Essa é a ideia que passa a exposição Jóias do Deserto, que traz um acervo de cerca de 2000 peças entre brincos, colares, braceletes, vestes, tornozeleiras e adornos peitorais e de cabeça do século XIX e início do XX, reunidos pela historiadora Thereza Collor em suas viagens.
São tecidos, couros, pedras e metais em prata e ouro comuns aos locais de origem destes artefatos: o Deserto do Saara (Marrocos, Argélia, Mali Níger, Tunísia, Líbia e Egito até o Sinai, chegando à Palestina), o Deserto da Arábia (Arábia Saudita, Iêmen, Sultanato de Omã e Síria), o Deserto da Ásia Central (Uzbequistão, Turcomenistão e Kazaquistão, passando pelo Irã e chegando ao Afeganistão), o Deserto da Índia (Índia e Paquistão) e o Deserto Tibetano, (Tibete e Ladakh).
O projeto curatorial da mostra sugere um mergulho na cultura desses povos para que os espectadores entendam o caminhos dessas sociedades a partir desses ornamentos. É possível ver a miscigenação das culturas nômades, resultando em trabalhos criativos que associam diferentes técnicas artesanais, valores estéticos, funções utilitárias e ritualísticas, significados simbólicos e psicológicos.
A exposição traz ainda fotografias dos diferentes desertos e de seus habitantes, todos registrados pela própria colecionadora. O trabalho educativo também é bem feito. As vitrines com areia, os mapas com recorte na iluminação e todo o circuito são muito interessantes.
Foto: José Pelegrini |
Dica dada! É certo que, da próxima vez que você comprar um bijuteria qualquer, não vai ficar na dúvida entre o "peixinho", o "solzinho" ou outro desenho. Você vai criar uma história pra ela.