sexta-feira, 14 de julho de 2017

Arte ao Lado: Raphael Zanow

Como captar o que a mente transcende? No caso de Raphael Zanow, escrevendo poesia. Mas como manter suas ideias em equilíbrio? Pra ele, jogando capoeira.

Seu movimento interno de expressão se deu na forma dessas duas artes. Uma desenvolve a outra e o permite praticar aspectos do corpo, da mente e do espírito para que suas palavras e seus gestos falem de outra forma.

A capoeira sempre foi mais do que uma arte para Raphael. Desde a adolescência, a filosofia dessa luta / jogo / dança afro-brasileira invadiu sua casa (literalmente) e o mostrou exemplos de união, de harmonia, de força e de família. Ele diz que a capoeira foi uma força que potencializou suas reflexões de como ser uma pessoa melhor. Hoje sua casa já se tornou um quilombo onde ele não só treina como também ministra aulas.

Com a entrada da Psicologia em sua vida, Raphael conseguiu refinar os processos externos e internos para escrever sobre tudo que vem à mente. Como, por exemplo:
Sou normal,
No mundo dos anormais.
Onde todos estão nesse mundo,
E ao mesmo tempo não estão,
Ou não querem estar.
Um mundo de criação,
Criado para viver.
Para o bem viver eu não sei?
É pra ser vencido!
É uma luta contra a criação.
Sua própria criação.
Você contra você.
Todos contra todos e todos juntos contra tudo e todos.
Mundo louco!
Mundo normalíssimo.
Cada situação diferente da outra,
Parecida,
Mas nunca igual.
Criação gerando criação.
De perto…
Olhos que você vê, porém, só enxerga com os seus.
Olhos que dão a visão do normal!
O seu normal.
O normal do próximo, já não é tão normal.
Mas é um normal na invisibilidade de outro normal.
Que ao mesmo tempo é vivido!
Com o desejo de ser único por um só.
Uma mistura de normalidades que englobam outras realidades.
Indiretamente tudo é respeitado para poder ser vivido normalmente.
O verdadeiro significado do nosso real?
Não sei, mas é normal eu não saber.
Pois convivemos bem nossa normalidade.
Esqueça as diferenças, pois tudo é normal.
Caso para você algo não seja normal ou tão normal…
Imagine que você que não é normal.
Assim será normalmente melhor.
Viva normalmente,
Mas não seja normal!
Em sua página do Facebook, Reflexões Poéticas da Existência, Raphael posta mais de seus textos junto com algumas leituras em vídeo.


Eu e Rapha nos conhecemos na academia, mas não foi malhando. Foi dançando! Isso mesmo: nós fazíamos aulas de street dance, step e lambaeróbica! Fazíamos não... dominávamos, né, Rapha? Criamos um vínculo fraternal forte: eu, o irmão mais velho com um pouco mais de sabedoria porém bem menos calejado; Raphael, o irmão mais novo impetuoso que abraçava a vida com intensidade.

A distância nunca desfez esse vínculo que a Arte veio agora revelar. Axé!

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