São Jorge. Óleo sobre tela. 1911. |
Ok... Kandinsky tem obras na exposição, mas elas se perdem em meio a peças russas e xamânicas que mais parecem ocupar espaço vazio do que ter algum significado real dentro do Simbolismo. Em certo momento fiquei achando que a exposição tinha ido para um lado psicodélico/espiritual com citações de fadas etc. Com isso outras obras (de outros artistas) saltam aos olhos, como um pequeno porém impressionante pôr-do-sol, uma gigantesca paisagem e até mesmo um quadro sobre um reino submarino.
Para mim, se eram poucas as obras de Kandinsky que poderiam fazer parte, a exposição deveria ter sido menor e mais concentrada. Sua incrível técnica colorista que atinge gradientes e misturas únicas fica reduzida entre tantos. Sua importância na Bauhaus e no design nem é citada. Sua contribuição direta no abstracionismo geométrico parece ter se escondido atrás de uma obra (nada geométrica porém não menos incrível) do papa do Suprematismo russo, Kasimir Malevich. O elo de ligação com Shönberg se torna uma pérola no meio disso, coroada com a proximidade do quadro No branco.
Óleo sobre tela. 1920. Museu Estatal Russo. |
As exposições no CCBB são sempre incríveis e cada vez mais ganham destaque no cenário nacional e internacional. Por isso, acho que essa ficou aquém do merecido/esperado (ainda mais depois de 1 hora de espera na fila...).
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