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São Jorge. Óleo sobre tela. 1911. |
Fica até o último dia de março a exposição
Kandinsky: Tudo começa num ponto, dita como uma mostra com pinturas, litografias, fotografias e objetos que ilustram a trajetória de um dos mais renomados mestres da pintura moderna, pioneiro e fundador da arte abstrata. Acontece que não é bem isso. O foco maior é em trabalhos dos seguidores de Kandinsky e de artistas que o influenciaram, como Münter, Larionov e Jawlensky.
Ok... Kandinsky tem obras na exposição, mas elas se perdem em meio a peças russas e xamânicas que mais parecem ocupar espaço vazio do que ter algum significado real dentro do Simbolismo. Em certo momento fiquei achando que a exposição tinha ido para um lado psicodélico/espiritual com citações de fadas etc. Com isso outras obras (de outros artistas) saltam aos olhos, como um pequeno porém impressionante pôr-do-sol, uma gigantesca paisagem e até mesmo um quadro sobre um reino submarino.
Para mim, se eram poucas as obras de Kandinsky que poderiam fazer parte, a exposição deveria ter sido menor e mais concentrada. Sua incrível técnica colorista que atinge gradientes e misturas únicas fica reduzida entre tantos. Sua importância na Bauhaus e no design nem é citada. Sua contribuição direta no abstracionismo geométrico parece ter se escondido atrás de uma obra (nada geométrica porém não menos incrível) do papa do Suprematismo russo, Kasimir Malevich. O elo de ligação com Shönberg se torna uma pérola no meio disso, coroada com a proximidade do quadro
No branco.
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Óleo sobre tela. 1920. Museu Estatal Russo. |
As exposições no
CCBB são sempre incríveis e cada vez mais ganham destaque no cenário nacional e internacional. Por isso, acho que essa ficou aquém do merecido/esperado (ainda mais depois de 1 hora de espera na fila...).