quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Amizade

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ensaio sobre a humanidade

Em um post anterior, falei sobre um interessante cartaz japonês para o filme. Agora coloco outro muito bom que foge do clichê hollywoodiano de colocar atores em close: utiliza o teste de visão convencional com tamanhos diferentes de letras, ignorando convenções gramaticais. Pena que deram uma distorcida na tipografia do EGU... não era necessário.

Normalmente, os livros são melhores do que suas versões cinematográficas. Por isso imagino que o livro Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, seja muito bom. Não li o livro, mas o filme é muito forte, muito bem feito, com um elenco que está excelente e muito bem dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles.

A sinopse do filme diz que uma inédita e inexplicável cegueira contagiosa atinge uma cidade e é chamada de "doença branca", já que as pessoas atingidas passam a ver uma superfície leitosa. Os afetados são colocados em quarentena. À medida que os serviços oferecidos pelo governo começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários.

Pra mim o filme vai além. Ele questiona a humanidade que se perde ao longo do filme e nos damos conta que ela se perdeu antes da epidemia começar. Já no primeiro caso da doença, percebemos que os valores morais estão distorcidos. E por isso o título deste post é sobre a humanidade e não sobre a cegueira. Moral, dignidade, poder, solidariedade, indiferença e intolerância são todos questionados. O filme prega que a humanidade não tolera o diferente, o desconhecido, e imediatamente cria uma quarentena para aqueles que não pertencem a "normalidade". Mesmo quando todos são equalizados pela "doença branca", existe uma necessidade de hierarquizar. Seja o líder da ala, o anarquista, o médico, o que controla a comida, o cego de nascença (que tem o poder da experiência) e o que enxerga (que tem o poder da habilidade).

Existe uma tentativa constante de colocar o espectador na situação dos atores. Por isso, o filme tem uma fotografia estourada no branco que reduz as cores. Em um momento que a única personagem do filme que enxerga entra num ambiente sem eletricidade, o filme também fica no escuro e o espectador precisa apurar seus ouvidos para tentar traduzir o que possa estar acontecendo. E todos ficam satisfeitos quando uma caixa de fósforos é encontrada. É nesse momento apenas que nos damos conta de como somos seres intensamente visuais.

Vejam o filme sem pensar nos atores celebridades, no diretor brasileiro ou na fotografia diferenciada. Reflitam sobre a mensagem de Saramago e o slogan do filme fará sentido: "sua visão do mundo nunca mais será a mesma".

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HUMANITY-NESS
Everybody says that books are better then their adaptations to movies. So, José Saramago's book is awesome, because the movie Blindness is great. The film tells about a disease that makes everybody blind, a white blindness. Then the government puts everybody in quarentine, but the system fails and blind people revert to their primary instincts. Humanity is questioned everytime, not only between the infected, but since the beginning of the movie. Go, watch the movie and reflect about Saramago's message. It can change your lives.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Manet em Pantone

Direto do blog Sobre Design: O designer inglês Tom Fraser Brown e sua equipe reproduziram a obra "Bar at the Folies Bergere" de Édoaurd Manet utilizando cartelas antigas de Pantone! Ele recortou as palhetas para chegar às tonalidade certas.

Para quem não sabe a tabela Pantone é o desejo de todo designer. Em teoria, a idéia do sistema Pantone é escolher as cores desejadas dos guias e então utilizar os números para especificar de que forma é que se vai imprimir em gráfica. Desta forma, o produto final será exatamente o pretendido. Recomenda-se que os Guias Pantone sejam substituídos anualmente. Mas custam 500 reais cada! Então, dá pra imaginar o que/quanto foi fazer esse quadro?

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MANET IN PANTONE
The English designer Tom Fraser Brown and his team made a Manet paint with old Pantone charts! Each Pantone costs R$500. Can you imagine how much did it cost?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Blade Runner

Não vou falar do filme. Ainda no clima das SUPERolimpíadas do post anterior, trago para vocês o homem de seis milhões de dólares... oops... o Blade Runner! E o nome dele é Oscar Pistorius.

Oscar Leonard Carl Pistorius nasceu na cidade de Pretoria, África do Sul, em 22 de novembro de 1986. Devido a uma condição congênita, nasceu sem as duas fíbulas. Com 11 meses de idade os médicos amputaram suas pernas na altura dos joelhos, o que não o impediu de levar uma infância ativa, participando de competições de rúgbi, pólo aquático e tênis na adolescência, usando próteses nas pernas. Descobriu no atletismo sua vocação. Com próteses de fibra de carbono chamadas de "Cheetah" desenvolvidas especialmente para ele pela empresa Ossur, da Islândia, Pistorius ficou conhecido como Blade Runner pelo aspecto de lâminas das suas próteses.

Pistorius teve nos jogos olímpicos de 2004 sua primeira grande participação no esporte, na modalidade paraolímpica. Bateu o recorde mundial nos 400m e também nos 200m. Em janeiro de 2008, no entanto, Pistorius foi proibido de competir em jogos oficiais, incluindo as Olimpíadas, pelos laudos técnicos atestando que suas próteses lhe dão vantagem competitiva em relação a outros corredores portadores de deficiência, aumentando sua passada e fazendo-o correr mais rápido com menor gasto energético. Pistorius prometeu recorrer da decisão e chegou a tentar uma liminar para correr no atletismo "normal". Mesmo assim, suas lâminas foram consideradas vantajosas.

Homem-biônico? Um deficiente melhor do que o homem perfeito? É um vislumbre do futuro.

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BLADE RUNNER
I'm not talking about the movie. I'm talking about the South african athlete Oscar Pistorius, the Blade Runner. He won this nickname because he uses two blades to run. He is not allowed to run in official competitions because the specialists said that his blades give him advantages over the others parathletes AND the normal ones! The bionic man is between us. A vision of the near future.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Superolimpíadas

Hoje foi o último dia dos Jogos Paraolímpicos de Pequim com mais uma cerimônia de encerramento incrível. O comentarista Alberto Bial da SporTV (isso mesmo... irmão do Pedro Bial, mas ele se acha igual ao irmão e passa longe...) acertou pelo menos uma nesses jogos: chamou as Paraolimpíadas de Superolimpíadas. Acertou em cheio.

E o Brasil? Um show a parte. A delegação brasileira bateu seu recorde e trouxe 47 medalhas no total, sendo 16 de ouro e ficando em 9º no ranking geral. O nadador Daniel Dias é o maior recordista brasileiro em medalhas com 4 de ouro, 3 prata e 1 de bronze em apenas uma edição dos jogos, superando as seis de Clodoaldo Silva, em Atenas. O velocista Lucas Prado ganhou 3 ouros: nos 100m, nos 200m e nos 400m! A velocista Teresinha Guilhermina levou uma de cada em suas modalidades.

E nosso TETRAcampeão olímpico no judô? Antonio Tenório, medalha de ouro em Atlanta, Sydney, Atenas e Pequim! Precisa falar mais? Ok... eu falo... o Brasil nunca teve representantes na bocha olímpica. Sabe o que aconteceu então? OURO! Medalhas de ouro no individual e nas duplas e mais um bronze no individual! E o futebol? OURO no futebol de cinco!

Foram muitas outras medalhas. Muitos outros super-homens e super-mulheres. Notem que não falei das deficiências ou das categorias de cada atleta aqui citado. Para mim, isso não importa. Para mim, eles são atletas que superaram seus limites e deram uma lição ENORME ao mundo.

Parabéns é pouco para todos os atletas SUPERolímpicos.