sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Feriadão cultural!

Feriado ensolarado, excelente para curtir o sol na praia e muito bom pra ver exposições (a cidade está vazia e não ficam lotadas)! Eu fiz o circuito CCBB-Correios-MAM, ou seja, vi as exposições de Regina Silveira, Margareth Mee e Carlos Vergara... sensacional, não? Ah... e só paguei quatro reais por isso tudo porque no MAM a exposição é paga, mas eu pago meia!

Comentários? Vamos lá:

REGINA SILVEIRA: A exposição "Linha de sombra" mostra que a artista é poderosa. Ela consegue até mandar fechar a linda clarabóia do local para uma de suas instalações. E que instalações... a capacidade de rever a interação entre a luz e o objeto em sombras projetadas e transformadoras da nossa percepção é incrível. In absentia é demais! Rastros também é ótimo! Uma aula monocromática de formas! Professores de Artes, visitem! Fica até 3 de janeiro de 2010.

MARGARETH MEE: A capacidade técnica dessa mulher chega a doer! Seus desenhos são absolutamente perfeitos! Cheguei a cometer a heresia de pensar: "Seus desenhos são mais lindos que a realidade"! E - pasmem - tudo em aquarela!!! Gente... quem já trabalhou com aquarela sabe que não é nada simples conseguir dominar essa técnica. Ver alguns de seus trabalhos inacabados é mais incrível ainda! Em um vídeo, ela fala que ficou semanas aguardando o abrir de uma flor noturna para poder desenhá-la. Ao descrever esse momento, percebemos que a paixão no ofício faz uma diferença tremenda. Parabéns pela homenagem ao seu centenário! Até 20 de dezembro.

CARLOS VERGARA: Muito interessante ver os caminhos gráficos que Vergara tomou ao longo de sua obra na exposição "A dimensão gráfica: Uma outra energia silenciosa". Seu trabalho com impressão holográfica é realmente de ficar admirando por horas a fio (já valeu o ingresso!). Por coincidência, havia visto uma entrevista com ele durante esta semana, onde explicava algumas de suas obras, e achei muito legal a idéia dos "santos sudários" dele. Ele dizia que alguns locais já continham em si a obra de arte e só era necessária tirá-la de lá e expô-la (como Duchamp fez com o mictório - exemplo usado por ele). Então, ele utilizei grandes tecidos e criou incríveis monotipias. Alguns de seus belos estudos me lembraram trabalhos os estudos de cor que fiz nas aulas do Amador Pérez (salve, mestre!). Até 14 de março de 2010.

Muito bom... e pra finalizar, botei meu lado cinéfilo em ação e lancei mão de um clássico de 1935! Resolvi encarar um filme em preto e branco: o original d'Os últimos dias de Pompéia! É necessário se despir dos conceitos tecnológicos atuais pra tentar entrar na atmosfera do filme, sempre lembrando do contexto cronológico dele. Válido!

Que venham mais dias como esse!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Às inutilidades!

Do poeta Fabrício Carpinejar:
Quem ama conserva as inutilidades.
Perfeito!

Pra começar bem a semana...


Esse vídeo é pra quem ainda não ME entendeu ou fica me oferecendo cafezinho... eu hein...

domingo, 15 de novembro de 2009

A culpa do nada

Aproveitei o sol de hoje pela manhã para dar uma corridinha na Praia do Flamengo. De repente, fiquei pensando no porquê não fico mais parado tomando sol. Conclusão: porque acho perda de tempo... É... eu prefiro correr, andar, sentir que estou fazendo alguma coisa. Parar e ficar tomando sol me faz sentir uma culpa de que eu poderia estar usando aquele tempo para fazer uma das milhares de coisas que sempre tenho pra fazer e depois fico reclamando que não tenho tempo. Mas se eu estou correndo, eu tenho uma "desculpa" para não usar aquele tempo para realizar os infinitos afazeres que surgem na minha mente. Pra ficar sentado na praia, eu preciso ler um livro, uma revista ou até mesmo fazer a unha só pra ter a tal "desculpa".

Aí me dei conta de que esse problema não é só meu. Não fazer nada é muito ruim hoje em dia. Almoçar é ruim, ir ao banheiro, tomar banho, até dormir é ruim. É tudo perda de tempo. Vejam quantas pessoas deixam de almoçar porque estão fazendo alguma coisa imprescindível que o chefe pediu. Quantas vezes você já ouviu: "Dormir pra quê? Quando morrer, eu durmo de vez".

E férias? Quantas vezes vocês já ouviram falar que precisam de férias das férias? Viajar não é pra descansar. É pra fazer tudo que você não faz normalmente... sem parar! Se forem férias turísticas, é preciso conhecer tudo no menor tempo possível... até a exaustão! E dizemos que as férias foram para "descansar a mente" como desculpa para nosso cansaço físico.

Em conversas com professores sobre a confusão do ano letivo de 2009 que teve gripe suína e confusões no Enem, todos reclamam que não tiveram e não tem tempo para concluir suas propostas porque tudo está muito rápido. E a conclusão sempre parece ser que a culpada é a tecnologia. Foi ela que fez nossa vida ficar conectada com os fusos horários de outros continentes e, assim, nosso dia passou a ter horas infinitas. E, como a tecnologia pretende fazer tudo mais rápido, os resultados humanos precisam ser tão rápidos (ou mais) quanto às máquinas.

Os designer sabem bem o que é isso. Tendo a tecnologia como ferramenta, sempre recebemos ordens do tipo "faz um cartaz rapidinho aí". Para aqueles que trabalham com web então... muito pior! A web não pára! E tem mais... e quando nós conseguimos ser mais rápidos que a máquina? Quando ela demora a processar nossos arquivo pesados e somos culpados por isso? E quando a impressora não imprime nosso trabalho pronto porque o arquivo ainda está passando pelo cache? Mas a culpa é da tecnologia? Se ela é uma ferramenta, a culpa é nossa. É a forma como nós a usamos e nos tornamos dependentes dela.

Por causa disso, sabem o que eu fiz na tarde de domingo? NADA! Claro que não deu pra ficar a tarde toda de bobeira, né? Mas acho que vou começar a valorizar mais o meu tempo livre. O meu tempo de não fazer nada.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Foi brecauti, seu Benjamin!!

APAGOU GERAL! Nem vou dar detalhes jornalísticos do assunto porque isso vai ser o assunto da semana e vai até aparecer nas retrospectivas de fim de ano. Mas alguém se deu conta por alguns instantes do que é nossa sociedade sem energia elétrica?

Sem metrô.
Sem aviões.
Sem trens.
Sem bondes.
Sem sinal de trânsito.
Tunéis escuros.
Becos no breu.
Sem cartão de crédito.
Sem cartão de débito.
Sem música amplificada.
iPod sem carga.
Sem computador.
Sem internet.
Sem TV.
Sem DVD.
Sem VHS.
Celulares em pane.
Sem luz...
E por aí vai!

Depender de pilhas ia ser brabo. E as recarregáveis não serviriam. E vocês já se deram conta que era exatamente assim antes do Seu Benjamin Franklin soltar pipa na tempestade? Sinistro.

(litogravura sobre o experimento de Benjamin Franklin)