O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, 2014) foi outro filme que não tive vontade de escrever aqui. Wes Anderson não se envolve em filmes simplórios. Sempre tem uma história com muitos personagens para contar, mas nunca me interessei. Só que esse filme tem esse elenco: Ralph Fiennes, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Tilda Swinton e mais um monte de gente! Tinha que ir...
Mas não me pegou. História confusa, situações esquisitas (surreais) e muitas cenas (e personagens desse mega elenco) desnecessárias. Sei lá... Não sei o que levou a ser indicado para nove categorias do Oscar: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original, Trilha Sonora, Direção de Arte, Fotografia, Maquiagem, Figurino e Edição. Acredito que tem grandes chances em prêmios técnicos como Direção de Arte e Fotografia, mas, se foi um dos mais indicados, deve ter algo encantador para a Academia.
sábado, 21 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Ao Oscar com: INTERESTELAR
Após ver a Terra quase sem reservas naturais e a humanidade morrendo de fome e de uma praga respiratória, um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para liderar o grupo e aceita a longeva missão sabendo que provavelmente nunca mais verá sua filha Murph (Mackenzie Foy e Jessica Chastain). Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha investirá numa própria jornada para também tentar salvar a população do planeta.
Essa é a premissa de Interestelar (Interstellar, 2014), filme de Christopher Nolan, diretor considerado visionário depois de A Origem e da reformulação do Batman. Somos arrebatados por interessantíssimas questões sobre a ação da gravidade sobre o tempo. Temos buracos negros, novos planetas e muito a se pensar sobre o universo e nosso lugar aqui. Mas fica algo no ar... como se não soubéssemos aonde o filme quer chegar. Mas Nolan nos dá um fim. Um final tão interessante e questionador que muito compararam o filme a obra-prima de Kubrick, 2001: Um odisseia no espaço (2001: A space odyssey, 1968).
Só que Nolan que responder as perguntas. Ele não conseguir deixar pontas soltas para que nós meros mortais pensássemos. E aí... sua explicação é ruim. Muito ruim. Usar o tempo como desculpa para uma humanidade evoluída que consegue viver em outras dimensões fez sentido no filme, mas não na realidade. Concorre a vários Oscars técnicos (Direção de Arte, Trilha Sonora, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais) e deve levar alguns, mas tirou da gente a liberdade de pensar, filosofar e imaginar, nos dando uma resposta tosca e fraca. Pena. Ficou atrás até de Gravidade, inclusive no design de cartazes.
Essa é a premissa de Interestelar (Interstellar, 2014), filme de Christopher Nolan, diretor considerado visionário depois de A Origem e da reformulação do Batman. Somos arrebatados por interessantíssimas questões sobre a ação da gravidade sobre o tempo. Temos buracos negros, novos planetas e muito a se pensar sobre o universo e nosso lugar aqui. Mas fica algo no ar... como se não soubéssemos aonde o filme quer chegar. Mas Nolan nos dá um fim. Um final tão interessante e questionador que muito compararam o filme a obra-prima de Kubrick, 2001: Um odisseia no espaço (2001: A space odyssey, 1968).
Só que Nolan que responder as perguntas. Ele não conseguir deixar pontas soltas para que nós meros mortais pensássemos. E aí... sua explicação é ruim. Muito ruim. Usar o tempo como desculpa para uma humanidade evoluída que consegue viver em outras dimensões fez sentido no filme, mas não na realidade. Concorre a vários Oscars técnicos (Direção de Arte, Trilha Sonora, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais) e deve levar alguns, mas tirou da gente a liberdade de pensar, filosofar e imaginar, nos dando uma resposta tosca e fraca. Pena. Ficou atrás até de Gravidade, inclusive no design de cartazes.
Ao Oscar com: GAROTA EXEMPLAR
Já vi Garota Exemplar (Gone girl, 2014) há séculos, mas realmente não achei digno de comentar. É MUITO RUIM! Foi tanta crítica positiva por causa do Ben Affleck e do diretor David Fincher que minhas expectativas se elevaram.
O primeiro terço do filme, onde se constrói o thriller, é interessante e intrigante. Faz a gente prestar atenção em todos os detalhes pra tentar determinar o que aconteceu. Só que aí... a gente fica sabendo tudo! E tudo é sem pé nem cabeça! Num mundo que já vivenciou 15 temporadas de CSI não dá pra ser tão complicado identificar digitais e DNAs. Fora isso... que homem idiota é esse? O papel de Affleck é irreal. O mundo do filme é surreal. Se ele existe, eu tô fora dele.
Rosamund Pike recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, mas é impossível ganhar. Até acho que ela evoluiu bastante, mas Julianne Moore deve levar fácil fácil a estatueta.
O primeiro terço do filme, onde se constrói o thriller, é interessante e intrigante. Faz a gente prestar atenção em todos os detalhes pra tentar determinar o que aconteceu. Só que aí... a gente fica sabendo tudo! E tudo é sem pé nem cabeça! Num mundo que já vivenciou 15 temporadas de CSI não dá pra ser tão complicado identificar digitais e DNAs. Fora isso... que homem idiota é esse? O papel de Affleck é irreal. O mundo do filme é surreal. Se ele existe, eu tô fora dele.
Rosamund Pike recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, mas é impossível ganhar. Até acho que ela evoluiu bastante, mas Julianne Moore deve levar fácil fácil a estatueta.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Ao Oscar com: CAMINHOS DA FLORESTA
A indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pela bruxa de Caminhos da Floresta (Into the woods, 2014) é a DÉCIMA NONA de Meryl Streep, que continua sendo a intérprete mais indicada da história, tanto entre atrizes quanto atores. Isso somado ao fato de eu ser fã dessa mulher e ao elenco estrelado (Johnny Depp, Chris Pine e Emily Blunt) me levaram para ver essa adaptação do musical de 1987 da Broadway na telona. E que arrependimento! Ruim demais!
Estou até agora me perguntando o que levou Streep a fazer isso. O fato de ter sido indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante coloca em cheque a qualidade das atuações no ano. Se ela ganhar, colocará em cheque a credibilidade do prêmio. E o que fez Depp aceitar um papel mínimo e ridículo como o Lobo? Fico achando que a tentativa era de alavancar Anna Kendricks e colocar Daniel Huttlestone (o João-Pé-de-Feijão, que esteve em Os Miseráveis) e Lilla Crawford (a chatérrima Chapeuzinho Vermelho) como expoentes do cinema musical. A canastrice forçada (ou não) de Chris Pine rende o melhor momento do filme: na cachoeira com seu irmão sem nome, disputando o posto de brega sofredor.
Os contos de fadas que conhecemos já são uma releitura romântica dos reais escritos pelos irmãos Grimm. Agora existe uma onda de "desconstrução para o século 21" que não sei se está dando certo. Tipo... você sabia que existe um movimento virtual contra o filma da Bela Adormecida e da Branca de Neve porque elas aceitam ser beijadas por um desconhecido enquanto dormem e isso se caracteriza como abuso? Não sabia? Pois é... Aqui no caso é contar um pouco do pós-"Felizes Para Sempre" e mostrar que a vida não é bem um conto de fadas. Pra quê, gente? Tirar a magia? E esse filme ainda tenta juntar vários contos num só (Cinderela, João e o Pé-de-Feijão, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel) com ajuda de um outro sem graça ou razão... ou você gostou da fraca história do padeiro e sua esposa?
Fora isso, temos praticamente só um cenário (porque ficamos na floresta em 98% do filme) e uma música (veja de novo e ouça que a expressão into the woods é repetida exaustivamente em quase todas as canções). Além de Streep, o filme concorre nas categoria de Direção de Arte e Figurino. Pode levar o de figurino, pois, além de bom e relevante, é a DÉCIMA PRIMEIRA indicação de Colleen Atwood, um recorde da categoria. São mutos recordes para um filme tão medíocre em sua tentativa de ser original e atual.
Estou até agora me perguntando o que levou Streep a fazer isso. O fato de ter sido indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante coloca em cheque a qualidade das atuações no ano. Se ela ganhar, colocará em cheque a credibilidade do prêmio. E o que fez Depp aceitar um papel mínimo e ridículo como o Lobo? Fico achando que a tentativa era de alavancar Anna Kendricks e colocar Daniel Huttlestone (o João-Pé-de-Feijão, que esteve em Os Miseráveis) e Lilla Crawford (a chatérrima Chapeuzinho Vermelho) como expoentes do cinema musical. A canastrice forçada (ou não) de Chris Pine rende o melhor momento do filme: na cachoeira com seu irmão sem nome, disputando o posto de brega sofredor.
Os contos de fadas que conhecemos já são uma releitura romântica dos reais escritos pelos irmãos Grimm. Agora existe uma onda de "desconstrução para o século 21" que não sei se está dando certo. Tipo... você sabia que existe um movimento virtual contra o filma da Bela Adormecida e da Branca de Neve porque elas aceitam ser beijadas por um desconhecido enquanto dormem e isso se caracteriza como abuso? Não sabia? Pois é... Aqui no caso é contar um pouco do pós-"Felizes Para Sempre" e mostrar que a vida não é bem um conto de fadas. Pra quê, gente? Tirar a magia? E esse filme ainda tenta juntar vários contos num só (Cinderela, João e o Pé-de-Feijão, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel) com ajuda de um outro sem graça ou razão... ou você gostou da fraca história do padeiro e sua esposa?
Fora isso, temos praticamente só um cenário (porque ficamos na floresta em 98% do filme) e uma música (veja de novo e ouça que a expressão into the woods é repetida exaustivamente em quase todas as canções). Além de Streep, o filme concorre nas categoria de Direção de Arte e Figurino. Pode levar o de figurino, pois, além de bom e relevante, é a DÉCIMA PRIMEIRA indicação de Colleen Atwood, um recorde da categoria. São mutos recordes para um filme tão medíocre em sua tentativa de ser original e atual.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Ao Oscar com: O JOGO DA IMITAÇÃO
E quando você é um herói mas ninguém pode saber? Pra mim, essa é a verdadeira premissa d'O Jogo da Imitação (The imitation game, 2014), filme que conta a história do gênio matemático Alan Turing.
E quem é ele afinal? Poderíamos reduzi-lo ao epíteto de "Pai da Computação Moderna" e adicionar a isso o fato dele ter se suicidado por ser gay. No entanto, precisamos colocar acima disso que Turing foi um dos responsáveis pelo fim da Segunda Guerra Mundial ao conseguir quebrar o código das mensagens nazistas. É claro que uma biografia cinematográfica precisaria abordar a questão sexual, até porque segredos são parte da trama. Mas será que o fato de ter salvado milhões de vidas não deveria ser mais importante do que o que ele fazia na cama? Quantos gays não foram impedidos de viver suas vidas e até mesmo de salvarem outras vidas ou realizarem grandes feitos para toda a humanidade porque alguns são incapazes de aceitar um amor e um desejo diferentes do considerado normal? Guardadas as devidas proporções, qual a diferença da castração química que Turing sofreu no fim da vida com as atrocidades feitas pelos nazistas contra os homossexuais nos campos de concentração?
No fim do filme, sabemos que Turing se suicidou por não aguentar o tratamento hormonal, mas é possível que toda sua condição psíquica tenha contribuído pra isso. Ficamos sabendo também que a Inglaterra continuou incriminando gays por muito tempo e que a Rainha Elizabeth concedeu o perdão real a Turing... sério... perdoar o quê? Ele ter ajudado a vencer a guerra? A rainha deveria ter pedido perdão! Isso sim! (Em pesquisa, fiquei sabendo que, em 2009, o primeiro-ministro inglês pediu perdão formal pelo tratamento dado a Turing. Preferi não apagar o texto que escrevi porque acho que isso deveria ter sido dito no filme e ficou parecendo que ele deveria ser perdoado)
Bom... sobre o filme em si... não gostei da edição do filme. Temos três tramas cronológicas que fazem um vai e vem desnecessário. A história deveria ter seu curso da guerra em diante. Sua infância deveria ter sido um flashback curto, no início da construção de sua máquina para explicar o nome que ele deu. Sua homossexualidade seria sim falada durante o filme, mas só abordada melhor na sequência final para que as questões que levantei no parágrafo anterior ficassem mais claras. Portanto, não entendi sua indicação ao Oscar de Melhor Edição.
Também está na disputa de Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora e Direção de Arte. Para os que veem a série The Big Bang Theory, é impossível não ver o Sheldon no início (ainda mais sabendo que Jim Parsons é gay) da atuação de Benedict Cumberbatch. A fragilidade e o lado antissocial do personagem lhe renderam a indicação, mas seus concorrentes... O resto do elenco está bem, só não gosto mesmo da Keira Knightley... nem indicada. Então acho que só a direção de arte pode disputar algo.
Acho que o filme deveria ser utilizado em escolas para abrir uma série de debates. Digo isso não pela sua qualidade, mas por sua importância histórica e social.
E quem é ele afinal? Poderíamos reduzi-lo ao epíteto de "Pai da Computação Moderna" e adicionar a isso o fato dele ter se suicidado por ser gay. No entanto, precisamos colocar acima disso que Turing foi um dos responsáveis pelo fim da Segunda Guerra Mundial ao conseguir quebrar o código das mensagens nazistas. É claro que uma biografia cinematográfica precisaria abordar a questão sexual, até porque segredos são parte da trama. Mas será que o fato de ter salvado milhões de vidas não deveria ser mais importante do que o que ele fazia na cama? Quantos gays não foram impedidos de viver suas vidas e até mesmo de salvarem outras vidas ou realizarem grandes feitos para toda a humanidade porque alguns são incapazes de aceitar um amor e um desejo diferentes do considerado normal? Guardadas as devidas proporções, qual a diferença da castração química que Turing sofreu no fim da vida com as atrocidades feitas pelos nazistas contra os homossexuais nos campos de concentração?
Um herói. |
Bom... sobre o filme em si... não gostei da edição do filme. Temos três tramas cronológicas que fazem um vai e vem desnecessário. A história deveria ter seu curso da guerra em diante. Sua infância deveria ter sido um flashback curto, no início da construção de sua máquina para explicar o nome que ele deu. Sua homossexualidade seria sim falada durante o filme, mas só abordada melhor na sequência final para que as questões que levantei no parágrafo anterior ficassem mais claras. Portanto, não entendi sua indicação ao Oscar de Melhor Edição.
Também está na disputa de Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora e Direção de Arte. Para os que veem a série The Big Bang Theory, é impossível não ver o Sheldon no início (ainda mais sabendo que Jim Parsons é gay) da atuação de Benedict Cumberbatch. A fragilidade e o lado antissocial do personagem lhe renderam a indicação, mas seus concorrentes... O resto do elenco está bem, só não gosto mesmo da Keira Knightley... nem indicada. Então acho que só a direção de arte pode disputar algo.
Acho que o filme deveria ser utilizado em escolas para abrir uma série de debates. Digo isso não pela sua qualidade, mas por sua importância histórica e social.
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