terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sobre hadoques e lobos no brejo

Por erro de logística (e talvez obra do destino), hoje pela manhã precisei andar por quase toda a extensão da Rua Haddock Lobo na Tijuca. É impressionante como uma rua pode ser tão recheada de memórias. Pelo menos 1/3 da minha vida está nessa rua... o terço inicial, da minha infância. São lugares, cheiros, experiências que imediatamente pipocam na mente a cada passo dado.
A escola eterna e a primeira vez que voltei para casa sozinho. O salgado pós-escola. Os aquários e filhotinhos da pet shop. O glamour em fraques. As ruas transversais, casas e prédios de vários amigos e familiares. O curso de inglês. O Clube Municipal. O Banco Nacional do avô. O Brasa Columbia. A piscina dos finais de semana (que agora é um prédio). O mercadinho Nova Olinda (agora Apolo). A papelaria (virou loja de roupas femininas). O Rei dos Plásticos (virou loja de ferramentas genérica). A loja de quadros na esquina (que já me dizia quem eu seria). A maravilhosa lojinha de balas onde eu gastava minha mesada de 50 centavos (agora é uma autorizada). O pronto-socorro que atendeu o filho da empregada. O armarinho. A vila das bolinhas de gude e dos carros de coleção. A única Chácara da Tijuca (nº300, 9º andar)! O gigante adormecido na janela. A Fundação Bradesco e o Maria Raythe. As missas dominicais obrigatórias nos Capuchinhos. O futsal no Fumageiros (e em vários clubes portugueses da área). O AABB Tijuca e TODA a minha iniciação esportiva. O cheiro da casa de umbanda. O velho consultório do dentista. O moderno consultório dos aparelhos dentários. À caminho para o trabalho do meu pai. Ou para o sonho da Zona Sul.

Isso é só uma pontuação de memórias vívidas e vividas. Cada uma ainda se desdobra em outras lembranças. Mas apesar do tom nostálgico, não há saudades. Foram momentos que fizeram quem eu sou hoje. E o passado - seja bom ou ruim - torna esse presente real. Real de verdade. Real de rei.


Me dei conta também de que a Rua São Francisco Xavier é um divisor de ruas e de águas: assim como ela transforma a Rua Conde de Bonfim em Rua Haddock Lobo, ela separa minha infância da minha adolescência. O segundo terço da minha vida é à direita do Largo da Segunda-Feira, até a Praça Saens Peña. A partir daí me tornei um Tijucano de carteira.

PS.: Pra quem não sabe, Tijuca, em tupi, é "água podre" porque ao bairro era um brejo. Também descobri que Roberto Jorge Haddock Lobo (1817-1869) foi o médico responsável pela primeira anestesia (para fins experimentais) no Brasil e ainda realizou um recenseamento no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Que eu consiga aproveitar minhas férias!

(Childhood, arte urbana do francês OaKoAk)
 

PS.: Nem consegui escrever nada para os 3 anos que o blog fez no domingo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Papai Joel (ou seria Dad Joel?)

Falem de Muricy, Mano, Luxa ou Felipão... o melhor treinador do Brasil é o Joel Santana! Pelo menos o mais folclórico, ele é! Quem aqui não se lembra da sensacional entrevista em inglês que ele deu após um jogo da África do Sul na Copa dos Confederações quando ele era treinador:



Ainda bem que está legendada, não? Aliás, essa entrevista rendeu um funk mais sensacional ainda: o Metxe from birráindi!



Teve uma versão de funk melody também. E com todo essa habilidade no idioma anglo-saxão, Joel foi contrado pela Pepsi para o novo comercial da empresa dentro da campanha "Pode ser?" (ou, nesse caso, "Pode to be?"). Mais um show, é claro:



Para aqueles que não curtem tanto futebol entenderem melhor, vou exemplificar com o seguinte "causo": em junho de 2011, ele só tinha uma semana e meia à frente do Cruzeiro e não sabia o nome dos jogadores. Alguns diriam que ele estava perdido à beira do gramado contra o Vasco, mas não foi bem assim. Com a ajuda do preparador Ronaldo Torres, Joel errou os nomes, gritou sem ser ouvido, perdeu lances ao escrever em sua clássica prancheta... no entanto, fez as duas modificações que fecharam o placar em 3 a 0 para seu time. Vejam a matéria do Globo Esporte:



  • Eu tiro quem? Botar é mole. Eu tiro quem?
  • Não começa a inventar muita coisa, não. Se eu tiver que botar, eu vou ter que botar o Roger. A torcida tá aqui já gritando... (recusando a idéia de substituição dada pelo preparador)
  • Ei, ei, ei...Qual é o nome dele? O centroavante? (sobre Thiago Ribeiro)
  • Espera Dudu, espera! Ele não espera! (pedindo para Dudu aguardar o escanteio para entrar, mas a vontade falou mais alto e Dudu entrou)
  • Fabrício! Entra no lugar de Wallyson entre o quarto-zagueiro e o lateral, e manda o Montillo manter a bola em você. Me entendes? Me entendes? (Ele estava falando com o paraguaio Ortigoza e não com Fabrício...)

Ah... esse Joel...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Corrupção não! Cartaz sim!


Assunto recorrente no Brasil, a corrupção está (infelizmente) em evidência, não só pelas denúncias de sempre, mas também por mais algumas tentativas de combater esse mal. A Gecko Adesivos resolveu contribuir participando da primeira edição do projeto Cartaz Aberto. Seus dois posters - criados por Leo Conrado com - foram selecionados e agora estão virando adesivos e cartazes para espalhar ainda mais a mensagem contra a corrupção.

O Cartaz Aberto é um projeto de design que anualmente promoverá um concurso de cartaz que tenha como tema problemas sociais brasileiros. Designers, artistas gráficos, publicitários, arquitetos, estudantes, qualquer pessoa de qualquer área, está convidada a exercer a função social de seu talento em produzir cartazes.

Excelente projeto e mais um ótimo trabalho do Leo - que esteve por aqui no ano passado com uma belíssima ação para ajudar à região serrana do Rio que sofria (e ainda sofre) com as chuvas de verão.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pontos de cor

No mês de novembro do ano passado, a artista japonesa Yayoi Kusama construiu um ambiente típico australiano na Galeria de Arte Moderna em Brisbane (Austrália) e tudo foi pintado de branco para servir de tela.

 
 

Ao longo das duas primeiras semanas de exposição, as crianças que visitaram a galeria recebiam adesivos de pontos coloridos, sendo convidados a colaborar na transformação do espaço. O resultado foi uma explosão de cores!


Chamada de The Obliteration Room, a instalação interativa surpreendentemente SIMPLES e GENIAL faz parte da exposição Look Now, See Forever de Kusama que vai até 11 de março no local.

Mais uma razão para querer estar na Austrália agora...