terça-feira, 2 de julho de 2013

Copa das Confederações - Finais

Demorei pra escrever porque eu fui ao jogo! Mas vamos por partes...


A disputa do terceiro lugar foi ótima! Tanto Uruguai quanto Itália pareciam querer de qualquer jeito a posição. A Azzurra começou insinuante e sempre esteve à frente do placar, mas o futebol de Libertadores é guerreiro e não desiste. Cavani fez dois gols e levou o jogo para a prorrogação. O calor e o cansaço não impediu as jogadas de perigo, mas diminuiu o ritmo. Pênaltis inevitáveis com a redenção do goleiro Buffon que havia falhado em um dos gols celestes e acabou defendendo três cobranças (mal batidas). O Uruguai ainda saiu vitorioso, marcando o 4º lugar da última Copa e dessa competição. Precisa melhorar nas eliminatórias pra fazer bonito no ano que vem.

Inacreditável, não?

Se você leu minha postagem da semifinal, sabe que eu achava a derrota mais produtiva, porém o êxtase da vitória seria inevitável. E continuo pensando assim. Estou gostando do discurso do Felipão e dos jogadores sobre a necessidade de melhora, que não está nada pronto ou definido. Mas o discurso nas entrelinhas (principalmente de alguns membros da imprensa) não é esse. Tem muita gente achando tudo lindo... e não está. Mas vamos ao jogo, né?

Bom... a emoção de estar na final é indescritível. Já falei que a música da Fifa me arrepia?



Essa música que toca nos campeonatos europeus dá um ar de nobreza incrível. Mas... olha... nada é igual a uma coro de 73 mil vozes cantando o hino do país, quebrando o protocolo. Se eu estivesse em campo, estaria com a boca seca de tanto chorar e suar.



Foda, né? E a seleção sentiu isso. Desde a primeira partida, a proposta do time de Felipão era fazer uma pressão insuportável nos primeiros minutos dos dois tempos. Foi assim que conseguiu a maior parte dos gols e acabou assustando a não-mais-poderosa Espanha. Aliás... não falei que ela não era imbatível? Marcação é a parada! Em cima! Na saída de bola! Sem espaço para os malditos passes perfeitos da Fúria! Iniesta foi uma luz de habilidade nos impressionados e nervosos espanhóis. Xavi sumido, Torres sendo o perna-de-pau de sempre, Piqué e Sérgio Ramos perdidos.

Vamos aos jogadores brasileiros:

  • Julio César carimbou sua ida à Copa 2014. "Goleiro é cargo de confiança" é uma frase que todo técnico usa e está certa, porém tem mais. Goleiro tem que ter confiança. E isso Julio César tem. Ele cresceu demais na competição e foi praticamente perfeito na final. Mesmo que Jefferson e Cavalieri sejam excelentes goleiros, ainda vão esquentar banco.
  • Daniel Alves deu uma entrevista antes da final dizendo que na seleção nunca será o jogador do Barcelona porque são situações diferentes. Ele até está certo se considerarmos esquema tático e jogadores. No entanto, ainda acho estranho ele errar passes bobos com a camisa amarela e fazer chover com a camisa do Barcelona. Ele já decidiu jogo para o Brasil com falta perfeita e foi mais insinuante. Mistério. Pra mim, é vaga aberta... se aparecer alguém fazendo sombra, ele pode dançar. Por enquanto, Jean é coringa.
  • Marcelo foi peça chave na final. Era o grande desafogo criativo da equipe, já que o meio de campo não o fazia. Aliás, tem sido assim em todos os jogos. Acho ele meio cabeça quente e arrogante (pênalti bobo...), mas não tem melhor. Felipe Luís deve estar agradecendo aos deuses essa convocação.
  • Thiago Silva, mesmo jogando mal, é bom. Ele passa segurança e é isso que um zagueiro precisa fazer para o time. E o que falar de David Luís? Estabanado? Sim. Acha que é craque? Sim. Tem amor pela camisa? Muita! Toda a raça que os torcedores pedem aos jogadores estava concentrada no zagueiro nesta final. Felipão disse em entrevista que o jogo foi ganho quando David Luís tirou uma bola em direção ao gol. Vocês já viram o lance direito? Tem noção dos centímetros da parábola da bola sobre a trave? Depois desse lance, ele cresceu demais! Duas vagas garantidas. Dante deve estar certo também e Réver tem que manter o excelente ritmo no Atlético-MG pra continuar na equipe, mesmo que tenha feito o nome com a comissão técnica.
  • Paulinho não esteve brilhante, ainda assim, taticamente importante. É craque e fundamental pra essa equipe. Precisamos ver se ele vai conseguir manter o nível no Tottenham (Inglaterra) ou vai acabar sem jogar.
  • Felipão colocou Luiz Gustavo desde o início e pegou todo mundo de surpresa. Cá pra nós? Ele desempenha sua função de forma perfeita. No Bayern de Munique, ele diz que está lá pra tirar a bola e passar pra quem sabe. E é isso que ele faz. Certo em 2014.
  • Hernanes e Fernando são jogadores chave para Felipão, porém, reservas de Paulinho e Luiz Gustavo. Acredito que carimbaram sua vagas. Só uma lesão (ou um grande craque) tira essas vagas.
  • Pra mim, a meia canarinho está em aberto. Oscar é novo e excelente jogador, mas andou sumido nessa competição. Participou de gols, mas foi muito pouco para o que ele promete. Igual a Lucas que é solicitado pela torcida em todos os jogos, mas não diz a que veio. Provavelmente estarão em 2014 por causa da idade e da qualidade, mas precisam mostrar o futebol que sabem. Bernard encantou Felipão, mas não sei porquê. Não acho que ele tenha ido tão bem assim quando entrou, mas é outro que é novo e promete muito. Agora... Jadson... sinceramente... você foi convocado pra cumprir número. Não que seja ruim, mas é a vaga mais aberta da equipe.
  • O ataque tá amarrado. Fred é foda e fez o Maracanã ficar meio tricolor quando começou o coro de "O campeão voltou". Não tem igual a ele e acho que ele deveria ser o Capitão. Jô é o melhor reserva pra ele no momento. É bom, é novo, é alto e está jogando bem. Precisa manter o nível até lá, porque o Brasil é mestre em tirar craques nessa posição da cartola. Hulk tem uma função tática imprescindível. Quem reclama dele, ainda não entendeu que ele está ali pra usar a força em um meio de campo franzino e novinho. Vaga certa e acho que merece. Ele ainda tem bola pra mostrar. E Neymar... precisa escrever?
  • Felipão assumiu a responsabilidade ao lado de uma comissão vitoriosa e trouxe um discurso afinado para uma torcida que precisava disso dentro e fora dos campos. Talvez tenha sido sua maior conquista: o brasileiro. Sua nova postura menos ranzinza está ótima e coerente. Espero que continue assim. Sempre.
De resto foi só alegria: um Maracanã sensacional (continuei no ótimo setor Verde, só que mais embaixo, o que significa mais perto do campo porém nem tão melhor visualmente), um público show (porém demasiado hostil em alguns momentos, talvez por conta da cerveja rolando solta) e a taça sendo levantada pela seleção. A Copa do Mundo que me aguarde porque já estou guardando dinheiro.

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