quinta-feira, 1 de julho de 2010

Amor líquido

Nesse intervalo de Copa do Mundo, consegui acabar um dos livros que mais demorei a chegar ao fim: Amor Líquido, de Zygmunt Bauman (Jorge Zahar, 2004).

Conta minha tia que foi a uma feira de livros para procurar este livro que estava sendo lançado. Chegando no stand, procurou a prateleira de Sociologia, Filosofia e Antropologia, mas não foi capaz de encontrar. Chamou um dos monitores e indagou sobre o livro de Bauman. O rapaz perguntou o nome do livro e ao ouvir respondeu: "Ah... a senhora errou. Esse livro está em Auto-Ajuda"... Na boa... Auto-ajuda? Esse livro deve ser de "auto-bagunça"! É o famoso "não julgue o livro pela capa", porque de amor mesmo só se fala no início e comparado à morte!
Quando se trata de amor, Posse, Poder, Fusão e Desencanto são os Quatro Cavaleiros do Apocalipse!

É impossível sair impune às palavras cruéis que constatam a realidade das relações humanas contemporâneas. Família, amizade, trabalho, paternidade/maternidade, nacionalidade, solidariedade... a Humanidade é colocada em cheque. Bauman escreve que as relações tornaram-se excessivamente flexíveis, gerando enormes e crescentes níveis de insegurança. A prioridade dada a relacionamentos virtuais que podem ser tecidos e/ou desmanchados com igual facilidade - às vezes sem qualquer contato real -, faz com que não saibamos mais manter laços presenciais a longo prazo.

Cada vez que eu lia uma ou duas páginas, levava dias para digerir aquelas informações. De início, eu ia contra. Não queria acreditar no mundo em que vivemos e tinha certeza que eu era diferente. Cheguei até a ir contra todo o ideal de "líquido" do sociólogo, pensando que até mesmo ser somente líquido é um sinal de estar estático. Viajei. Mas o tempo vai passando e aquelas páginas ficam te remoendo. Você fica querendo saber mais, querendo que ele dê uma resposta, que ele melhore. Mas não... são 180 páginas de alertas pessimistas. Porém, verdadeiras... o que deixa tudo ainda pior.

Em alguns raríssimos momentos, encontramos apontamentos de soluções. Soluções essas que ele sempre coloca como quase impossível por conta das tramas relacionais globais:
Amar o próximo como amamos a nós mesmos significaria então respeitar a singularidade de cada um - o valor de nossas diferenças, que enriquecem o mundo que habitamos em conjunto e assim o tornam um lugar mais fascinante e agradável

Acho que é preciso estar bem preparado emocionalmente para a leitura desse livro. É um livro duro, com muitas metáforas para facilitar seu triste entendimento. Ao sobreviver a sua leitura, é fundamental refletir sobre nós mesmos e todas as nossas relações.

Mestres do cinema!

Não comparem. Divirtam-se!

Kubrick e Scorcese:


Tarantino e Irmãos Cohen:

Ambos por Leandro Copperfield no Vimeo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Tá afunilando!


Ê joguinho amarrado... Platini até dormiu! Como disse um amigo meu: foi o jogo Originais X Falsificados... e a muamba ganhou no final! Qualidade técnica duvidosa de ambos os lados, tinha que dar num jogo 0 a 0 com prorrogação de igual placar e uma disputa de pênaltis insossa. Vai ter japonês cometendo harakiri... E esse time do Paraguai já entra pra história!

Espanha partiu pra cima com o excelente Iniesta. Portugal veio para os contra-ataques como fez com o Brasil, dependendo muito de uma mágica do Cristiano Ronaldo. Mas água mole em pedra dura... tome o primeiro gol em Portugal nessa Copa. E só deu Espanha no segundo tempo... só não foi mais - muito mais! - por causa do bom goleiro Eduardo. Confronto ibérico vencido merecidamente pelos espanhóis.

Quartas de final fechadas e tem seleção sul-americana em TODAS! Uruguai (vs. Gana), Argentina (vs. Alemanha), Brasil (vs. Holanda) e Paraguai (vs. Espanha)! Difícil palpitar. Talvez Uruguai e Espanha tem os caminhos mais fáceis para a semi-final, mas não dá pra dizer que Gana e paraguai vão entregar facilmente. Argentina e Alemanha tem tudo pra ser outro dos melhores jogos dessa Copa do Mundo. Já Brasil e Holanda, repito, deve ser um jogo tático com poucas chances.

Tá afunilando! Dos oito, cinco eram esperados, mas dois ficam pelo caminho com certeza.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Jogos táticos com pouca emoção dão o tom de hoje

Tinha ficado com a impressão de que o Brasil não passaria pela Holanda, se ambos passassem às quartas de final, mas mudei minha opinião: a Laranja é eficiente, mas não é imbatível. O primeiro tempo foi muito chato, com cara de primeira rodada da Copa. Um gol de categoria de Robben (que acerta 90% dos chutes) e o time se fechou. Mesmo ficando com a bola, a Eslováquia não tinha muitas capacidades de furar a segurança holandesa na defesa e o bom goleiro Stekelenburg. O segundo tempo foi melhor com outro gol laranja, mas continuou lento. Hamsik e Vittek, considerados craques eslovacos, foram a representação dessa fraca seleção. Restou um pênalti de consolação nos acréscimos. Ficou aquém das primeiras partidas das oitavas.

Olha... não achei bom, não. Claro que um 3 a 0 enche os olhos... mas, vamos lá...
  • Julio César fez uma defesa importante em todo o jogo, ou seja, o Chile não machuca, é freguês mesmo.
  • Lúcio continua sendo o que mais aparece. No primeiro tempo, 70% dos closes eram pra ele. Daqui a pouco, o Luizão vai fazer a zaga co o Juan e ele vai ficar no lugar do Gilberto Silva.
  • Disse desde o início e repito até quando der: JUAN É CRAQUE. E é Flamengo, porra!
  • Maicon ficou longe do jogador do início da Copa. Está com medo ou foi ordens do Dunga pra ele ficar mais preso? Suas jogadas não tinham a mesma velocidade de antes. Estranho...
  • Michel Bastos continua sendo Michel Bastos. E não entendi porque colocar o Gilberto no lugar do Robinho... será que o Dunga entendeu que o Michel é horrível ou ele ficou com medo da assessora de imprensa dele? Eu hein...
  • Gilberto Silva foi discreto e não comprometeu. Até tentou um chute!
  • Ramires entrou bem no lugar de Felipe Melo. Fez a jogada do gol do Robinho e teve mais presença sem ser grosso. Pena que tomou cartão amarelo e não pode jogar às quartas.
  • Daniel Alvez tá sem dendê... manda importar, Dunga! Não tô gostando nada do futebol dele. Espero que o Elano volte logo, senão vou começar a apostar no Kleberson... ui...
  • Kaká precisa rezar. Tá nervosinho demais.. deve ser ansiedade. Não está jogando bem, mas ainda é capaz de oferecer passes brilhantes como o do gol do Luiz Fabiano.
  • Robinho foi muito mal. Sério... fez o gol e só. Não gostei. Era a Copa dele e espero que ele ainda acorde.
  • Luiz Fabiano também não foi bem. Até pisou na bola. Se não fosse os passes certeiros de Kaká ou as acrobacias manuais, não teria nenhum gol.
  • Gilberto entrou... no meio! Hã? Que viagem do Dunga! Aliás.. ele entrou e... NADA! Mesmo com pouco tempo, nem sei se ele chegou a tocar na bola direito.
  • O mesmo com Kleberson, mas esse ainda teve tempo de errar um passe.. claro! Aliás... acho que ele está passeando mesmo na África... ele deve ter passado numa daquelas cabelereiras de rua pra fazer luzes no cabelo... putz!
  • Nilmar tinha que ter entrado antes. Não no lugar do Luiz Fabiano, mas no lugar do Daniel Alves. Robinho vinha para o meio e os dois partiam pra cima da fraca zaga chilena. Mas eu não sou o técnico, né?
No final, a gente ganhou e isso é que importa. O Chile até deu uma pressão no Brasil logo de cara, mas jogar aberto com a gente é brabo. Aliás... Brasil e Holanda vai ser um jogo tático, provavelmente feio. Vai ser um placar baixo por causa de uma falha ou mais uma disputa de pênaltis daquelas...

Classe A mesmo!

Há algum tempo eu não via um filme de ação bem amarrado e divertido. Não é aquele filme de ação para machões, como Rambo ou Comando para Matar. O filme Esquadrão Classe A (The A-Team, 2010) tem tudo isso, mesmo com um roteiro enxuto que prefere cenas inacreditáveis ao desenvolvimento dos personagens. E quando eu digo inacreditáveis... não quero estragar o filme... mas o que o piloto é capaz de fazer com helicópteros e aviões bombardeiros é um absurdo! E o tanque?

Liam Neeson faz o comandante estrategista do esquadrão John "Hannibal" Smith, que não dispensa um charuto. Bradley Cooper é Templeton "Cara-de-Pau" Peck, o bonitão, fanfarrão e mestre dos disfarces. Sharlto Copley é o piloto de aeronaves H. M. Murdock, que, após um colapso na Guerra do Vietnã (nesse filme deve ser a Guerra do Golfo), enlouquece e nos dá as melhores cenas desse fime: seja com uma marionete, como Blue Man Group ou como William Wallace de Coração Valente, sua loucura vale o ingresso do filme! Quinton "Rampage" Jackson tenta substituir Mr.T como Bosco "B.A." Baracus. Eles criaram uma química, uma dinâmica de grupo infalível. A relação entre o louco Murdock e o medo de voar de B.A. fazem a festa na telona.


Com tantas séries televisivas envolvendo as agências de segurança americanas, Patrick Wilson faz um agente da CIA medíocre e fraco. Jessica Biel é a mocinha durona que podia ser cortada do filme.

O seriado foi filmado durante 5 anos, em que foram gravados 94 episódios! Acabou em 1987 graças a uma baixa audiência gradativa nos últimos anos. A sinopse da série que vale para o filme (apenas mudando a data de 1972 para 2003):
Em 2003, uma unidade operacional de elite foi condenada pela corte militar por um crime que não cometeu. Mas estes homens escaparam rapidamente da prisão de segurança máxima e passaram a viver clandestinamente no submundo de Los Angeles. Hoje, ainda procurados pelo governo, sobrevivem como mercenários. Se você tem um problema e ninguém mais pode ajudar, talvez você possa contratar o Esquadrão Classe A.
Eu gostei. E nem precisei ver um capítulo da série oitentista.