quinta-feira, 14 de abril de 2011

Essa semana venho falando de formas diferentes de fazer arte. Quando falei sobre o uso de cigarros como "pincel", fiquei pensando em como dar utilidade à coisas ruins. Walton Creel também.

O artista americano é apaixonado por armas (ah os EUA...), mas decidiu usá-la com mais criatividade. Deweaponizing the gun é um projeto artístico que Walter utiliza seu fuzil calibre 0.22 para "pintar" uma tela de alumínio com temas de caça.


Que essas iniciativas sempre existam!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Arte na parede... literalmente!


Pensando na idéia de que depois de se fazer uma obra de arte ela deve ser colocada na parede, o artista londrino Alexandre Farto - vulgo Vhils - se perguntou: porque não fazê-la diretamente na parede? Assim, ele criou o projeto Scratching the Surface, onde ele vai quebrando a parede até compor a obra. Em alguns dos casos, ele usa cargas pequenas de explosivos!




Achei incrível! O vídeo é muito legal!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Boa utilidade para o cigarro

Às vezes fico pensando se o cigarro não teria algo de interessante e... NADA! Não presta MESMO! Só no lixo... ou então, como arte!

Para homenagear o aniversário de 20 anos da morte do cantor e poeta francês Serge Gainsbourg, o artista suíço Jinks Kunst criou um retrato feito com 20 mil filtros de cigarros.


Será que ele fumou tudo isso? Se sim, acho que essa será a única obra dele...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Com parafusos a mais na cabeça

A arte contemporânea é constantemente questionada por seu sentido, seu significado. E isso afasta muita gente de apreciá-la. Por isso, acho interessante quando alguém utiliza de criatividade para fazer uma arte acessível.

O artista alemão Andrew Myers é um desses. Para ele, um retrato desenhado, pintado ou - até mesmo - fotografado não fornece todos os detalhes da realidade. Nuances de profundidade e luz só são percebidas ao vivo e alteram a percepção geral do retrato. Sendo assim, ele começou a fazer retratos 3D utilizando parafusos!


Munido apenas de uma chave de fenda elétrica, Myers não utiliza nenhum software de computador e considera seu trabalho mais próximo da escultura do que da pintura. Depois que coloca os parafusos, ele os pinta para que se aproxime do retrato.


Para aqueles que pensaram "ah... mais isso qualquer um pode fazer", eu pergunto "por que não fez, então?". Pegue papel e canetinha e vai brincar de pontilhismo pra ver se você chega perto desse nível de criatividade, técnica e paciência! Incrível!

PS.: Tirei o ótimo título desse post do Vida Ordinária.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Os caprichos de Goya

Estive hoje no Instituto Cervantes com a turma do segundo ano do Ensino Médio do Instituto de Tecnologia ORT para ver a exposição Los caprichos de Goya. Lá estavam expostas as 80 gravuras em água-forte da primeira série editada por Goya em 1799.

Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828) foi um pintor e gravurista espanhol importantíssimo em sua época. Acredita-se que tenha sido responsável por uma evolução na pintura, talvez até um pré-impressionista. Essa série de gravuras foi chamada por Goya de "assuntos caprichosos que se prestavam a apresentar aos coisas ao ridículo, fustigar preconceitos, imposturas e hipocrisias consagradas pelo tempo". Questionava a Inquisição, a educação, a prostituição e o misticismo. Los caprichos coincide com a grave enfermidade que teve, deixando-o surdo e amargurado por toda a vida.

A maioria dos alunos achou sua obra triste, sombria. E não é pra menos se pensarmos que estava doente. Fora isso, toda a Espanha sofria convulsões sociais. Mas seus quadros são de um talento artístico incrível se pensarmos na técnica que ele utilizava para realizar suas obras e fazer uma crítica ácida à sua época. Depois, a turma viu um vídeo sobre Goya e pode ver que ele também foi um pintor academicista sem igual, utilizando cores e luzes de uma forma bela. Inclusive, seus conhecimentos sobre luz e sombra foram transferidos magistralmente para suas gravuras.

A obra central é sua gravura 43: El sueño de la razón produce monstros ("O sonho da razão produz monstro", 1797).


São inúmeras as interpretações que ela nos dá. Considerando que a gravura foi feita em um período iluminsta onde a Razão é a essência do homem, dis-ze que a obra quer mostrar que quando o homem dorme e, assim, a Razão, monstros podem aparecer. Na gravura vemos que os monstros próximos ao homem (que está iluminado) são reconhecíveis como animais, enquanto os que estão na escurtidão são disformes. Isso pode nos indicar um medo do desconhecido, do que pode vir dos cantos mais obscuros de uma mente adormecida. Mas alguns estudiosos acreditam que o sono da Razão pode não ser tão negativo assim, se for olhado como um sonho inspirador ou a loucura criativa, se um "monstro" pode se tornar um "gênio".

Acho essa obra incrível. Linda em vários sentidos. E algumas outras gravuras seguem esse teor de beleza. A exposição é bem pequena, com 40 quadros (cada um com 2 gravuras) e legendas com comentários do Museu do Prado. Vale a pena ver esses originais.