segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cabelo, cabeleira, cabeludo, descabelados!


Trinta e três anos depois da estréia na Broadway, os onipresentes e onipotentes Charles Möeller (direção) e Claudio Botelho (versão) fizeram a montagem nacional de Hair, mantendo a qualidade técnica de sempre e a força das mensagens de liberdade, paz e esperança que marcaram as décadas de 60 e 70. Fui ver e me impressionei com a atualidade de tudo! Hair traz um elenco de 30 atores afinadíssimos que nos supreendem - seja em coro, seja em solos - nas 35 músicas que são apresentadas em dois atos cheios de interação com o público.

A história traz cenas curtas sobre uma comunidade de hippies de Nova York, como a montagem original. Tabus raciais, sexuais, de drogas, familiares e políticos fazem parte dos conflitos daquela época que ainda são assunto mais do que em pauta hoje em dia - vide os recentes manifestos de criminalização do usuário de drogas após a confusão no Complexo do Alemão no Rio e atos covardes de violência homofóbica em São Paulo.
Ainda vivemos em guerra e os conflitos são muito parecidos e tão assustadores e sem sentido como o do Vietnã. Da mesma forma que ainda somos cheios de tabus e vivemos na intolerância. O grito de Hair continua ecoando. (Charles Möeller)

Acompanhamos, então, John Berger (Igor Rickli), que lidera o grupo de hippies, e Claude (Hugo Bonemer), que vive o dilema entre as realidades tradicional e hippie quando os EUA o convocam para a Guerra no Vietnã. E a tribo é formada por: Carolina Puntel (Sheila do triângulo amoroso), Karin Hills (Dionne e seu vozeiraço de Aquarius), Leticia Colin (Jeanie, a doidona grávida e divertidíssima), Marcel Octavio (o afetado e católico Woof), Reynaldo Machado (o negão Hud da foto acima. O melhor! Momentos impagáveis! Música perfeita! Vozeirão!), Tatih Köhler (Crissy), Fernando Rocha (fiquei esperando seu momento "aham, senta lá Claudia" do seu Hubert), Danilo Timm (a excelente turista Margareth), Renan Mattos (acho que ele é o engraçadíssimo diretor nazista da escola de Berger), Janaina Lince, Aline Wirley, Bruna Guerin, Kotoe Karasawa (canta muito), Esdras de Lucia, Luciana Bollina, Cesar Mello, Cassia Rachel (que voz!), Conrado Helt, Ditto Leite (bailarinaço), Emerson Spinola, Felipe Maga, Jana Amorim, Julia Gorman, Luana Zenun, Marcelo Pires, Mariana Gallindo, Pedro Caetano e Sergio Dalcin.



Parabenizo também Marcela Altberg (que casting é esse, mulher?), Marcelo Castro (arranjos e direção musical), Alonso Barros (coregrafias excelentes!), Rogério Falcão (cenários simples e na medida), Marcelo Pies (figurino) e Paulo Cesar Medeiros (iluminação importantíssima!). Importante lembrar que Hair virou filme (de Milos Forman, 1979) e já havia sido montado aqui no Brasil em 1969 com Helena Ignez, Armando Bogus, Aracy Balabanian, Ariclê Perez, Francarlos Reis, Sônia Braga, Ney Latorraca, Buza Ferraz, José Luiz Pena e Carlos Alberto Riccelli, entre outros.

Livrem-se dos preconceitos e dos tabus por 2h10 minutos! Paguem o quanto for o ingresso e corram para ver (mas a censura é 14 anos, viu... porque rola nu generalizado!). Fica no Oi Casa Grande até 19 de dezembro!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Canonizem esses homens!

Chocólatra assumido (e pervertido), investiguei as origens do chocolate acreditando que deveria santificar o homem que inventou a guloseima. Em minhas pesquisas, descobri a (óbvia) ligação deste alimento com o divino e postei lá no Mito+Graphos. Agora minha curiosidade busca canonizar outra pessoa, aquela responsável por salvar a vida de inúmeros cariocas no calor senegalês que desponta em todo verão... o homem que inventou o ar condicionado!

Desde a Antiga Roma já se buscava amenizar o calor. Mas eu não quero saber de ventiladores, leques, abanos, eunucos, aquedutos, cisternas ou processos químicos... o que me interessa é o ar condicionado! Então, fico sabendo que em 1824, o médico americano John Gorrie (1802-1855) usou tecnologia de compressão para criar gelo, o qual usava para arrefecer o ar para os pacientes do seu hospital na Flórida. Apesar de ter visionado futuros sistemas de ar condicionado central e até mesmo patentear a tecnologia, seus protótipos tinham vazamentos e funcionamento irregular. Mesmo assim, é considerado o pai da refrigeração.

Depois disso, o engenheiro norte-americano Willis Carrier (1876-1950) precisou resolver um probleminha de uma gráfica que era sua cliente. No verão, o papel absorvia a umidade do ar e se dilatava, prejudicando demais a impressão. Carrier teorizou, então, que poderia retirar a umidade da gráfica pelo resfriamento do ar. Usou seu conhecimento em aquecimento de objetos com vapor e reverteu o processo. Ao invés de enviar ar por serpentinas quentes, enviou-o através de serpentinas cheias de água fria. O ar era, assim, arrefecido e podia-se controlar a quantidade de umidade nele contida. Por sua vez, a umidade na sala poderia ser também controlada. Seguindo estes princípios, projetou e construiu o primeiro aparelho de ar condicionado, que iria iniciar sua operação a 17 de julho de 1902. Sua invenção controlava não só a umidade, mas também a temperatura do ar. Os baixos níveis de calor e umidade destinavam-se a manter constantes as dimensões do papel e do alinhamento da tinta. Tornou-se, assim, o pai do aparelho moderno de ar condicionado!

Mais tarde, a tecnologia de Carrier foi aplicada para aumentar a produtividade nos postos de trabalho e a crescente procura daquela tenologia levou à criação da empresa Carrier Air Conditioning Company of America, ainda hoje existente como o maior fabricante de equipamentos de refrigeração e condicionamento de ar do mundo. Com o passar do tempo, o ar condicionado veio a ser usado também para o conforto interior em residências e em automóveis. Na década de 1950, a utilização de ares condicionados domésticos expandiu-se de forma dramática.

Portanto... Santo Willis Carrier, abençoai o nosso Rio!

PS.: Salve a Wikipedia!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Harry e as Heresias - parte I

Fui ver a primeira parte do capítulo final cinematográfico da saga de Harry Potter: as Relíquias da Morte (Harry Potter and the Deathly Hallows - part I, 2010). Na boa... MUITO CHATO! Nem sei por onde começar...

Bom... quando eu lia os livros, eu os achava muito chatos (primeira heresia). A autora ficava repetindo a descrição ruiva da família Weasley em todas as páginas ou, então, a explicação de como a cicatriz de raio apareceu na testa de Harry... blá-blá-blá... eu já sabia disso tudo no quarto livro, mas ela fazia questão de repetir tudo como se alguém pudesse começar a história pelo meio... Com isso, eu tinha certeza que alguns livros poderiam ser enxugados em 100 páginas pelo menos. Mesmo assim, JK sabe escrever e prender o leitor quando ela costura todos esses inúmeros detalhes sem perder o fio da meada. Parecia que toda a enrolação tinha um porquê que precisava ser lido sem parar (aliás, descobri o "grande mistério" quando se falou pela primeira vez em horcrux no meio do penúltimo livro).


Mas quando vieram os filmes, eu percebi que a enrolação dos livros era real. Enquanto alguns reclamavam que os filmes cortavam coisas importantíssimas dos livros, eu achava a condensação perfeita (segunda heresia). A adaptação do livro para um roteiro de cinema acabava cortando firulas e passagens de tempo para privilegiar a dinâmica da telona. Os filmes eram repletos de ação com doses homeopáticas de hormônios adolescentes que foram aumentando conforme o livro, os filmes e a idade dos atores.


Neste filme (o Harry 7.1), a tentativa de agradar os fãs e ser o mais fiel possível ao livro trouxe a enrolação, a falta de dinâmica e a sonolência para o cinema (terceira heresia). De tão chato que ficou o filme, todos os momentos com um pouquinho mais de ação ganharam um volume bem maior, quando, na verdade, eram medíocres. Era preciso sentir a tensão no ar em cada momento de fuga, mas eu só senti sono. Ao invés de 2 filmes de 2h30, acho que daria pra fazer um só de 3h30... afinal, o livro A Ordem da Fênix tem bem mais páginas e coube num filme só.


Como últimas heresias do dia, digo que Emma Watson (Hermione) evoluiu demais como atriz nessa longa jornada, provavelmente, pela proximidade com a competência de Helena Bonhan-Carter (Belatrix Lestrange, que vai se tornar uma das vilãs do cinema), Alan Rickman (Severo Snape, pra mim, o melhor disparado), entre outros. Em alguns momentos, acho que Rupert Grint (Ron) também pode se sair um bom ator. Mas... gente... o Daniel Radcliffe é péssimo!!! Como protagonista de 7 filmes, ele teve inúmeras oportunidades para despontar como ótimo ator e... NADA! Com direito a uma patética cena de dança e um beijo nu com Hermione que deveria ser altamente sexy, mas acabou totalmente falso. Talvez a culpa seja do personagem, porque ele ficou melhor interpretando versões dele mesmo logo no início do filme.

Essa é a prova de quem nem sempre o purismo deve ser considerado na adaptação de um livro para o cinema. Acho que não se pode destruir um personagem pela descaracterização completa (como o Hulk mutante do primeiro filme), mas pequenos ajustes devem ser feitos para o bem do entretenimento (como o tamanho do Wolverine). Pra mim, esse filme é um caça-níquel sem pé nem cabeça... quem leu os livros nem precisa ver, mas precisa esperar até o meio do ano que bem pelo fim definitivo.

Lembrem-se: tudo aqui é MINHA opinião. Ano que vem eu faço (ou não) a parte II...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Espelho, espelho meu...

Sabe aqueles testes com espelho que se faz com crianças e animais para ver se eles já tem noção de identificação/identidade? Pois é... já vi com bebê, com macaco, com cachorro, gato... mas com aranha foi a primeira vez:



Ela deu uma surtada, não? rsrsrs

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Direitos Humanos para Humanos Direitos

(pra você Monicão!)