terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Novas identidades secretas


No início deste ano, a DC Entertainment revelou sua nova marca - ou, como preferiu identificar, sua nova identidade, uma vez que a marca também irá para a DC Comics, o braço editorial (e mais importante) da empresa.

John Rood (vice-presidente de vendas e marketing) declarou que “é uma nova era na DC e o novo visual reflete uma abordagem dinâmica e destemida, ao mesmo tempo em que celebra a rica herança da companhia e seu robusto portfólio de personagens”. Rood destaca ainda que a ideia é a mesma da recente reformulação dos heróis da editora*, trazendo tons modernos aos clássicos, tornando tudo relevante ao mundo de hoje, mas mantendo o coração do que é a DC. Amit Desai (vice-presidente de franchising) explica que o "D" que se descola do "C" na nova marca representa as identidades secretas e outras dualidades que existem nas histórias que a DC publica:
Nós não queremos um logotipo estático, mas uma identidade viva que pode capturar o poder de nossos personagens e contar histórias. O especial no conteúdo da DC é a ideia da identidade dupla. Quando você pensa nos super-heróis da DC Comics, é a identidade secreta. Quando você pensa na Vertigo, é a ideia do bem contra o mal em tantas histórias. E assim, afora a flexibilidade, o novo logotipo comunica esta ideia de identidade dupla: mais do que você enxerga à primeira vista. Você tem que olhar mais de perto para entender a riqueza dos nossos personagens.
Criada pela Landor Associates, a marca passa a ter uma natureza mutável, se adequando ao produto ou personagem quando necessário, criando variações que incluem cor, efeitos de brilho e até alguns detalhes mais específicos, como a famosa gota de sangue de Watchmen. Ainda não há vídeo para mostrar os efeitos, mas em plataformas digitais (DVDs, apps, todo conteúdo para internet), a marca será animada, revelando algo por baixo. A fonte utilizada é a Gotham Black, um detalhe interessante para os batmaníacos.


 
 

Apesar dessa evidente funcionalidade, a única coisa que me incomoda é sua possível não-originalidade. É preciso ter muito cuidado ou a DC cairá no mesmo problema que a marca Rio 2016 teve...


Aliás, a quantidade de críticas negativas à nova marca é muito grande. É muito difícil mexer em uma marca querida. A marca de 2005, por exemplo, também foi execrada (eu!) por ter substituído a marca criada pelo famoso designer Milton Glaser (aquele que fez o I [coração] NY) e ficou por 29 anos! Mas em pouco tempo se tornou aceita (eu!), principalmente quando chegou aos cinemas e ao grande público (não só os fãs).

Acredito, então, que seja questão de tempo até essa nova marca funcionar, porque sua proposta é muito interessante e realmente atual (lembram da marca do Media Lab do MIT?). Concorda?

* Pra quem não sabe, no fim de 2011, a DC resolveu "zerar" seus heróis, ou seja, todos eles foram reiniciados com novas origens e novas conexões (por exemplo, nada de casamento entre Clark Kent e Lois Lane). O objetivo era trazer os heróis criados há mais de 70 anos para o século XXI.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Futebol de volta... e ela também!

Nesse final de semana recomeçaram os campeonatos estaduais pelo Brasil e os jornais e programas esportivos voltaram a ter assunto. Mas o importante mesmo é que ela voltou.


Contratada pela Band em janeiro de 2007 pra auxiliar o programa do Milton Neves, a gaúcha Renata Fan foi Miss Brasil em 1999. Sua beleza e esperteza acabaram se sobressaindo (algo bem fácil perto de Neto, Godoy e do próprio Milton Neves) e ela acabou ganhando o programa Jogo Aberto (todos os dias da semana, de 11h30 às 12h30, na Band). Ter uma mulher lindíssima como essa falando sobre futebol e esportes em geral faz a gente crer que a humanidade tem salvação. Eu sei que tem Milena Ceribeli, Glenda Kozlowski e Cris Dias... mas Renata não é só âncora: ela tem opinião.

É bem verdade que ela tem ficado excessivamente brincalhona por causa da edição do programa e de seus companheiros ridículos. Por exemplo... no início de 2011, Denílson (o ex-jogador mesmo) lançou a campanha Dança, Renata! por causa de suas palhaçadas. A campanha tomou vulto e ficou nacional! TV, twitter e até as torcidas pediam a bela dançando. Vejam o vídeo que vocês vão entender tudo e verão a conclusão da história, que se deu no dia 15 de julho de 2011:



Tá... ela não dança nada... mas vai dizer que não é linda? E ainda sabe tudo de futebol!!!

PS.: Alguém tira o Neto da TV!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sucessos do meu ano


Depois de ontem, procurei as paradas de sucesso (nacional e internacional) e achei um blog que tem todos os anos! Eu nasci num ano (1978) de Roberto Carlos e Bee Gees, com direito a Frenéticas e Queen!

NACIONAL
  1. Outra vez, de Roberto Carlos
  2. Força estranha, de Roberto Carlos
  3. Sampa, de Caetano Veloso
  4. Dancin' Days, das Frenéticas
  5. Não existe pecado ao sul do Equador, de Ney Matogrosso
  6. Cálice, de Milton Nascimento e Chico Buarque
  7. Perigosa, das Frenéticas
  8. Folhetim, de Gal Costa
  9. A noite vai chegar, de Lady Zu
  10. Café da manhã, de Roberto Carlos


INTERNACIONAL
  1. Night fever, dos Bee Gees
  2. How deep is your love, dos Bee Gees
  3. Don't let me be misunderstood, de Santa Esmeralda
  4. MacArthur Park, de Donna Summer
  5. Emotion, de Samantha Sang
  6. Shadow dancing, de Andy Gibb
  7. Stayin' alive, dos Bee Gees
  8. We are the champions, do Queen
  9. Baby come back, do Player
  10. Grease, de Frankie Valli


É rock'n'dance, bebê!

PS.: E Michel Teló está em 6º nesse início de 2012, sendo que ficou em 13º ano passado com Ai se eu te pego. Paula Fernandes (Sensações) e Katy Perry (The one that got away) são os sucessos até agora, mas com Teló indo para a Europa... não sei não...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

As músicas brasileiras de maior sucesso nas paradas nacionais em todos os tempos


De 1902 a 2011, cada época teve sua música de sucesso. Dos lundus ao sertanejo universitário, o público brasileiro já gostou de tudo, sendo que as canções românticas são a maior constante. Há muitos artistas de um sucesso só, mas também há cantores que chegaram ao topo várias vezes, como Bahiano (6), Francisco Alves (5), Roberto Carlos (5), Zezé di Camargo & Luciano (4) e Carmen Miranda (3), entre outros. Algumas músicas foram esquecidas com o passar do tempo, enquanto outras se tornaram clássicos. Vejam a lista feita pelo Hot 100 Brasil (em 17 anos de pesquisas!):
1902: A conquista do ar (Santos Dumont), da Banda da Casa Edison
1903: Perdão, Emília, de Bahiano
1904: Amor perdido, de Patápio Silva
1905: Fantasias ao luar, da Banda da Casa Edison
1906: Clélia (ao desfraldar da vela), de Mário Pinheiro
1907: Ó, Minas Gerais, de Eduardo das Neves
1908: Os namorados da lua, de Mário Pinheiro
1909: Choro e poesia, da Banda da Casa Edison
1910: Canção do marinheiro (cisne branco), de Eduardo das Neves
1911: O meu boi morreu, de Eduardo das Neves
1912: O forrobodó, do grupo Chiquinha Gonzaga
1913: Caboca di Caxangá, de Patrício Teixeira
1914: Atraente, do grupo Chiquinha Gonzaga
1915: Apanhei-te, cavaquinho, do grupo O Passos no Choro
1916: Flor do mal, de Vicente Celestino
1917: Pelo telefone, de Bahiano
1918: Ontem ao luar, de Vicente Celestino
1919: Já te digo, de Bahiano
1920: Fala meu louro, de Francisco Alves
1921: Esta nega qué me dá, de Bahiano
1922: Luar de Paquetá, de Bahiano
1923: Tristezas do jeca, da Orquestra Brasil-América
1924: O casaco da mulata, Bahiano e Maria Marzulo
1925: A casinha (a casinha da colina), de Aracy Côrtes
1926: Chuá, chuá, de Fernão e Romeu Silva
1927: Anoitecer, de Gastão Formenti
1928: Jura, de Aracy Côrtes
1929: Gosto que me enrosco, de Mário Reis
1930: Pra você gostar de mim (tahi), de Carmen Miranda
1931: Tico-tico no fubá, da Orquestra Colbaz
1932: O teu cabelo não nega, de Castro Barbosa e Grupo da Velha Guarda
1933: Alô, alô, de Carmen Miranda e Mário Reis
1934: Cidade maravilhosa, de Aurora Miranda e André Filho
1935: Minha palhoça, de Sílvio Caldas
1936: Pierrô apaixonado, Joel e Gaúcho
1937: Carinhoso, de Orlando Silva
1938: Pastorinhas, de Sílvio Caldas
1939: O que é que a baiana tem?, de Carmen Miranda e Dorival Caymmi
1940: Dama das camélias, de Francisco Alves
1941: Canta Brasil, de Francisco Alves
1942: Ai! Que saudades da Amélia, de Francisco Alves
1943: A dama de vermelho, de Francisco Alves
1944: Atire a primeira pedra, de Orlando Silva
1945: Maria Bethânia, de Nelson Gonçalves
1946: De conversa em conversa, de Isaura Garcia e Os Namorados da Lua
1947: Copacabana, de Dick Farney
1948: A saudade mata a gente, de Dick Farney
1949: Brasileirinho, de Waldir Azevedo
1950: Pé de manacá, de Isaura Garcia e Hervé Cordovil
1951: Vingança, de Linda Batista
1952: Lata d’água, de Marlene
1953: Risque, de Linda Batista
1954: Teresa da praia, de Dick Farney e Lúcio Alves
1955: Café soçaite, de Jorge Veiga
1956: Conceição, de Cauby Peixoto
1957: Mocinho bonito, de Dóris Monteiro
1958: Cabecinha no ombro, de Alcides Gerardi
1959: Estúpido cupido, de Celly Campello
1960: Banho de lua, de Celly Campello
1961: Palhaçada, de Dóris Monteiro
1962: O trovador de Toledo, de Gilda Lopes
1963: Mas que nada, de Jorge Ben
1964: Rua Augusta, de Ronnie Cord
1965: Trem da onze, dos Demônios da Garoa
1966: Quero que vá tudo pro inferno, de Roberto Carlos
1967: Coração de papel, de Sérgio Reis
1968: Viola enluarada, de Marcos Valle e Milton Nascimento
1969: As curvas da estrada de Santos, de Roberto Carlos
1970: Foi um rio que passou em minha vida, de Paulinho da Viola
1971: Detalhes, de Roberto Carlos
1972: Ilu Ayê, de Clara Nunes
1973: O vira, dos Secos e Molhados
1974: No silêncio da madrugada, de Luiz Ayrão
1975: Moça, de Wando
1976: Juventude transviada, de Luiz Melodia
1977: Amigo, de Roberto Carlos
1978: Outra vez, de Roberto Carlos
1979: O bêbado e a equilibrista, de Elis Regina
1980: Balancê, de Gal Costa
1981: Baila comigo, de Rita Lee
1982: Muito estranho (cuida bem de mim), de Dalto
1983: Menina veneno, de Ritchie
1984: Sonífera ilha, dos Titãs
1985: Dona, do Roupa Nova
1986: Demais, de Verônica Sabino
1987: Que país é este?, do Legião Urbana
1988: Faz parte do meu show, de Cazuza
1989: Bem que se quis, de Marisa Monte
1990: Evidências, de Xitãozinho & Xororó
1991: É o amor, de Zezé di Camargo & Luciano
1992: O canto da cidade, de Daniela Mercury
1993: Que se chama amor, do Só Pra Contrariar
1994: Eu só penso em você, de Zezé di Camargo & Luciano e Willie Nelson
1995: Vira vira, dos Mamonas Assassinas
1996: Garota Nacional, do Skank
1997: Palpite, de Vanessa Rangel
1998: Cada volta é um recomeço, de Zezé di Camargo & Luciano
1999: Sozinho, de Caetano Veloso
2000: Amor I love you, de Marisa Monte
2001: Quem de nós dois, de Ana Carolina
2002: Festa, de Ivete Sangalo
2003: Tô nem aí, de Luka
2004: Vou deixar, do Skank
2005: Eu amo, de Zezé di Camargo & Luciano
2006: É isso aí, de Ana Carolina e Seu Jorge
2007: Natiruts reggae power, do Natiruts
2008: Extravasa, de Cláudia Leitte
2009: Agenda, de Ornella di Santis e Belo
2010: Só rezo, do NX Zero
2011: Um beijo, de Luan Santana

As informações não representam uma realidade absoluta, mas dão indicadores verossímeis que permitem refletir sobre a evolução do gosto musical do brasileiro médio. Agora reflitamos... nosso gosto musical tem melhorado, piorado ou se mantido no mesmo nível de sempre? Quem aposta em "Ai se eu te pego", de Michel Teló, como o hit de 2012?

(Via FreakShowBusiness)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sobre hadoques e lobos no brejo

Por erro de logística (e talvez obra do destino), hoje pela manhã precisei andar por quase toda a extensão da Rua Haddock Lobo na Tijuca. É impressionante como uma rua pode ser tão recheada de memórias. Pelo menos 1/3 da minha vida está nessa rua... o terço inicial, da minha infância. São lugares, cheiros, experiências que imediatamente pipocam na mente a cada passo dado.
A escola eterna e a primeira vez que voltei para casa sozinho. O salgado pós-escola. Os aquários e filhotinhos da pet shop. O glamour em fraques. As ruas transversais, casas e prédios de vários amigos e familiares. O curso de inglês. O Clube Municipal. O Banco Nacional do avô. O Brasa Columbia. A piscina dos finais de semana (que agora é um prédio). O mercadinho Nova Olinda (agora Apolo). A papelaria (virou loja de roupas femininas). O Rei dos Plásticos (virou loja de ferramentas genérica). A loja de quadros na esquina (que já me dizia quem eu seria). A maravilhosa lojinha de balas onde eu gastava minha mesada de 50 centavos (agora é uma autorizada). O pronto-socorro que atendeu o filho da empregada. O armarinho. A vila das bolinhas de gude e dos carros de coleção. A única Chácara da Tijuca (nº300, 9º andar)! O gigante adormecido na janela. A Fundação Bradesco e o Maria Raythe. As missas dominicais obrigatórias nos Capuchinhos. O futsal no Fumageiros (e em vários clubes portugueses da área). O AABB Tijuca e TODA a minha iniciação esportiva. O cheiro da casa de umbanda. O velho consultório do dentista. O moderno consultório dos aparelhos dentários. À caminho para o trabalho do meu pai. Ou para o sonho da Zona Sul.

Isso é só uma pontuação de memórias vívidas e vividas. Cada uma ainda se desdobra em outras lembranças. Mas apesar do tom nostálgico, não há saudades. Foram momentos que fizeram quem eu sou hoje. E o passado - seja bom ou ruim - torna esse presente real. Real de verdade. Real de rei.


Me dei conta também de que a Rua São Francisco Xavier é um divisor de ruas e de águas: assim como ela transforma a Rua Conde de Bonfim em Rua Haddock Lobo, ela separa minha infância da minha adolescência. O segundo terço da minha vida é à direita do Largo da Segunda-Feira, até a Praça Saens Peña. A partir daí me tornei um Tijucano de carteira.

PS.: Pra quem não sabe, Tijuca, em tupi, é "água podre" porque ao bairro era um brejo. Também descobri que Roberto Jorge Haddock Lobo (1817-1869) foi o médico responsável pela primeira anestesia (para fins experimentais) no Brasil e ainda realizou um recenseamento no Rio de Janeiro.