sábado, 25 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte II

Depois de uma noite tranquila de sono (muito necessária), comecei o dia mais cansativo e lindo da viagem: o Ilha Tour. Esse é o programa fundamental da ilha e deve ser a primeira coisa a ser feita em Noronha, porque você conhece as principais praias e pontos turísticos do Mar de Dentro e fica sabendo onde voltar depois. Leva o dia inteiro (8h às 18h) e o almoço é incluso. Mas sugiro um café da manhã reforçado, mas não pesado. Evite leites e gorduras, porque você vai chacoalhar bastante no carro.
DICA 2: Vá de tênis! No máximo, uma daquelas sandálias de trekking. E utilize meia também, mas saiba que esse meia que você usar será jogada no lixo após o passeio. Escolha uma meia que não seja branca e você terá alguma chance de salvá-la no fim.
Meu guia era o engraçadíssimo Bodinho (Eliélson), cheio de frases de efeito! Aliás... todos os guias na ilha se apresentam com o nome e logo depois o apelido. O primeiro passo do grupo foi alugar equipamentos de mergulho no Lula. Achei bem baratinho, viu? E ainda tinha um lugar do lado que vendia água por $1,50, enquanto, toda ilha vende a $3,50 ou mais! (Pra quem for: é na rua da Xica da Silva)

PRIMEIRA PARADA: PRAIA DO SANCHO
O grupo chega de carro num mirante que separa as trilhas para a Baía do Sancho e para o Mirante dos Golfinhos. O caminho para o Sancho é através de uma fenda em uma pedra! Loucura! Mas, antes dessa aventura, Bodinho nos leva ao que ele chama de "Mirante Aiquelindu", porque todo mundo chega lá é diz "Ai que lindo"! E é realmente um espetáculo! Talvez por ser a primeira visão que temos das águas azuis e cristalinas de Noronha com os Morros Dois Irmãos em destaque!

A praia é realmente linda com suas escarpas, mas a vegetação fica muita seca nesta época do ano, dando ares de caatinga. É considerada uma das 10 praias mais lindas do mundo, mas talvez seja no inverno quando três cachoeiras se formam e chegam ao mar. Aí sim deve ser de matar! Me lembre muito de Santorini... ai ai...

Na saída, parecia que a terra estava parindo gente! Bodinho ficava brincando, dizendo que a fenda fechava de 5 em 5 minutos pra ver se a galera acelerava o passo

Preciso dizer que foi aqui que conheci a Mabuya, que são os pequeninos lagartos que infestam Noronha. Infestam MESMO! Pra onde você olha, tem mabuya! Aparentemente são dóceis e espantáveis, mas não deixe doces e comidas à vista, porque eles são capazes até de entrar em bolsas para comer e sair sorrateiramente. Também somos apresentados a inúmeras espécies de aves, como o Atobá, a Viuvinha, o Rabo-de-Junco e a Fragata.

DICA 3: Besunte-se de protetor solar. Ao sair de um delicioso mergulho salgado, besunte-se novamente. E leve chapéu! De preferência, um boné, porque ele pode ser virado para trás e sua nuca fica protegida. Vi gente utilizando um toalhinha presa no chapéu para proteger a nuca.

SEGUNDA PARADA: CACIMBA DO PADRE E BAÍA DOS PORCOS
Ainda em êxtase pelo Sancho, somos levados de carro a Praia da Cacimba do Padre - que tem esse por causa de um fosso de água no caminho para a praia. É lá onde ocorrem os campeonatos mundiais de surfe e a Globo anda fazendo um reality show esportivo. Acho que é a maior extensão de praia pois ela se conecta as Praias da Quixabinha e do Bode sem muita dificuldade. É também a única praia onde se vê cadeiras e guarda-sóis na areia... e mesmo assim, só três, colocados pelos dois restaurantes que ficam lá. Se a maré estiver baixa você pode se aproximar bastante de um dos Morros Dois Irmãos.

Sinceramente a Cacimba é só uma praia... porque, ao lado, fica a incrível Baía dos Porcos. Esse nome é por causa de alguma coisa relacionada a EUA e Cuba que não me lembro, até porque não tem nenhum porco e a limpeza da água é protegida por leis ambientais. Não se pode mergulhar nas piscinas naturais, só aproveitar o mar que traz a fauna marinha pra bem perto da gente.

Aqui, eu já comecei a ficar enebriado por Noronha. A Baía dos Porcos é de uma beleza ímpar e ela ainda reservou um mistério pra mim alguns dias depois... Almoçamos um charéu (peixe) na folha de bananeira, que deve ser um prato típico da ilha. Dá pra dividir pra duas pessoas e o preço fica razoável.

TERCEIRA PARADA: BOLDRÓ
Essa foi uma parada rápida, pois só eu não conhecia ainda a bela Praia do Boldró. Boa extensão de areia e um pouco de vegetação ainda viva faziam essa praia ter um ar tão aconchegante que eu voltei depois. Adorei os coqueiros sombreando e um riozinho de água potável que desembocava do mar salgado.


QUARTA PARADA: BURACO DA RAQUEL
Em seguida fomos ao Buraco da Raquel, que é um buraco numa pedra vulcânica que possui inúmeras lendas sobre uma tal Raquel - poderia ser tanto uma residente autista que só se acalmava por lá, ou a filha safadinha de um militar que ia pra lá "namorar". O lugar é bem bonito e do mirante é possível ver a Pedra do Porta-Aviões, a Enseada das Caieras e o Alagado dos Tubarões.

Nesse mirante também fica o Museu dos Tubarões, onde somos informados sobre essas criaturinhas violentas e comemos o famoso tubalhau (bolinho de tubarão ao invés de bacalhau que tem gosto de bacalhau mesmo, ou seja, se botaram bacalhau no meu, eu comi achando que era tubarão).


QUINTA PARADA: PONTA DA AIR FRANCE
O nome Air France não tem nada a ver com o recente acidente aéreo na região. O local serviu de base aérea para esta companhia estrangeira nos anos 1920. Numa das três construções da época que restaram, fica instalada atualmente a Associação de Artesãos de Fernando de Noronha, onde também funciona um curso de educação artística para crianças da Ilha.

Essa é a ponta superior da Ilha, onde podemos ver pela primeira vez o encontro do Mar de Dentro com o Mar de Fora - que, na verdade, é o mesmo Oceano Atlântico, mas tem o lado da Ilha voltado para o Brasil (dentro) e o lado voltado para a África (fora). É também onde somos apresentados a algumas ilhas secundárias: Viuvinha, Rasa e Sela Gineta.

Antes do Air France, ainda conhecemos a pequenina Capela de São Pedro dos Pescadores.

SEXTA PARADA: BAÍA DO SUESTE
Fomos, então, para nossa primeira praia do Mar de Fora: a incrível Praia do Sueste, onde podíamos fazer snorkeling! Eu nunca tinha feito, mas peguei minha máscara, meu respirador, meu colete e minhas nadadeiras para não perder nada! E minha primeira vez foi incrível (ui!)! Nadei com tartarugas, fugi de tubarão, passei no meio de cardumes... nada mais a declarar!

SÉTIMA PARADA: PRAIA DO LEÃO
Essa também foi bem rápida, porque ficamos apenas no mirante. A Praia do Leão tem esse nome por causa de uma pedra em sua enseada que deveria parecer um leão marinho, mas Bodinho achava mais parecido com um hipopótamo e eu fiquei achando que parecia um cachorro. Mas não importa, o sol já estava descendo e a vista ficando incrível!


OITAVA PARADA: MIRANTE DO FORTINHO DO BOLDRÓ
Pra finalizar, que tal um pôr-do-sol no Mirante do Fortinho do Boldró? Bodinho disse que seria um "eclipse nuvial" porque estava meio nublado. Mas eu não podia pedir mais nada! Me lembrei novamente de Santorini, da curtição de ver o sol se pondo no Mediterrâneo... ai ai... E foi aqui que todo o êxtase pelas belezas que eu tinha visto resultou na maior viagem ácida sem ácido que eu já tive:
Não é o sol que está se pondo, é a terra que está girando.

Não viajei? Foi pior do que as nuvens do post anterior, não? Pois é... isso tudo deu uma mexida nas minhas perspectivas a partir dessa viagem. Agora eu digo que minha vida é AN e DN - antes e depois de Noronha. E olha que esse ainda foi o segundo dia de viagem...

Natal do século XXI

Nem o nascimento de Jesus escapa...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte I


Voltei... infelizmente, mas voltei! Na verdade, corpo e mente voltaram, mas o espírito ficou. Pode parecer literal demais, mas viajei nessa viagem! Vou fazer um dossiê diário por aqui com dicas e acontecimentos dessa minha experiência única.

Comece ouvindo O Sol, do Jota Quest, porque pra onde tenha sol, é pra lá que você vai sem dor ou medo! Deixe tocando enquanto você lê:


Minha "viagem" começou no vôo mesmo. Comecei a curtir os céus pela janelinha do avião e me deparei com a loucura que são as nuvens. Você já parou para prestar atenção nas nuvens? Num conjuntinho de fumacinha que anda pra todos os lados na direção do vento, mudando constantemente de forma? Passei toda a viagem reparando nisso...
DICA 1: Se puder escolher os assentos de seu vôo para Noronha, escolha do lado esquerdo do avião, pois a rota aérea mostra toda a ilha desse lado! No caso da Gol, a poltrona A é da janela esquerda!
O pequeno aeroporto estava em obras, mas - ainda bem - foi tudo bem rápido mesmo com a quantidade gigante de papel que tem que apresentar (taxas ambientais, comprovante de hospedagem etc etc etc...). O transfer me levou para o hotel e já se via o Morro do Pico, que é avistado de praticamente todo ponto da ilha. E aí eu pergunto: "Morro do Pico"... todo morro não tem um pico? Qual o sentido desse nome? Esqueci de perguntar, mas acho que não teria explicação, não... a não ser... que seja uma explicação erótica...

No Hotel Dolphin, fui SUPER-ULTRA-HIPER-VULCAN-MEGA-POWER bem recebido! Recomendo a todos que forem para lá! Obrigado Selma, Bárbara, Aline, Rildo (Tubarão), Eneida, Gardênia, César, Fabio e todos os outros que trabalham no hotel. Fiquei num quarto ótimo bem reservado e com vista para o Morro do Pico, é claro.


Me instalei rapidamente e já fui pra rua reconhecer o terreno. Para um lado, tinha Praia da Conceição, Projeto Tamar e Praia do Boldró. Para o outro, o Centro Histórico da ilha que foi minha opção. No caminho, dou de cara com a frase "Pernambuco com Design" em uma parede, o que me fez procurá-lo por todos os lados...


E que tal o bar Ousadia que botou uma "perigosa" ponte para você chegar até ele?


Bom... o Centro Histórico fica na Vila dos Remédios. Lá conheci o Palácio São Miguel, a Igreja Nossa Senhora dos Remédios e o Reduto de Sant'anna. Passei também pelo famoso Bar do Cachorro (onde tem o forró - que não fui porque optei por uma viagem diurna e não noturna), que possui um mirante para a Praia do Cachorro e a Praia do Meio. Voltando já no fim da tarde, lanchei uma tapioca numa lanchonete simpática chamada Empório São Miguel. Achei a marca tão bem feitinha que fotografei e achei que Noronha iria reforçar a idéia do "Pernambuco com Design".


Voltei ao hotel para terminar de me instalar e organizar meus próximos dias com passeios e afins. Jantei no bom restaurante Acqua Marine do hotel, onde comecei minha "dieta mediterrânea": só comi peixe (e camarão!) no paraíso.

No primeiro dia, ainda não é possível se desconcetar do mundo real/virtual. Mesmo sem computador e com o celular desligado, fiquei pensando na hora, nos e-mails, nos malditos spams, no Facebook e por aí vai. Mas é claro que isso mudou ao longo dos dias que contarei por aqui.

PS.: Nunca consumi psicotrópicos na minha vida. Viajei MESMO!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Já volto...

Um ano pra se entender o que é design

Em 2011, tenha um calendário que te explique o que é design. Iria facilitar muito a minha vida se todos entendessem...


Esse foi criado pelo designer francês Fabien Barral, que mantém o site Graphic-Exchange, um espaço de inspiração.