O projeto sagrou-se vencedor no dia 21 de março ao ser escolhido dentre outras 35 propostas por um júri formado pelos designers Paula Camargo (CCD), Chirs Lima (ADG), Luiz Stein e Bruno Porto (sociedade civil) e por Flavio Vaz (representante da prefeitura). Vamos à explicação do designer:
Forte, expansiva e irreverente: uma marca para representar a missão de construir um futuro vigoroso para o design carioca.
A ideia central da proposta apresentada apoia-se em três pilares de comunicação: no fortalecimento da economia criativa (estratégia), no espírito irreverente do design carioca (personalidade) e na importância da instituição (qualidade técnica). Esses pilares foram reunidos em uma solução simples e pregnante, uma marca feita para trabalhar.
Estratégia / fortalecimento da economia criativa
Com elementos compactos de preenchimento sólido, a marca constitui uma solução forte e consistente apta a operar com destaque sobre diversas escalas, cores e ambientes de aplicação. O acrônimo CCD faz menção aos conceitos de proteção (CC = Copyright / Creative Commons), bem como destaque e expansão, através de uma forma radial que lembra ainda uma engrenagem da indústria criativa da cidade.
Personalidade / espírito irreverente do design carioca
De maneira simbólica, a forma que abriga a letra ‘D’ no acrônimo CCD também remete ao Sol, astro tradicionalmente associado a capital carioca. Essa associação faz ainda mais sentido se entendermos o CCD como um centro de referência e fonte de transformação. O espírito irreverente do carioca está presente em uma escolha tipográfica que foge ao protocolo: na versão apresentada a fonte Aller Display mescla de maneira inusitada letras minúsculas e maiúsculas, sugerindo diversidade e descontração. Por se tratar de uma fonte distribuída gratuitamente, o projeto favorece um uso pleno e correto da tipografia sem custos para o CCD, facilitando o manuseio do projeto por designers e fornecedores.
Qualidade Técnica / importância da instituição
A marca apresentada é legível e bem acabada, e constitui uma representação de qualidade e eficiência que assegura a percepção de importância nas ações da instituição. Vale ressaltar ainda a versatilidade do sistema de identidade apresentado, baseado em uma completa gama de assinaturas institucionais e versões. Por constituir uma solução simples o sistema é extremamente flexível e permite inúmeras experimentações formais – e uma marca viva é um convite para a criatividade.
Então... concordam? Na página do Facebook do CCD, podemos ver as marcas que ficaram em segundo e terceiro lugares (ao lado). As críticas são inúmeras. Numa rápida contagem, parece que o segundo lugar é preferido pelos internautas. E, numa primeira olhada, essa segunda marca realmente parece ser de fácil entendimento: dá pra ver os dois C, o D, a ideia de sol, de cores quentes, etc etc.
Já a marca criada pelo Fabio não é tão óbvia: os C que lembram copyright, o sol azul que lembra uma engrenagem etc. Ao ler a explicação dada, ela ganha, então, maiores dimensões simbólicas. Mas quando vemos ela aplicada e a sequência de sua construção... é vitória fácil! (OBS.: Como não tive acesso a defesa e apresentação dos outros concorrentes, não tenho como opinar mais profundamente sobre eles.)
Memorial descritivo completo AQUI. |
Como eu sempre digo, no design nada deve ser gratuito. Mesmo que o objetivo seja estético, esse já é um objetivo. É preciso ser coerente em todo o projeto para que fique fácil argumentar em sua defesa. E é isso que Fabio sempre faz. E ele ainda alia isso a uma linguagem atual que foge do convencional. Do óbvio.
Parabéns é pouco!