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sábado, 10 de setembro de 2016

Verdadeiros valores olímpicos

Só em 2008 comecei a acompanhar as Paralimpíadas e a palavra IMPRESSIONANTE me tomou. Ver alguém com paralisia cerebral ganhar medalha foi INSPIRADOR. Até concordei com o chato do Alberto Bial que chamou o evento de SUPEROLIMPÍADAS. Já havia virado fã com todas as conquistas dos atletas e percebi que tinha muita a refletir. Em 2012, continuei acompanhando e até mesmo preferindo acompanhar as superações.

Se você reler minhas postagens, verão inúmeros questionamentos que fiz e todos eles continuam na minha cabeça. Parece que só de 4 em 4 anos as pessoas prestam atenção nisso e, mesmo assim, muita gente só está vendo agora porque é na nossa casa. A hipocrisia parece ter se tornado uma condição intrínseca ao brasileiro. Mas saindo disso, acredito que os verdadeiros valores olímpicos só aparecem agora nas Paraolimpíadas (sim, vou manter o O). Vamos entender um pouco isso...

Os Jogos Olímpicos tem sua origem associada às competições atléticas na Antiguidade realizadas para celebrar os deuses. Eram considerados uma obrigação moral, uma vez que beleza e força eram exercitadas pela ginástica e pelas artes, desenvolvendo o corpo e a alma juntos. Em 1894, o barão francês Pierre de Coubertin propôs o retorno dos Jogos para que os povos desenvolvessem uma série de princípios universais que poderiam ser aplicados não somente ao esporte, mas à educação e à sociedade. São três os valores associados aos Jogos Olímpicos:
AMIZADE = O amigo procura entender o próximo apesar das diferenças e estende a mão; tem em relação ao outro atitudes e sentimentos positivos como empatia, compreensão, honestidade, compaixão, confiança, solidariedade e reciprocidade positiva. A chama olímpica representa à amizade e, por isso, a tocha viaja pelo mundo, passando de mão em mão, levando o espírito dos Jogos.

EXCELÊNCIA = É dar o melhor de si, tanto no esporte quanto na vida. Não é vencer, mas sobretudo participar, fazendo progressos face a objetivos pessoais, esforçando-nos por sermos cada vez melhores nas nossas vidas. O lema olímpico – Citius, Altius, Fortius (mais rápido, mais alto, mais forte) – representa a excelência.

RESPEITO = É o sentimento de consideração por outra pessoa, de outro país, cor, gênero ou crença. Inclui o fair play (jogo limpo), a honestidade, respeito a si mesmo (não ao dopping) e ao meio ambiente. Os anéis entrelaçados são a marca dos Jogos e também o símbolo do respeito, pois representa a união dos cinco continentes de forma universal, sem discriminações.

Em 1948, Sir Ludwig Guttman, neurocirurgião alemão, desenvolveu um novo tratamento para reabilitação de soldados ingleses feridos na Segunda Guerra Mundial: uma competição esportiva anual que começou no mesmo dia dos Jogos de Londres daquele ano. Em 1960, o evento foi para Roma junto com os Jogos Olímpicos e se tornou a primeira versão oficial dos Jogos Paraolímpicos, acompanhando seu calendário. Tendo como lema a frase “Espírito em Movimento” e acreditando que a superação dos atletas portadores de alguma deficiência são o exemplo claro da excelência olímpica, foram determinados quatro valores Paralímpicos:
DETERMINAÇÃO = Dá foco, direção e confiança. Faz com que acreditemos em nós mesmos e continuemos a fazer o que é melhor até o nosso limite, mesmo em situações adversas. Como disse Albert Eistein: “Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a vontade”.

CORAGEM = É a firmeza de espírito para enfrentar difíceis situações físicas, emocionais e morais. Ela nos ajuda a enfrentar a dor, o sofrimento, o medo, o perigo, a incerteza e a intimidação. Também nos dá força para agir corretamente contra a vergonha, a desonra e o desânimo, permitindo que sejamos nós mesmos independente das diferenças.

IGUALDADE = É ser o mesmo em quantidade, medida, valor ou status, assegurando imparcialidade, oportunidades e tratamentos iguais para todos sem olhar para religião, etnia, raça, sexo e idade. Como valor paralímpico, também quebra as barreiras de discriminação com as pessoas portadoras de necessidades especiais.

INSPIRAÇÃO = É ser o exemplo, inspirar os outros de forma positiva, tornar-se uma fonte de ideias para completar uma tarefa ou fazer algo especial. Como valor paralímpico, a superação de cada atleta é uma constante inspiração para todos nós.
Então, vejam... os quatro valores paraolímpicos são bem óbvios e claros ao se assistir as competições. Agora releia os três valores olímpicos e perceba que eles acontecem muito mais nas Paraolimpíadas onde não há adversários, mas seres humanos desafiando a si mesmos que conhecem a dor do outro.

É realmente preciso rever muita coisa. Não só dentro de nós mesmos - quando tornamos enorme um problema pequeno -, mas também no universo coletivo - quando temos dificuldade de enxergar o outro e o julgamos sem sabermos suas particularidades. Talvez o maior sentimento que brota nesses jogos é o da ESPERANÇA, pois vemos que o impossível é só uma palavra com um prefixo chato.

domingo, 12 de maio de 2013

Mudando uma frase e seu destino

"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez". Essa excelente frase é atribuída ou ao dramaturgo francês Jean Cocteau ou ao escritor estadunidense Mark Twain. Mas o ex-paraquedista militar e veterano da Guerra do Golfo, Arthur Boorman, resolveu mudar a frase e seu destino: Mesmo sabendo que era impossível, foi lá e fez.



E aí? Ainda vai ficar parado? Vai desistir?

PS.: Coldplay é foda! Essa música, Fix you, é uma das lindas que já ouvi na minha vida. Não sei quem está cantando, mas essa versão - aliás todas as versões que já ouvi - são fodas!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Na onda do tatu

Apesar das inúmeras críticas quanto aos nomes que a Fifa escolheu para a votação, o tatu-bola, mascote da Copa do Mundo no Brasil, fez sucesso. Tanto sucesso que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) resolveu ter um representante da nossa fauna para o vôlei de praia: o Siribol!

Esse nome ganhou (por 47% em uma votação aberta pela internet) de Sirilo e Casquinha.


Agora, o Zecaré (jacaré verde e amarelo) que também pisava na areia para animar os torcedores, passa a ser apenas o representante do vôlei de quadra.

Detalhe: eu até achei Sirilo um nome mais divertido que Siribol (que parece nome de um esporte exquisito que se joga de costas), mas o que não dá pra negar é que nosso naming é muito melhor do que o da Fifa, independente da explicação universal que eles queram dar. Fuleco, Zuzeco e Amijubi são meio fraquinhos, não?

sábado, 6 de outubro de 2012

Os últimos serão os primeiros!

Muito boa a ideia da deisgner israelense Debbie Nitsan: uma medalha para aquele que chegar em último lugar em uma disputa esportiva, mostrando sua devoção e dedicação ao seus objetivos pessoais.

Finalmente terminado

Irônico, mas para refletir.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Vão chutar o mascote...

Aí está o mascote da nossa Copa do Mundo: um tatu-bola! De início, eu achava que iam ressuscitar o Pelezinho ou o Zé Carioca, mas confesso que achei a escolha bem mais coerente do que alguma ave ou símio brasileiro, afinal... é um tatu-BOLA!!!

Pra quem não sabe esse nome vem de sua habilidade de curvar-se sobre si mesmo para se proteger quando ameaçado, ficando no formato de... uma bola! A ONG Associação Caatinga - que fez campanha pelo pelo Tolypeutes tricinctus - diz que a caça a este tipo de tatu o fez desaparecer de muitos estados do Brasil. Só que agora estou achando que vai ter gente procurando um tatu-bola real para chutar a gol...

Bom... o que importa é que ficou MUITO melhor do que a marca "criada". Aliás, ficou bem melhor do que muito mascote criado para versões anteriores do campeonato:

Willie (Inglaterra 66), Juanito (México 70), Tip e Tap (Alemanha 74), Gauchito (Argentina 78), Naranjito (Espanha 82), Pique (México 86), Ciao (Itália 90), Striker (EUA 94), Footix (França 98), Ato, Kaz e Nik (Coreia do Sul e Japão 2002), Goleo e Pille (Alemanha 2006) e Zakumi (África do Sul 2010). Mais sobre o visual das Copas aqui.

O nome do tatu-bola será escolhido via internet, assim como foi com a bola do campeonato. A bola Brazuca irá substituir a esquisita Jabulani da copa africana. Em campanha realizada pela Adidas, esse foi o nome que derrotou "Carnavalesca" e "Bossa Nova". Ainda bem.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Superando limites

Na onda das Paraolimpíadas, vi no SporTV uma reportagem sobre o Cervim - Centro de Equoterapia e Reabilitação da Vila Militar.

É referência nacional em habilitação e reabilitação para pessoas portadores de necessidades especiais, sendo pioneiro na utilização de novas técnicas de tratamento voltados para a introdução de Esportes Adaptados e Paraolímpicos no âmbito terapêutico. Sua estrutura contém fonoaudiólogos, professores de educação física, fisioterapeutas, psicólogos e psicopedagogos que buscam não só devolver a funcionalidade aos seus pacientes, mas também reintegrá-los na esfera social, fortalecendo o seu senso de identidade e sua auto-estima. Bocha, Petra (tricicleta), Natação, Dança adaptada, Futebol de 7 e Hipismo adaptado são as modalidades esportivas que proporcionam a oportunidade para os alunos testarem seus limites e potencialidades, prevenindo as enfermidades secundárias à sua deficiência.


Às vezes, eu acho que a humanidade (e o Brasil) tem jeito.

domingo, 9 de setembro de 2012

Portadores de vitórias especiais

Sério... torcer para Neymar, Cielo, Fabiana Murer ou até mesmo os novos heróis olímpicos do boxe perdeu o sentido. O que o Brasil está fazendo nos Jogos Paraolímpicos* é de dar um orgulho na alma. Temos um monte de medalhas! Nós somos tricampeões no futebol de 5 (e não temos medalhas olímpicas na seleção principal...)! Nós somos mestres em bocha adaptada e o mundo inteiro nos copia!

Agora se pergunte: aonde esse povo treina? Tem campeonatos mundiais? A gente só vê na TV os considerados "normais" em competições o ano todo e eles chegam nas Olimpíadas dizendo que sofreram muito pra chegar ali ou que o vento atrapalhou... tipo... hã? E o biamputado Daniel Dias que tem 6 medalhas de ouro e é o maior atleta paraolímpico brasileiro? E a cega Terezinha Guilhermina que no dia seguinte que perdeu a medalha por solidariedade ao seu guia ganhou ouro? Será que ainda vai ter gente alegando problemas psicológicos?

E o mais incrível: nada de reclamações! Veja o caso de Alessandro Zanardi, piloto italiano de Fórmula 1 que em um horroroso acidente perdeu as duas pernas e agora é campeão olímpico nas provas H4 de handbike contra-relógio e estrada. Perguntado se ele serviria de exemplo, ele respondeu com um sorriso que jamais poderia querer que um acidente fosse um exemplo para alguém, mas que sua felicidade deveria ser dividida.

Estou escrevendo esta postagem porque todo mundo só fala na Copa do Mundo em 2014 e nas Olimpíados do Rio em 2016, mas se esquecem que depois vem as Paraolimpíadas. Onde está a acessibilidade no Rio de Janeiro? Por enquanto, em lugar nenhum... mas realmente espero que esteja em nossas mentes, nossos corações e em nossas formas de torcer!

* Sei que a escrita correta é "paralímpica", mas não tô nem aí, pq achei feio e sem explicações plausíveis. Vou manter o termo antigo.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A maldição da expectativa olímpica

Eu ia fazer um balanço do Brasil nas Olimpíadas de Londres... mas aí eu fui ler o que escrevi para Pequim 2008 e vi que ia escrever praticamente a mesma coisa! Expectativas exageradas, pressão absurda, psicológico fraco, Bolt e Phelps virando lendas... tudo igual.

É fato que quem sedia os Jogos Olímpicos tem um aumento significativo de medalhas. Em Pequim, a Grã-Bretanha ficou em 4º com 47 medalhas, sendo 19 de ouro. Dessa vez, ficou em 3º com 65 medalhas, sendo 29 de ouro! Claro que poder colocar atletas em todas as modalidades independente do índice classificatório, interfere nesse resultado, mas os tão falados investimentos são o verdadeiro fator determinante. Como nós brasileiros (sim não só o Governo, mas todos aqueles que ficam criticando pelo Facebook) podemos exigir medalhas? O fato de chegar a uma Olimpíada sem qualquer tipo de ajuda já deveria ser comemorado como um ouro!

A natação ainda tem alguns clubes que investem... mas o que falar do boxe, gente? E os sempre vitoriosos do judô e da vela? E o pentatlo??? A Confederação Brasileira de Atletismo quer saber o que aconteceu... tipo... hã??? É por isso que achamos um absurdo o todo poderoso futebol não ter ainda um ourinho sequer.

Eu não consigo entender como um país como o nosso não utiliza o esporte universitário como os EUA fazem. A chance de botar gente no ensino superior sem inventar questionáveis cotas, dando educação e investindo em diversas modalidades não pode ser tão difícil.

Bom... vamos as medalhas:

OUROS INCRÍVEIS: Os inesperados ouros do ginasta Arthur Zanetti (nas Argolas) e da judoca Sarah Menezes dão orgulho. Assim como o das meninas dos vôlei de quadra... depois de um campeonato irregular cheio de críticas de sofá, uma semi-final e uma final que já entraram para a história dos Jogos.

PRATAS DÚBIAS: Como sempre a prata não é comemorada por ser na derrota, mas o nadador Thiago Pereira e o boxeador Esquiva Falcão não tem nem aí pra isso e mostram com orgulho suas medalhas prateadas. O problema é a decepção do vôlei masculino de quadra e de praia (com Alison e Emanuel) que todos esperavam mais. Do futebol masculino, nada a declarar quando a soberba adolescente sobressai ao futebol.

BRONZES GUERREIROS: As três medalhas de bronze do judô (com Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafale Silva) possivelmente faziam parte do ideário esportivo do brasileiro, mas talvez nas mãos de outros atlestas. Já as duas medalhas do boxe (com Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão) e a do Pentatlo Moderno feminino (Yane!!!) são absolutamente sensacionais! Já o da vela (com Scheidt e Prada) e do vôlei de praia feminino (com Juliana e Larissa) esperava-se, no mínimo, num tom acima.

Com isso tudo, minhas malditas expectativas para o Rio 2016 são as piores. Teremos atletas em tudo quanto em canto, mas a pressão de fazer resultado em casa será insuportável. Se numa vez a vara sumiu e na outra o vento atrapalhou, Fabiana Murer não vai nem sair da cama!

Agora é com "nóis". Demos uma temperada no pop rock inglês do encerramento, mas temo pelo carvalesco em demasia. As Olimpíadas são no Rio, mas o espírito deve ser coletivo e mundial. Seguindo os novos termos cariocas, agora imagina na Olimpíada!!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Muito mais que descortês

Faço questão de reproduzir aqui na íntegra a coluna de Miriam Leitão que saiu na última terça-feira no blog que a jornalista mantém n'O Globo, inclusive com o mesmo título para essa postagem:
As declarações do ministro Aldo Rebelo sobre o fato de a ex-ministra Marina Silva ter carregado a bandeira olímpica poderiam ser apenas mais uma exibição dos maus modos do ministro, ou de suas esquisitices. Mas foi pior do que isso. Sua fala pública e a de outros nos bastidores mostram que eles confundem país com governo, o que é comum apenas em regimes autoritários.

O mal estar gerado por algo que deveria ser visto como um motivo de orgulho foi mais significativo do que pode parecer. É autoritarismo o que está implícito na ideia de que só governistas podem representar o país, suas causas, suas lutas. Era comum no regime militar essa mistura entre o permanente e o transitório, essa apropriação do simbolismo da pátria pelos governantes. É também falta de compreensão do que é o espírito olímpico: a boa vontade que prevalece sobre as diferenças. Foi por isso que os escolhidos representavam o combate à pobreza, a luta por justiça, os pacificadores, o esforço de convivência entre povos, a preservação da Terra.

Quem o ministro gostaria que fosse o símbolo da proteção da floresta? Ele e seu projeto de Código Florestal que permitia mais desmatamento? Marina dedicou a vida a essa causa, desde o início de sua militância com Chico Mendes. Esse é um fato da vida.

“A Marina sempre teve boas relações com a aristocracia europeia. Não podemos determinar quem a Casa Real vai convidar, fazer o quê?”, disse o ministro dos Esportes. Nisso revelou que desconhecia os fatos, as regras de etiqueta, a lógica da festa, o simbolismo da bandeira olímpica, o que o governo inglês pretendia com a abertura e até quem é responsável por organizar a festa. Obviamente, não é a Casa Real.

Isso é mais espantoso, porque o Brasil é o próximo país a receber uma Olimpíada e a preparação já está em andamento. Se essa pequenez exibida na declaração do ministro tiver seguidores, o Brasil fará uma festa governamental. Outro integrante do governo comparou a escolha de Marina ao desfile de um trabalhista na frente de um governo conservador. A espantosa confusão não é exclusividade do ministro, é feita por outros graduados funcionários. Outros concordaram com essa canhestra interpretação. A demonstração de desagrado do governo brasileiro foi tão evidente que o representante inglês se sentiu obrigado a lembrar aos jornalistas o óbvio: a escolha não foi política, porque este não é o momento.

O governo poderia interpretar os fatos como os fatos são. O Brasil é detentor da maior fatia da floresta com maior biodiversidade do planeta. É o segundo país em cobertura florestal do mundo. O primeiro é a Rússia, que não tem a mesma riqueza de espécies. Nem de longe. A escolha de uma brasileira demonstra esse reconhecimento de que, numa causa estratégica para o século XXI, o Brasil tem destaque.

Marina mostrou que tinha entendido exatamente o que tudo aquilo representou. Fez declarações delicadas e com noção da grandeza do momento. O incidente não é apenas uma descortesia à Marina, mas uma demonstração de falta de capacidade de compreensão do espírito olímpico por parte dos governantes do país que organizará a próxima Olimpíada.

Autoridades que falaram aos jornalistas, com o compromisso de não divulgação de seus nomes, explicaram por que estavam amuadas: não foram avisadas. Como a ex-ministra disse, os organizadores pediram que não divulgasse a informação. Ela fez isso. Até a presidente Dilma deu uma nota fora do tom ao dizer que “o Brasil fará melhor" na festa de abertura. “Vai levar uma escola de samba e abafar”. A hora era de elogiar a festa de Londres e entender a complexidade da preparação da abertura de uma Olimpíada. Não basta chamar uma escola de samba.

Pra quem não sabe, Marina Silva é reconhecida mundialmente por seu trabalho de defesa do meio-ambiente. Ela entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim, o ex-boxeador Muhammad Ali, o fundista etíope Haile Gebreselassie e alguns prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo a pedidos. Acabou dando mais ibope que a presidenta...

E tem muito mais... o presidente da Câmara, Marco Maia, disse que ficou surpreso e que o COI deveria ter feito um melhor trabalho de comunicação com o governo brasileiro "para a escolha das pessoas". Outro membro da delegação (que pediu para não ser identificado) acredita que o COI fez o equivalente a convidar um membro da oposição britânica para um evento no Brasil que tenha o governo de Londres como convidado especial.

E a educada e delicada Marina explicou que recebeu o convite poucos dias antes e, para não criar polêmica com a presidenta, insistiu em dizer que "sentia orgulho" em ver a primeira presidente mulher do país na arquibancada do estádio olímpico. Para ela, a emoção olímpica se equiparou à sua alfabetização tardia.

Gente... esse ano é de eleição. Vamos começar a mudar essa governância. Não reconhecer os ideais olímpicos é digno de repulsa. Começo a temer o que vem por aí em 2014 e 2016.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

De volta ao espírito olímpico!


De hoje ao dia 12 de agosto o mundo esportivo estará às voltas com os Jogos Olímpicos de Verão em Londres! Já falei muito sobre Olimpíadas e identidade visual neste blog, ainda mais, considerando os próximos jogos no Rio de Janeiro. Relembrem...


No fim, farei um balanço de nossa participação, mesmo com minha eterna baixa credibilidade. Não por causa de nossos atletas, mas por causa da política para os esportes que não são o futebol aqui no Brasil. E isso porque nunca ganhamos medalha de ouro no futebol olímpico...