Na semana passada, fui assistir ao musical Beatles num céu de diamantes, no novo teatro do Rio Sul. Sem diálogos ou recurso cênico, o objetivo é você realmente curtir as músicas incríveis que esse quarteto londrino fez na década de 60 através das vozes de 11 atores/cantores.
Algumas vozes são ótimas! Destaco o dueto entre Sabrina Korgut (a mesma do incrível Avenida Q) e Pedro Sol que misturam Let it be e Yesterday. Ah... e destaco também o ator-cantor-percussionista-dançarino-bombril Jonas Hammar... o cara faz de um tudo (pana que na foto lá em cima ele ficou atrás de todo mundo...)!
Falou em musical, falou em? Isso mesmo... é de Charles Möeller e Claudio Botelho. Existe um fio condutor bem tênue com Alice no País das Maravilhas, mas só fica visível quando se lê no cartaz de entrada que existe isso. E - pra falar a verdade - as músicas são o que valem, ou seja, dá pra comprar uma boa coletânea dos Beatles e curtir em casa até furar o CD. No geral, sem cenário, sem figurino, sem texto... só podia ficar um show mais ou menos (porque não dá pra ser um teatro, né?).
A indústria cinematográfica é uma das que mais utiliza a mídia cartaz para divulgação (talvez seja a que mais usa, afinal, tem até prêmio sobre isso). Mas, se a gente olhar bem, a criatividade tem ficado para cartazes teasers que vão apresentando o filme, pois os cartazes principais precisam ter os protagonistas que chamam atenção (e dinheiro) para o filme.
Mas será que precisa ser sempre aquela fotinho com a cara de atores e atrizes? Por que não uma ilustração vetorial? É isso que o designer e ilustrador polonês Gabz (ou Grzegorz Domaradzki, mas é melhor o apelido, né?) resolveu fazer com alguns cartazes famosos. Vejam:
Beleza Americana
Melhor impossível
Franco atirador
Desconstruindo Harry
Buffalo 66
Legal, né? Ainda prefiro os minimalistas (como aqueles do Tarantino), mas esses dão um banho nos photoshopados de hoje.
Todos aqui estão familiarizados com os clássicos lambe-lambes, certo? Eles são basicamente cartazes de fino papel colado com cola (de polvilho ou de farinha!), geralmente em muros e postes. Há séculos já é usado para a publicidade, divulgação e comunicação (quem nunca viu um lambe-lambe de algum ladrão sendo procurado em filmes de faroeste?) e já está no inconsciente coletivo. No Brasil, são comumente utilizados para divulgação de shows e outros eventos. Mas o lambe-lambe também pode ser considerado uma forma artística de intervenção urbana.
Com design? O nova-iorquino Cardon Webb acha que sim.
Em seu projeto Cardon Copy, ele "sequestra" panfletos e cartazes comuns das ruas - cachorrinhos perdidos, oferta de serviços, apartamento pra dividir etc. - e refaz seu design. Depois de re-pensado, com forte apelo visual e certa criatividade, o cartaz é devolvido pro seu exato lugar de origem. Clique para aumentar:
As maiores críticas são sobre legibilidade. Muita gente acha que os cartazes perdem o lado funcional / informacional para dar um enfoque puramente estético. Em alguns casos, eu até concordo, mas eu bem que adoraria ver isso pelas nossas ruas... (Do Follow the Colours)
Aliás... bem que alguém podia fazer isso com aqueles cartazinhos de "trago seu amor em 3 dias"... hehehehe... mmmmmm... boa idéia, né?