Pra quem não sabe (1)... Novembro é o Mês Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, representado mundialmente por um bigode (movember = moustache + november) e pela cor azul – por isso que este blog mudou de cor.
Pra quem não sabe (2), eu administro uma página de Facebook que compartilha somente notícias positivas aos domingos: é o Hoje é Domingo pede o Cachimbo da Paz.
E agora resolvi lançar minha primeira campanha de conscientização!
Estou convidando todo mundo (independente do gênero!) a tirar uma foto usando o dedo para simular um bigode e compartilhar nas redes sociais com a hashtag #boteumdedo (é pra ter duplo sentido mesmo!).
Vou fazer o possível para coletar fotos e dados sobre essa campanha para ver se consigo um bom alcance e, assim, uma boa atenção para a realização dos exames preventivos, uma vez que, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a detecção da doença em estágios iniciais aumenta em 90% as chances de cura.
E essa campanha quer ser internacional! Tem hashtag em espanhol e em inglês!
Vamos lá, pessoal! É só um dedo!
domingo, 15 de novembro de 2015
sábado, 31 de outubro de 2015
Arte ao Lado: Sempre!
Quando você passa a se interessar e até mesmo estudar a Arte, você passa a ver não só a questão estética, mas também busca o contexto e as intenções por trás das obras. Conhecer os processos criativos e perceber que você está gerando reflexões é deveras instigante e empolgante. Só não imaginava o quão rico seria ao iniciar o projeto Arte ao Lado em julho deste ano.
De início, achei que seria somente uma exposição e apresentação dos trabalhos de pessoas do meu cotidiano que são verdadeiros artistas, mas me vi pedindo a eles que questionassem quem eles são! Quão complexo é isso!? Talvez por essa razão (e algumas outras), somente 1/3 da minha lista de participantes encarou o desafio...
Foram 10 incríveis passeios pelas mentes criativas de Fernando, Letícia, Felipe, Mariana, Beatriz, Fabio, Alcemar, Reinaldo, Katia e Sidney, que nos levaram da fotografia à dança, do bolo ao vidro, da colagem à cirurgia, do design à ilustração. Eu não tenho palavras para agradecê-los por isso.
Porém, agora decreto o fim do projeto. Não sei se em definitivo porque foi bom demais fazê-lo. Só acho que preciso de mais tempo, uma vez que o olhar para o lado pede um olhar para dentro. Até já!
De início, achei que seria somente uma exposição e apresentação dos trabalhos de pessoas do meu cotidiano que são verdadeiros artistas, mas me vi pedindo a eles que questionassem quem eles são! Quão complexo é isso!? Talvez por essa razão (e algumas outras), somente 1/3 da minha lista de participantes encarou o desafio...
Foram 10 incríveis passeios pelas mentes criativas de Fernando, Letícia, Felipe, Mariana, Beatriz, Fabio, Alcemar, Reinaldo, Katia e Sidney, que nos levaram da fotografia à dança, do bolo ao vidro, da colagem à cirurgia, do design à ilustração. Eu não tenho palavras para agradecê-los por isso.
Porém, agora decreto o fim do projeto. Não sei se em definitivo porque foi bom demais fazê-lo. Só acho que preciso de mais tempo, uma vez que o olhar para o lado pede um olhar para dentro. Até já!
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Excelente dualidade
É tão difícil ver um bom anúncio hoje em dia que resolvi postar um dos que mais gosto. Nem é tão novo (já tem mais de 3 meses), mas a edição é muito inteligente.
Parabéns, Mitsubishi.
Parabéns, Mitsubishi.
sábado, 24 de outubro de 2015
Arte ao Lado: Sidney Chagas
Todas as crianças no mundo desenham e rabiscam desde muito pequenas. Mas pra onde será que vai essa habilidade? O que é feito no meio da criação/educação que as crianças perdem a vontade de se expressar graficamente? Essa é apenas uma das reflexões que passaram pela minha cabeça quando li as respostas do designer Sidney Chagas.
Pra ele, quando crianças, ninguém julga seus próprios desenhos como ruins. As pessoas crescem e começam a se comparar umas às outras, e tudo que não se adequa ao conceito de correto ou bonito é classificado como ruim. Às vezes as próprias pessoas decidem que seus desenhos não são bons o suficiente e desistem de continuar à desenhar.
Quando ingressou na faculdade de design, Sidney aprendeu que o conceito de ilustração sugere que a mesma acompanhe um texto, um conceito ou um produto com o propósito de complementar, o que acontece frequentemente em seu trabalho como designer. A profissão “ilustrador“ lhe pareceu agregar propósito demais ao desenho e isso tirava um pouco da magia que essa atividade representava pra ele:
Agora ele busca se sentir criança novamente, retomando o desenho sem expectativas no final, sem razões concretas, sem responsabilidades de parecer correto. Não quer mais desenhar somente para complementar algo ou ter uma explicação necessária. Sabe que tem nas mãos uma ferramenta de moldar o mundo ao seu redor (“Desenho quando não quero estar preso à regras, ou quando quero quebrá-las”) e, seja de forma analógica ou digital, entende que as técnicas se tornam inúteis sem uma inspiração. E ao falar disso, Sidney relembra a magia do desenho:
Esse chamado poético é o Chamado da Arte. Fez Sidney sofrer ao se dar conta que sua forma de expressão, sua liberdade, está sendo tomada pelo cotidiano voraz capaz de eliminar o ato de desenhar da vida das pessoas. Mas foi essa angústia (que emergiu ao ter se deparado ironicamente com uma folha branca na sua frente) que o motivou a retomar o caminho de sua vocação.
Apesar do sobrenome em comum, não somos da mesma família, mas carinhosamente nos chamamos de “primos”. Ele foi estagiário de design no Museu da República quando eu trabalhava lá. Ambos estudamos na ESDI (em momentos distintos) e me lembro de termos rapidamente conseguido uma conexão profissional (suas ilustrações já me impressionavam e salvaram vários momentos de falta de criatividade!). Aos poucos a ligação se tornou pessoal e vivíamos ouvindo músicas no rádio (odiando a “Hora do Blush”). Mesmo com nossa separação profissional e o intercâmbio para a Alemanha que o fez morar lá, mantivemos contato pelas redes sociais e hoje estabelecemos novos vínculos. Espero que esse projeto reanime sua Arte.
Pra ele, quando crianças, ninguém julga seus próprios desenhos como ruins. As pessoas crescem e começam a se comparar umas às outras, e tudo que não se adequa ao conceito de correto ou bonito é classificado como ruim. Às vezes as próprias pessoas decidem que seus desenhos não são bons o suficiente e desistem de continuar à desenhar.
Quando ingressou na faculdade de design, Sidney aprendeu que o conceito de ilustração sugere que a mesma acompanhe um texto, um conceito ou um produto com o propósito de complementar, o que acontece frequentemente em seu trabalho como designer. A profissão “ilustrador“ lhe pareceu agregar propósito demais ao desenho e isso tirava um pouco da magia que essa atividade representava pra ele:
Tive a impressão de que o desenho desenhado era um pedaço de mim que se mostrava bem pequeno em relação ao mundo de tipos, regras e planejamento que me eram apresentados.Isso o incomoda muito, ao ponto de ter tido grande dificuldade de responder as perguntas deste projeto (“Foi um parto de mim mesmo!”). Sidney questionou-se sobre como iria escrever sobre algo tão livre como arte se sua criatividade tem ficado cada vez mais condicionada ao trabalho:
Tem aquela criatividade já forjada pro trabalho, sabe? Te pedem uma coisa e você produz. Produto puro, TEM que vender, TEM que ser bom, o cliente TEM que gostar. Isso afeta demais quando se quer simplesmente desenhar. Chego em casa e não tenho mais aquele desejo...
É comum eu querer criar algo e passar horas com uma folha de papel em branco na minha frente pois nem sempre a criatura obedece ao seu criador. Geralmente extraio inspiração de pessoas peculiares que vejo na rua, de personagens e personalidades que admiro. Se algo que vejo gera uma reação forte o bastante pra que eu fique pensando naquilo por um certo período, isso geralmente me motiva a desenhar e, ao fazê-lo, tento recaptar aquela sensação. O desenho pode vir também pela simples vontade de desenhar, como um chamado, se eu quiser colocar “poeticamente”. Eu desenho porque é uma das poucas coisas em que se tem total liberdade pra se fazer.
Esse chamado poético é o Chamado da Arte. Fez Sidney sofrer ao se dar conta que sua forma de expressão, sua liberdade, está sendo tomada pelo cotidiano voraz capaz de eliminar o ato de desenhar da vida das pessoas. Mas foi essa angústia (que emergiu ao ter se deparado ironicamente com uma folha branca na sua frente) que o motivou a retomar o caminho de sua vocação.
Apesar do sobrenome em comum, não somos da mesma família, mas carinhosamente nos chamamos de “primos”. Ele foi estagiário de design no Museu da República quando eu trabalhava lá. Ambos estudamos na ESDI (em momentos distintos) e me lembro de termos rapidamente conseguido uma conexão profissional (suas ilustrações já me impressionavam e salvaram vários momentos de falta de criatividade!). Aos poucos a ligação se tornou pessoal e vivíamos ouvindo músicas no rádio (odiando a “Hora do Blush”). Mesmo com nossa separação profissional e o intercâmbio para a Alemanha que o fez morar lá, mantivemos contato pelas redes sociais e hoje estabelecemos novos vínculos. Espero que esse projeto reanime sua Arte.
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sábado, 17 de outubro de 2015
Arte ao Lado: Katia Politzer
Ao longo do projeto, comecei a perceber que as três perguntas feitas para os artistas gerariam reflexões profundas. Seria preciso que eles debruçassem sobre si mesmos e suas produções em busca de significado. Katia Politzer está passando exatamente por esse momento de análise de seus trabalhos para entender as relações deles consigo e com o mundo. Graduada pela Escola de Belas Artes da UFRJ, com cursos, exposições e prêmios nacionais e internacionais no currículo, hoje ela se considera uma artista visual que, depois de experimentar diversos materiais, se apaixonou pelo vidro como componente primário de uma linguagem que relaciona forma e textura e luz através de transparência, brilho e cor.
Sendo um material inerte e 100% reciclável que é tão longevo quanto frágil, o vidro se torna um desafio técnico. Katia usa a técnica de fusão para a criação de peças tanto figurativas quanto abstratas baseadas nos padrões geométricos do grafismo indígena brasileiro, em elementos típicos de sua cultura, em nossa flora tropical e nas paisagens do Rio de Janeiro. Ela corta, fura, esmalta e até “costura” com fio de aço suas obras em vidro, que utilizam padrões da estética primitiva que são parte intrínseca de objetos e pinturas corporais sem o caráter de arte ocidental. A matéria-prima que não pertence ao repertório indígena deseja desvincular o elemento gráfico e seu significado do objeto de origem, transformando-o em linguagem de arte.
Durante anos lecionou arte para crianças e adolescentes. Foi onde (felizmente) cruzamos nossos caminhos. Sua delicadeza e generosidade se estendem à sua obra: o material considerado frágil é capaz de demonstrar força, durabilidade, beleza e transparência - características que fazem parte de sua personalidade. É como se ela e o vidro fossem alma gêmeas: o que, aliás, todo o artista deve ser com sua arte.
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