domingo, 9 de setembro de 2012

Portadores de vitórias especiais

Sério... torcer para Neymar, Cielo, Fabiana Murer ou até mesmo os novos heróis olímpicos do boxe perdeu o sentido. O que o Brasil está fazendo nos Jogos Paraolímpicos* é de dar um orgulho na alma. Temos um monte de medalhas! Nós somos tricampeões no futebol de 5 (e não temos medalhas olímpicas na seleção principal...)! Nós somos mestres em bocha adaptada e o mundo inteiro nos copia!

Agora se pergunte: aonde esse povo treina? Tem campeonatos mundiais? A gente só vê na TV os considerados "normais" em competições o ano todo e eles chegam nas Olimpíadas dizendo que sofreram muito pra chegar ali ou que o vento atrapalhou... tipo... hã? E o biamputado Daniel Dias que tem 6 medalhas de ouro e é o maior atleta paraolímpico brasileiro? E a cega Terezinha Guilhermina que no dia seguinte que perdeu a medalha por solidariedade ao seu guia ganhou ouro? Será que ainda vai ter gente alegando problemas psicológicos?

E o mais incrível: nada de reclamações! Veja o caso de Alessandro Zanardi, piloto italiano de Fórmula 1 que em um horroroso acidente perdeu as duas pernas e agora é campeão olímpico nas provas H4 de handbike contra-relógio e estrada. Perguntado se ele serviria de exemplo, ele respondeu com um sorriso que jamais poderia querer que um acidente fosse um exemplo para alguém, mas que sua felicidade deveria ser dividida.

Estou escrevendo esta postagem porque todo mundo só fala na Copa do Mundo em 2014 e nas Olimpíados do Rio em 2016, mas se esquecem que depois vem as Paraolimpíadas. Onde está a acessibilidade no Rio de Janeiro? Por enquanto, em lugar nenhum... mas realmente espero que esteja em nossas mentes, nossos corações e em nossas formas de torcer!

* Sei que a escrita correta é "paralímpica", mas não tô nem aí, pq achei feio e sem explicações plausíveis. Vou manter o termo antigo.

Nenhum comentário: