terça-feira, 19 de agosto de 2014

Subindo a parábola

Não foi bem um salto. O obstáculo era tão alto que preferi escalar bem de mansinho, com cuidado, no seu devido tempo. Acho que ainda não cheguei no topo porque encontrei uns percalços. Mas, na verdade, isso é um bom sinal porque significa que ainda não cheguei no auge, no topo da parábola de onde só vemos a descida. E espero que minha descida seja lenta, porque não estou gostando nada de ficar fisicamente velho.

Pelo menos, a minha parábola está cheia de parábolas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Saudade da chuteira à alma

Há um mês acabava a Copa do Mundo no Brasil. A BBC de Londres fez um vídeo de despedida pelo término de sua cobertura dos jogos. Força no passinho!


Que saudade... e o vídeo ainda termina com imagens do Campeonato Inglês, quando eu tenho que ver Flamengo vs. Chapecoense, ou Goiás vs. Bahia... dureza...

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Copa tipográfica

A Copa acabou. Infelizmente. Mas nesse blog, futebol e design são assuntos constantes. Por exemplo, vejam as famílias tipográficas criadas pela Nike para as camisas das seleções que patrocinou.

Stu McArthur, diretor de design da Nike chamou alguns designers famosos para ajudar. É o caso da Case Crouwel da Holanda (Wim Crouwel) e Case Brody da Inglaterra (Neville Brody). No caso da AvantGarde da seleção francesa, foi a estilização de uma fonte já existente.

E não pensem que é simples, Stu diz que encontrar o equilíbrio entre originalidade e legibilidade dentro dos padrões da Fifa é um árduo e longo processo.

Fundição Brasil: Inspirada em grafites e tipografias vernaculares.
Case Crouwell: Inspirada na fonte típica holandesa Gridnik, do designer Wim Crouwel.
Case Brody: Inspirada em stencils com caraterísticas geométricas e inovadoras.
ITC AvantGarde: Estilização de fonte já existente.
Ronaldo: Inspirada em tipografias art decó de sinalizações portuguesas.
Rex: Inspirada nos uniformes de outros esportes americanos. (Adquira AQUI)

Bacana, não? Se quiser, leia a entrevista de Stu no Designboom.

sábado, 9 de agosto de 2014

Coleções inusitadas do século XX

Picasso
Duas exposições que passaram pelo Brasil mostraram um número impressionante de importantes obras do século XX em diferentes movimentos e estilos artísticos.

A exposição Visões na Coleção Ludwig apresentou 70 trabalhos provenientes da coleção do empresário alemão, sediada no Museu Estatal Russo de São Petersburgo. Contou com Pablo Picasso, Andy Warhol, Robert Rauschenberg, Roy Lichtenstein, Jeff Koons, Jean-Michel Basquiat, Joseph Beuys, Gerhardt Richter, Anselm Kiefer e George Baselitz, entre outras obras da arte pop, do neoexpressionismo alemão, do fotorrealismo e de outros movimentos internacionais de arte, dos anos 1960 aos dias de hoje.

Basquiat e Warhol

Keith Haring
A mostra A Inusitada Coleção de Sylvio Perlstein é a primeira feita no Brasil a partir do acervo do brasileiro de origem belga. Cerca de 150 obras foram selecionadas pelos curadores para a mostra que se resume nas palavras do próprio:
“Eu não sei o que é arte. Eu não sei o que é ‘bom’ ou não. Eu passeio. Eu flano. Eu não quero nada em particular. Eu não sei exatamente o que eu fiz. Eu não sei exatamente como tudo começou. Há coisas que me intrigam e me perturbam. Para que algo se ative, é preciso que seja enigmático. E difícil, também. Senão não é interessante. Não é excitante”
Roy |Lichtenstein
Pensada de forma a oferecer um passeio livre do olhar pela produção do século XX, a exposição é dividida nas seções: Dada / Surrealismo; Fotografia Vintage; Novo Realismo / Pop Art; American Painting; Minimal Art; Arte Conceitual / Land Art / Arte Povera. Sim... tem Dalí, Man Ray, Roy Lichtenstein, Magritte, Tunga, Rauschenberg, Jasper Johns, Kandinsky, Bresson, Vik Muniz e muitos outros.

O interessante em ambas é ver como a arte mudou drasticamente no século passado em busca de novos padrões estéticos que determinaram a arte contemporânea. É o momento onde se fica perguntando "tá... mas isso é arte?" e a resposta se torna complexa e tão inusitada quanto as coleções. A primeira já terminou, mas a segunda ainda fica no MASP até amanhã.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Guaxinim da Galáxia Musical

Antes de qualquer coisa, dê play aí embaixo para tocar uma música que precisar ser ouvida enquanto você lê o que escrevi. É pra entrar no clima, mas sinta-se à vontade para pausá-la.



Agora vamos lá. O novo filme da Marvel foi uma aposta e tanto, afinal quem já ouviu falar nos Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014)? A trama do filme é a seguinte:
Peter Quill foi abduzido da Terra quando ainda era criança. Adulto, fez carreira espacial como saqueador e ganhou o nome de Senhor das Estrelas. Quando rouba uma esfera, na qual o poderoso vilão Ronan, da raça kree, está interessado, passa a ser procurado por vários caçadores de recompensas. Quill acaba unindo forças com quatro foras-da-lei: a árvore humanóide Groot, a sombria e perigosa Gamora, o guaxinim rabugento Rocket Racoon e o vingativo Drax. Juntos eles descobrem que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do universo. Será que serão capazes de proteger o objeto e salvar o futuro da galáxia?
Peraí... Senhor das Estrelas? Gamora? Drax? Rocket Racoon? Groot? Ronan? Já ouviu falar? Duvido. Sendo mais um filme da Marvel e esses heróis descritos como "Os Vingadores do Espaço" com direito a grande possibilidades de um cruzamento cinematográfico entre as equipes (atenção ao vilão roxo), quem não iria ver? E digo que o tiro foi certeiro por duas razões: um guaxinim falante rouba TODAS as cenas e a trilha musical é absolutamente fantástica e fundamental à trama.

Talvez, ao dizer que a trilha é fantástica, eu tenha entregado minha idade. Não... não sou tão velho (apesar de saber que na imagem ao lado tem uma fita K7 em seu tocador), mas quem não gosta de Jackson Five, Marvin Gaye e David Bowie, entre outros? Nesse filme a música não é só um pano de fundo. Ela é uma escada para os atores. Veja que até a identidade visual da trilha não é o convencional cartaz reduzido e sim um dos acessórios mais importantes da galáxia Marvel! Show!

Mas vamos ao tal guaxinim...


Rocket Racoon é um experimento científico que parece um guaxinim, mas não é (hã? Dane-se!). Ele não é vendido como o personagem principal e, quando aparece na tela, muitos devem pensar "isso aí não vai me convencer". Só que aí entra um texto excelente e um trabalho de computação gráfica incrível. Chego a dizer que a voz de Bradley Cooper não acrescenta muito: qualquer um com esse texto e esse visual conseguiria o mesmo resultado. Não há uma cena sequer de Rocket que não te divirta. Quando ele se junta, então, com seu parceiro Groot (voz de Vin Diesel), não há pra ninguém. Nem para o carismático Chris Pratt (Senhor das Estrelas) ou para sexy poderosa Avatar-agora-verde / trekker Uhura, Zoe Saldana (Gamora).


Sobre a assassina, vale dizer que fico na torcida para ver a luta entra Gamora e a Viúva Negra, caso os Guardiões encontrem os Vingadores. E imaginem o choque das personalidades de Rocket Racoon e Tony Stark! Tem que acontecer! O filme ainda tem Glenn Close (Nova Prime) e Benício del Toro (Colecionador), mostrando que todo mundo quer uma pontinha em qualquer filme da Marvel. É certeza de dinheiro (até agora) — indo na direção contrária de sua concorrente (DC), que está tendo dificuldades de transformar os super-heróis com poderes em versões excessivamente realísticas.

Entenda a magia:


Cartaz da Mondo
UAU! (limpa as lágrimas de alegria...) UFA! Bom... Existem várias questões quadrinísticas/cinematográficas a se considerar:
  • A Tropa Nova é beeem diferente, mas ficou melhor assim do que inserir mais um tipo super-heróico na história.
  • Youndu (Michael Rooker) foi totalmente descaracterízado (a flecha foi mantida)! Ele é o oposto do que foi feito! Será que não teria outro personagem?
  • Drax é um misto de sua versão "bombado imbecil" com sua versão "bombado com um propósito", porém, num nível de força bem baixo, se considerarmos que ele é o destruidor de Thanos! Dave Bautista dá conta e -até- surpreende positivamente.
  • O cão Cosmo merecia um melhor destaque. Mas ficou bacana.
  • Luganenhum e a história das jóias do infinito ficaram 10!
  • Algumas motivações ficaram superficiais e participações ficaram mínimas.
  • A vilã Nebula prestou pra quê? e Korath?
  • Finalmente um primeiro filme de uma franquia que não foca na origem dos personagens, mas também não deixa de dar explicações sobre eles. (by the way... a cena de descrição do grupo na prisão é bem legal).
  • A primeira cena pós-crédito é engraçadinha e divertida. A segunda... sinceramente... não acrescentou nada. É uma piadinha para os fãs.
  • E NÃO... NÃO É MELHOR DO QUE OS VINGADORES! Claro que um filme que as pessoas vão sem expectativa nenhuma e se surpreendem pode chamar a atenção, mas nada conseguiu (ainda) barrar a estreia da equipe de Homem de Ferro, Capitão América e Thor juntos!
No entanto, junta isso tudo, bota num canto do cérebro e vá se divertir pacas no que deve ser o blockbuster do momento e de durante algum tempo!

PS.: Se você acompanha a série Agents of S.H.I.E.L.D da Marvel sabe que ela anda estreitando laços com os filmes. SPOILER: Por um acaso você se deu conta que o alien azul que é fundamental para o retorno do Agente Phil Coulson é um kree, raça de Ronan?