terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"Ainda bem que sou Flamengo"!


Hoje, dia 13 de dezembro, o Flamengo completa 30 anos de seu título mundial! É claro que as homenagens estão espalhadas pela TV e pela web (clique na imagem do site oficial), além de ações de marketing como a camisa comemorativa que será lançada amanhã. O mais interessante foi a retransmissão na íntegra do jogo de 1981 pela Rádio Globo à meia-noite de hoje!


Todo flamenguista se orgulha do time composto por Raul, Marinho, Mozer, Leandro, Júnior, Andrade, Lico, Adílio, Tita, Zico e Nunes, e comandado por Carpegiani. No Estádio Nácional de Tóquio, esse time derrotou por 3 a 0 a equipe do Liverpool, com dois gols de Nunes e um de Adílio. Era um time de coração, de garra, de ídolos formados em casa! Uma família que até hoje é Flamengo até morrer!

Infelizmente, eu tinha 3 anos e não pude curtir o momento como deveria. Por essa razão, tenho a noção que a estrela amarela e solitária do escudo do Flamengo está virando uma balzaquiana amargurada. Ela precisa de companhia. Precisamos voltar ao cenário internacional com honra. É hora de mostrar que a hegemonia carioca vai além do país tropical.

Parabéns ao Flamengo! Que "mesmo quando ele não vai bem / algo me diz em rubro-negro / que o sofrimento leva além / não existe amor sem medo / Boa noite!"

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Arte brasileira a caminho da Índia

Fui ver a exposição Índia! que está no CCBB. Então... depois de Escher (2011) e Irã (2010), essa exposição deixa muito a desejar. Mesmo sendo a maior mostra sobre o país por aqui, a riquíssima iconografia indiana foi negligenciada pelos cenógrafos e designers da exposição nas 18 salas. Pintar paredes e pendurar quadros não é suficiente. Mesmo que o material conseguido para a exposição não fosse interessante, cabia à curadoria e - principalmente - aos designers da exposição terem melhorado e enriquecido o conteúdo. As obras importantes se perdem no excesso de fotografias que deixa tudo meio chato e aumenta a expectativa por algo que nunca vem.


Aliás... é como na entrada com o hall do CCBB preparado com um belo Ganesha e um tecido com flores no teto que elevam o desejo de ver uma exposição fraca. A música, os bonecos de sombra e os fantoches são pessimamente explorados. Os tecidos (saris e por aí vai) até aaprecem, mas por que não mostraram as amarrações. Manequins espalhados não valem.

E o que falar da mitologia hindu? Quase nada! Algumas poucas estátuas e olhe lá! Kama Sutra... pra quê? Taj Mahal... onde? Só se for pra tirar uma foto ao lado da TV que passa uma reprise da novela Caminho das Índias... acredita? Até que a sala da novela - junto com Bollywood - está com uma cenografia melhor do que toda a exposição, com destaque para o simples brinquedo visual de papel celofane e impressão tricromática.

Fala sério: 3 milênios de cultura, 6 religiões, mais de 1,2 bilhões de pessoas e 20 idiomas... merecia algo MUITO melhor. Bem decepcionante. A parte de arte contemporânea (Índia - Lado a Lado) chega a ser mais interessante em determinados momentos.


Mas o título desse post quer dizer que, a caminho da exposição, eu vi algo EXCELENTE! A exposição 1911-2011 - Arte Brasileira e Depois no reaberto Paço Imperial está em um nível altíssimo! São mais de 180 obras da Coleção Itaú que tem Segall, Portinari, Pancetti, Gerchman, Mabe, Cildo, Leirner, Tarsila, Pape, Sacilotto, Milhazes e tantos outros maravilhosos representantes da nossa arte! Quem abre é a escultura O impossível, de Maria Martins, que está no átrio da bela construção.

Dividido em seis módulos sequenciais nos dois andares do prédio, o percurso começa pelo setor A Marca Humana, que dá ênfase ao figurativismo dos primórdios do modernismo no Brasil. Os outros setores são: Irrealismos (com a obra mais recente: Magenta Grace, de Rodolpho Parigi), Modos de Abstração (um show de arte concreta!), A Contestação Pop, Na Linha da Ideia e Outros Modos, Outras Mídias, com produções mais recentes.

Após seis meses de reforma, o Paço voltou em grande estilo. Os espaços internos exibem agora placas de sinalização que contam um pouco da história da qual foram testemunhas, como a sacada onde a Princesa Isabel anunciou à multidão a Lei Áurea, em 1888, acabando com a escravatura. Ou a sala onde Dom Pedro I comunicou sua permanência no Brasil em 1822, data conhecida como o Dia do Fico.

Fica até 12 de fevereiro de 2012 e é de graça! Amén!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Jogos ainda mortais!

Sou fã de Jogos Mortais (Saw, 2004). Mesmo.

Não da série toda. Só do primeiro. Fui ver duas vezes no cinema e confesso ter ficado extasiado nas duas vezes ao ver o brilhante final. Dois novos personagens entraram para história do cinema de terror: o assassino Jigsaw e seu bonequinho mais do que sinistro. Se eu falar muito mais, perde a graça (mesmo que todo mundo já saiba tudo). O filme precisa ser visto.

E esse trailer diz mais...



A brincadeira faz parte da campanha de marketing do novo filme dos Muppets, que chegou ao Brasil no último fim de semana, e ainda teve cartazes com o tema Lanterna Verde e Crepúsculo, cover do Nirvana e outros trailers parodiando Happy Feet e Atividade Paranormal.

Alguém ficou com medo da Miss Pigsaw?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Marca do coração que pulsa infinito

A história dos Jogos Paraolímpicos teve início em 1948, quando veteranos da Segunda Guerra com lesões na medula espinhal, reuniram-se em uma competição esportiva em Stoke Mandeville, na Inglaterra. No entanto, a primeira edição com estilo olímpico, foi organizada em Roma (1960). Apenas a partir de Seul (1988), a mesma cidade passou a sediar os dois eventos. Já falei AQUI, AQUI e AQUI o quanto as Paraolimpíadas são pra lá de maiores e mais importantes do que a gente pensa.

E, neste final de semana foi lançada, a marca das Paraolimpíadas no Rio, também criada pelas Tátil. Assim como a marca principal, a agência diz que essa marca também é 3D... e agora multissensorial... Hã?


Como não era uma concorrência, a Tátil teve várias reuniões durante 10 meses com o Comitê Paraolímpico Internacional e alguns atletas. Eles dizem que usaram símbolos universais para materializar uma marca 3D multissensorial com a mensagem de que todos somos iguais: o infinito - a energia traduzida na garra - e o coração - o centro vital de todo ser humano.

Bom... já falei sobre o papo de ser 3D no post da marca principal. Agora vem o papo de multissensorial... tem alguém ouvindo a marca? Saboreando a marca? Cheirando a marca? Sério... ver e tocar a marca não é nenhuma novidade. Marcas evocando lembranças, sons, cheiros e sabores também são clichés. Acho que forçaram novamente a barra. Bom... fizeram uma estátua 3D em poliuretano que foi equipada com sensores de movimento que ativam luz e som ao toque. A atleta deficiente visual Ádria Santos foi às lágrimas e deu força ao argumento. Mas vão fazer isso numa camisa? Bandeira? Folheto? Broche?

Contudo, a idéia do coração é excelente! Todos nós o temos, independente das faculdades mentais, das cores, das crenças! E esse evento faz realmente os corações pulsarem infinitamente quase em unísono. Se comparado às marcas anteriores... aí... o trabalho é impecável!



O pictograma de Toronto é interessante, mas o resto é fraco. Até já comentei da de Pequim, mas não tinha percebido o quão próximo da de Barcelona tinha sido. Tudo relacionado a 2012 é de chorar. Estou aguardando argumentos irrefutáveis que me convençam de que "isso" é válido, mesmo com um projeto de identidade visual bem definido.

Ah... descobri o significado dos três "Nikes"! Em Seul, foram utlizados cinco Taegeuk (lembram do Ying e Yang?) nas cores dos aros olímpicos que foram incorporados ao Comitê no ano seguinte. Em 1994, a marca foi reformulada para somente três Taegeuk nas cores que são mais amplamente representadas em bandeiras nacionais e são referência visual (RGB). O lema passou a ser Mente, Corpo, Espírito. Em 2003, a agência Scholz & Friends começou um novo redesenho da marca. Com um novo lema - Espírito em movimento -, os Taegeuk se transformaram em Agitos (palavra latina que significa "eu me movo", mas eu não sabia que tinha uma representação gráfica), circundando um ponto central para enfatizar o papel de trazer atletas de todos os cantos do mundo juntos para competir.

Disso fica a impressão que - independente de qualquer crítica que eu possa vir a fazer - o trabalho da Tátil é muito bom e dá credibilidade e visibilidade internacional ao design brasileiro. Viva!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Mistério Magenta


Dizem que Magenta é rosa. Que Magenta está no cartucho das impressoras. Ou seja... Magenta é cor.

Será?


Se vocês clicarem para ampliar a imagem acima, verão que não existe o Magenta (e nada parecido com rosa) no espectro de luz vísivel ao homem – que são ondas eletromagnéticas variando em freqüência, da mais baixa (à direita, onde adentra o infravermelho, o microondas e o rádio) à mais alta (na esquerda, onde avança sobre o ultravioleta, raios-x e raios gama). Aliás, isso mata com os famosos discos cromáticos porque o espectro de luz não dobra! Ele é linear!

Mas, segundo Liz Elliot, o Magenta seria uma mistura dos dois extremos do espectro, violeta e vermelho. Como nosso cérebro não é capaz de somar as duas frequências, ele faz um truque com sua cor complementar e "inventa" o Magenta.

Então, a luz não tem todas as cores? Daonde vem o Magenta afinal? Seria ele o Flicts?

Calma... É uma questão de compreender o que é a cor cientificamente. As cores que percebemos não são determinadas apenas por sua frequência no espectro eletromagnético, e sim em como estimulam nossa retina, sensível a três cores primárias (RGB). Não temos um sensor ótico capaz de medir a frequência exata da luz que entra em nossos globos oculares, e sim três tipos de células sensíveis a cor que reagem apenas a três pequenas fatias desse espectro, localizadas aproximadamente em sua metade e dois extremos.

Em 1931, a Comissão Internacional sobre Iluminação (CIE) fez diversos experimentos para criar um diagrama de cores a partir do que percebemos. No espaço "ferradura" de cores, o espectro de luz visível está na curva. Todas as cores dentro da "ferradura", incluindo o Magenta, são construídas em nosso cérebro combinando os diferentes estímulos captados por nossos três tipos de células cromáticas. Então, elas realmente “não existem”, pois não são frequências eletromagnéticas definidas.

Mas não para por aí: o espaço de cores do CIE não é completo, porque nenhum monitor no mundo é capaz de representá-lo da forma perfeita! Ainda precisaria de um eixo para representar a intensidade da cor, variando do preto ao branco (imagine essa "ferradura" estendendo-se tridimensionalmente, variando seu brilho).

As cores em si mesmas, incluindo as espectrais, são a rigor todas construções mentais. É só eu falar a palavra "tomate" que você logo imagina sua cor vermelha. A maior dificuldade de um daltônico de nascença não é somente não ver a cor, mas nem conhecer o seu significado.

Agora, o Magenta está na sua cabeça.

PS.: Esse post também poderia se chamar "O Mistério Marrom". 

(Via 100nexos)