Na Copa do Mundo de 2010, eu comentei todos os jogos com artes de minha autoria (pena que perdi os arquivos originais). Relendo as postagens fiquei com vontade de fazer de novo agora na Copa das Confederações, mas prometo evitar a quantidade de erros de digitação que cometi. Então vamos lá...
Brasil abriu a competição com um 3 a 0 sobre a mediana equipe do Japão. E fez o mínimo. Com gols relâmpagos (aos 3' do primeiro e aos 3' do segundo tempo), a seleção brasileira manteve um futebol burocrático de muitos erros por nervosismo e afobação. Aliás, acho que esse talvez seja o maior problema do Brasil: a inexperiência pressionada. Perder essa competição em casa será catastrófico. Imagina na Copa... Bom, eu não gostei. Nem do Neymar, nem do Paulinho. Espero mais de Oscar e Lucas.
Os japoneses mostraram um futebol de correria sem objetividade. Eles caíram no grupo da morte e devem ficar pra trás.
México e Itália fizeram o outro jogo do Grupo A com surpresas pra mim. Achei que fosse dar empate, mas, enquanto os italianos mostravam um futebol insinuante (surpresa positiva), os mexicanos erravam fundamentos básicos (surpresa negativa). E quem tem o craque Pirlo... me lembro que a Itália saiu na primeira fase da última Copa do Mundo com um futebol medíocre. Pirlo só entrou nos 30 minutos finais da última partida e mudou a cara do jogo. Depois de hoje, fico com a impressão que a história italiana em 2010 poderia ter sido diferente caso Pirlo estivesse bem. Nem acho que Balotelli jogou bem, mas ele é como o Fred: fica muito tempo sem fazer alguma coisa e de repente acha um gol.
O México deve estar cansado por conta das eliminatórias que vem jogando... sei lá. Passes bobos errados, lances sem objetividade, chutão sem direção e um gol de pênalti dado pelo zagueiro italiano metido à craque. Considero o Brasil um freguês dos mexicanos - que sempre assustavam no toque de bola com velocidade -, mas esse time que veio se mostrou no mesmo nível do Japão.
Espanha e Uruguai abriram o Grupo B com um jogo pegado, porém, bonito. Também... com uma Espanha que insiste em jogar bem jogo após jogo. Iniesta (3º melhor jogador do mundo!), Xavi, Fábregas... só craque! Acho difícil a Fúria perder nessa competição. Eles parecem um predador que fica rondando e rondando até o ataque mortal.
O Uruguai é sempre aguerrido. Entrou sabendo que seu jogo principal na primeira fase é contra a Nigéria, onde vai decidir se continua a competição. Mas precisa melhorar, porque está faltando alguns pontos técnicos importantes. Aliás, desde a Copa de 2010 - quando ficou em 4º lugar e orgulhou as Américas -, a Celeste não vem mostrando um bom futebol: por enquanto, está fora da Copa no Brasil! Está muito mal nas eliminatórias!
Para finalizar a 1ª fase, a estréia do Taiti em uma competição internacional (porque a Austrália decidiu jogar a Copa Asiática) contra uma Nigéria cansada e com problemas internos. Jogo ruim, mas não poderíamos esperar nada melhor de um time que só tem um jogador profissional e o resto de pedreiros e desempregados. Nem eles esperam! O Taiti veio aparecer para o mundo como franco atiradores sem nada a perder e só, porém, sua inferioridade técnica e física cativou a torcida. O gol de honra histórico foi comemorado como um título! Mas o mesmo jogador que fez a favor, fez um contra... A artilharia virá daqueles que estão no Grupo B, pois o Taiti oferece facilidades. Vou no jogo do Taiti contra a Espanha e imagino um massacre.
A Nigéria já foi o grande time africano e costuma figurar nas Copas. Apresentou o futebol mínimo necessário para vencer o frágil Taiti e, mesmo assim, apresentou falhas. Sem mérito para os gols. Também sabe que o grande jogo será contra o Uruguai.
E assim terminou uma primeira fase sem grandes novidades. Quem entrou em bolão, deve estar bem. Agora... atentem que se terminasse dessa forma, teríamos Brasil contra Espanha em uma semifinal e Nigéria contra Itália na outra! Além disso, o Taiti teria mais gols a favor do que o Japão...
PS.: Eu sei que as manifestações também estão relacionadas aos gastos com a Copa do Mundo. Mas vamos separar a política do esporte em si.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Um raio cai no mesmo lugar 1,2 milhões de vezes!
Quem disse que não cai? Veja o caso do Lago Maracaibo na Venezuela.
A região testemunha há pelo menos cinco séculos um fenômeno atmosférico que cria uma "tempestade eterna"! O primeiro a registrar (em texto) o fenômeno foi Sir Francis Drake, no século XVI, quando ele empreendeu um forte ataque à colônia espanhola.
Todo ano, são produzidos na localidade cerca de 1,2 milhão de raios, que podem ser avistados a uma distância de mais de 400 quilômetros (por isso, o fenômeno é também chamado de Farol de Maracaibo), entre 140 e 160 noites a cada ano.
As nuvens se formam de maneira vertical praticamente no mesmo ponto, próximo à foz do Rio Catatumbo (e, por isso, o fenômeno é comumente conhecido como Relâmpagos de Catatumbo). As tempestades duram até 10 horas com 280 clarões por hora, criando belos e assustadores espetáculos da natureza.
Outra curiosidade: os clarões normalmente não são acompanhados de nenhum som (ou seja, do trovão), pois as descargas acontecem entre as nuvens, a quilômetros de altura.
E o mais interessante é que não é um fenômeno gratuito - aliás, nada na natureza o é. Esses relâmpagos são os principais geradores de ozônio (senão o único!) que formam a camada protetora do planeta (cerca de 10% do total)! Incrível!
A região testemunha há pelo menos cinco séculos um fenômeno atmosférico que cria uma "tempestade eterna"! O primeiro a registrar (em texto) o fenômeno foi Sir Francis Drake, no século XVI, quando ele empreendeu um forte ataque à colônia espanhola.
Todo ano, são produzidos na localidade cerca de 1,2 milhão de raios, que podem ser avistados a uma distância de mais de 400 quilômetros (por isso, o fenômeno é também chamado de Farol de Maracaibo), entre 140 e 160 noites a cada ano.
As nuvens se formam de maneira vertical praticamente no mesmo ponto, próximo à foz do Rio Catatumbo (e, por isso, o fenômeno é comumente conhecido como Relâmpagos de Catatumbo). As tempestades duram até 10 horas com 280 clarões por hora, criando belos e assustadores espetáculos da natureza.
Outra curiosidade: os clarões normalmente não são acompanhados de nenhum som (ou seja, do trovão), pois as descargas acontecem entre as nuvens, a quilômetros de altura.
E o mais interessante é que não é um fenômeno gratuito - aliás, nada na natureza o é. Esses relâmpagos são os principais geradores de ozônio (senão o único!) que formam a camada protetora do planeta (cerca de 10% do total)! Incrível!
(fotos de Alan Highton via Page not Found e Você realmente sabia?)
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Em cartaz
O Festival de Cannes de 2013 acabou recentemente. São muitos anos de cinema, contados por seus cartazes com artes incríveis. Vejam (e cliquem para aumentar):
Internacional desde o princípio, a primeira edição exibiu filmes de mais de 16 países e teve um eclético júri. Depois de ser cancelado em 1948 e em 1950 por problemas de orçamento, o festival transferiu suas comemorações para a primavera para evitar o conflito de datas com o Festival de Veneza.
O grande prêmio era então distribuído entre diversos filmes, não definindo apenas um vencedor. A Palma de Ouro - o mais cobiçado e prestigiado troféu do festival - foi criada apenas em 1955, nas comemorações dos 60 anos do cinema (da primeira exibição pública de filmes realizada pelos irmãos Lumiére). O primeiro vencedor foi Marty, que no ano seguinte levaria quatro Oscars.
A segunda metade dos anos 1950 é feita de contornos mais sóbrios, focando a tipografia. Negativos de filme e bandeiras começam a aparecer com mais frequência.
A primeira metade dos anos 1960 são marcados por ricas ilustrações assinadas por diversos artistas frances. Gaivotas, flores e estrelas passam a fazer parte do conjunto de imagens características do evento. A figura feminina das grandes damas e divas também passou a ser referência.
Depois há um retorno aos trabalhos tipográficos e geométricos, até que a fotografia aparece como experimento no início dos anos 1970.
A partir de 1974, o surrealismo torna-se destaque corrente nos cartazes com Georges Lacroix, Wojciech Siudmak e Jean-Michel Folon.
Entre 1980 e 1990, marca-se o início da tradição do festival de celebrar em suas artes promocionais a história do cinema, aqueles que trabalham na sétima arte o próprio evento em si.
Em 1992, outra tradição no design de cartazes: o uso de fotografia para homenagear personalidades do cinema. Neste ano, Michel Landi utilizou um retrato de Marlene Dietrich - que havia falecido semanas antes do evento - feito por Don English. No ano seguinte, Landi utilizou uma foto de Cary Grant e Ingrid Bergman do filme Interlúdio (Notorius, 1496)
Depois de dois anos com cartazes de cineastas, a agência DDB Les Arts assumiu por quatro anos, passando pela 50ª edição com um cartaz minimalista para o prêmio principal.
Pela passagem do milênio, os cartazes foram seguindo as mesmas referências visuais do início: ilustrações incríveis e estudos tipográficos.
A partir de 2006, um retorno à fotografia, com peças belíssimas nos últimos três anos.
Ainda falta muita informação sobre algumas peças, principalmente o significado delas, mas é um acervo absolutamente incrível. Espero que isso desculpe minha ausência na última semana...
Internacional desde o princípio, a primeira edição exibiu filmes de mais de 16 países e teve um eclético júri. Depois de ser cancelado em 1948 e em 1950 por problemas de orçamento, o festival transferiu suas comemorações para a primavera para evitar o conflito de datas com o Festival de Veneza.
Cartazes de 1947 (Jean-Luc), 1949 (G. C. Chavane) e 1951 (de A. M. Rodicq com ilustração do Palais Croisette). |
Cartazes de 1952 (Jean Don), 1953 (Jean-Luc) e 1954 (Piva). |
O grande prêmio era então distribuído entre diversos filmes, não definindo apenas um vencedor. A Palma de Ouro - o mais cobiçado e prestigiado troféu do festival - foi criada apenas em 1955, nas comemorações dos 60 anos do cinema (da primeira exibição pública de filmes realizada pelos irmãos Lumiére). O primeiro vencedor foi Marty, que no ano seguinte levaria quatro Oscars.
Cartaz de 1955 por Marcel Huet. |
A segunda metade dos anos 1950 é feita de contornos mais sóbrios, focando a tipografia. Negativos de filme e bandeiras começam a aparecer com mais frequência.
Cartazes de 1956 (Marcel Huet), 1957, 1958 (Pon't) e 1959 (Jouineau Bourduge) |
A primeira metade dos anos 1960 são marcados por ricas ilustrações assinadas por diversos artistas frances. Gaivotas, flores e estrelas passam a fazer parte do conjunto de imagens características do evento. A figura feminina das grandes damas e divas também passou a ser referência.
Cartazes de 1960 (Jean-Denis Maillart), 1961 e 1962 (ambos de A. M. Rodicq) |
Cartazes de 1963 (Jean-Denis Maillart), 1964 (Jean-Claude Moreau) e 1965. |
Depois há um retorno aos trabalhos tipográficos e geométricos, até que a fotografia aparece como experimento no início dos anos 1970.
Cartazes de 1966, 1967 (ambos por René Ferracci), 1968 (Beaugendre) e 1969. |
Cartazes de 1970, 1971 (ambos de René Ferracci), 1972 e 1973. |
A partir de 1974, o surrealismo torna-se destaque corrente nos cartazes com Georges Lacroix, Wojciech Siudmak e Jean-Michel Folon.
O olho alado de Lacroix. |
O tríptico de Siudmak. |
O minimalismo surreal do belga Folon. |
Entre 1980 e 1990, marca-se o início da tradição do festival de celebrar em suas artes promocionais a história do cinema, aqueles que trabalham na sétima arte o próprio evento em si.
As Marilyns iluminadas de Michel Landi (1980 e 1981). |
Ilustrações dos diretores Federico Fellini (1982) e Akira Kurosawa (1983) e do cenógrafo Alexandre Trauner (1984). |
Cartazes feitos pela agência Information & Strategie como tributos a Eadweard Muybridge, fotógrafo inglês famoso por seus experimentos em captura de movimento (1985 e 1986). |
Cartazes de 1987 (Cueco), 1988 (Tibor Timar) e 1989 (Ludovic). |
Cartazes de 1990 (Castella Traquandi) e 1991 (Philippe e Pascal Lemoine). |
Em 1992, outra tradição no design de cartazes: o uso de fotografia para homenagear personalidades do cinema. Neste ano, Michel Landi utilizou um retrato de Marlene Dietrich - que havia falecido semanas antes do evento - feito por Don English. No ano seguinte, Landi utilizou uma foto de Cary Grant e Ingrid Bergman do filme Interlúdio (Notorius, 1496)
Cartazes de 1992 e 1993. |
Depois de dois anos com cartazes de cineastas, a agência DDB Les Arts assumiu por quatro anos, passando pela 50ª edição com um cartaz minimalista para o prêmio principal.
Cartazes de 1994 (Federico Fellini) e 1995 (Ryszard Horowitz). |
Cartazes de 1996, 1997, 1998 e 1999 pela DDB. |
Pela passagem do milênio, os cartazes foram seguindo as mesmas referências visuais do início: ilustrações incríveis e estudos tipográficos.
Cartazes de 2000 (Lorenzo Mattoti), 2001 (Granger) e 2002 (Guillaume Lebigre). |
Cartazes de 2003 (Jenny Holzer), 2004 (agência Alerte Orange) e 2005 (Frédéric Menant e Tim Garcia, da agência It'suptoyou). |
A partir de 2006, um retorno à fotografia, com peças belíssimas nos últimos três anos.
Cartazes de 2010 (Annick Durban, a partir de foto de Juliette Binoche feita por Brigitte Lacombe), 2011 (Agência H5, a partir de foto de Faye Dunaway feita por Jerry Schatzberg) e 2012 (Agência Bronx, a partir de famosa foto de Marilyn Monroe tirada por Otto L. Bettmann). |
Cartaz deste ano feito novamente pela agência Bronx, utilizando o beijo de Joanne Woodward e Paul Newman em Amor daquele jeito (1963). |
Ainda falta muita informação sobre algumas peças, principalmente o significado delas, mas é um acervo absolutamente incrível. Espero que isso desculpe minha ausência na última semana...
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