar a Nigéria que precisa vencer de qualquer jeito (de preferência com placar alto) pra sonhar com a vaga. Mas é um sonho difícil... Até porque o Uruguai - que tem os mesmos pontos da Nigéria - jogará contra a teta Taiti. Outra possível goleada à vista, dando saldo e pontos garantidos para a Celeste.

Uma segunda fase bem mais interessante e divertida, porém nada surpreendente. Ok... o Japão surpreendeu com o melhor jogo até agora, mas nada que modificasse os resultados. Quem está em bolão, ainda deve estar muito bem.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A primeira vez (x10)

Minha primeira vez na arquibancada do Maracanã foi em 1995. Romário estreava no Flamengo contra o Fluminense em um jogo chato que deu num empate sem gols. Fiquei numa das diagonais do campo, próximo à Torcida Jovem do Flamengo. Continuei indo ao Maraca durante muitos anos, mas mudei de lugar: meu primo tinha cadeiras cativas e me chamava para dividir o amor rubro-negro. O tempo passou... o futebol foi me decepcionando... peguei uma fase ruim do Fla e acabei desistindo de dar meu tempo nos estádios (só nos estádios, porque assisto futebol todo dia na TV!).

Dezoito anos depois, atingi minha maioridade futebolística e voltei ao renovado Maracanã. Uma diferença grande: ao invés de um Fla-Flu 0 a 0, Espanha fazendo 10 gols no Taiti pela Copa das Confederações no Brasil. BEM MELHOR!

O MARACANÃ


Sei que os saudosistas reclamam que o Maracanã diminuiu e perdeu o seu charme. Tá... mas vamos falar sério? O Maracanã estava velho. Feio. Desconfortável. Ganhamos um novo estádio com tecnologia* e conforto. OK... perdemos 50 mil lugares e ninguém acredita na segurança dos jogadores em qualquer clássico carioca. Precisamos agora renovar nossas atitudes.



FALANDO NISSO...
Não podia deixar de falar da onda de manifestações no país. Elas estão ligadas à Copa por conta dos gastos abusivos nas obras e da corrupção esportiva. Estou ao lado dessa enorme mudança popular e totalmente contrário às forças violentas. Confesso que entrei em crise moral/ética e, por essa razão, parei de falar e divulgar que iria aos jogos. Com isso, tanto na ida quanto na volta, estive tenso, aguardando alguma revolta. Mas (ainda bem) foi tudo tranquilo.


Sempre tem um gaiato...
E o melhor foi estar presente no momento em que um segurança tentou tirar uma faixa de protesto de uma menina na torcida. Imediatamente as pessoas começaram a gritar "O povo unido, jamais será vencido" e os seguranças recuaram. Em seguida, entoamos "Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor" como uma prévia para um hino (pra mim) mais significativo do que a continuação no jogo do Brasil.

Antes do jogo, alguns torcedores ainda tentaram entoar um "Mengô" pra chamar a torcida. Assim como as manifestações estão recusando partidos políticos, o Maracanã estava recusando times**. Uma vaia sonora se sobressaiu, calando os torcedores. Sou Flamengo, mas vaiei e me senti bem. Estava me divertindo e mantendo minha posição.

O MELHOR LUGAR
Preciso de uma parte específica pra falar de onde sentei. Em 95, sentei num canto do campo, nas velhas arquibancadas de cimento sem banco. Em 2013, sentei em um banquinho razoavelmente confortável exatamente no outro canto. Fora isso, fiquei com a impressão que mudaram a angulação do Maracanã, porque eu estava na fila W (ou seja na 23ª fila da arquibancada) e parecia estar mais perto do campo.

Fora isso, a Fifa me colocou sei lá porquê no setor Verde. Muita gente reclamou dessas escolhas aleatórias de lugar, mas eu só posso agradecer. As manifestações patrióticas que citei acima aconteceram no setor Verde. Várias olas começaram no setor Verde. Espanhóis sentados no setor Verde ensaiaram um coro de campeões e a torcida disparou gritos de "Ô Espanha pode esperar que tua hora vai chegar", seguidos de um "Pentacampeão" pra mostrar aonde eles estavam. E tudo na maior paz. Claro que também teve uma discussão no setor Verde, mas rapidamente abafado.

O humor estava solto no setor Verde. Ao meu lado, um torcedor brandia uma bandeira do Taiti. Outro tinha certeza que os taitianos iam virar o jogo quando já estava 4 a 0 no primeiro tempo, quando um espertinho falou que, no segundo tempo, eles iriam virar de lado. No 8 a 0, o mesmo torcedor otimista continuava acreditando na virada, quando o mesmo espertinho disparou: "Não dá. Eles estão em outro fuso". E a gargalhada foi geral quando um aparecido resolveu gritar a favor do Taiti, mas saiu "Vamos Haiti!".

O JOGO ENTÃO


O quê falar? A goleada já era esperada e muita gente também acreditava no bombardeio histórico. O respeito espanhol estava na atuação correta, acreditando que estava jogando com um adversário e não participando de um jogo treino. A Espanha reserva é bem pior do que a titular, mas é infinitamente superior ao time amador da Polinésia. Aliás... acho que tenho um time que bate esse do Taiti... Falta tudo pra eles: não sabem passar, lançar, driblar, se posicionar em campo, apoiar... o básico não existe. É só vontade.

Vai começar!
O segundo tempo vai começar e já estava 4 a 0...

E torcida.

Cada drible foi comemorado. Cada possibilidade. Era sempre olé! A Espanha entrou no campo vaiada, sem torcida. Éramos todos Taiti. A Fifa elegeu Fernando Torres como o melhor jogador em campo, mas eu daria para Roche, o já goleiro mais vazado da história da competição. Fez defesas, falhou feio, chamou a torcida e vibrou quando Torres perdeu um pênalti. A torcida foi ao delírio, é claro. No início, os jogadores do Taiti deram um colar de amizade aos espanhóis e, no fim, fizeram um corredor de agradecimento. Ainda foram ao centro do Maracanã e aplaudiram a maior torcida que eles já tiveram na vida! Roche ainda agradeceu de joelhos aos quatro cantos àqueles que ele emocionadamente chamou de "formidáveis".

O corredor taitiano do agradecimento.
Palmas à torcida e à eles.

CONCLUINDO...
Eu gosto demais de futebol! Estarei na final da Copa das Confederações e a Copa do Mundo que me aguarde!

* Os telões são muito bons, pois agora temos o direito de ver um replay do lance, além de termos um intervalo de jogo mais animado. No entanto, o sistema de som estava altíssimo! Cada gol (e foram 10!) o sistema de som assustava a torcida com a informação de quem fez o lance. Imagino que seja desagradável também para os jogadores.
** A única recomendação que recebi quando peguei meus ingressos foi não utilizar camisa ou bandeira de times: só poderiam uniformes de seleções. E vocês acham que isso ia funcionar no Brasil? Você deve ter visto pelas fotos que o que mais tinha era camisa de Flamengo e Fluminense!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Copa das Confederações - Primeira Fase

Na Copa do Mundo de 2010, eu comentei todos os jogos com artes de minha autoria (pena que perdi os arquivos originais). Relendo as postagens fiquei com vontade de fazer de novo agora na Copa das Confederações, mas prometo evitar a quantidade de erros de digitação que cometi. Então vamos lá...


Brasil abriu a competição com um 3 a 0 sobre a mediana equipe do Japão. E fez o mínimo. Com gols relâmpagos (aos 3' do primeiro e aos 3' do segundo tempo), a seleção brasileira manteve um futebol burocrático de muitos erros por nervosismo e afobação. Aliás, acho que esse talvez seja o maior problema do Brasil: a inexperiência pressionada. Perder essa competição em casa será catastrófico. Imagina na Copa... Bom, eu não gostei. Nem do Neymar, nem do Paulinho. Espero mais de Oscar e Lucas.

Os japoneses mostraram um futebol de correria sem objetividade. Eles caíram no grupo da morte e devem ficar pra trás.


México e Itália fizeram o outro jogo do Grupo A com surpresas pra mim. Achei que fosse dar empate, mas, enquanto os italianos mostravam um futebol insinuante (surpresa positiva), os mexicanos erravam fundamentos básicos (surpresa negativa). E quem tem o craque Pirlo... me lembro que a Itália saiu na primeira fase da última Copa do Mundo com um futebol medíocre. Pirlo só entrou nos 30 minutos finais da última partida e mudou a cara do jogo. Depois de hoje, fico com a impressão que a história italiana em 2010 poderia ter sido diferente caso Pirlo estivesse bem. Nem acho que Balotelli jogou bem, mas ele é como o Fred: fica muito tempo sem fazer alguma coisa e de repente acha um gol.

O México deve estar cansado por conta das eliminatórias que vem jogando... sei lá. Passes bobos errados, lances sem objetividade, chutão sem direção e um gol de pênalti dado pelo zagueiro italiano metido à craque. Considero o Brasil um freguês dos mexicanos - que sempre assustavam no toque de bola com velocidade -, mas esse time que veio se mostrou no mesmo nível do Japão.


Espanha e Uruguai abriram o Grupo B com um jogo pegado, porém, bonito. Também... com uma Espanha que insiste em jogar bem jogo após jogo. Iniesta (3º melhor jogador do mundo!), Xavi, Fábregas... só craque! Acho difícil a Fúria perder nessa competição. Eles parecem um predador que fica rondando e rondando até o ataque mortal.

O Uruguai é sempre aguerrido. Entrou sabendo que seu jogo principal na primeira fase é contra a Nigéria, onde vai decidir se continua a competição. Mas precisa melhorar, porque está faltando alguns pontos técnicos importantes. Aliás, desde a Copa de 2010 - quando ficou em 4º lugar e orgulhou as Américas -, a Celeste não vem mostrando um bom futebol: por enquanto, está fora da Copa no Brasil! Está muito mal nas eliminatórias!


Para finalizar a 1ª fase, a estréia do Taiti em uma competição internacional (porque a Austrália decidiu jogar a Copa Asiática) contra uma Nigéria cansada e com problemas internos. Jogo ruim, mas não poderíamos esperar nada melhor de um time que só tem um jogador profissional e o resto de pedreiros e desempregados. Nem eles esperam! O Taiti veio aparecer para o mundo como franco atiradores sem nada a perder e só, porém, sua inferioridade técnica e física cativou a torcida. O gol de honra histórico foi comemorado como um título! Mas o mesmo jogador que fez a favor, fez um contra... A artilharia virá daqueles que estão no Grupo B, pois o Taiti oferece facilidades. Vou no jogo do Taiti contra a Espanha e imagino um massacre.

A Nigéria já foi o grande time africano e costuma figurar nas Copas. Apresentou o futebol mínimo necessário para vencer o frágil Taiti e, mesmo assim, apresentou falhas. Sem mérito para os gols. Também sabe que o grande jogo será contra o Uruguai.


E assim terminou uma primeira fase sem grandes novidades. Quem entrou em bolão, deve estar bem. Agora... atentem que se terminasse dessa forma, teríamos Brasil contra Espanha em uma semifinal e Nigéria contra Itália na outra! Além disso, o Taiti teria mais gols a favor do que o Japão...

PS.: Eu sei que as manifestações também estão relacionadas aos gastos com a Copa do Mundo. Mas vamos separar a política do esporte em si.

Mude.

Mudo a cor do site em nome da paz.
Hoje estou de branco.
Minha janela está de branco.

sábado, 15 de junho de 2013

Muda.


Em nome do povo que acordou e resolveu mudar.
Resolveu plantar uma muda de esperança e nos faz acreditar.
Espalhem.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Um raio cai no mesmo lugar 1,2 milhões de vezes!

Quem disse que não cai? Veja o caso do Lago Maracaibo na Venezuela.


A região testemunha há pelo menos cinco séculos um fenômeno atmosférico que cria uma "tempestade eterna"! O primeiro a registrar (em texto) o fenômeno foi Sir Francis Drake, no século XVI, quando ele empreendeu um forte ataque à colônia espanhola.


Todo ano, são produzidos na localidade cerca de 1,2 milhão de raios, que podem ser avistados a uma distância de mais de 400 quilômetros (por isso, o fenômeno é também chamado de Farol de Maracaibo), entre 140 e 160 noites a cada ano.


As nuvens se formam de maneira vertical praticamente no mesmo ponto, próximo à foz do Rio Catatumbo (e, por isso, o fenômeno é comumente conhecido como Relâmpagos de Catatumbo). As tempestades duram até 10 horas com 280 clarões por hora, criando belos e assustadores espetáculos da natureza.


Outra curiosidade: os clarões normalmente não são acompanhados de nenhum som (ou seja, do trovão), pois as descargas acontecem entre as nuvens, a quilômetros de altura.


E o mais interessante é que não é um fenômeno gratuito - aliás, nada na natureza o é. Esses relâmpagos são os principais geradores de ozônio (senão o único!) que formam a camada protetora do planeta (cerca de 10% do total)! Incrível!


(fotos de Alan Highton via Page not Found e Você realmente sabia?)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Em cartaz

O Festival de Cannes de 2013 acabou recentemente. São muitos anos de cinema, contados por seus cartazes com artes incríveis. Vejam (e cliquem para aumentar):

O primeiro festival teve este cartaz com ilustração de Jean Gabriel Daumerge, mas o evento foi cancelado logo na primeira noite por conta da Segunda Guerra Mundial. A arte também revela que o festival acontecia entre setembro e outubro, no outono francês.

Esses são os dois cartazes de 1946. O primeiro com ilustração de Leblanc, enquadra um pequeno casal ilhado para refletir o espírito do então pequeno evento cinematográfico no sul da França. Do segundo, não consegui referências. E ainda existe um terceiro de A. M. Rodicq.

Internacional desde o princípio, a primeira edição exibiu filmes de mais de 16 países e teve um eclético júri. Depois de ser cancelado em 1948 e em 1950 por problemas de orçamento, o festival transferiu suas comemorações para a primavera para evitar o conflito de datas com o Festival de Veneza.

Cartazes de 1947 (Jean-Luc), 1949 (G. C. Chavane) e
1951 (de A. M. Rodicq com ilustração do Palais Croisette).
Cartazes de 1952 (Jean Don), 1953 (Jean-Luc) e 1954 (Piva).

O grande prêmio era então distribuído entre diversos filmes, não definindo apenas um vencedor. A Palma de Ouro - o mais cobiçado e prestigiado troféu do festival - foi criada apenas em 1955, nas comemorações dos 60 anos do cinema (da primeira exibição pública de filmes realizada pelos irmãos Lumiére). O primeiro vencedor foi Marty, que no ano seguinte levaria quatro Oscars.

Cartaz de 1955 por Marcel Huet.

A segunda metade dos anos 1950 é feita de contornos mais sóbrios, focando a tipografia. Negativos de filme e bandeiras começam a aparecer com mais frequência.

Cartazes de 1956 (Marcel Huet), 1957, 1958 (Pon't) e 1959 (Jouineau Bourduge)

A primeira metade dos anos 1960 são marcados por ricas ilustrações assinadas por diversos artistas frances. Gaivotas, flores e estrelas passam a fazer parte do conjunto de imagens características do evento. A figura feminina das grandes damas e divas também passou a ser referência.

Cartazes de 1960 (Jean-Denis Maillart), 1961 e 1962 (ambos de A. M. Rodicq)
Cartazes de 1963 (Jean-Denis Maillart), 1964 (Jean-Claude Moreau) e 1965.

Depois há um retorno aos trabalhos tipográficos e geométricos, até que a fotografia aparece como experimento no início dos anos 1970.

Cartazes de 1966, 1967 (ambos por René Ferracci), 1968 (Beaugendre) e 1969.
Cartazes de 1970, 1971 (ambos de René Ferracci), 1972 e 1973.

A partir de 1974, o surrealismo torna-se destaque corrente nos cartazes com Georges Lacroix, Wojciech Siudmak e Jean-Michel Folon.

O olho alado de Lacroix.
O tríptico de Siudmak.
O minimalismo surreal do belga Folon.

Entre 1980 e 1990, marca-se o início da tradição do festival de celebrar em suas artes promocionais a história do cinema, aqueles que trabalham na sétima arte o próprio evento em si.

As Marilyns iluminadas de Michel Landi (1980 e 1981).
Ilustrações dos diretores Federico Fellini (1982) e Akira Kurosawa (1983)
e do cenógrafo Alexandre Trauner (1984).
Cartazes feitos pela agência Information & Strategie como tributos a Eadweard Muybridge,
fotógrafo inglês famoso por seus experimentos em captura de movimento (1985 e 1986).
Cartazes de 1987 (Cueco), 1988 (Tibor Timar) e 1989 (Ludovic).
Cartazes de 1990 (Castella Traquandi) e 1991 (Philippe e Pascal Lemoine).

Em 1992, outra tradição no design de cartazes: o uso de fotografia para homenagear personalidades do cinema. Neste ano, Michel Landi utilizou um retrato de Marlene Dietrich - que havia falecido semanas antes do evento - feito por Don English. No ano seguinte, Landi utilizou uma foto de Cary Grant e Ingrid Bergman do filme Interlúdio (Notorius, 1496)

Cartazes de 1992 e 1993.

Depois de dois anos com cartazes de cineastas, a agência DDB Les Arts assumiu por quatro anos, passando pela 50ª edição com um cartaz minimalista para o prêmio principal.

Cartazes de 1994 (Federico Fellini) e 1995 (Ryszard Horowitz).
Cartazes de 1996, 1997, 1998 e 1999 pela DDB.

Pela passagem do milênio, os cartazes foram seguindo as mesmas referências visuais do início: ilustrações incríveis e estudos tipográficos.

Cartazes de 2000 (Lorenzo Mattoti), 2001 (Granger) e 2002 (Guillaume Lebigre).
Cartazes de 2003 (Jenny Holzer), 2004 (agência Alerte Orange)
e 2005 (Frédéric Menant e Tim Garcia, da agência It'suptoyou).

A partir de 2006, um retorno à fotografia, com peças belíssimas nos últimos três anos.

Cartazes de 2006 (Gabriel Guedj, da Agence Magazine, a partir de foto de Wing Shya para o filme Amor à flor da pele, de Wong Kar Wai), 2007 (Christophe Renard, em homenagem a Philippe Halsman, a partir de fotos de Alex Majoli), 2008 (Pierre Collier, a partir de foto da modelo Anouk Marguerite feita por David Lynch) e 2009 (Annik Durban, a partir de imagem do filme L’Avventura, de Michelangelo Antonioni).
Cartazes de 2010 (Annick Durban, a partir de foto de Juliette Binoche feita por Brigitte Lacombe), 2011 (Agência H5, a partir de foto de Faye Dunaway feita por Jerry Schatzberg) e 2012 (Agência Bronx, a partir de famosa foto de Marilyn Monroe tirada por Otto L. Bettmann).
Cartaz deste ano feito novamente pela agência Bronx, utilizando o beijo de Joanne Woodward e Paul Newman em Amor daquele jeito (1963).

Ainda falta muita informação sobre algumas peças, principalmente o significado delas, mas é um acervo absolutamente incrível. Espero que isso desculpe minha ausência na última semana...