Quem gosta de cinema, seja o de Hollywood ou o de Michael Haneke, tanto faz, fica acordado até três horas da matina quando o evento televisionado é a entrega do Oscar. Não interessa se você vai trabalhar ou estudar quando o sol raiar. Cinéfilo de coração aguenta o sono, musicais com Russell Crowe, um bloco inteiro de in memorian, piadinhas infames e muitos, muitos intervalos comerciais para chegar de olhos abertos até Best Picture.
Estas são as palavras do meu amigo Otávio no seu ótimo blog de cinema Hollywoodiano. Concordo totalmente, até porque fui um dos que ficou na madruga e tive que raiar com o sol.
As Aventuras de Pi (The life of Pi, 2012) foi o grande vencedor com 4 títulos e - se analisarmos bem - Lincoln (2012) foi o grande perdedor. Considerado o papa-títulos do ano por retratar o grande presidente dos EUA, o filme de Spielberg só levou a estatueta óbvia para Daniel Day-Lewis. Quando digo óbvio, não estou falando do talento do ator. Estou falando dos resultados de prêmios anteriores que acabam tornando o show quase previsível.
A vitória de Argo (2012) foi pra mim uma surpresa mais do que agradável. Vibrei. Achei que a entrada da primeira-dama Michelle Obama dava como certa a vitória de Lincoln, mas tem gente dizendo que foi uma mensagem política. Dane-se. O filme é ótimo.
Mas o show foi marcado pela queda da bela e chique Jennifer Lawrence (afinal ela caiu de Dior e foi ajudada por Bradley Cooper e Hugh Jackman...), pelo endeusamento a Tarantino (Waltz e roteiro? Sei não...), pelo esquecimento de Ben Affleck como indicado à direção (e daí? Levou o filme!) e pelos musicais da história do cinema: Chicago, Dreamgirls (UAU Jennifer Hudson!), Hairspray (na presença de John Travolta), A noviça rebelde (na presença de Christopher Plummer), Les Miserábles (Ah essa revolução! E não é que Russell Crowe canta mesmo?), entre outros.
Ah... avisem ao Seth McFarlane que não deu.