sexta-feira, 11 de março de 2011

COMUNIDADE

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quinta-feira, 10 de março de 2011

A voz real

Fechei meu carnaval com uma chave real: fui ver O Discurso do Rei (The king's speech, 2010). Apesar de ter saído impactado do Cisne Negro, não tinha como tirar o Oscar desse filme. É muito bom!

Na trama, vemos o príncipe Albert, segundo na linha de sucessão ao trono, com sua gagueira e pavor de falar em público - uma condição obviamente terrível para uma pessoa pública que tem papel de liderança e inspiração para uma nação. Passamos por períodos importantes da história mundial e vemos a ascensão de Albert ao trono inglês com grande ajuda do "terapeuta da fala" Lionel Logue. Vemos a força da família real e a amizade formada entre esses dois homens.


O Oscar de melhor ator para Colin Firth foi certeiro também. A agonia da gagueira atravessa a telona num mar de pena e ansiedade. Sua elegância e postura já deveriam ter sido premiadas no ano anterior. Agora... como assim Geoffrey Rush não ganhou TODOS os prêmios??? Eu não vi O Vencedor (The Fighter, 2010), que tinha Christian Bale levando todos os prêmios na categoria Ator Coadjuvante. Então, fica difícil opinar, mas imagino que o trabalho dele esteja sublime, porque Geoffrey beira a perfeição! Ele aparece e rouba TODAS as cenas! Seu persongaem é muito bem construído e o ator dá um credibilidade e um força indescritíveis! Ele começa a entrar no meu hall pessoal que só tem Meryl Streep.


Outro Oscar que o filme levou foi para Roteiro Original e esse eu louvo. Uma das coisas que não saía da minha cabeça ao final do filme é como uma passagem importante da história mundial tem tantos detalhes e meandros interessantes que podem gerar histórias interessantíssimas! Inclusive, o "rei" Colin Firth fala algo desse gênero no filme, quando cita que as pessoas esquecem que a realeza também é humana, mas ninguém se interessa muito pelas histórias deles. O carinho que vemos dentro da família real (protagonizado por Helena Bohan Carter num papel "normal" e suas filhas) também é surpreendente quando estamos acostumados com a frieza inglesa (que também aparece na morte do Rei George V).


Espero que essas histórias abram novos caminhos no cinema.

sábado, 5 de março de 2011

A festa vai começar!



Já pintou verão
Calor no coração
A festa vai começar
Salvador se agita
Numa só alegria
Eternos Dodô e Osmar

Na avenida Sete
Da paz eu sou tiete
Na barra o Farol a brilhar
Carnaval na Bahia
Oitava maravilha
Nunca irei te deixar, meu amor
Eu vou
Atrás do trio elétrico vou
Dançar ao negro toque do agogô
Curtindo minha baianidade nagô

Eu queria
Que essa fantasia fosse eterna
Quem sabe um dia
A Paz vence a guerra
E viver será só festejar

(Baianidade Nagô, da Banda Beijo)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Arte brasileira do século XIX ao XXI

Estou atarefado e não pude comentar sobre meu passeio no final de semana ao Museu Nacional de Belas Artes e à exposição coletiva A Cara do Rio, no Centro Cultural dos Correios. Então aqui vai...

MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES
Você já foi? Sim? Vá de novo! Ainda não? Tira a bunda da cadeira e vá! Fechada para obras de reforma desde 2008, a Galeria de Arte Brasileira do Século XIX está incrível! Restaurações excelentes! Tem quadro parecendo que acabou de ser pintado! A museografia está muito bem feita com uma cronologia que faz a gente ver uma evolução de nossa arte. Os destaques acabam sempre ficando para os gigantescos quadros de Pedro Américo, a Batalha de Avaí e a Batalha dos Guararapes, mas as obras de Victor Meirelles são deslumbrantes (como A primeira missa do Brasil)! O próprio Pedro Américo tem outros obras incríveis!


E o MNBA ainda tem um circuito com arte brasileira do séc. XX com Di Cavalcanti, Portinari, Anita, Tarsila, Guignard, Goeldi, Chagall e muito muito mais! E fecha com um circuito do séc. XXI onde vemos o que a arte brasileira anda produzindo.

Fora isso, temos as galerias com réplicas de esculturas gregas e com esculturas estrangeiras, e as exposições temporárias Gullar 8&80 (sobre Ferreira Gullar), Mapa da Mina (de Alex Flemming) e Nidus Vítreo - Diário de Cheiros (de Josely Carvalho. Programão!


A CARA DO RIO
No último sábado, foi a abertura da exposição A Cara do Rio - da minha janela, no Centro Cultural dos Correios, evento que faz parte da oitava edição do projeto “A Cara do Rio”, que anualmente homenageia a cidade com alguma atividade artística. A mostra reúne 110 obras - entre fotografias, pinturas ou esculturas - que retratam paisagens cariocas vistas através de janelas, com curadoria de Marcelo Frazão. Katia Politzer, professora e coordenadora da escola onde trabalho, está com a bela obra em vidro Tatuagem exposta. A diversidade é muito interessante e vale a pena. A exposição é gratuita e fica aberta até 3 de abril.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Problemas olímpicos internacionais

Vejam como uma identidade visual pode causar incidentes internacionais...

O Irã protestou ante o Comitê Olímpico Internacional (COI) contra a marca oficial dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, alegando que é racista, porque nele pode ser lida a palavra "Zion" (Sion, em inglês), que remete à nação judaica. A desde-sempre-controversa marca tem o objetivo de estilizar o número 2012, mas indicou a pior avaliação possível para 80% do público inglês quando souberam que custou mais de R$1 milhão (queria ver essa pesquisa com a marca da Copa 2014...)! O Irã diz que pode boicotar o evento se as devidas providências não forem tomadas.
Cá entre nós: a marca de 2012 é tão esquisita que ia acabar dando problema mesmo. Tudo bem que o presidente iraniano parece gostar de fazer uma polêmica internacional, mas não esperava algo desse tamanho. Na verdade, essa marca não deveria ter saído. Era preciso uma revisão severa de design. Ou, então, um argumentação teórica que defendesse essa marca de qualquer crítica. Dizer que é "moderno, audaz e ágil" não quer dizer absolutamente nada.

E hoje foram anunciados os três mascotes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia em 2014, que foram escolhidos por voto popular. Mas parece que naquela nação-que-já-foi-socialista o povo não tem mais tanta razão. Pra começar, o presidente russo Dmitry Medvedev está questionando a legitimidade da eleição depois que um personagem (o Papai Noel russo Ded Moroz) "sumiu" da disputa. Já o político ultranacionalista Vladimir Zhirinovsky, candidato à presidência nas últimas eleições, diz que todos os três são um insulto para a Rússia. E, pra finalizar, o ilustrador Victor Tchijikov, criador do urso Misha das Olimpíadas de 1980, diz que o urso é uma exploração do seu design.
Cá entre nós: Pra mim, o Leopardo das Neves seria o suficiente. Mas parece que o premiê Putin andou enaltecendo a mascote e aí "de repente" ele ganhou. E outro cá entre nós... esse urso é A CARA DO MISHA! Nós acabamos de sair de uma discusão sobre Plágio vs. inspiração com a marca dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 da Tátil e - creio eu - que fica fácil de entender essa diferença. Mas esse ursinho tá meio brabo... por isso que repito: só o Leopardo era suficiente. Se o felino deu problema político, ficassem com a Lebre e ponto final.
Aos que estudam e fazem design, fica a lição que toda identidade visual tem que ser muito bem feita e argumentada para evitar constrangimentos internacionais ou acusações indevidas. Para os que precisam/contratam design, fica a lição que sua marca é um patrimônio importante e que precisa estar nas mãos de profissionais sérios e corretos, independente do valor.

PS.: Recolhi ambas as informações no site da Folha de São Paulo.