domingo, 28 de julho de 2013

Um vovô designer nada obsoleto


Hal Lasko trabalhava como tipógrafo em Cleveland, Ohio (EUA) depois de ter servido na Segunda Guerra Mundial e aposentou-se na década de 1970. Vinte anos depois, sua família lhe apresentou o computador (na década de 1990), com Microsoft Paint (isso mesmo, aquele programinha que todo mundo tem no computador, mas ninguém abre porque só quer saber de Photoshop).

Hoje com 98 anos – o aniversário é hoje mesmo! –, o descendente de austríacos completamente apaixonado por design gráfico cria impressionantes trabalhos misturando pontilhismo e pixel art, driblando problemas sérios de visão com o arcaico software.

Looking up
The thriller

Vejam o curta-documentário que conta mais do que isso. Fala sobre paixão, sobre manter nossa identidade mesmo em idade avançada, sem ficar reclamando pelos cantos.



E quero ser assim quando crescer.

Esse Superman não me representa

"Esqueçam o novo filme do Superman ou qualquer outro que venha por aí". Esta é a primeira frase da minha postagem sobre o primeiro filme do Superman, de 1978 em relação ao retorno de 2006, e continua sendo a minha opinião. Leiam e vocês já terão uma boa ideia do que acho, mas acrescento muita coisa aqui a partir deste enorme erro que cometeram.

Entendo que o objetivo da Warner era preparar o terreno para os novos filmes de super-heróis que culminariam com a Liga da Justiça de Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde e Aquaman (Vem aí Superman vs. Batman!). Entendo também a necessidade de modernizar mais de 70 anos de história, com várias origens e zeradas de cronologia. Até entendo a necessidade de mais porradaria, já que não houve nem umazinha na tentativa anterior. Mas não... não entendo a mudança na essência do personagem independente do motivo.

Um Superman sem a cueca pra fora das calças já era esperado, uma vez que essa mudança começou nos quadrinhos depois do sucesso dos Batmen no cinema. Mas quase todo o resto ficou ruim. E a culpa não é de Henry Cavill que ficou bem fisicamente e não comprometeu em nada. Vou fazer uma listinha básica, mas contem spoilers, então, sugiro que você veja o filme antes:


  1. Muita coisa sobre Krypton está correta: as questões genéticas, as castas, a relação entre Jor-El e Zod. Mas precisava do momento Avatar com o dragão? Nem da guerra alongada precisava...
  2. E a ideia de kryptonianos já terem visitado a Terra não é nova, mas não é boa. Ficou com jeito de Prometeus e ficou ruim. Ainda mais com o DNA de toda uma raça em um homem só.
  3. Russell Crowe até faz juz a Jor-El, mas ser uma consciência virtual foi uma jogada econômica tipo "o ator é muito caro, vamos fazer ele trabalhar". Marlon Brando virou uma cabeça holográfica muito mais interessante, importante e icônica.
  4. A infância e a adolescência de Clark Kent foram uma boa aquisição à mitologia cinematográfica, retirando o inadequado Pete Ross que nunca foi um valentão e a "insignificante" Lana. Mesmo assim, flashbacks podem ser bem chatos.
  5. Pra mim, o pior é o que fizeram com Johnatan Kent. Sério. Dane-se a atuação do Kevin Costner. Destruíram o personagem! O pai de Clark NUNCA o desencorajou! NUNCA o impediu! NUNCA teve medo de seu próprio filho ou do que o mundo iria dizer! Johnatan Kent sempre soube que seu filho estava destinado a grandeza! Foi seu maior incentivador! Ele apenas sabia que ele precisaria de uma identidade secreta para poder manter o mínimo de uma vida normal. Junto com Martha, ele criou o disfarce do óculos e a roupa. A morte dele nos quadrinhos foi alardeada nos jornais de tão importante que ele era. Ele morreu de infarte, mostrando que o Superman não pode salvar todo mundo e que a morte faz parte da vida, e não em um furacão, impedindo o filho de salvá-lo e de ser quem ele deve ser. NUNCA! Só por isso, esse filme caiu em TODOS os meus conceitos.
  6. Perry WHITE... NEGRO? Essa discussão já está rolando faz tempo, mas eu achei um erro desnecessário. Sem preconceitos, mas tem alguma questão de cota racial, tinha um monte de personagem que poderia ser negro. Não o Perry.
  7. Lois Lane tem sido jogada pra escanteio nos quadrinhos e nos novos filmes. Amy Adams é melhor do que a anterior, mas ainda assim sua personagem não diz ao que veio. No caso desse novo roteiro, ela é uma deslumbrada que se apaixona em segundos e dá uma de aventureira sem mais nem menos. E ainda ganha o direito de saber quem é o Superman desde o início. Perdida.
  8. E o final polêmico fecha o ápice dos erros. O Superman NÃO MATA e ponto final. Não adianta dar motivos ou justificar a construção do personagem em uma possível sequência. ELE NÃO MATA! Superman se preocupa com os inocentes e jamais teria destruído uma cidade inteira! Ruim. Errado. Até o Batman não mata!!!
Tenho certeza que terei muito mais a reclamar desse filme, mas só posso dizer que ele fere profundamente tudo que o Superman representa. Alguém avise ao Christopher Nolan que o Superman não é o sombrio Batman... ele é exatamente o oposto! Mas NÃO MATA!

Tá... isso foi a minha opinião como leitor de quadrinhos. Minha opinião como cinéfilo: mais um blockbuster de super-herói que não diz ao que veio, pois a DC/Warner não sabem capitalizar seus heróis como o Marvel fez com os Vingadores. Portanto, continuo com minha opinião de 1978.

Ah... e pra fechar: numa cena emblemática do filme (que tem no fim do trailer), Lois pergunta pro Superman sobre o S. Ao ver o filme, entendam que, em inglês, a letra S parece ASS, de idiota (ou bunda). Cá pra nós... idiota cai bem.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Galudo

Em 2011, o Atlético-MG lutava para não ser rebaixado no Campeonato Brasileiro. Hoje ele é o melhor time da América do Sul! E – cá pra nós – bem merecido.

Jogo bonito, jogadores de alto nível técnico e um técnico ousado. Quem gosta de futebol se delicia há mais de um ano com as partidas que o Galo mineiro tem feito. Só não levou o título brasileiro no ano passado porque o Fluminense fez um campeonato impecável.

Acompanhar o mata-mata da Libertadores com o Atlético não foi fácil não. Acho que muito cardíaco precisou de atendimento emergencial. Todos os três jogos decisivos (quartas, semi e final) foram para os pênaltis porque a equipe tirou uma forte desvantagem das costas. E aí, entrou em cena o novo santo brasileiro: São Victor, que inclusive, já fez os seus três milagres para canonização.

O primeiro milagre

O primeiro deles é, com certeza, o mais significativo e impressionante dos últimos tempos: agarrar um pênalti com o pé aos 48 minutos do segundo tempo, quando tudo parecia ter ido para o ralo. Foi, sem dúvida nenhuma, o sinal para o que iria acontecer pouco depois. Nas semifinais, mais um pênalti defendido, depois de uma sucessão de erros dos batedores. E, na final, o pé voltou a defender e a trave ainda ajudou.

Parabéns ao Galo. E que venham mais títulos para o bom futebol.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um truque inteligente

Um verdadeiro truque! E não só no nome do filme, Truque de Mestre (Now you see, 2013), mas também como entretenimento. Só não sei se digo isso como um grande elogio.

No geral, é um filme muito bom. Te prende desde o início, fazendo você procurar os indícios da magia para desvendar o final antes de todos. Alguns pontos são bem fáceis e os trailers divulgam detalhes (tô ficando com raiva de trailer... já não ando vendo). Só o elenco já é de te levar para o cinema correndo: Mark Ruffalo, Morgan Freeman, Michael Caine, Jesse Eisenberg, Isla Fisher, Woody Harelson, Dave Franco e a bela Mélanie Laurent! Quer mais?

Mas a pergunta é: como acreditar em magia (no caso, truques) com toda a tecnologia do cinema? Com tantos blockbusters de super-heróis, de planetas alienígenas e criaturas místicas medievais, como enxergar graça em mágica de salão? É... naqueles truquezinhos com cartas e coelhos na cartola?

Hoje em dia tem sido tão raro ver um filme que tenta acertar a inteligência do espectador ao invés do lado macho alfa ou dos canais lacrimais que, só por isso, o filme merece o título de Mestre. Mas essa mesma trama inteligente, não sobrevive a uma revisão. Veja uma vez... outra vez... mas você não conseguirá ver uma terceira. A mágica se perderá e você começará a enxergar as falhas.

Como designer, chamo a atenção para um detalhe: a interessante marca dos chamados "Quatro Cavaleiros" mágicos, que são um 4 e um H estilizados em formas geométricas. Existem várias análises (se são quatro cavaleiros, por quê três retângulos? O filme talvez explique), mas não consegui argumentar o desnível das formas. Teorias ainda colocam um simbolismo para o 11 de setembro, mas achei forçação de barra.

terça-feira, 23 de julho de 2013

O bobo solitário

Não... O Cavaleiro Solitário (The lone ranger, 2013) não é um bom filme. São 2h30 de um faroeste bobo com uma trama boba cheia de furos de humor bobo com atores bobos.

Sim... tem Johnny Depp, mas alguém tem que avisar a ele que o Jack Sparrow é um pirata e não fica legal como um índio norte-americano. E se você levar em consideração que o filme é da Disney, produzido por Jerry Bruckheimer e dirigido por Gore Verbinsky (trio de Piratas do Caribe) até dá pra entender a confusão. Mesmo assim, ele é O filme.

Armie Hammer deve estar querendo ser o novo Brendan Fraser. Tem até uma cara bem parecida! A heróina do filme que nem me dignei a saber o nome é estranha, é ruim. Helena Bonham Carter deve ter um caso com Depp, porque está em praticamente todos os filmes que ele, mesmo que sua participação não faça sentido.

E o pior é que a famosíssima música ficou com cara de piada. Até o "hi-o Silver!" virou piada!

A pergunta que fica é: por quê?