segunda-feira, 2 de julho de 2018

COPA 2018: Evolução e involução


Já venho falando que jogar contra o México é sempre difícil, mas parece que todos os narradores e comentaristas acharam que ia ser fácil. Talvez por causa do 3 a 0 para Suécia (esquecendo que eles venceram os alemães na estreia), mas é muita ingenuidade da nossa imprensa ficar dizendo que os mexicanos fizeram esse jogo ficar duro. Eles SEMPRE fizeram isso. Ao adiantar a marcação, eles mostraram o quanto nossos jogadores são previsíveis e deixou bem claro que ignora o nosso pífio atacante (nem vem com o papo de importância tática). Acontece que o William resolveu jogar tudo que não jogou na primeira fase, inclusive, melhor do que o Philippe Coutinho. Acho até que isso desnorteou os mexicanos que acabaram se preocupando com o lado esquerdo, enquanto William fazia um salseiro do lado direito. A defesa do Brasil teve bastante dificuldade de sair com a bola, mas ficou bem fechada e Alisson quase não trabalhou. Sim, houve uma evolução e esperemos que assim continue.


A certeza da vitória belga foi bem diferente do que se imaginava. Apresentando um jogo burocrático (como os alemães) e sem objetividade (como os espanhóis), a Bélgica mostrou todas as suas deficiências na hora errada. O Japão veio com a estratégia bem semelhante à da Rússia (e do México) de marcação em cima e contra ataque veloz, abrindo a defesa belga e assustando a "geração de ouro", que se perdeu em sua soberba. A diferença se fez no condicionamento físico e na experiência internacional, com uma virada no ÚLTIMO LANCE de jogo.

Olha... Brasil vs. Bélgica era as quartas que se esperava como parte do caminho difícil ao hexa. Porém... como a comissão técnica do Brasil é bem informada, todas as falhas que a Bélgica (melhor seleção em pontos e gols) apresentou hoje serão estudadas e exploradas. Jogo é jogo, mas depois desse contra os japoneses, acho que o jogo contra o México foi mais difícil. Veremos.

domingo, 1 de julho de 2018

COPA 2018: Equilíbrio para penalidades


A Rússia chegou à essa Copa somente como a anfitriã que iria passar da primeira fase com dificuldade. A Espanha sempre favorita depois da campanha vencedora de 2010 e o futebol refinado de seus jogadores. E daí? Futebol é futebol, meus amigos. Num jogo de ataque contra defesa, não adianta dominar sem objetividade: somente os russos fizeram gols nos mais de 120 minutos de jogo (o gol espanhol foi contra e o goleiro russo fez somente 1 defesa). Com uma ideologia de jogo bem amarrada e seus jogadores dando a alma como franco atiradores, a Rússia entrou pra fazer história. E fez. Não há bolão que aguente!


Mais um jogo com prorrogação. Dessa vez sem um dominante, mas com duas estratégias que se anularam e gols meio que sem querer. O jogo teve uma intensidade menor, porém lances mais interessantes da Croácia. A Dinamarca fez um jogo pra segurar ímpetos e condicionamento físico em contra ataques pontuais. O goleiro Schmeichel bem que tentou, mas são nesses momentos que vimos as diferenças de qualidade (e atitude) entre as duas seleções.

Rússia vs, Croácia será uma quarta de final bem improvável e nada previsível. Tecnicamente a Croácia é superior, mas a Rússia tirou a Espanha e vem com uma confiança insuperável.

sábado, 30 de junho de 2018

COPA 2018: Coletivos versus Indivíduos

Começaram as oitavas e duas coisas são importantes: (1) todas as seleções vão jogar mais abertas porque só importa a vitória; e (2) os cartões farão diferença para as quartas e haverá mudanças.

Dito isso...


Que jogo! A confusa Argentina veio pra jogar de igual para igual com a toda poderosa França, mas Mbappé DESTRUIU o jogo. Os argentinos contavam apenas com talentos individuais que estavam nervosos, ansiosos e ainda foram bem marcados por uma organização coletiva francesa que deve levá-la às cabeças. Foi também um jogo de gerações: um velha Argentina que deve/precisa começar uma renovação técnica (tchau Messi) contra uma França que vem fazendo a passagem dentro e fora de campo.


Outro bom jogo onde o coletivo se mostrou superior às individualidades. Longe de Portugal ser bagunçado como os argentinos, mas é visível sua dependência de Cristiano Ronaldo. Mesmo com bons jogadores como Quaresma e William Carvalho, os portugueses dominaram grande parte do jogo, porém, não conseguiram encontrar uma brecha na excelente marcação uruguaia. E essa foi a proposta do Uruguai: fechar perfeitamente a defesa e qualquer ação mais perigosa de CR7 (será que deu tchau?), partindo para o contra ataque com a força de Suarez e Cavani, que foi o personagem desse jogo com dois golaços.

Agora é França vs. Uruguai, dois bons coletivos sendo um mais ofensivo e outro mais defensivo. Acho os franceses superiores como um todo, mas precisam se precaver dos contra ataques uruguaios (Cavani precisa se recuperar).

quinta-feira, 28 de junho de 2018

COPA 2018: Critérios estratégicos


Times reservas para Inglaterra e Bélgica. O jogo de compadres só ficou bom enquanto esses reservas estiveram com vontade de mostrar serviço... o que durou 30 minutos. Quando os belgas chegaram ao gol - porque jogaram melhor -, os ingleses tentaram mais. No entanto, ficou claro o ritmo mais lento e descompromissado. No outro jogo, Tunísia e Panamá querendo uma despedida honrosa. Os tunisianos são melhores, mas estavam abatidos com o número de lesões e os resultados negativos. Já os panamenhos estavam com a corda toda depois de terem feito o primeiro gol em Copas e vieram para a primeira vitória. Venceu a habilidade.


Não pude ver os jogos da manhã, pois estava trabalhando, mas soube que foram emoções até os últimos minutos, com o Japão perdendo da Polônia, mas avançando na competição por causa do número de cartões como critério de desempate com Senegal, que perdeu da classificada Colômbia. Sinceramente acho que cartões não deveriam ser critério de desempate, pois são uma medida disciplinar e não técnica... mas é isso. O problema é que tanto Japão quanto Senegal ficaram de olho no placar e deixaram de jogar por causa disso. Azar dos senegaleses que não conseguiram recuperar a tempo.

Esses dois grupos se cruzam: Bélgica encara o Japão, num jogo que deve ser muito tranquilo para os diabos vermelhos (se eu fosse belga, já estaria preocupado com as quartas, vide abaixo); e os ingleses encaram um jogo bem difícil com os colombianos, sem qualquer previsão.

Agora com todas as oitavas definidas, vale dizer que o chaveamento do lado do Brasil é muito, mas MUITO mais difícil do que o da Espanha. Compare:
  • No lado do Brasil, pegamos agora o México. Se passarmos, teremos certamente a Bélgica nas quartas. Na semi, pode ter Uruguai, Portugal, França ou Argentina!
  • No lado da Espanha tem: Rússia, Croácia, Dinamarca, Suécia, Suíça, Inglaterra e Colômbia.
Com isso, caso Espanha e Inglaterra saiam no meio do caminho, teremos uma final com pelo menos uma seleção que nunca venceu uma Copa do Mundo.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

COPA 2018: Aos trancos e barrancos

Aos trancos e barrancos conseguimos a primeira vaga no grupo. Com um futebol bem mediano e previsível, o Brasil conseguiu vencer a boa Sérvia e eliminá-la. Não foi fácil porque os sérvios mantiveram sua marcação adiantada e, cientes de nossas principais jogadas, deixaram os brasileiros em constante pressão.

É claro que a saída de um jogador como o Marcelo é prejudicial, mas Felipe Luís é um bom jogador que pode trazer mais consistência à defesa brasileira, liberando espaço para o meio de campo atuar. Pelo menos pelo lado esquerdo, porque pelo lado direito temos que testar ou o Fred ou o Taison, porque o William errou 90% do que tentou no primeiro tempo! Não sei se o Renato Augusto tem a condição de assumir essa posição porque ele é reserva do craque Philippe Coutinho, que mais uma vez foi responsável por um gol, dessa vez, como assistente. No segundo tempo, com um Gabriel Jesus nulo e um meio de campo morno, demos espaço pra Sérvia chegar e o jogo endureceu. A saída de Paulinho para a entrada de Fernandinho deu um pouco mais de consistência à Seleção e chegamos ao segundo gol que derrubou os sérvios.

No outro jogo, a Costa Rica não veio pra ser saco de pancada e fez jogo duro contra a Suíça. O bom Campbell (que infelizmente começou como reserva na competição por condicionamento físico) abriu as brechas no ferrolho e o empate foi bem merecido. Na verdade, os costarriquenhos mereciam a vitória, pois foram mais agudos e interessados.


Que vergonha... com um futebol medíocre desde o início da competição, a Alemanha foi derrotada e eliminada (ficou em ÚLTIMO no grupo) pela Coréia do Sul em um jogo que não mostrou brio ou vontade (algo que falei que já estava faltando). Nem os titulares estavam presentes o tempo todo! Somente quando o bicho começou a pegar é que a pressão aumentou. Enquanto isso, os coreanos entraram com a estratégia do contra ataque bem definida e levaram os pontos.

No jogo quente entre México e Suécia, os suecos surpreenderam. Mais organizados e determinados chegaram a uma vitória significativa contra os mexicanos nervosos, assustados e perdidos após os gols. Mas o jogo foi bom, lá e cá. O México mostrou suas fragilidades e a Suécia mostrou suas forças para as oitavas.

Com isso, temos o México pela frente... ai ai... Uma das seleções americanas mais difíceis independente da competição. Estão jogando muito bem e, mesmo tendo perdido a última partida, acho que virá pra derrubar outro campeão Mundial. Confesso que eu preferia pegar a Suécia. Temos história positiva contra eles em 1994 e acho que nosso futebol sairia em vantagem. Mas eles agora pegarão a Suíça, num jogo que deve ser pegado e totalmente imprevisível. Como o nosso.
Ainda sobre Alemanha... aguardem, porque, depois de uma queda, eles costumam vir melhores.