segunda-feira, 5 de março de 2018

Força estranha

O segundo filme da terceira fase da Marvel se propôs a introduzir o universo místico da editora na telona: Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016) expande o lado cósmico para o lado dimensional. O caminho pra isso já havia – de certa forma – sido pautado pelos filmes do Thor, já que os Asgardianos tornaram-se "alienígenas" (com uma pitada de Loki, algo que fica explícito nos pós-créditos), mas também pelos poderes surreais das Joias do Infinito e pelo microverso do Homem-Formiga. Neste filme, somos apresentados à magia como uma "programação da realidade" e, assim, o MCU tenta não se afastar (muito) do que seria possível.

O filme segue a fórmula Marvel e mantém a origem do personagem bem próxima dos quadrinhos. A arrogância de Stephen Strange é perfeitamente desenvolvida, até o acidente que o leva a uma jornada tanto mística quanto interior. É possível até perceber (para aqueles que acompanham todos os filmes) que Stephen começa como um Tony Stark e termina como um Steve Rogers, pensando em se sacrificar pelo bem maior sem desistir.

Os efeitos especiais desse filme são absolutamente incríveis. Sim... eles se inspiraram (bastante) no filme A Origem (Inception, 2010), mas foram além com o Multiverso dimensional criado. A cena ao avesso é de tirar o fôlego. O visual da magia – que traz mandalas hindus – também é lindo e o Manto da Levitação ganhou uma personalidade até divertida, porém, paradoxal já que parece não funcionar quando deveria (por exemplo, na incrível Dimensão do Espelho).


O elenco do filme é estelar, mostrando o quanto a Marvel continua atraindo os grandes nomes (seja pela quantidade absurda de dinheiro ou pelos desafios cinematográficos). A atuação de Benedict Cumberbatch foi muito elogiada e realmente está muito boa, porém, em vários momentos ele parece a pessoa errada para o papel, meio over. Isso respingou em Chiwetel Ejiofor, o (ainda não Barão) Mordo. Ele parece ser a razão, a consciência sobre o preço que se paga ao usar a magia indevidamente e até concordamos com ele ao longo do filme, entendendo sua motivação errada no final, o que lhe dá uma nuance de "vilão que não é exatamente vilão". Pena que é exatamente nessa transformação que o vemos ficar over.

Isso acaba sendo um contraponto com dois personagens: a Anciã e Kaelicius, protagonizados por Tilda Swinton e Mads Mikklsen. Ambos transmitem uma calma em suas atuações mesmo em suas cenas grandiosas de atuação, o que nos faz pensar que talvez o over de Estranho e Mordo sejam propositais. O caso de Tilda é a parte, já que o personagem nos quadrinhos é o estereótipo do ancião oriental careca de barbicha que domina todo o conhecimento. Ao ser escalada gerou dúvidas, mas ela dá um show, é claro.

Rachel McAdams como Christine Palmer está perfeita em toda cena que aparece, e Benedict Wong, o... Wong (!) também dá conta do recado mesmo sendo um retrato levemente diferente dos quadrinhos.

No fim, temos um bom filme de origem da Marvel que introduz vários novos elementos não só para a terceira fase, mas abre inúmeras possibilidades para o que virá depois da Guerra Infinita.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Intolerância do Tempo

ser "Advogado do Diabo" nos ensina a pensar fora da caixa e questionar as "fórmulas", até mesmo aquelas criadas pela gente mesmo. no entanto, é um processo difícil que atrai animosidades em uma época onde uma nova intolerância se encorpa: a INTOLERÂNCIA DO TEMPO, aquela q cerra os ouvidos e encerra conversas, q não permite a fermentação e a mudança, q cria novas caixas e novas fórmulas cada vez mais indecifráveis, q aumenta distanciamentos e seleciona somente a exclusão.

mudar de opinião e admitir o erro é agora tratado com descaso, agressividade e mais exclusão ao invés de um possível sinal de amadurecimento, de crescimento, de inteligência emocional.

fico feliz de saber q a Arte e o cotidiano como professor me colocam à prova, tornando-me alguém capaz de, pelo menos, ouvir o outro e entender a força do tempo.

amigos, o mundo q gira é o mesmo em q um homem não entra no mesmo rio duas vezes.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

MCU - 10 anos

Em 2008, a Marvel lançava Homem de Ferro, o primeiro filme de seu universo cinematográfico.

Dez anos depois, ela irá concluir sua terceira fase com uma megassaga em dois filmes que colocará todos os seus heróis contra Thanos, o grande vilão galáctico!

Não é à toa que o Homem de Ferro está no centro dessa imagem promocional de dez
anos. Além disso, os únicos vilões que aparecem são Loki e Nebula (de Guardiões),
mas eles não são exatamente vilões, né? (clique na imagem para aumentar)

Já fiz a resenha do terceiro filme do Capitão América, Guerra Civil, porque a Marvel decidiu que – estando consolidada – estava na hora de lançar novos heróis. Doutor Estranho, seu próprio Homem-Aranha (porque os anteriores eram da Sony), Pantera Negra, Vespa e Capitã Marvel teriam sua vez, enquanto os Guardiões da Galáxia teriam uma continuação e Thor encerraria sua trilogia.

Então, começarei as resenhas até culminar na Guerra Infinita dos Vingadores, no fim de abril, que ainda não é o fim dessa fase. O terceiro filme terá uma continuação em 2019 que (aí sim) irá encerrar a fase e abrir um novo horizonte ainda sem rumo, provavelmente com as sequências de Homem-Aranha, Pantera Negra, Doutor Estranho e o fim da trilogia dos Guardiões da Galáxia. Aguardemos até lá!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O ziriguidum ao lado

O Carnaval está chegando e a revista do Arte ao Lado está voltando! Então, mexa-se! Tem dança, tem teatro e – é claro – arte na Sapucaí!



"Ô abre-alas que eu quero passar..."

sábado, 3 de fevereiro de 2018

MCU - Fase 2

Após os Vingadores detonarem o cinema, o que a Marvel poderia fazer para continuar com seu sucesso estrondoso? A resposta: apostar em mais heróis e na incrível dinâmica criada entre eles. Como já escrevi sobre todos os filmes dessa fase, farei alguns comentários gerais sobre esse momento.


FASE 2
  1. Homem de Ferro 3 (2013)
  2. Thor: O mundo sombrio (2013)
  3. Capitão América: O soldado invernal (2014)
  4. Guardiões da Galáxia (2014)
  5. Vingadores: Era de Ultron (2015)
  6. Homem-Formiga (2015)

O que precisa ficar claro é que a Marvel não só apostou alto como acertou muito na segunda fase. Porém, começou com um erro: Homem de Ferro 3... Na verdade... O que fazer com o Tony Stark de Robert Downey Jr., um do grandes responsáveis pelo sucesso do MCU? O filme privilegia o ator, ao mesmo tempo que nos presenteia com inúmeras armaduras com um jeitão claro de fechamento, como se ele nem fosse mais aparecer. O(s) vilão(ões) são péssimos e mostrou um problema com todos os filmes.

A saturação de filmes de heróis no cinema começou a colocar as produções em cheque, mas a Marvel percebeu o que deveria fazer. Primeiro, precisava consertar os filmes solo dos outros dois representantes de sua trindade, Thor e Capitão América. Depois, criar um ponte de ligação ainda mais forte entre eles, de preferência, uma ligação cósmica...

O segundo Thor se baseou na força do Loki de Tom Hiddleston para manter a grandiosidade. O vilão aumentou a mitologia nórdica da Marvel e eles introduziram o Éter como uma das seis Jóias do Infinito (ao lado do já conhecido Tesseract). Mesmo assim, não foi um filme muito bem considerado. O título "Mundo Sombrio" parece ter deixado o filme mais sério do que se esperava.

Já o segundo Capitão América veio pra arrebentar! Na verdade, talvez seja um dos melhores filmes da Marvel. Tem ação, espionagem, novo herói (Falcão), antigos heróis queridos (Viúva Negra)... até o vilão que não é um vilão funcionou muito! Esse filme também funciona como um outro fechamento com o fim da Shield e a preparação para o próximo filme dos Vingadores.

Mas aí veio o pulo do gato da Marvel... ou melhor dizendo... o pulo do guaxinim! A editora pegou heróis completamente desconhecidos do grande público e mostrou todo o seu potencial num filme praticamente perfeito. Estendeu o lado cósmico do MCU, amarrando os Guardiões da Galáxia com os Vingadores através das Jóias do Infinito, e mostrou que o gênero de super-heróis não se esgota se você tem uma boa história com bons personagens.

Até vou dizer que os Guardiões fizeram o segundo filme dos Vingadores perder um pouco a força. O filme tem algumas falhas mesmo... mas a inclusão do Visão, da Feiticeira Escarlate e de Wakanda deixaram os fãs mais satisfeitos. Porém, os Guardiões também abriram a porteira: Homem-Formiga, um dos vingadores originais, poderia sair do papel e entrar para o MCU. E deu certo com um filme mais família, diferente dos outros.

Essa segunda fase, então, serviu para ampliar a quantidade de heróis na telona e mostrar que esse gênero de filmes só precisa de um bom roteiro e uma boa direção, pois as histórias já fazem sucesso há mais de 70 anos nos quadrinhos. O MCU se estabeleceu de forma inegável e bem sucedida, mas estabeleceu um padrão elevadíssimo para a terceira fase que foi sendo construída junto à segunda.