Matando a sede, de Elza O. S. |
O termo naïf é empregado para essa arte chamada de ingênua ou primitiva, mas existe uma liberdade de estilos, academicismos, técnicas e temas que mostram uma modernidade evidente e renegada. Tendo registros de seu auge na época do impressionismo, a arte naïf teria forças para ser tão revolucionária quanto o Cubismo de Picasso, se seu objetivo não fosse tão simples. Os pintores naïf (como Henri Rousseau) não queriam romper com tradições ou fazer algum manifesto vanguardista e sim aprofundar suas obras na simplicidade do cotidiano usando bem as cores.
Inaugurado em 1995, o Museu Internacional de Arte Naïf (Mian) é o maior e um dos mais completos dessa arte no mundo e fica no Cosme Vellho, ao lado da subida do Cristo Redentor. Detalhe: é o único museu internacional de alguma coisa que existe no Brasil! E mesmo com todas essas credenciais, o museu fechou em 2007 por falta de conservação e infra-estrutura. Sorte a nossa que ele reabriu!
E está ótimo! Obras belíssimas em um trabalho curatorial e museográfico melhor que muitos museus por aí. O acervo conta com mais de 6 mil obras de artistas de todos os estados brasileiros - com destaque para a história do Brasil de Aparecida Azedo e o Rio de Janeiro de Lia Mittarakis, as duas maiores telas naïf do mundo! - e de mais de 100 países (tem um trabalho africano impressionante), do século XV aos dias de hoje.
Rio de Janeiro, gosto de você, gosto dessa gente feliz (1984-88), de Lia Mittarakis |
Escolas, agrupem-se! Vale a visita! E ainda tem uma exposição temporária de Molas do Panamá (tecidos folclóricos com bordado aplicado) bem legal.