quinta-feira, 7 de abril de 2011

Os caprichos de Goya

Estive hoje no Instituto Cervantes com a turma do segundo ano do Ensino Médio do Instituto de Tecnologia ORT para ver a exposição Los caprichos de Goya. Lá estavam expostas as 80 gravuras em água-forte da primeira série editada por Goya em 1799.

Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828) foi um pintor e gravurista espanhol importantíssimo em sua época. Acredita-se que tenha sido responsável por uma evolução na pintura, talvez até um pré-impressionista. Essa série de gravuras foi chamada por Goya de "assuntos caprichosos que se prestavam a apresentar aos coisas ao ridículo, fustigar preconceitos, imposturas e hipocrisias consagradas pelo tempo". Questionava a Inquisição, a educação, a prostituição e o misticismo. Los caprichos coincide com a grave enfermidade que teve, deixando-o surdo e amargurado por toda a vida.

A maioria dos alunos achou sua obra triste, sombria. E não é pra menos se pensarmos que estava doente. Fora isso, toda a Espanha sofria convulsões sociais. Mas seus quadros são de um talento artístico incrível se pensarmos na técnica que ele utilizava para realizar suas obras e fazer uma crítica ácida à sua época. Depois, a turma viu um vídeo sobre Goya e pode ver que ele também foi um pintor academicista sem igual, utilizando cores e luzes de uma forma bela. Inclusive, seus conhecimentos sobre luz e sombra foram transferidos magistralmente para suas gravuras.

A obra central é sua gravura 43: El sueño de la razón produce monstros ("O sonho da razão produz monstro", 1797).


São inúmeras as interpretações que ela nos dá. Considerando que a gravura foi feita em um período iluminsta onde a Razão é a essência do homem, dis-ze que a obra quer mostrar que quando o homem dorme e, assim, a Razão, monstros podem aparecer. Na gravura vemos que os monstros próximos ao homem (que está iluminado) são reconhecíveis como animais, enquanto os que estão na escurtidão são disformes. Isso pode nos indicar um medo do desconhecido, do que pode vir dos cantos mais obscuros de uma mente adormecida. Mas alguns estudiosos acreditam que o sono da Razão pode não ser tão negativo assim, se for olhado como um sonho inspirador ou a loucura criativa, se um "monstro" pode se tornar um "gênio".

Acho essa obra incrível. Linda em vários sentidos. E algumas outras gravuras seguem esse teor de beleza. A exposição é bem pequena, com 40 quadros (cada um com 2 gravuras) e legendas com comentários do Museu do Prado. Vale a pena ver esses originais.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Elegância em cartaz


Foi divulgado ontem o cartaz oficial da 64ª edição do Festival de Cannes - que será realizado entre 11 e 22 de maio - e traz uma foto da belíssima Faye Dunaway, feita em 1970 por Jerry Schatzberg na época do filme Puzzle of a Downfall Child, protagonizado pela atriz e lançado por Schatzberg naquele ano.

A organização do evento afirma que a imagem traz um "modelo de sofisticação e de graça atemporal", e "encarna um sonho de cinema que o Festival de Cannes deseja manter". Aliás, o filme foi restaurado e será exibido durante o festival.

Escolha perfeita e resultado de uma elegância ímpar.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Verdade (?)

"Nada em mim é original. Sou a combinação de todos aqueles que eu já conheci". (tradução livre)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Novos sinais de trânsito

Ainda são estudos, mas essas idéias para semáforos são interessantes...

SAND GLASS

MORBIUS STRIP LAMP

O que vocês acharam? Eu fico achando que no Brasil ia quebrar rapidinho...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Uma década de design...


Hoje completo exatos 10 anos de formado na Escola Superior de Desenho Industrial: a ESDI. Fiz parte da excelente 33ª turma, que, em um inspirador boulevard cinza, se formou no dia 30 de março de 2001 com:
Em 5 anos, ainda tivemos a presença marcante de Bruno Sérgio, Martha, Gustavo, Mário, Dimitri, Luciano, Cachaça, Eneida, Bruno Schneider, Patrícia Robert, Sérgio, Dani e Yana, entre outros. Fora os bebês, né, Ana Beatriz?

Trote: Todos fantasiados como super-heróis para pedir dinheiro. Um dos grandes momentos da turma que nos uniu logo de cara.

Eu me coloquei por último na lista porque fui realmente o "E" no vestibular. Explicando: em 1995, só entravam 35 alunos na ESDI. Eu fiquei em 49º e imaginei que seria impossível 14 pessoas largarem a "melhor faculdade de design do país". Cheguei a me inscrever em desenho industrial na UFRJ, quando saiu a primeira reclassificação e entraram outros 11. Aí eu tive certeza que 3 desses 11 jamais perderiam essa oportunidade. Adivinha o que aconteceu na segunda reclassificação? Exatos 3 saíram!!! Entrou Fulano, Siclano... E eu!!! Nem lembro quem eram os outros dois de tão feliz que estava! Cancelei minha matrícula na UFRJ (para dar oportunidades a outros, assim como eu ganhei) e fui viver a minha história de amor e ódio na Rua Evaristo da Veiga 95, Lapa.

Alguns trabalhos meus nos anos de ESDI.

Também fazem parte desta história: Roberto Eppinghaus, Amador Pérez, João Leite, João Lutz, Frank Barral, Wandyr Hagge, Jorge Lúcio, Noni Geiger, Elianne Jobim, Arísio Rabin, Guilherme Cunha Lima, Gabriel Patrocínio, Rodolfo Capeto, Freddy Van Camp, Silvia Steinberg, Geraldo (de artes), Valéria (de matemática), Arruda (de física), Claudia Mourthé, Rafael Cardoso, Portugal, Mestre Guto, Mestre Ivo, Silvana, Riper, João Bezerra, Roberto Verschleisser, Gil, Átila e muitos outros professores que nos viciaram, traumatizaram e marcaram à ferro e fogo o design nas nossas vidas.

Tenho orgulho de ter estudado na ESDI. Tanto orgulho que fiz o meu Mestrado em Design lá. Faço críticas sempre, mas there's no place like home...