terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

É carnaval!

Quem no Brasil não sabe disso, né?

Mas esse ano foi diferente pra mim, pois tive a oportunidade de estar na Sapucaí para assistir aos desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial de domingo! Fiquei bem pertinho, praticamente dentro da festa! Como eu estava do lado de um camarote de jurados, tudo que passava evoluia na minha frente! Eu prefiro dizer que estava tudo lindo porque realmente fui arrebatado pela beleza in loco das escolas. Digo isso porque durante muitos e muitos anos da minha ainda não tão longa vida eu passei os carnavais na frente da TV tentando assistir ao desfile todo junto com meu pai. Ou seja, eu sempre soube da magnitude dos desfiles. Mas estar lá, é diferente. Muito bom! Quase perdi a vontade de desfilar... quem sabe?

Agora alguns rápidos comentários:
  • União da Ilha: Pra quem acabou de subir do Grupo de Acesso, foi bem. Rosa Magalhães tentou fazer milagre com o pouco dinheiro que a escola dispunha, esperando que os delírios de Dom Quixote a mantenham no Grupo Especial. Olé!
  • Imperatriz: Falar de deuses pra mim é como dar doce pra criança. ou seja, claro que amei o desfile! Fotos e muito mais no meu outro blog, o Mito+Graphos.
  • Unidos da Tijuca: Dá-lhe Borel! Na boa: Paulo Barros é O cara! A magia do carnaval estava em tudo nesse desfile: da Comissão de Frente que mudava de roupa num piscar de olhos ao fogo na Biblioteca de Alexandria! E os super-heróis? E os jardins suspensos da Babilônia? E os escravos puxando Cleópatra? E o pavão ótico? E as baianas "caleidoscópicas"? Isso é carnaval! Isso é criatividade! É inovação!

  • Viradouro: Adoraria conhecer o México e a festa de Todos os Santos, mas não acho que seja um assunto muito legal para o carnaval. Parecem duas coisas diferentes que não se juntam na Avenida. Acabei assistindo esse desfile na TV do camarote, porque eu estava faminto!
  • Salgueiro: Como bom tijucano, o Salgueiro me arrepiiiiiiiiiiiiiiiiia! Uma história de amor sem ponto final mesmo! Era um samba cativante que embalou o público rapidamente. Os carros e os tripés eram lindos, apresentando várias histórias: de Harry Potter ao Sítio do Pica-pau Amarelo, do Pequeno Príncipe às Vinte mil léguas submarinas! E ainda teve a prensa de Gutenberg e um monte de acrobatas (aliás... a Intrépida Trupe virou "empadinha de festa" nesse carnaval).
  • Beija-Flor: Hã? O que foi aquilo? Repito que adoraria dizer que foi tudo ótimo, mas o desfile da Beija-Flor foi muito ruim. Não pela parte técnica (sempre impecável), mas pelo enredo muito mal explorado em alegorias sem nexo. Cadê Niemeyer e a arquitetura, a Legião Urbana e o rock? Sei lá... pra mim, bom mesmo foi ver o Neguinho de volta, após o câncer.

As baterias valem um comentário a parte também. Pelas minhas veias, corre um sangue bem miscigenado, provavelmente com uma alta concentração de dendê. Por isso, é só soar um tambor que meu pés de ficam nervosos. Agora imagina ver uma bateria de uma escola de samba fazendo estripolias na sua frente... Foi forte! Cada paradinha, cada marcação... energia única! Te garanto que no "um minuto de silêncio" da Imperatriz só com atabaque teve orixá descendo!

E como designer, não poderia faltar um comentário, né? Todo designer TEM QUE ver um desfile de perto. A transformação de conceitos tirados do enredo em alegorias e adereços É design. Design de moda e de produto são os mais óbvios, mas é preciso conhecer a fundo toda a produção. Acredito que deveria se investir nisso. Porque escolas de design não se encontram com escolas de samba? Reciclagem, novos materiais... carnavalescos (Rosa Magalhães, Max Lopes, Paulo Barros, Joãozinho Trinta...) não teriam nada a acrescentar? Nós estamos no Brasil, gente! Acho que a Cidade do Samba tem muito mais design brasileiro do que muita gente pensa.

Obrigado pelos dias de sol sem chuva (só não precisava ser tão quente)! Valeu Grande Rio, Brahma e Locanty!Segunda-feira eu fiquei na TV. Vi a fashion e perfumada Porto da Pedra, a tecnológica Portela, a belíssima homenagem aos grandes carnavais da esperta Grande Rio (valeu!!!) e o início da Vila com o belo samba de Martinho para Noel. Perdi os paraísos da Mocidade e minha Mangueira do coração, mas já soube que mandou bem com a MPB.

PS.: As fotos das escolas e o vídeo são da Globo.com.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

The power of love!

Hoje é Valentine's Day (Dia dos Namorados) por aí. Então aqui vai uma frase linda de Jimmy Hendrix:E deveria ser pensada ao som de The power of love, que não é de Hendrix, mas é da minha geração 80. Ouçam a música de Huey Lewis & The News que foi trilha sonora do De volta para o futuro:

The power of love is a curious thing / Make a one man weep, make another man sing / Change a hawk to a little white dove / More than a feeling that's the power of love

Tougher than diamonds, rich like cream / Stronger and harder than a bad girl's dream / Make a bad one good make a wrong one right / Power of love that keeps you home at night

You don't need money, don't take fame / Don't need no credit card to ride this train / It's strong and it's sudden and it's cruel sometimes / But it might just save your life / That's the power of love

First time you feel it, it might make you sad / Next time you feel it it might make you mad / But you'll be glad baby when you've found / That's the power makes the world go'round

And it don't take money, don't take fame / Don't need no credit card to ride this train / It's strong and it's sudden it can be cruel sometimes / But it might just save your life

They say that all in love is fair / Yeah, but you don't care / But you know what to do / When it gets hold of you / And with a little help from above / You feel the power of love / You feel the power of love / Can you feel it?

It don't take money and it don't take fame / Don't need no credit card to ride this train / Tougher than diamonds and stronger than steel / You won't feel nothin' till you feel / You feel the power, just the power of love / That's the power, that's the power of love / You feel the power of love

Assisti Percy Jackson

Então, fui ver Percy Jackson e o Ladrão de Raios. Pra início de conversa, valeu a iniciativa de trazer a mitologia de volta a mídia. Me parece que houve um grande esforço em manter tudo o mais próximo do que é conhecido dentro da mitologia. É um bom filme de ação/humor/adolescente, com bons efeitos e trilha sonora bem pop.

Leia mais no meu outro blog, Mito+Graphos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O mínimo de Harry

Recentemente postei cartazes de séries de TV com um estilo bem minimalista. É realmente incrível quando poucos traços simplificam, traduzem uma idéia e criam uma identidade bem interessante. Vejam, por exemplo, essa reformulação das capas dos livros do Harry Potter, feita pela artista plástica Michela Monterosso:
Ela achou que os livros precisavam ficar mais contemporâneos e menos infantis, uma vez que seus leitores mudaram muito. Seu projeto pretendia deixar as capas mais misteriosas e mágicas.

Eu achei bem legal. As lombadas ficaram ótimas também.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Bioarte

Ontem fui ao Oi Futuro ver a exposição Eduardo Kac: lagoglifos, biotopos e obras transgênicas, que comemora os 30 anos de carreira do artista. Kac trabalha com a biologia para criar arte, para rever seus conceitos e para atualizar suas linguagens. Pra quem não sabe quem é, ele é o responsável pela famosa coelhinha verde Alba, ou, GFP Bunny de 2000 (esse é o nome da obra). Criada com um gene verde fluorescente encontrado na água-viva (que, quando exposta à luz azul, emite uma luz verde), Alba teve enorme repercussão mundial e gerou, nos últimos dez anos, uma série de trabalhos aos quais Kac deu o nome de Rabbit Remix.

O primeiro andar é dos lagoglifos. Lagoglifo é uma palavra criada por Kac para designar representações gráficas da coelha em verde e preto. Tem a animação em mutação constante (sem loop) e os discos enviados pela Nasa. Também tem doze lagoglifos expostos sob luz ultravioleta que expõem as duas camadas da obra, uma vez que a tinta verde é a tinta da água-viva. Prova de que uma boa iluminação em uma exposição pode ser fundamental!

Em seguida temos, os transgênicos, com o Cypher e a Edúnia. Infelizmente, o Cypher é um "poema transgênico" escritos com DNA em placas de Petri, que - óbvio - não pode ser tocado (apesar de dito que poderia...). Acabamos perdendo os detalhes da obra e fica parecendo apenas um kit bioquímico.
Já a Edúnia tem uma proposta interessante: ela é uma plantimal, um híbrido do DNA dele mesmo com uma petúnia (Eduardo + Petúnia = Edúnia)! Se olharmos as veias avermelhadas nas pétalas róseas, pensamos imediatamente que seriam as veias cheias de sangue do artista, até porque é o gene de Kac que produz uma proteína na rede venosa da flor! Poderia servir perfeitamente como um manifesto de proteção à natureza, afinal, não somos parte dela? Uma pena que o vaso onde (provavelmente) ela está plantada ainda não possui absolutamente nada... ou seja... a gente fica imaginando como um vaso cheio de terra consegue virar arte. Mas a exposição mostra fotos da flor, serigrafias das raízes e um interessante projeto de embalagem em formato de borboletas para a venda de suas sementes.
Pra finalizar, os biotopos, que são matéria viva que reage ao ambiente e gera formas gráficas. Que matéria-prima, hein? Mas tem alguns outros artistas fazendo uso do mesmo partido...

Espero ver a segunda exposição de Kac, Pornogramas, em breve.