quarta-feira, 30 de março de 2011

Uma década de design...


Hoje completo exatos 10 anos de formado na Escola Superior de Desenho Industrial: a ESDI. Fiz parte da excelente 33ª turma, que, em um inspirador boulevard cinza, se formou no dia 30 de março de 2001 com:
Em 5 anos, ainda tivemos a presença marcante de Bruno Sérgio, Martha, Gustavo, Mário, Dimitri, Luciano, Cachaça, Eneida, Bruno Schneider, Patrícia Robert, Sérgio, Dani e Yana, entre outros. Fora os bebês, né, Ana Beatriz?

Trote: Todos fantasiados como super-heróis para pedir dinheiro. Um dos grandes momentos da turma que nos uniu logo de cara.

Eu me coloquei por último na lista porque fui realmente o "E" no vestibular. Explicando: em 1995, só entravam 35 alunos na ESDI. Eu fiquei em 49º e imaginei que seria impossível 14 pessoas largarem a "melhor faculdade de design do país". Cheguei a me inscrever em desenho industrial na UFRJ, quando saiu a primeira reclassificação e entraram outros 11. Aí eu tive certeza que 3 desses 11 jamais perderiam essa oportunidade. Adivinha o que aconteceu na segunda reclassificação? Exatos 3 saíram!!! Entrou Fulano, Siclano... E eu!!! Nem lembro quem eram os outros dois de tão feliz que estava! Cancelei minha matrícula na UFRJ (para dar oportunidades a outros, assim como eu ganhei) e fui viver a minha história de amor e ódio na Rua Evaristo da Veiga 95, Lapa.

Alguns trabalhos meus nos anos de ESDI.

Também fazem parte desta história: Roberto Eppinghaus, Amador Pérez, João Leite, João Lutz, Frank Barral, Wandyr Hagge, Jorge Lúcio, Noni Geiger, Elianne Jobim, Arísio Rabin, Guilherme Cunha Lima, Gabriel Patrocínio, Rodolfo Capeto, Freddy Van Camp, Silvia Steinberg, Geraldo (de artes), Valéria (de matemática), Arruda (de física), Claudia Mourthé, Rafael Cardoso, Portugal, Mestre Guto, Mestre Ivo, Silvana, Riper, João Bezerra, Roberto Verschleisser, Gil, Átila e muitos outros professores que nos viciaram, traumatizaram e marcaram à ferro e fogo o design nas nossas vidas.

Tenho orgulho de ter estudado na ESDI. Tanto orgulho que fiz o meu Mestrado em Design lá. Faço críticas sempre, mas there's no place like home...

terça-feira, 29 de março de 2011

Faces tipográficas

Raúl García del Pomar e Ismael Gonzalez do estúdio espanhol Atipo resolveram homenagear a tipografia com um ensaio fotográfico onde a maquiagem faz a diferença. Resultado: cartazes belíssimos para Caslon Italic, Clarendon Bold, Helvetica Bold e Carousel Medium.


E sem Photoshop, hein?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vamos flanar!

Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. (...) É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência. Nada como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur ter sempre na mente dez mil coisas necessárias, imprescindíveis, que podem ficar eternamente adiadas.'' (A rua, de João do Rio)
Flanêur é uma palavra do francês que pode ser traduzida como ''flanador'' e usada para se referir a homens com um certo comportamento peculiar, descritos pelo poeta Charles Baudelaire como "aquele que andam pela cidade experimentando-a".

Flanar seria, então, vagar pelas ruas não simplesmente caminhando, é andar observando tudo à volta. É reparar em detalhes que para outros cidadão passam despercebidos. É valorizar objetos, lugares, pessoas que o observador comum já não repara, por fazerem parte de uma rotina.

O flanêur é simplesmente uma pessoa que vê o mundo com olhos diferentes da maioria da população, a sua visão é com riqueza de detalhes, e detalhes nas coisas mais simples. Isso não é uma descrição de como todo designer deveria ser? E se depender das palavras de Charles Bezerra (no livro O desiger humilde) somos todos designers, então... VAMOS FLANAR!

terça-feira, 22 de março de 2011

Coca-cola de ouro e prata

Uma das coisas que acho legal na Coca-Cola enquanto marca é sua capacidade de manter suas tradicionais cores e formas sem deixar de inovar.


Dessa vez, a marca está lançando duas garrafas inspiradas no Daft Punk: um dourada e outra prateada como os capacetes do duo de DJs franceses. A Daft Coke será vendida a partir de março somente em casas noturnas francesas com direito a uma exclusiva caixa para os colecionadores da Club Coke.

sábado, 19 de março de 2011

O designer humilde

Esse é o título do livro de Charles Bezerra, designer pernambucano com phD no IIT, de texto fácil e bem curto, que deveria ser uma introdução em TODOS os cursos de design, comunicação e engenharia. Na verdade, deveria ser lido por todo mundo, já que ele faz questão de afirmar que todos somos designers (e me convenceu disso).

Charles quer nos acordar para a necessidade urgente de uma visão ética e lógica no que fazemos hoje. Com isso, ele faz um discurso presente e atual; não uma precognição futurista que parece nos afastar das conseqüências. Ele explica suscintamente nossa função e nos responsabiliza a mudar. Não só o mundo, mas a nós mesmos.

Ele apresenta algumas idéias do filósofo Karl Popper (que preciso conhecer melhor) e percebi algumas convergências com a ecosofia de Félix Guattari, que estudei no meu mestrado. Ambos parecem querer que nós alcancemos uma consciência maior de nossa existência no planeta e na sociedade para nos tornarmos indivíduos mais humildes.

Acho que não sou um designer humilde. Ainda.

terça-feira, 15 de março de 2011

Japão em cartaz


É... o Japão está em cartaz... e não só por causa do drama que o país insular está passando com tremores ininterruptos e uma ameaça severa de um remake de Chernobyl. Por toda a internet, surgem cartazes de ajuda ao arquipélago. Vejam como é possível dar inúmeras caras a um simples círculo vermelho:


Legal, né? E esse último segue a linha do que ando fazendo:


Gostei bastante!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Japããããão

JAPÃÃÃÃÃO

Após anos sendo zoado por suas proporções diminutas, o Japão resolveu botar til em tudo. É terremoto de grande magnitude, tsunamis, explosões nucleares... Começo até a enxergar as bandeiras deles de duas novas formas:



Torço pelo bem de todos e para um repensar geral da humanidade com relação a sua posição nesse mundo, porque me parece que isso é só o começo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Peru tá com tudo em cima!

Guardadas as devidas piadinhas infames com o título, o Peru (país) apresentou ontem sua nova marca-país, evocando as famosas Linhas de Nazca.




Tem tipografia própria! É 2D (podendo virar "3D-escultura"...)! É monocromática (podendo absorver qualquer cor, até mesmo um "degradé-multicor")! É EXCELENTE!!! INCRÍVEL!!!

E você lembra da marca antiga? Entra neste post que escrevi há um tempo atrás e veja as marcas-países e aproveite para chorar (e muito!) com a "ameba" do Brasil...

Oceano PACÍFICO?


Terremotos, tsunamis, vulcões e furacões... esse é o Oceano -dito- Pacífico. As imagens em tempo real da tsunami são assustadoras! Força aos japoneses!!!

COMUNIDADE

COMUNIDADE

quinta-feira, 10 de março de 2011

A voz real

Fechei meu carnaval com uma chave real: fui ver O Discurso do Rei (The king's speech, 2010). Apesar de ter saído impactado do Cisne Negro, não tinha como tirar o Oscar desse filme. É muito bom!

Na trama, vemos o príncipe Albert, segundo na linha de sucessão ao trono, com sua gagueira e pavor de falar em público - uma condição obviamente terrível para uma pessoa pública que tem papel de liderança e inspiração para uma nação. Passamos por períodos importantes da história mundial e vemos a ascensão de Albert ao trono inglês com grande ajuda do "terapeuta da fala" Lionel Logue. Vemos a força da família real e a amizade formada entre esses dois homens.


O Oscar de melhor ator para Colin Firth foi certeiro também. A agonia da gagueira atravessa a telona num mar de pena e ansiedade. Sua elegância e postura já deveriam ter sido premiadas no ano anterior. Agora... como assim Geoffrey Rush não ganhou TODOS os prêmios??? Eu não vi O Vencedor (The Fighter, 2010), que tinha Christian Bale levando todos os prêmios na categoria Ator Coadjuvante. Então, fica difícil opinar, mas imagino que o trabalho dele esteja sublime, porque Geoffrey beira a perfeição! Ele aparece e rouba TODAS as cenas! Seu persongaem é muito bem construído e o ator dá um credibilidade e um força indescritíveis! Ele começa a entrar no meu hall pessoal que só tem Meryl Streep.


Outro Oscar que o filme levou foi para Roteiro Original e esse eu louvo. Uma das coisas que não saía da minha cabeça ao final do filme é como uma passagem importante da história mundial tem tantos detalhes e meandros interessantes que podem gerar histórias interessantíssimas! Inclusive, o "rei" Colin Firth fala algo desse gênero no filme, quando cita que as pessoas esquecem que a realeza também é humana, mas ninguém se interessa muito pelas histórias deles. O carinho que vemos dentro da família real (protagonizado por Helena Bohan Carter num papel "normal" e suas filhas) também é surpreendente quando estamos acostumados com a frieza inglesa (que também aparece na morte do Rei George V).


Espero que essas histórias abram novos caminhos no cinema.

sábado, 5 de março de 2011

A festa vai começar!



Já pintou verão
Calor no coração
A festa vai começar
Salvador se agita
Numa só alegria
Eternos Dodô e Osmar

Na avenida Sete
Da paz eu sou tiete
Na barra o Farol a brilhar
Carnaval na Bahia
Oitava maravilha
Nunca irei te deixar, meu amor
Eu vou
Atrás do trio elétrico vou
Dançar ao negro toque do agogô
Curtindo minha baianidade nagô

Eu queria
Que essa fantasia fosse eterna
Quem sabe um dia
A Paz vence a guerra
E viver será só festejar

(Baianidade Nagô, da Banda Beijo)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Arte brasileira do século XIX ao XXI

Estou atarefado e não pude comentar sobre meu passeio no final de semana ao Museu Nacional de Belas Artes e à exposição coletiva A Cara do Rio, no Centro Cultural dos Correios. Então aqui vai...

MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES
Você já foi? Sim? Vá de novo! Ainda não? Tira a bunda da cadeira e vá! Fechada para obras de reforma desde 2008, a Galeria de Arte Brasileira do Século XIX está incrível! Restaurações excelentes! Tem quadro parecendo que acabou de ser pintado! A museografia está muito bem feita com uma cronologia que faz a gente ver uma evolução de nossa arte. Os destaques acabam sempre ficando para os gigantescos quadros de Pedro Américo, a Batalha de Avaí e a Batalha dos Guararapes, mas as obras de Victor Meirelles são deslumbrantes (como A primeira missa do Brasil)! O próprio Pedro Américo tem outros obras incríveis!


E o MNBA ainda tem um circuito com arte brasileira do séc. XX com Di Cavalcanti, Portinari, Anita, Tarsila, Guignard, Goeldi, Chagall e muito muito mais! E fecha com um circuito do séc. XXI onde vemos o que a arte brasileira anda produzindo.

Fora isso, temos as galerias com réplicas de esculturas gregas e com esculturas estrangeiras, e as exposições temporárias Gullar 8&80 (sobre Ferreira Gullar), Mapa da Mina (de Alex Flemming) e Nidus Vítreo - Diário de Cheiros (de Josely Carvalho. Programão!


A CARA DO RIO
No último sábado, foi a abertura da exposição A Cara do Rio - da minha janela, no Centro Cultural dos Correios, evento que faz parte da oitava edição do projeto “A Cara do Rio”, que anualmente homenageia a cidade com alguma atividade artística. A mostra reúne 110 obras - entre fotografias, pinturas ou esculturas - que retratam paisagens cariocas vistas através de janelas, com curadoria de Marcelo Frazão. Katia Politzer, professora e coordenadora da escola onde trabalho, está com a bela obra em vidro Tatuagem exposta. A diversidade é muito interessante e vale a pena. A exposição é gratuita e fica aberta até 3 de abril.