Pantera Negra (Black Panther, 2018) é um filme de super-herói, gente. Nada mais do que isso e nada diferente do que a Marvel faz com relação a enredo. Está tudo lá: a ascensão e queda do herói para sua final redenção, a ascensão do vilão até sua derrota, as grandes perseguições e cenas de combate, a tecnologia, o humor... fórmulas que a Marvel já está craque.
No entanto, é preciso entender o fenômeno social que levou esse filme a bater inúmeros recordes (na casa de 1 bilhão de espectadores), a botar um super-herói na capa da revista Times e estar com possibilidades de disputa de Oscar.
Enquanto o filme da Mulher-Maravilha deu força à mulher não só como protagonista, mas em todos os aspectos dentro do filme (direção, figurino, direção de arte e por aí vai) e fora dele (manifestação anti-assédio), o filme do Pantera Negra traz a representatividade étnica com um elenco estrelar, 98% negro, cineasta negro, mostrando não uma África sofrida, mas uma África ACIMA da cultura branca ocidental europocêntrica com diversas críticas pontuais muito bem feitas.
Nós temos empatias por todos os personagens (interpretados por FERAS como Chadwick, Lupita, Forrester e Angela, somados a Daniel - de Corra! -, Letitia - grande Shuri -, Danai - poderosa Okoye, chefe das Dora Milaje -, Winston - o Homem-Gorila - e Michael B. Jordan em redenção cinematográfica, entre muitos outros). São tantas texturas, complexidades, nuances dos personagens traduzidas num visual arrebatador que une à tecnologia às expressões tradicionais africanas. Os vilões novamente não são vilões, mas aqui nesse filme isso é bom. Somente Ulysses Klaue (Andy Serkis) pode ser considerado realmente "do mal".
O filme está conectado diretamente à Guerra Civil e Vingadores 2, seja pela presença do Soldado Invernal, seja pela presença de Martin Freeman após os problemas na ONU. É meio longo, porém, necessário para apresentar todas as referências do Pantera e ainda mantê-lo conectado ao MCU.
Como aqui nessas postagens eu tenho falado sobre a relação cinema/quadrinhos... posso afirmar: a Marvel acertou em cheio! Acho que tudo estava no filme. Até as adaptações foram bem feitas, como o "superuniforme". E pra mim, é por isso, que esse é um grande filme do MCU.
quarta-feira, 25 de abril de 2018
segunda-feira, 23 de abril de 2018
Thor foi pro espaço
Tiraram o cabelo comprido sem razão. Tiraram um olho sem razão. Tiraram Mjolnir sem razão. Tiraram Asgard. Nem precisaria dizer mais...
Eu realmente saí do cinema (em novembro de 2017) bem desapontado com o fim da trilogia do Thor nos cinemas. Thor Ragnarok foi feito para tirar a má impressão de seus filmes anteriores (ditos muito sérios) com um humor totalmente fora de contexto e acabaram desconfigurando-o totalmente.
Primeiro, vamos à contratação de Taika Waititi, um ator/diretor que parece trazer somente o tal humor over, porque as decisões seminais do filme foram realizadas pelos produtores da editora. Ele também faz Korg, um guerreiro de pedra com sotaque havaiano longe do personagem dos quadrinhos, engraçadinho na tela, porém perdido.
Segundo, vamos aos atores... Contratar Cate Blanchet como a primeira grande vilã da Marvel parecia um tiro certeiro. Mas veja a atuação dela... parece que ela não está levando a sério!
Terceiro, vamos ao Hulk... personagem aparentemente querido do público, mas também envolvido em imbróglios contratuais (e medo de mais fracassos individuais) que é colocado no meio de um filme que não lhe pertence, ganha mais falas, mais tempo de tela e nos leva ao quarto ponto...
Quarto, vamos às contínuas adaptações de quadrinhos para as telonas:
For isso tudo, ainda temos [spoilers]:
Especificamente sobre Sakaar, o planeta do Torneio dos Campeões, vale uma ressalva. Confesso que não entendi a estética daquele "lixão espacial" quando vi pela primeira vez. Porém, vendo os extras do blu-ray, entendi tudo: é uma senhora homenagem a Jack Kirby, um dos grandes construtores visuais do Universo Marvel. Passei a gostar da vibe oitentista.
Eu realmente saí do cinema (em novembro de 2017) bem desapontado com o fim da trilogia do Thor nos cinemas. Thor Ragnarok foi feito para tirar a má impressão de seus filmes anteriores (ditos muito sérios) com um humor totalmente fora de contexto e acabaram desconfigurando-o totalmente.
Primeiro, vamos à contratação de Taika Waititi, um ator/diretor que parece trazer somente o tal humor over, porque as decisões seminais do filme foram realizadas pelos produtores da editora. Ele também faz Korg, um guerreiro de pedra com sotaque havaiano longe do personagem dos quadrinhos, engraçadinho na tela, porém perdido.
Segundo, vamos aos atores... Contratar Cate Blanchet como a primeira grande vilã da Marvel parecia um tiro certeiro. Mas veja a atuação dela... parece que ela não está levando a sério!
Terceiro, vamos ao Hulk... personagem aparentemente querido do público, mas também envolvido em imbróglios contratuais (e medo de mais fracassos individuais) que é colocado no meio de um filme que não lhe pertence, ganha mais falas, mais tempo de tela e nos leva ao quarto ponto...
Quarto, vamos às contínuas adaptações de quadrinhos para as telonas:
- Hela como a primogênita de Odin? Conquistadora ao lado do pai? Banida por ambição? A morte de Odin a liberta? Hã? Nem na mitologia nem nas HQs!
- Thor usando os poderes de Heimdall? Hã?
- A única Valquíria que sobrou não tem nome e é uma alcoólatra espacial? (Não... não há justificativa... e atente que nem me incomodei pelo fato dela ser negra quando as valquírias eram a epítome da brancura/loirice nórdica, já que Heimdall é Idris Elba)
- Planeta Hulk é uma das histórias mais bem sucedidas do Hulk nos quadrinhos. Resumindo: com medo da fúria do gigante verde, alguns heróis o exilam no espaço; ele cai num planeta onde se torna um gladiador e, por fim, o salvador. Aqui no filme, lembramos que o Hulk ficou preso em uma nave depois da batalha em Sokovia, em Vingadores 2. Ele é colocado no Torneio dos Campeões do Grão-Mestre (outro clássico quadrinístico para ver herói vs. herói), junto com Korg e Miek (personagens do Planeta Hulk), só pra enfrentar o Thor (um combate interessante que mais vale pela cena que Loki vibra com o que o Hulk faz com Thor). Porém, a saga dos quadrinhos é muito maior, mais importante e impressionante. O filme reduziu tudo a nada.
For isso tudo, ainda temos [spoilers]:
- A destruição sem sentido do Mjolnir em nome de dar poderes elétricos para Thor. Não... não adianta dizer que o martelo era poderoso demais. Ok, ficou visualmente bacana, mas não, não tem explicação.
- A morte ridícula de Volstaag e Fandral (dos três guerreiros, Hogun é o que tem uma morte mais digna)
- Sif ignorada ao ponto de nem aparecer no filme.
- Um Skurge de quinta que não disse ao que veio.
- Um teatrinho shakespeariano engraçado porque tem Sam Neill como Odin, Matt Damon como Loki e Luke Hemsworth (irmão de Chris) como Thor, enquanto Anthony Hopkins faz o Odin/Loki.
- A participação do Dr. Estranho, que liga Thor ao lado místico do MCU, apesar do resto todo do filme direcioná-lo para o lado cósmico a la Guardiões da Galáxia (inclusive a primeira cena pós-crédito é ligação direta com a Guerra Infinita). Aliás, nessa cena (só) vale o Mjolnir como guarda-chuva, lembrando o início do herói nos quadrinhos.
- Quer saber o que é o Ragnarok mitológico? Clique aqui, pois é beeem diferente do explicado no filme. Até os quadrinhos trabalharam melhor.
Especificamente sobre Sakaar, o planeta do Torneio dos Campeões, vale uma ressalva. Confesso que não entendi a estética daquele "lixão espacial" quando vi pela primeira vez. Porém, vendo os extras do blu-ray, entendi tudo: é uma senhora homenagem a Jack Kirby, um dos grandes construtores visuais do Universo Marvel. Passei a gostar da vibe oitentista.
Precisamos saber também que cronologicamente esse filme se passa AO MESMO TEMPO que Guerra Civil e seria, por essa razão, que Thor e Hulk não participaram do terceiro filme do Capitão. No entanto, pra mim, o objetivo foi literalmente ACABAR com a trilogia individual do Thor e, talvez, eliminá-lo das vindouras fases do MCU. Não duvido que ele morra nos próximos Vingadores...
Apesar dessa minha crítica, o filme foi muito bem recebido. Ou seja, ignorem tudo que eu escrevi e vejam o filme por sua própria conta.
Apesar dessa minha crítica, o filme foi muito bem recebido. Ou seja, ignorem tudo que eu escrevi e vejam o filme por sua própria conta.
sábado, 7 de abril de 2018
De volta ao lar
Antes de falar do novo filme, deixa eu lembrá-los que, em 2002, o primeiro filme do Homem-Aranha foi um sucesso estrondoso e a Sony viu que havia tirado a sorte grande. A sequência em 2004 foi ainda maior, mas o fim da trilogia em 2007 deixou um pouco a desejar.
Quando Homem de Ferro foi lançado em 2008 pela própria Marvel, deu-se o problema: enquanto os fãs exigiam o retorno do teioso para casa, a Sony jamais largaria sua mina de ouro. Então, assim como nos quadrinhos mudam o desenhista e as histórias são recontados com outros pontos de vista, em 2012, mais um filme foi feito... um "reboot" que não era exatamente um reinício.
Só que em 2012, a Marvel detonou tudo com Os Vingadores e já preparou terreno para vários filmes de sua segunda fase. A Sony precisava fazer algo com o universo do Aranha e resolveu lançar o segundo filme do "reboot" em 2014, cheio de pontas para criar um universo particular. Porém... o filme pecou em vários erros semelhantes ao do terceiro filme da primeira trilogia e as pessoas começaram a perder interesse por essa versão do herói. O público exigia que ele voltasse para as mãos da Marvel.
Um ano de intensas negociação (com direito a quase porrada de produtores), finalmente foi negociada uma parceria entre Marvel (agora com toda a força da Disney e das Lucasfilms) e Sony. Assim, o Homem-Aranha estreou em 2016, no terceiro filme do Capitão América, Guerra Civil. Ah... agora sim! Teremos o melhor Homem-Aranha de todos!!!
Longe disso.
O "amigão da vizinhança" virou uma salada:
O "amigão da vizinhança" virou uma salada:
- Tom Holland é uma mistura de Tobey Maguire com Andrew Garfield, porém com a idade, ansiedade adolescente e condição atlética certa (o poder de adesão foi muito bem trabalhado).
- Seus colegas adolescentes tiveram suas características físicas alteradas. Ok, entendo a tal da representatividade... mas colocar o Flash como um indiano não dá. MJ como um nerd é impossível! Liz negra e filha do Abutre... hã??? E Ned... talvez o MELHOR PERSONAGEM DE TODO O FILME... é, na verdade, outro personagem do universo Marvel, o Ganke do Homem-Aranha Ultimate.
- Tia May garotona também é questionável... pelo menos tiraram o tom "Tonyzete" que deram a ela no filme Guerra Civil.
Jacob Batalon faz o ótimo Ned Leeds. |
É visível também que houve uma tentativa de traduzir o sucesso da primeira trilogia quando toda a cena da barca é PRATICAMENTE IGUAL a cena do trem no Homem-Aranha contra o Dr. Octopus. Além disso, prestem atenção no Abutre... ele É O DUENDE VERDE! Suas asas parecem o planador! E ele descobre a identidade do herói em uma cena que jogam uma luz verde do semáforo na cara dele! Mesmo sendo feito por Michael Keaton (eterno Batman e Birdman) com um enredo até bem estruturado (o tráfico de armas alienígenas), isso ficou muuuuuito ruim pra mim. Pelo menos dessa vez eles entenderam que colocar três vilões não funciona e Shocker e o Consertador são personagens bem coadjuvantes.
Tony Stark - que já roubara metade do filme do Capitão - também rouba um pedaço desse filme na construção de uma relação pai e filho. Mesmo que não seja totalmente presencial... é dele a Controle de Danos (empresa que cuida das destruições em combates de super-heróis), é dele a nova tecnologia do uniforme (com destaque para as teias-planadoras, o sinal-aranha e o rastreador, porque o modo "Morte Súbita" e o drone não colaram) e é a mudança dos Vingadores para o Triskelion que dá o norte ao filme. Fora Happy Hogan que é a "babá" do Aranha e (spoiler) a cena do pedido de casamento.
Mesmo não contando mais a origem, foi necessário estabelecer o herói dentro no MCU e isso tornou o filme longo demais. Não é um filme ruim, mas ficou aquém. Parece uma sina manter o nível desse personagem. A Sony anda tentando estender o universo aracnídeo com filmes do Venom, da Gata Negra e da Silver Sable e eu não sei como isso vai mexer com o Homem-Aranha no MCU, que vai entrar na Guerra Infinita com sua tia sabendo de sua identidade. Aguardemos.
segunda-feira, 12 de março de 2018
Famílias da Galáxia
We. Are. Groot.
Essa frase de Groot, a segundos de morrer e salvar a todos, determina toda a sequência do sucesso: Guardiões da Galáxia vol. 2 (Guardians of the Galaxy vol. 2, 2017) é um filme que fala de família, de uma equipe disfuncional exatamente por serem mais do que simples amigos ou mercenários. Vejam:
Como já conhecemos os personagens, ficou mais fácil desenvolvê-los. O filme é muito mais grandioso do que o primeiro, principalmente se levarmos em consideração que agora o vilão é um planeta inteiro! No entanto, é possível ver que toda inovação foi gasta no primeiro filme: mesmas fórmulas são seguidas até mesmo de enquadramento de cenas. A música tão maravilhosamente bem colocada anteriormente também tem seus momentos, mas não chega aos pés.
Essa frase de Groot, a segundos de morrer e salvar a todos, determina toda a sequência do sucesso: Guardiões da Galáxia vol. 2 (Guardians of the Galaxy vol. 2, 2017) é um filme que fala de família, de uma equipe disfuncional exatamente por serem mais do que simples amigos ou mercenários. Vejam:
- A paternidade do Senhor das Estrelas já era uma questão desde que Peter segura a Joia do Infinito contra Ronan e a Tropa Nova descobre que ele tem meio sangue alienígena. Na última cena do primeiro filme, ainda vemos Youndu conversando com Kraglin sobre o sequestro de Peter ter sido encomendado por seu pai. Nos quadrinhos, Peter é filho de J'Son, regente do planeta Spartax. Aqui ele é elevado a categoria celestial ao ser filho de Ego, o Planeta Vivo. Apesar da mudança drástica, a ideia caiu bem se avaliarmos o personagem de Peter em si. No entanto, essa relação é a mais morna e lenta do filme.
- Isso porque a outra "paternidade" é muito melhor: o carinho nutrido por Youndu, transforma o quase vilão no primeiro filme em um anti-herói (e numa Mary Poppins badass) que fecha o filme com tristeza. O crescimento desse personagem é gritante.
- Peter e Rocky estabelecem uma visível relação de irmãos em constante conflito, assim como Gamora e Nebula. Só entendemos Rocky depois de uma conversa que ele tem com Youndu que aumenta a carga emocional de ambos os personagens. Só entendemos Nebula, quando Gamora lhe dá ouvidos. Esses personagens ganham profundidade e nos conecta.
- Rocky e Groot se tornaram sucessos mundiais e até ganharam revistas próprias. Porém, é Groot que se torna protagonista. Ele termina um bebê germinando e começa um bebê birrento. Vive brigando com Drax (seu irmão birrento), mas termina em seus braços. Peter e Gamora estabelecem uma relação de quase filho com ele, mas esse papel é de Rocky.
- Drax é um caso a parte. Ele é aquele membro inconveniente da família independente do grau de parentesco. Pra mim, exageraram no tom, deixando muito acima do necessário, mas não dá pra negar que ele pontua o humor do filme.
Como já conhecemos os personagens, ficou mais fácil desenvolvê-los. O filme é muito mais grandioso do que o primeiro, principalmente se levarmos em consideração que agora o vilão é um planeta inteiro! No entanto, é possível ver que toda inovação foi gasta no primeiro filme: mesmas fórmulas são seguidas até mesmo de enquadramento de cenas. A música tão maravilhosamente bem colocada anteriormente também tem seus momentos, mas não chega aos pés.
Com relação a Ego, sinceramente, teve seus altos e baixos. Ser um celestial, dar poderes a Peter, plantar flores em planetas... acho que ficou tudo cheio de pontas a serem aparadas. O acerto ficou na contratação de Kurt Russel que acerta o tom e ainda parece fisicamente com Chris Pratt pra ser seu pai de verdade.
A entrada de Mantis pra mim foi muito mal construída. A personagem não é fácil de explicar nem nos quadrinhos, mas ela é totalmente desnecessária. Sim, ela está bem encaixada, mas me parece que seria possível resolver tudo sem sua presença. Assim como Ayesha e os Soberanos. Suas motivações são muito pequenas para uma perseguição vingativa ininterrupta, mas, na cena pós-crédito, pode ter sido responsável pela introdução de um personagem antagonista a Thanos: Adam.
A colocação de mais Guardiões da Galáxia como Saqueadores foi pra fã, mas não sei se teve o impacto desejado (NOTA: Sylvester Stallone interpreta um famoso guardião chamado Águia Estelar, que no filme está totalmente descaracterizado. Uma das cenas pós-créditos mostra outros também descaracterizados. Talvez Ving Rhames como Charlie-27 seja o mais próximo.)
Tiro como conclusão que esse filme ainda é muito bom porque os personagens construídos no primeiro se mantém em forma e são ainda mais aprofundados (com destaque para Youndu). Porém, a história de fundo precisaria de mais trabalho. A equipe agora será vista na Guerra Infinita e existem planos para o fechamento da trilogia em 2020, mas tenho a impressão que deveria parar.
A colocação de mais Guardiões da Galáxia como Saqueadores foi pra fã, mas não sei se teve o impacto desejado (NOTA: Sylvester Stallone interpreta um famoso guardião chamado Águia Estelar, que no filme está totalmente descaracterizado. Uma das cenas pós-créditos mostra outros também descaracterizados. Talvez Ving Rhames como Charlie-27 seja o mais próximo.)
Tiro como conclusão que esse filme ainda é muito bom porque os personagens construídos no primeiro se mantém em forma e são ainda mais aprofundados (com destaque para Youndu). Porém, a história de fundo precisaria de mais trabalho. A equipe agora será vista na Guerra Infinita e existem planos para o fechamento da trilogia em 2020, mas tenho a impressão que deveria parar.
segunda-feira, 5 de março de 2018
Força estranha
O segundo filme da terceira fase da Marvel se propôs a introduzir o universo místico da editora na telona: Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016) expande o lado cósmico para o lado dimensional. O caminho pra isso já havia – de certa forma – sido pautado pelos filmes do Thor, já que os Asgardianos tornaram-se "alienígenas" (com uma pitada de Loki, algo que fica explícito nos pós-créditos), mas também pelos poderes surreais das Joias do Infinito e pelo microverso do Homem-Formiga. Neste filme, somos apresentados à magia como uma "programação da realidade" e, assim, o MCU tenta não se afastar (muito) do que seria possível.
O filme segue a fórmula Marvel e mantém a origem do personagem bem próxima dos quadrinhos. A arrogância de Stephen Strange é perfeitamente desenvolvida, até o acidente que o leva a uma jornada tanto mística quanto interior. É possível até perceber (para aqueles que acompanham todos os filmes) que Stephen começa como um Tony Stark e termina como um Steve Rogers, pensando em se sacrificar pelo bem maior sem desistir.
Os efeitos especiais desse filme são absolutamente incríveis. Sim... eles se inspiraram (bastante) no filme A Origem (Inception, 2010), mas foram além com o Multiverso dimensional criado. A cena ao avesso é de tirar o fôlego. O visual da magia – que traz mandalas hindus – também é lindo e o Manto da Levitação ganhou uma personalidade até divertida, porém, paradoxal já que parece não funcionar quando deveria (por exemplo, na incrível Dimensão do Espelho).
O elenco do filme é estelar, mostrando o quanto a Marvel continua atraindo os grandes nomes (seja pela quantidade absurda de dinheiro ou pelos desafios cinematográficos). A atuação de Benedict Cumberbatch foi muito elogiada e realmente está muito boa, porém, em vários momentos ele parece a pessoa errada para o papel, meio over. Isso respingou em Chiwetel Ejiofor, o (ainda não Barão) Mordo. Ele parece ser a razão, a consciência sobre o preço que se paga ao usar a magia indevidamente e até concordamos com ele ao longo do filme, entendendo sua motivação errada no final, o que lhe dá uma nuance de "vilão que não é exatamente vilão". Pena que é exatamente nessa transformação que o vemos ficar over.
Isso acaba sendo um contraponto com dois personagens: a Anciã e Kaelicius, protagonizados por Tilda Swinton e Mads Mikklsen. Ambos transmitem uma calma em suas atuações mesmo em suas cenas grandiosas de atuação, o que nos faz pensar que talvez o over de Estranho e Mordo sejam propositais. O caso de Tilda é a parte, já que o personagem nos quadrinhos é o estereótipo do ancião oriental careca de barbicha que domina todo o conhecimento. Ao ser escalada gerou dúvidas, mas ela dá um show, é claro.
Rachel McAdams como Christine Palmer está perfeita em toda cena que aparece, e Benedict Wong, o... Wong (!) também dá conta do recado mesmo sendo um retrato levemente diferente dos quadrinhos.
No fim, temos um bom filme de origem da Marvel que introduz vários novos elementos não só para a terceira fase, mas abre inúmeras possibilidades para o que virá depois da Guerra Infinita.
O filme segue a fórmula Marvel e mantém a origem do personagem bem próxima dos quadrinhos. A arrogância de Stephen Strange é perfeitamente desenvolvida, até o acidente que o leva a uma jornada tanto mística quanto interior. É possível até perceber (para aqueles que acompanham todos os filmes) que Stephen começa como um Tony Stark e termina como um Steve Rogers, pensando em se sacrificar pelo bem maior sem desistir.
Os efeitos especiais desse filme são absolutamente incríveis. Sim... eles se inspiraram (bastante) no filme A Origem (Inception, 2010), mas foram além com o Multiverso dimensional criado. A cena ao avesso é de tirar o fôlego. O visual da magia – que traz mandalas hindus – também é lindo e o Manto da Levitação ganhou uma personalidade até divertida, porém, paradoxal já que parece não funcionar quando deveria (por exemplo, na incrível Dimensão do Espelho).
O elenco do filme é estelar, mostrando o quanto a Marvel continua atraindo os grandes nomes (seja pela quantidade absurda de dinheiro ou pelos desafios cinematográficos). A atuação de Benedict Cumberbatch foi muito elogiada e realmente está muito boa, porém, em vários momentos ele parece a pessoa errada para o papel, meio over. Isso respingou em Chiwetel Ejiofor, o (ainda não Barão) Mordo. Ele parece ser a razão, a consciência sobre o preço que se paga ao usar a magia indevidamente e até concordamos com ele ao longo do filme, entendendo sua motivação errada no final, o que lhe dá uma nuance de "vilão que não é exatamente vilão". Pena que é exatamente nessa transformação que o vemos ficar over.
Isso acaba sendo um contraponto com dois personagens: a Anciã e Kaelicius, protagonizados por Tilda Swinton e Mads Mikklsen. Ambos transmitem uma calma em suas atuações mesmo em suas cenas grandiosas de atuação, o que nos faz pensar que talvez o over de Estranho e Mordo sejam propositais. O caso de Tilda é a parte, já que o personagem nos quadrinhos é o estereótipo do ancião oriental careca de barbicha que domina todo o conhecimento. Ao ser escalada gerou dúvidas, mas ela dá um show, é claro.
Rachel McAdams como Christine Palmer está perfeita em toda cena que aparece, e Benedict Wong, o... Wong (!) também dá conta do recado mesmo sendo um retrato levemente diferente dos quadrinhos.
No fim, temos um bom filme de origem da Marvel que introduz vários novos elementos não só para a terceira fase, mas abre inúmeras possibilidades para o que virá depois da Guerra Infinita.
Assinar:
Postagens (Atom)