quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Deus = Juiz?

Aqui no Brasil, parece...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Fora do Oscar com: GRANDES OLHOS

Mesmo sendo um interessado pela arte, confesso: não tinha ouvido falar em Walter e Margareth Keane. E ainda não me recordo de ter visto qualquer pintura de criança com olhos grandes antes de ver o filme Grandes Olhos (Big eyes, 2014) que conta a história do casal. Dirigido por Tim Burton e tendo Christopher Waltz e Amy Adams nos papéis principais, era de se esperar um bom filme. Acontece que sem uma boa história fica difícil fazer um filme.

Chega a ser ruim? Não, mas está mais pra filme de televisão do que uma obra cinematográfica. Definitivamente não parece um filme de Tim Burton e Christopher Waltz parece estar uns 10 tons acima do nível, porém, sendo uma biografia de uma artista ainda viva, acredito que ele tenha recebido algum feedback. O filme chega a ser mais um manifesto feminista ("atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher" é talvez a moral do filme) do que um conto sobre arte.

Eu sou daqueles que acho toda arte válida se dentro de um contexto, motivação e técnica adequados, então... valeu por me apresentar uma nova artista (da qual preferi as obras posteriores a la Modigliani), ainda que alguns digam que ela disputa com Romero Britto qual é o mais brega.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: O ABUTRE

Eu costumo ficar com raiva quando percebo que estou preso no trânsito porque tem um acidente ou um veículo enguiçado e os outros carros passam devagar pra ver se tem algum morto. Chamo essas pessoas de "coveiros", que querem enterrar o morto e - é claro - tirar uma selfie ou fazer um vídeo que até Warhol ficaria indignado. O Abutre (Nightcrawler, 2014) é um filme que abre o jogo e fala da indústria jornalística por traz disso, que precisa do lado negativo do mundo. Faz-nos questionar sobre a história circular do Tostines*: afinal, é a TV que só mostra coisa ruim e são os espectadores que só querem ver coisa ruim? Vai... se pergunte agora e tente responder. É um nó certo na cabeça e na garganta.

Ao contrário de muitos filmes que vi e não fiquei com vontade de escrever, esse filme não apareceu aqui por falta de tempo. Ele tem uma barriga**, mas é bem interessante. A atuação de Jake Gyllenhall está impressionante e merecia uma indicação, mas seus concorrentes mereciam mais (não vi Brandon Cooper, mas se fala como se fosse a melhor da carreira dele). A sumida Rene Russo também aparece muito bem e... sinceramente? Não me matem, mas merecia estar no lugar de Meryl Streep no Oscar de triz Coadjuvante. Só foi indicado para Roteiro Original e até poderia levar, mas algo me diz que a Academia não gostou dessa exposição negativa da mídia.

* Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?
** Barriga em um filme é quando ele fica longo e lento no meio, com cenas que poderiam certamente ser reduzidas ou subtraídas.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: O GRANDE HOTEL BUDAPESTE

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, 2014) foi outro filme que não tive vontade de escrever aqui. Wes Anderson não se envolve em filmes simplórios. Sempre tem uma história com muitos personagens para contar, mas nunca me interessei. Só que esse filme tem esse elenco: Ralph Fiennes, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Tilda Swinton e mais um monte de gente! Tinha que ir...

Mas não me pegou. História confusa, situações esquisitas (surreais) e muitas cenas (e personagens desse mega elenco) desnecessárias. Sei lá... Não sei o que levou a ser indicado para nove categorias do Oscar: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original, Trilha Sonora, Direção de Arte, Fotografia, Maquiagem, Figurino e Edição. Acredito que tem grandes chances em prêmios técnicos como Direção de Arte e Fotografia, mas, se foi um dos mais indicados, deve ter algo encantador para a Academia.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: INTERESTELAR

Após ver a Terra quase sem reservas naturais e a humanidade morrendo de fome e de uma praga respiratória, um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para liderar o grupo e aceita a longeva missão sabendo que provavelmente nunca mais verá sua filha Murph (Mackenzie Foy e Jessica Chastain). Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha investirá numa própria jornada para também tentar salvar a população do planeta.

Essa é a premissa de Interestelar (Interstellar, 2014), filme de Christopher Nolan, diretor considerado visionário depois de A Origem e da reformulação do Batman. Somos arrebatados por interessantíssimas questões sobre a ação da gravidade sobre o tempo. Temos buracos negros, novos planetas e muito a se pensar sobre o universo e nosso lugar aqui. Mas fica algo no ar... como se não soubéssemos aonde o filme quer chegar. Mas Nolan nos dá um fim. Um final tão interessante e questionador que muito compararam o filme a obra-prima de Kubrick, 2001: Um odisseia no espaço (2001: A space odyssey, 1968).

Só que Nolan que responder as perguntas. Ele não conseguir deixar pontas soltas para que nós meros mortais pensássemos. E aí... sua explicação é ruim. Muito ruim. Usar o tempo como desculpa para uma humanidade evoluída que consegue viver em outras dimensões fez sentido no filme, mas não na realidade. Concorre a vários Oscars técnicos (Direção de Arte, Trilha Sonora, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais) e deve levar alguns, mas tirou da gente a liberdade de pensar, filosofar e imaginar, nos dando uma resposta tosca e fraca. Pena. Ficou atrás até de Gravidade, inclusive no design de cartazes.